Isabella Swan
A primeira semana depois que eu sair de casa foi ruim, mas os meses depois foram piores, eu não conseguia sentir nada além de um grande vazio nem mesmo lágrimas eu tinha. Meus dias eram resumidos a ficar deitada na cama esperando que o dia passasse e o próximo chegasse e assim em um ciclo vicioso.
Meus país tinham me recebido muito bem depois do susto inicial pela forma que eu cheguei ali vestindo a mesma roupa que eu usei pra dormir do dia anterior e nada além disso eu tinha esquecido até mesmo do dinheiro para o táxi. Mesmo tendo sido bem recebida era difícil aquela não era a minha casa. Eu me recordava de cada cantinho ali. Eu tinha vivido minha infância e adolescência toda naquela lugar e mesmo assim estar ali depois de tanto tempo eu não sentia como se ali fosse minha casa, meu lugar, e era muito desconfortável.
Eu já tinha pensado em voltar pra minha casa, uma ou duas vezes eu cheguei a sair e pegar o táxi pra voltar, mas durante o percurso eu finalmente retomei a consciência e retornei eu e ele tínhamos rompido de uma forma que eu não queria, nem a amizade permaneceu estávamos muito magoados um com o outro pra conseguir manter até mesmo uma proximidade.
O pior daquela situação nem era a dor era o fato de que eu não conseguia sentir nada nem mesmo me importa o suficiente. Meu único momento em que eu me esforçava pra fingir está tudo bem era quando meus pais vinham me ver.
[...]
—Oi querida, boa noite. —Naquele dia eu já não tinha mais energia pra fingir e apenas permaneci na mesma posição que eu estava. —Sua mãe me contou que você não comeu nada hoje. —Mordi os lábios contendo a vontade de chorar, falar era o pior problema porque era como se quando eu abri a boca eu liberasse tudo aquilo que com um esforço incrédulo eu conseguia conter. —Eu e sua mãe estamos ficando muito preocupados eu não quero fazer isso mais se você não começar a reagir eu vou ter que te interna. —O pior era que eu não conseguia me importa o suficiente pra pelo menos reagir, nem que fosse fingindo. —Não quero, mas não posso mais ver você se entregando fácil assim.
Eu sabia que ela e minha mãe tinham se enchido de esperança quando eu finalmente desfiz o quarto do Antony, pra eles aquele era um sinal de que eu finalmente estava seguindo em frente, até pra mim eu achei que seria um recomeço. Mas não foi, só tinha servido pra uma queda maior ainda.
Eu estava cada vez mais cansada. Cansada o suficiente para dormi o dia todo sem precisar nem dos comprimidos. Os sintomas físicos da minha depressão tinham voltado, então eu estava constantemente sentindo tonturas, enjoos, febres e dores musculares e na cabeça, além de ter certeza de que minha imunidade estava baixa já que eu estava constantemente resfriada e eu mal estava conseguindo manter nada no estomago.
—Sinto muito. —Sussurrei com esforço.
—Olha porque você não reage? Se não por você faça por mim e pela sua mãe. —Comecei a soluçar sem controle a única coisa que eu não queria eu estava fazendo. Magoar meus pais era o fim pra mim. As lágrimas vieram em seguida me partindo e me desmoronando. —Eu sei que dói, mas você não pode passar o resto da sua vida trancafiada nesse quarto, vamos saia, apronte, seja a adolescente que você nunca foi cause problemas, volte com o seu marido, adote umas dez crianças, faça qualquer coisa mais pelo menos tenta. —Eu fiquei ali quieta apenas ouvindo-o e chorando, estava tão ruim pra eles quanto pra mim e a prova disso era que meu pai tinha começado a chorar me causando mais dor ainda por está fazendo aquilo, mesmo que não fosse intencional.
—Eu posso ficar sozinha. —Pedi não aquentando aquela sensação de culpa.
[...]
Três batidas na porta me tiraram do torpor, me sentei e peguei o livro que estava na minha mesa de cabeceira e abri em qualquer página fingindo ler. Eu precisava está bem por ela, depois da visita do meu pai eu estava me esforçando pra fingir está bem. E estranhamente hoje era um dia bom, um dia que talvez eu não chorasse.
—Oi. —Disse ao ver minha mãe entrando no meu quarto. Ela trazia uma bandeja era aquele momento que eu sabia que ela iria me obrigar a comer e eu faria o melhor que eu conseguisse.
—Oi. Querida você não precisa ficar fingindo que está lendo. —Fechei o livro e encarei ela.
—Não estou fingindo. —Minha voz era morta, totalmente sem vida.
—Claro que está, ontem eu entrei aqui e você estava bem avançada, agora você parece ter voltado pra metade e pelo livro está de cabeça pra baixo eu imagino que você tenha pegado-o com presa quando eu entrei.
Praguejei baixo eu devia ter ficado mais atenta, fingir que estava lendo e deixar o livro de cabeça pra baixo era muito clichê.
Coloquei o livro em cima da mesinha de cabeceira já que eu não precisava fingir.
—Querida porque você não coloca uma roupa e nos ficamos um pouco no jardim tomando um sol, quem sabe você realmente não começa a ler esse livro. —Revirei os olhos a ultima coisa que eu precisava era ter que socializar com quem quer que fosse.
—Eu estou bem aqui. —Afirmei.
—Não está não, estou começando a desejar que você não tivesse saído de casa pelo menos lá você saia do quarto. —Fechei os olhos controlando a vontade de retornar eu não podia ceder eu ficaria bem ali, tinha que ficar.
—Mamãe... —Busquei palavras pra tentar me justificar, mas era impossível não tinha o que ser dito.
—Eu não estou suportando mais ver você nesse estado eu quero a minha filha de volta. —Ela tinha os olhos cheios de lágrimas e eu não sabia o que fazer, ver a forma que eu a deixava tornava tudo mais intenso e difícil de digerir. —Nem que pra isso você tenha que voltar pra ele.
—Eu não posso voltar ele me traiu e me abandonou quando eu mais precisei dele, abandonou nosso filho.
Ela me encarou surpresa.
—Não fale isso. —Sua voz falou calma e ela me olhou com um pavor evidente. —Nunca mais Isabella. Eu estou cansada dessa situação. —Ela parecia realmente exausta. Ela aumentou o tom de voz.—Dessas mentiras. Eu não aguento mais. Não seja injusta. —Ela gritou comigo, me assustando. —Ele esteve com você em todos os momentos, momentos que se eu estivesse no lugar dele eu não sei se teria estado. Ele cometeu erros, erros que eu não perdoou, o que ele fez com você na delegacia. —Ela continuou gritando. Ela respirou fundo. —Eu nunca vou perdoá-lo por ter agredido você. Por ter traído você. —Ela apontou o dedo pra mim. Meu corpo tremia não entendendo o porquê dela está agindo assim. —Mas você não tem o direito de falar essas coisas...Ele nunca saiu de perto de você e muito menos abandonou o Antony. Então não o acuse disso nunca mais entendeu.
—Mamãe... —Tentei falar, mas ela me interrompeu. Eu tinha lágrimas nos olhos e tremia sem saber como reagi.
—Você já foi muito cruel com ele, mesmo depois de tudo o que ele fez você acusar ele... eu só não vou deixar você fazer isso de novo. Se você quer odiar ele pela traição faça, eu não me importo, pelo filho fora do casamento, por não ter acreditado em você, mas jamais volte a dizer que ele te abandonou e muito menos que ele abandonou o Antony. Você não tem idéia das coisas que ele abriu mão por você então só não o acuse disso, por favor. —Ela terminou de falar e saiu do quarto me deixando só com aquela confusão de sentimentos e aquela confusão que me impedia de ao menos entender o que quer que aquilo significava.
Sentir o ar fugir dos meus pulmões era estranha aquela sensação de impotência, de não saber qual caminho seguir, eu não entendia o que a fez romper daquela forma. Respirei fundo buscando o ar que eu não conseguia, era como se eu tivesse com a minha garganta fechada e eu não conseguia respirar direito, tentei gritar por ela, mas não dava. Comecei a me debater querendo e necessitando de ajuda.
[Cont...]
Notas Finais/Avisos
Obrigada pelos comentários no capitulo passado e não deixem de me dizer o que acharam desse capitulo por que ele é a abertura de muita coisa.Siga (Clique aqui) o site.
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