Depois da TEMPESTADE vem a CALMARIA...
Mas como saber se depois disso não virá outra TEMPESTADE?
(Autor desconhecido)
Edward Cullen
Eu precisava sair dali dar uma volta, ou fazer qualquer merda pra esvaziar minha cabeça. Mas como eu sairia dali e deixaria ela pra trás.
—Edward você está bem? —Olhei pra minha sogra que estava nos braços do marido. Tentei sorrir pra ela pra passar alguma normalidade.
—Sim. Está tudo bem. —Menti.
—Você está tremendo. —Ela largou o Charlie e veio pra perto de mim segurando minha mão. Só ali observei que eu realmente tremia. Ela me abraçou e eu não consegui segurar o choro, eu sentia que eu era tão culpado de tudo que ela estava sofrendo, ela era a minha garota e eu sentia que tudo o que eu tinha feito só serviu pra fuder com a vida dela. Se eu não fosse tão idiota eu teria pensado no começo, não dito tanta merda sobre adoção e coisa do tipo. Eu jamais imaginei que ela teria problemas para engravidar, jamais imaginei que passaríamos por qualquer merda daquela.
Não sei quando tempo eu fiquei nos braços dela até que a porta abriu e a psicóloga saiu. Eu não precisava perguntar pra saber que tinha sido como tantas outras vezes.
—Como ela está? —O Charlie se ergueu perguntando.
—Não quis falar comigo, mas eu estou sentindo ela um pouco assustada. —Me soltei da Renée preocupado, normalmente aquela mulher era incompetente quando se tratava da Isabella. Nunca conseguia um resultado a Isabella nem falava com ela e eu sabia que ela não era de achismos então pra ela falar que achava eu realmente tinha motivos para me preocupar.
—Eu vou ver ela. —Disse a Renée se adiantando.
—Ela chamou o Edward. —Assenti meio que esperando isso, ela não ficaria daquela forma perto dos pais.
—Ele não está se sentindo bem.
—Estou sim. —Afirmei, eu estava uma merda completa, mas poderia lidar com ela. Pra ela eu sempre estaria disponível. —Eu posso falar com ela? —Pedi, não queria de forma nenhuma me força. Sabia que eu não tinha a melhor aceitação dos meus sogros, depois da traição e do lixo que eu tinha sido naquela delegacia eu não merecia mesmo ser aceito. Só tinha sido chamado por que eles não viram outra escolha.
—Você não precisa de autorização pra ver ela e se ela te chamou é claro que pode. —Quem respondeu foi a Renée o Charlie mal tinha trocado meia dúzias de palavras comigo e eu sabia que ele nunca me perdoaria pelo ocorrido, não que eu merecesse, e não entendia como depois de tudo a Isabella continuava a me manter por perto. Pra ser sincero nem mesmo eu conseguia entender conhecendo minha mulher eu sabia que em uma situação normal ela já teria me mandado a merda há muito tempo e partido para outra, não que ela já não tivesse feito isso, mas era diferente.
Assenti e me aproximei da porta batendo antes de entrar.
—Olá. —Disse constrangido, era difícil saber como reagir depois do que eu tinha contado a ela. —Posso entrar?
—Sim. —Os olhos dela estavam muito inchados demonstrando que ela estava chorando. —Deite aqui comigo. —Ela suplicou como se fosse muito pra mim fazer aquilo. —Eu só preciso que você me abrace um pouquinho. —O choro voltou a tomar conta e o rosto dela molhar com grossas lágrimas. Que ela tentou esconder o rosto usando as mãos.
Aproximei-me da maca. Tirei meus sapatos e ocupei o pouco lugar que tinha disponível trazendo ela pro meu peito. Ela me abraçou forte eu não disse nada e apenas a deixei chorar. Eu me contive tinha medo de que se eu voltasse a chorar não conseguisse mais parar.
—Eu prometo pra você que está tudo bem. —Não resisti ao silencio, eu sentia a necessidade de dizer algo, qualquer coisa.
—Não vai. Eu nunca mais vou conseguir ficar bem. Dói tanto que eu mal consigo respirar eu fico lembrando das suas palavras, mas eu não consigo lembrar de nada daquilo. —A respiração dela estava cansada e as palavras saiam um pouco confusas devido ao choro.
—Você não precisa se lembrar de nada. —Garanti. —O passado não serve de nada só pra causar mais dor e se sua mente esqueceu é porque era de mais pra aquentar então deixei isso pra lá. Ficar revivendo isso vai deixar você pior. —Era estranho conversa com ela daquela forma, ela parecia tão consciente e bem. Não era como antes que eu tinha que ficar pensando em cada palavra com medo do que eu dissesse pudesse machucar ela. Estranhamente eu tinha a sensação de que eu podia falar tudo com ela, como antes.
—E tudo que aconteceu vamos fingir também que nunca aconteceu? —Ela se sentou e me encarou com a cara que ela sempre fazia quando estava com raiva, os olhos brilhando meio fechados. Eu sentia tentando a ri porque ali estava a mulher que eu achei que tinha morrido. —Você está rindo? —Só faltou bater o pé, mas pela posição não faltava nada e eu não aguentei caindo na gargalhada. Deixei minha cabeça cair pra trás. —Isso não tem graça. —Ela fez um bico e eu não resisti puxando-a pra mim, tentei controlar o riso.
—Eu sei que não, mas eu senti tanta falta de ver você assim. —Fui sincero.
—Assim como?
—Viva. —Só depois de dizer que eu percebi que ela podia levar aquilo pra outro caminho, mas ela apenas fechou os olhos e os abriu novamente me encarando.
—Foi difícil né? —Ter que conviver com ela em uma realidade alternativa era sempre difícil, por mais que nos últimos meses de tanto mentir a mentira já era mais fácil e mais um pouquinho seria difícil separá-la da realidade.
—Você não faz ideia do quanto. —Me mantive sendo sincero.
—Desculpa. —Ela pediu e apoiou a cabeça no meu peito me abraçando.
—Por favor, pare de se desculpar. —Pedi apertando ela nos meus braços. Era ainda mais difícil com tantas pedidos de desculpas. —Deixe eu apenas aproveitar que você está aqui.
Ela apenas balançou a cabeça concordando não sabia se por hora ou em definitivo.
—Eu queria te pedir uma coisa. —Eu tinha medo de ficar naquela posição e ela acaba dormindo ou coisa do tipo e quando acordasse ela não tivesse mais ali. —Sei que minha posição não é das melhores, mas eu preciso que você faça um esforço para se ajudar tente conversar com a Doutora Meham, eu sei que ela parece ser um pouco chata, mas ajuda muito.
Ela soluçou.
—Eu não sei o que dizer.
—Só fale o que você quiser. Qualquer coisa. —Eu tinha experimentado aquela sensação de não confiar naquela mulher e de não saber o que contar, quanto mais eu ia mais as coisas começaram a ficar desconfortável e sem que eu esperasse eu estava desabafando pra ela como eu nunca tinha feito antes na vida com ninguém exceto minha garota, aquela mesma que me olhava com os olhos confusos e amedrontados. —Eu juro pra você que quando você falar o que você está sentindo tudo vai ficar melhor. —Aquela mulher me ajudou a clarear muita coisa, decidir por caminhos que antes de desabafar eu jamais conseguiria.
—Você pode ficar comigo? —Ela perguntou com os olhos cheios de lágrimas e eu me senti um lixo por voltar a fazer ela chorar, mas aquilo era tão necessário.
—Não acho que seja a melhor ideia, o bom dela ser sua terapeuta é que você pode falar sobre tudo e comigo lá...
Ela me interrompeu.
—Eu não tenho nada pra dizer pra ela que eu não posso falar com você. —Ela estava estranhamente sendo sincera. —Confio em você, mas do que qualquer outra pessoa no mundo, mesmo com tudo, eu ainda confio em você. E se tem alguém nesse mundo que eu queira compartilhar todos os meus segredos essa pessoa é você. —Os lábios dela tremeram formando um bico triste. —E eu não queria sentir tudo isso por você. —Ela balançou a cabeça negando. —Não queria mesmo. —Ela respirou tomando um tempo. —Você me traiu, me bateu e eu não faço ideia do que eu vou fazer sobre isso, mas agora eu só consigo desejar ter você perto de mim. —Ela fungou e abaixou a cabeça constrangida. —Eu sei que só você pode me ajudar a sair dessa merda toda e eu estou sendo muito cruel e egoísta com você. —Ela soluçou chorando. —Mas sem você eu não consigo, não dá. —Ela me encarou chorando, seus doces olhos transbordavam grossas lágrimas, molhando seu lindo rosto.
Ali estava a prova de que ela estava sendo fodidamente sincera. Mesmo sabendo que aquelas palavras pudessem me fazer fugir, saber que ela só estava me usando pra se “curar” e que depois possivelmente ela me daria um “pé na bunda” ela estava falando e me deixando saber. Ergui meus braços e puxei-a pra mim, eu aceitava qualquer coisa que ela estava disposta a me dar. Ela enterrou a cabeça no meu ombro e eu senti o corpo dela tremendo, eu sabia que chorar aliviava e apenas deixei dando a ela todo o tempo que ela quisesse. Podia ser meio masoquista, mas eu estava feliz em ter ela ali, mesmo que de por pouco tempo.
[...]
Ela estava quase dormindo com a cabeça apoiada no meu peito quando eu chamei por ela.
—Baby dê uma chance aos seus pais. —Seria egoísmo não pensar nos meus sogros. Quantas vezes eu fiquei no lugar deles, ali esperando uma informação, louco pra ver ela.
—Dói.
Olhei pra ela, encarando seus olhos e compreendendo o que ela dizia. Quando ela estava “fora do ar” ela quase não sentia nada, isso incluía culpa ou se sentir mal pelos pais dela verem a assim. Mas consciente tudo ficava mais difícil.
—Eu sei que é difícil, mas eles vão ficar tão feliz em poder ficar um pouco com você. —A encarei sabendo o quanto estava pedindo, mas poxa eu sabia que a Renée iria ao céu em poder ter a Isabella assim.
—Você fica aqui comigo? —Sabia que o Charlie não ficaria nada feliz em me ver agarrado a filha dele.
—Tudo que você quiser. —Acariciei o cabelo dela e depositei um beijo no topo da cabeça dela antes de me levantar e sair para chamar os pais dela.
Notas Finais/Avisos
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