Storm


Capítulos: 31 | Concluída: Sim
Classificação: +18 | Avisos: Sexo, Linguagem Imprópria, Traumas, Transtornos Mentais
Categoria: Twilight/Crepúsculo | Genero: Drama
Publicada: 13/09/2018| Atualizada: 04/07/2019 ás 18:57.

Sinopse:
Ela perdeu aquilo que mais desejou na vida, seu filho, e ainda teve que lidar com a presença constante da sua “incapacidade” e da traição do seu marido. E quando tudo sai do controle e ela se torna a única e principal suspeita de um crime horrendo ela não vê muito por que reagir e nem por que lutar

Disclaimers - Avisos

• Personagens originalmente pertencem a Stephenie Meyer, mas enredo e alguns dos personagens e modificações em personagens originais são de minha autoria;
• Capa feita com imagens retiradas da internet, creditos de edição na imagem;
• Comentários são meus incentivos;
• Sem cronograma de postagens;
• Estória Original. Não copie, se inspire ou reproduza sem minha devida autorização. Plagio é crime!

STORM - CAPÍTULO 01

IsabellaCullen

As lágrimas banhavam meu rosto desde o momento em que eu tinha sido algemada na minha casa e trazia para a delegacia, ou melhor dizendo, desde o momento em que eu tinha percebido que o que eu sabia sobre primeiros socorros não era suficiente pra salvar aquele bebê. Eu tinha prestado depoimento em prantos, eu ainda não podia acreditar que estava sendo acusada de matar meu enteado. Aquilo só podia ser um sonho bem louco, nada daquilo era verdade, eu estava acostumada com pesadelos horríveis aquele devia ser só mais um que daqui a pouco passaria eu só precisava relaxa e esperar alguns minutos que o efeito do sonífero passaria e eu acordaria daquele horror.

Não adiantou esperar parecia que eu nunca iria acorda, eu não fazia idéia de quantas horas eu estava ali dentro, mas eu não aquentava mais e eu precisava dos meus remédios, eu precisava dormi e fugir daquele pesadelo que estava a cada segundo se provando ser bem real.

Um policial bateu nas grades da cela, avisando:

—Você tem visita.

Eu nem mesmo tinha conseguido agir como advogada e lembrar de ligar pra alguém, então como eu poderia receber visitas esse foi o pensamento que inicialmente passou pela minha cabeça, porém não hesitei em levantar e me encaminhar para próximo a grade.

—Quem está ai? —Perguntei.

—Calada.

Resolvi colaborar, aquele era meu meio e sabia que se eu tivesse o ódio dos guardas a minha situação ali dentro iria piorar ainda mais. Tive que ser algemada e aquilo me doeu bem mais do que quando ele me mandou ficar calada. Coloquei as mãos entre um dos vãos da grade e senti as argolas de metal fecharem no meu pulso com um clique, estava apertado demais e eu agradeci mentalmente por pelo menos ele me algemar com as mãos pra frente se fosse pra trás aquilo seria bem pior.

Eu ainda estava sem saber o que fazer, quando a realidade dos fatos começou a se mostra a mim e eu percebi que estava realmente presa e o pior sendo acusada daquele crime horrível como alguém poderia achar que eu teria coragem de tirar a vida de um bebê, principalmente daquela forma tão cruel.

Era um fato que aquele policial não me responderia mais nada, estava estampado na cara dele que ele achava que eu era culpada, possivelmente ele era pai e era meio impossível não colocar nosso próprio filho no lugar, de certa forma eu o entendia, eu era mãe. Só que eu não tinha feito o que me acusavam eu jamais teria coragem e nem motivos pra isso.

Na porta da sala de visitas o policial tirou minhas algemas e abriu a porta para que eu entrasse, só podia ser meu advogado para eles permitirem que eu ficasse sozinha e ainda sem as algemas. Se meu advogado estava ali só podia significar que já era publico e possivelmente minha família já sabia e eu precisava deles, mas do que eu já imaginei precisar.

Só que dentro da sala não era nenhum advogado que me esperava e sim meu marido, Edward Cullen.

Nos éramos casados já a seis anos, namorávamos desde quando eu tinha quatorze o que completava um total de dezesseis anos de relacionamento. Ninguém me conhecia melhor do que ele. Nosso relacionamento teve seus altos e baixos, mas sempre foi firme eu confiava nele e ele confiava em mim era assim que funcionava independente de tudo existia entre nos dois confiança. Então eu sabia que naquele momento ele era a melhor pessoa que eu podia contar, ele me conhecia como ninguém e sabia que eu jamais faria aquilo e se eu estava mesmo presa eu precisava dele pra suportar tudo aquilo, não em questão financeira e nem jurídica por que para isso eu poderia contar com meu pai, que era um excelente advogado criminal, eu precisava dele na parte emocional a parte que me deixaria lúcida no meio de toda aquela confusão.

Então sem pensar muito eu me joguei nos braços dele, eu precisava daquilo e sabia que ele também. O filho dele tinha morrido e eu me sentia culpada, era eu que estava vigiando-o se eu não tivesse me distraído nada disso estaria acontecendo.

—Baby que bom que você está aqui eu sinto muito pelo que aconteceu com o Thomas. —Eu sabia que palavras não serviam pra nada, mas eu precisava transmitir pelo menos um pouco do que eu estava sentindo. Era confuso e não parecia real que aquele bebê lindo que sempre atrapalhava minha madrugada já não estava vivo a minha ficha parecia que ainda não tinha caído, a hipótese do sonho ainda vencia e eu tinha esperança que em qualquer momento eu acordaria e estaria tudo bem. Mas se aquilo realmente fosse verdade eu precisava ao menos demonstrar o quanto eu sentia. Com tudo o que eu já tinha passado, a morte do meu filho, eu sabia que nenhum tipo de palavra era suficiente pra aplacar a dor, só pra deixar tudo pior pelo menos foi assim comigo, cada “eu sinto muito” era uma dose a mais de raiva por tudo que aconteceu com meu filho.

Ele me pegou pelos braços com força me afastando dele.

—Como você pode fazer isso Isabella? Como você pode matar meu filho?

Fiquei surpresa com o que ele disse. Como assim? Então ele não acreditava na minha inocência. Ele realmente achava que eu tinha matado o Thomas, que eu tinha tido a capacidade e sangue frio para matar um bebê afogado.

Tentei me afastar dele. O banque tinha sido forte demais, como ele podia achar que eu teria coragem pra isso, logo ele, eu contava que independente de tudo ele estaria do meu lado e agora claramente não estava comigo. Ele me manteve no lugar ainda me segurando pelo braço, com muita força.

—Ande responda.

Ele me sacudiu quase me tirando do chão.

—Meu Deus.

Eu sentia meu estomago embrulha, ser chamada de assassina por qualquer um ali okay eu saberia lidar, agora por ele. Ele que deveria me conhecer melhor que ninguém eu não conseguia e nem podia lidar. Senti o ar faltar e uma sensação de fraqueza, era como se eu estivesse me afogando o que era uma incrível ironia, mas era assim que eu me sentia.

—Me solta você está me machucando.

Eu sentia as lágrimas banhando meu rosto, minhas lagrimas não eram pela dor que seu aperto causava no meu corpo, era algo mais, era meu coração partido, eu nem tinha conseguido ainda entender o luto, entender que o pequeno bebê tinha realmente morrido e o pior daquela forma tão cruel, tão desumano e agora eu tinha que lidar com ele me odiando por algo que eu não tinha feito, algo que eu jamais faria.

Ele me afastou com tanta força que meu corpo foi ao chão. Dali vendo ele em pé eu pude percebe como ele estava, o corpo em uma postura rígida, a face dele transmitia um ódio que era todo concentrado em mim, um jeito que eu nunca tinha visto antes, as mãos tremiam. Era assustador de tantas formas.

—Eu não posso acreditar que você está...

Ele não permitiu que eu completasse a frase, me interrompendo:

—Você não pode acreditar em que? Eu não posso acreditar que você fez isso, como você pode...

Agora tinha sido minha vez de interrompê-lo, eu não o deixaria dizer aquilo em voz alta não de novo. Se ele falasse aquilo tornaria tudo real.

—Sai daqui.

Levantei do chão pronta para sair daquela sala, eu não precisava ficar ali ouvindo-o falar aquele monte de porcaria. Logo eu que estive por ele em todas, absolutamente todas as situações em que ele precisou de mim, até mesmo aquelas que eram imperdoáveis ali estava eu. E agora no momento em que eu precisava dele ele não estaria ali eu não sabia o porquê eu ainda me surpreendia não tinha sido assim tantas outras vezes. O que era aquela situação perto de todas as outras, perto de quando ele me deixou sozinha vendo meu filho morre.

—Você não precisava ter matado ele, você podia ter dito que a presença dele ali era demais pra você. Eu teria arrumado um lugar pra ele ficar, agora como você, logo você que perdeu um filho recentemente...

—Cala a boca. —Eu parti pra cima dele, ele não tinha o direito de colocar meu filho naquela situação, não tinha e nem mesmo de dizer aquelas palavras, não quando eu tinha dito com todas as palavras que eu não queria aquele bebê ali, não pelo bebê porque eu sempre o vi como um inocente que nada tinha a ver com a situação toda, mas por mim mesmo que estava de luto e não me sentia confortável tendo outra criança na casa que eu tinha preparado para o meu filho. Meu dedo estava ali apontado para o rosto dele, mas ele foi mais rápido e as mãos voaram no meu pescoço, com o corpo ele conseguiu me vira me prensando contra a parede.

—Eu tenho vontade de matar você com as minhas próprias mãos. Você já pode para com o seu teatro de mulher que está de luto e que sente pela morte dele, porque você teve a capacidade de matar outro ser totalmente inocente você não sabe o que e amar.

Ele dizia isso enquanto apertava meu pescoço, eu tentava me debater ou gritar por socorro, mas nada surgia efeito e ele continuava a me enforca, em certo momento em um minuto de consciência eu parei de me debater e deixei que ele fizesse aquilo, seria mais fácil eu já não estava vivendo muito antes mesmo, ele só faria o que eu ainda não tinha desenvolvido coragem pra fazer. Alguns minutos antes que eu perdesse a consciência pude percebe que alguém entrando na sala e torcia para que a pessoa deixa-se o Edward termina o que ele tinha começado, seria tão mais fácil. Mas minha felicidade não durou muito e mesmo estando bastante tonta pela privação do oxigênio eu pude percebe alguém afastando o Edward de mim. Assim que as mãos dele se foram do meu pescoço eu senti meu corpo ir ao chão, mesmo que eu não quisesse, eu sentia a necessidade de absorve o máximo de oxigênio que eu conseguisse. Eu me sentia muito debilitada, senti as mãos de alguém em mim tentando me ajudar, a pessoa também falava comigo, mas eu não conseguia ouvir a voz estava muito longe.

STORM - CAPÍTULO 02

—Você está bem querida?

Minha mãe estava me fazendo àquela pergunta pela milésima vez. Eu tinha precisado de atendimento medico depois daquela situação com o Edward, agora o delegado tinha aberto uma brecha e eu estava com meu pai e minha mãe na sala de visitas. Eu sabia que essa brecha só tinha sido aberta por que ele estava tentando fugir de um processo por ter colocado minha vida em risco deixando o Edward ficar sozinho comigo e por toda aquela situação.

—Sim.

Não eu não estava nada bem, mas o que eu poderia dizer a ela, já tinha dito tantas vezes aquela mentira que ela estava começando a soar verdade. Eu sabia que a mentira seria melhor pra acalmá-la, eu não precisava que ela sofresse comigo. Mas a verdade era que eu estava um lixo, eu estava sendo acusada de assassinato, como ela queria que eu estivesse era obvio que eu estava mal. Eu nunca tinha imaginado que o Edward poderia reagi daquela maneira, ele nunca era agressivo, bem rígido, mas agressivo jamais. Mas eu o entendia se meu filho que tinha morrido de causas naturais conseguiu causar um tipo de fúria desconhecida em mim, imagina se ele tivesse sido assassinado como aconteceu com o filho dele.

Deitei minha cabeça na perna da minha mãe querendo receber um pouco de carinho, eu não conseguia raciocinar direito, não diante daquela dor que consumia meu coração, parecia que a morte estava me cercando e eu não sabia mais o que fazer.

—Mamãe eu preciso que você faça uma coisa por mim.

—Qualquer coisa meu anjo. —Eu sabia que podia contar com a minha mãe pra tudo, se eu precisasse que ela assumisse um crime por mim ela faria sem pensar duas vezes, mas o que eu queria não era tanto assim.

—Traz os meus remédios pra mim.

—Querida...

Ela era contra eu ter continuado com a medicação, mas o que eu podia fazer se sem eles eu não consegui nem mesmo levantar da cama, meus pensamentos suicidas a pouco provava que eu precisava dos meus antidepressivos, de todos os outros comprimidos também, mas os antidepressivos principalmente. Se eles queriam que eu enfrentasse aquela situação eu precisava dos meus remédios.

—Eu preciso mamãe, não aquento mais essa dor.

—Eu acho difícil que o delegado deixe sua mãe trazer aqueles tipos de comprimidos pra você. —Meu pai se pronunciou pela primeira vez, ele tinha me salvado do Edward. Pelo relato da minha mãe até ela ficou impressionada com a força que meu pai mostrou ao me defender, afinal meu marido era bem jovem e forte já meu pai era mais velho, ali pra mim ficava claro o quanto um pai se transformava pelos seus filhos. Eu entendia o que ele quis dizer sobre os medicamentos não era como se o que eu tomasse fosse ilícito, mas eram remédios bem fortes e controlados.

—Mamãe basta ameaçar o delegado, seja discreta você não que ser presa por desacato, mas use o que aconteceu a pouco, ele vai ceder ao que você quiser. —Por mais que eu estivesse a mais de dois anos distante da minha profissão eu ainda era a advogada que tinha sido treinada para ser.

—Está bem.

Pelo canto do olho observei meu pai suspirar fundo antes de falar o que eu sentia que estava entalado no fundo da garganta dele.

—Isabella. —Olhei fixando minha atenção nele. —Eu preciso pergunta. —Eu percebia o quanto estava sendo difícil pra ele fazer aquela pergunta, mas era a profissão dele e ele precisava saber. — Você matou... o...Thomas. — Ele dava uma pausa diante de cada palavra que ele pronunciava.

—Charlie. —O tom de voz da minha mãe era recriminatório.

—Deixe-o mamãe, eu sei que ele precisa perguntar isso e sei que você também quer saber a resposta dessa pergunta. Não papai, eu não fiz isso eu nem consigo entender como isso aconteceu. —Foi impossível conter minhas lágrimas.

—Querida eu vi a pericia inicial e a menos que alguém tenha entrado na sua casa você e a única e principal suspeita, você foi presa em flagrante porque não tinha sinais de arrombamento nas portas e nem janelas e os muros são altos e não tem como pularem, isso sem considera que você mora em uma das áreas mais seguras do mundo. Além de não saber explicar pra policia o que aconteceu.

—Eu sei papai, mas eu não fiz o que me acusam.

—Se você está dizendo querida eu acredito. O Edward entregou as fitas de segurança da casa de vocês e logo você vai sair daquilo.

Pelo olhar do meu pai eu podia percebe que essas gravações só me deixariam mais na merda, se o Edward tinha tido aquela reação era por que ele tinha certeza de que eu era culpada.

—Amor, por favor, saia e me deixe conversa um pouquinho com a nossa filha, peça ao Amun que entre. —O Amun era um dos principais advogados do escritório do meu pai. Provavelmente ele seria também meu advogado.

—Mas Charlie porque eu não posso ficar?

—Querida eu e o Amun vamos trabalhar, você quer ver ela livre não quer?

Ela respirou fundo assentindo, meu pai sabia como convencer minha mãe, bastava tocar em mim que desarmava completamente minha mãe.

Minha mãe, pensar nela deixava toda minhas emoções mais afloradas. Ela era uma mulher tão forte e meu maior exemplo de como ser mãe. Suas roupas demonstravam que mesmo com quase sessenta anos ainda era uma mulher muito bonita, seus cabelos lisos muito bem cuidados refletiam um amarelo dourado como sol, seus olhos azuis claros se destacava mesmo no rosto que tinha algumas rugas pela idade que ela não fazia questão de esconder, suas roupas modelavam seu corpo que mesmo com a idade era muito bem cuidado.

Minha mãe me deu um beijo antes de se levantar pra sai, ela passou e deu um selinho no meu pai, eu admirava tanto eles, o relacionamento deles, era quarenta anos juntos. E pensar que um dia eu achei que meu casamento chegaria naquele nível.

Meu pai acompanhou cada passo dela em direção a saída e só quando teve certeza de que ela estava fora ele se virou pra mim novamente.

—Por que você ficou afirmando que o bebê tinha sido assassinado? Por que você não deixou o corpo ser levado como um acidente? —Eu sabia que se eu não tivesse insistido no assassinato eu não teria sido presa em flagrante e podia eu não teria que provar minha inocência presa.

—Eu estava tão nervosa quando eu tirei aquele bebê da piscina eu não consegui pensar em mais nada só queria entender o que estava acontecendo. Ele não engatinhava e muito menos andava pra que aquilo fosse um acidente eu só surtei. —Aquela não tinha sido a primeira vez que eu surtei.

—Filha você pode confiar em mim eu só vou pergunta mais uma vez e eu preciso da verdade.

—Eu já disse que eu não fiz nada, poxa eu não matei o Thomas pelo amor de Deus ele é só um bebêzinho, eu não tenho coragem de matar nem um inseto imagina um bebê.

—Ele era um bebêzinho Isabella, era. —Eu não sabia se ele tinha realmente acreditado no que eu dizia, fechei meus olhos apoiando minha testa no tampo frio da mesa a minha frente, permiti minha mente viajar nas lembranças daquela manhã.

[...]

—Bella, amor. —Eu sentia o Edward me chamar, mesmo com muito sonho eu abri os olhos e o encarei, na noite que antecedeu aquela manha eu tinha tomado dois dos meus comprimidos para dormi, o que normalmente me faria dormi até a hora do almoço. —Eu preciso de um favor seu.

—Hum. —Estava sendo uma tarefa muito difícil manter meus olhos abertos.

—Bella você está prestando atenção em mim? —Balancei a cabeça afirmando.

—Eu preciso que você fique com o Thomas pra mim. —De novo aquela história, eu estava cansada de dizer que eu não serviria de babá pra ele.

—Não. —Se era aquilo que ele queria eu podia muito bem aproveitar que eu ainda estava sobre os efeitos dos poderosos comprimidos e dormi em paz.

—Bella. —Ele me sacudiu de novo, porque ele simplesmente não podia aceitar uma negativa e me deixar em paz.

—Me deixa em paz Edward.

Será que ele não entendia o quanto aquilo era horrível, o quanto ele ficar tentando força uma aproximação minha com o filho dele, com o fruto da traição dele. Que saco, eu já tinha dito que não ficaria com o bebê qual era a dificuldade dele entender aquilo. Aquela criança não substituiria meu filho.

—Eu não tenho com quem deixá-lo e a babá dele teve um problema e machucou a mão.

—Ligue pra sua mãe.

Ele realmente tinha conseguido espantar meu sono com aquele papo, naquele momento eu estava realmente com muita raiva dele.

—Já fiz isso, já liguei pra todo mundo que eu poderia deixar ele, mas estão todos com compromissos que não podem ser adiados.

—Já tentou a mãe desse bebê. —Eu não gostava de falar daquela mulher, muito menos saber que meu marido ainda mantinha contato com ela, mas ela era uma opção melhor do que eu. Como o sono já tinha ido embora me virei, ficando de barriga pra cima e olhando pela primeira vez pra ele, mesmo que eu buscasse o máximo ficar longe daquele bebê eu sabia que ele era uma coisinha encantadora eu já tinha tidos muitos “vacilos” em relação ao uma das minhas principais missões nos últimos meses que era ficar longe dele. O Edward segurava sua copia numero dois nos braços com uma confiança, uma segurança ele realmente tinha nascido pra ser pai. Aquele bebê era tão parecido com meu marido e conseqüentemente tão parecido com meu filho que chegava a me assustar com as semelhanças, se não fosse o cabelo desse ser loiro enquanto o do meu príncipe era um tom mais escuro, um castanho bem clarinho qualquer um poderia jurar se tratar do meu filho, meu filho morto. Diante daquela constatação eu senti meus olhos encherem de lágrimas, mas consegui me conter eu não queria começar meu dia chorando.

—Ela está viajando Bella, alguma coisa no sul, e como a babá dele esta machucada eu já pedi ela pra vim ficar com ele nos outros dias é só hoje eu prometo.

—Não Edward. —Eu disse e me levantei da cama eu já tinha perdido meu sono mesmo, ficar deitada ali só pioraria as coisas eu começaria a pensar em besteira e seria só ladeira abaixo. —Já tentou minha mãe? —Eu sabia que ela não se oporia a ficar com o menino por algumas horas, peguei meu roupão vestindo queria logo encera aquela conversa e pode fazer minha higiene matinal em paz.

—Sua mãe mora longe, você não vai fazer nada o dia inteiro o que te custa. —Observei pelo canto do olho ele colocar o pequeno bebê em cima da nossa cama, onde minutos antes eu estava deitada. Ele colocou o bebê sentado, mas o pequeno não conseguiu sustentar o peso do corpo e caiu para trás nos travesseiros. Aquele bebê estava bem atrasado, ele já estava se encaminhando para o sétimo mês e nem rolava na cama como era comum os bebês fazerem, tirando o fato de conseguir sustentar sua cabeça, ele não tinha evoluído em nada, será que a pediatra dele ainda não tinha percebido isso ou ainda estava com aquele discurso que cada bebê tem seu tempo quando na verdade ela nem fazia exames mais específicos pra saber se de repente ele tinha algum problema nos ossos ou se era algum problema com estimular mais ele, se fosse meu filho eu com certeza já teria exigido isso, mas como não era eu preferia só observa de longe sem me meter, ele tinha mãe e pai pra isso. Mas minha sogra estava de olho na tal pediatra, afinal o hospital que aquela medica trabalhava era dela.

—Me custa muito e eu já disse que não, então tente minha mãe ou leve ele para o seu trabalho com você.

Ele passou a mão pelo cabelo em um claro sinal de irritação.

—Desculpa. —Ele se aproximou de mim e me deu um beijo suave e simples um cumprimento de bom dia e continuou. —Mas eu estou atrasado tenho uma reunião daqui a pouco, prometo que volto depois do almoço são só algumas horas. —Antes que eu pudesse entender o que ele dizia ele já estava fora do quarto, ele tinha saído correndo como uma criança que sabia que estava aprontando e me deixado ali com aquele bebê.

—Edward. —Gritei, meu grito assustou o bebê que resmungou, não foi o suficiente para ele chorar, mas ele não gostou muito. Sai do quarto sem me preocupar com o bebê, ele estava no meio da cama e não rolava mesmo então ele não cairia. Eu ainda pude encontra com o Edward ele estava começando a descer a escada, ele já tinha vestido o palitó e estava com a pasta dele na mão. Chamei ele de novo, ele não podia deixar aquele bebê ali quando eu já tinha dito que não queria tomar conta dele. Ele se virou pra mim e subiu os poucos degraus que tinha decido, parando na minha frente antes de falar:

—E só algumas poucas horas eu prometo. —Ele se aproximou mais de mim e me deu um selinho e só me restou ficar ali observando ele ir.

Só quando a porta do andar de baixo bateu que eu despertei e voltei para o quarto, como não me resta mais escolha, eu tinha que cuidar daquele bebê. Parei em frente à cama o bebê me acompanhava com o olhar, mesmo com seu atraso nos movimentos ele era bem curioso, estava sempre com os belos olhos verdes bem abertos prestando atenção em tudo.

—Já que seu pai nos deixou sozinhos, você aguarda ai que eu vou ao banheiro e já volto. Qualquer coisa chora que eu volto correndo ok? —Ele riu pra mim e foi impossível não direcionar um sorriso de volta a ele, eu sabia que ele não tinha culpa, era só mais um inocente no meio daquela confusão toda.

...

—Isabella. —Meu pai me chamou me tirando das minhas lembranças, eu ainda não acreditava que ele tinha morrido, eu estava buscando esquecer o momento em que eu tirei ele daquela piscina já sem vida.

—Sim. —Minha voz estava tremula, eu estava lutando muito contra as lágrimas. Naquele momento tudo aquilo voltou a fazer sentindo, tudo começou a se mostrar mais claro. Meu Deus eu estava presa sendo acusada de ter matado aquele menininho. Como alguém pode ter tido coragem de matar um bebê.

—Você não ouviu nada do que eu falei não é?

Eu nem sabia que ele tinha falado mais nada. Com certeza eu devo ter viajado, já que eu nem tinha reparado o Anum na sala.

—Sinto muito.

Senti uma lágrima traiçoeira escapar rolando pelo meu rosto e eu enxuguei buscando me controlar, quantas vezes eu já tinha feito aquilo era só por mais alguns minutos e depois eu ficaria sozinha e poderia chorar sem preocupar ninguém.

—Querida. —Meu pai se levantou e veio se sentar ao meu lado e me puxou para seus braços. —Vai dá tudo certo. —Não eu tinha certeza que daria tudo errado, desde do inicio da minha gravidez as coisas começaram a dar errado e só estavam despencando eu não sabia mais o que fazer. Só podia ser alguma praga ou maldição não era possível o que eu tinha feito para vida me bater tantas vezes e tantas vezes mais e com tanta força. Eu já não aquentava mais. Permiti que meu pai me consolasse por mais alguns minutos, eu sabia que aquele não era o momento mais indicado para que eu fracassase, então tirei forças de onde eu nem sabia que eu tinha e me concentrei para parar de chorar, meu pai tirou um lenço do bolso do terno e me estendeu, enxuguei minhas lágrimas e me afastei do abraço dele, eu precisava começar a entender o que estava acontecendo e quais seriam os próximos passos para conseguir prova minha inocência.

—Então o que realmente eles têm contra mim? —Perguntei diretamente ao Anum eu não sabia o que eles tinham dito no momento em que eu passei presa nas minhas lembranças então seria melhor começar buscando saber o que eles estavam me acusando.

—O seu marido acabou de tirar sua chance de alegar que alguém possa ter entrado na sua casa, porque ele entregou a pouco uma fita com as gravações do dia de hoje e a pericia já analisou e provou que não houve se quer uma aproximação suspeita. —Eu não estava entendo o por que eles estavam trabalhando com tanta presa para provar que eu era culpada, a pericia nas filmagens devia demorar pelo menos alguns dias e não ser imediata.

—Porque essa presa, como que eles já tem um laudo? —Expressei minhas duvidas.

Percebi uma troca de olhares entre meu pai e o Anum, eles estavam me escondendo algo.

—Eu tenho o direito de saber.

—Não é um laudo oficial, o laudo oficial só sai em alguns dias, mas o delegado já procurou rapidamente naquela gravação e nada consta, mas eu já solicitei uma pericia mais especifica pra descobri se foi editado ou coisa do tipo. —Ele estava certo antes de descarta a gravação como prova da minha inocência precisávamos ter certeza dela não ter sido modificada ou nada, porque se realmente ninguém tivesse entrado lá e feito aquilo pra me incriminar, não restaria mais nada em que eu pudesse me defender e eu acabaria pagando por um crime que eu não tinha cometido, porque eu tinha total certeza de que eu não tinha feito aquilo.

—Eu tenho certeza de que vão achar algo. —Só me restava ter esperança.

—O Anum entrou com um pedido de habeas corpus, mas você precisa saber que e cinqüenta por cento pros dois lados, a grandes chances de não ser concedido. —Meu pai nem precisava falar aquilo porque eu tinha total ciência, tanto que eu nem perderia meu tempo solicitando um, por que, dificilmente algum juiz me deixaria aguarda o julgamento em liberdade, não sendo acusada do crime que eu estava sendo. E meu pai estava completamente enganado, as chances de me ser negado era bem maiores.

—Eu sei.

O Anum me olhou com pena, ela tinha me visto cresce e sabia que não devia está sendo nada fácil pra ele me ver naquela situação.

Batidas na porta nos tirou daquele silencio constrangedor. Minha melhor opção era aqueles dois sentando ali na minha frente. Minha mãe voltou a sala com meus comprimidos em mão ela me estendeu o potinho que vinha sendo minha salvação desde o dia em que eu perdi meu filho. Tomei dois comprimidos sem nem precisar de água eu já estava acostumada com eles e nem sempre tinha água por perto quando eu precisava tomá-los.

—Querida pensei que você tinha diminuído a dose. —Quem falou foi meu pai, como que eu podia diminuir a dose naquele momento.

—Vou pedir uma ordem de restrição para o Edward ele está muito abalado com tudo o que aconteceu e não sei do que ele é capaz. —Não disse nada, eu nunca imaginei que chegaríamos aquele ponto, não com ele.

Um policial mal encarado entrou na sala avisando que nosso tempo tinha chegado ao fim. Minha mãe se aproximou de mim e me abraçou.

—Eu vou trazer produtos de higiene pessoal pra você e algumas comidas que você gosta. —Abracei ela aproveitando aquele momento. —Não se preocupa seu pai vai tira você daqui.

—Mamãe não se encha de esperança eu sei muito bem qual é a minha situação. —Eu não tinha feito o que me acusavam, mas as provas estavam todos contra mim e seria muito difícil conseguir provar que eu não era culpada eu podia dizer isso só olhando pro rosto dos dois homens que mais me inspiraram na minha profissão. Se os melhores pareciam perdidos eu tinha um bom spoiler de como eu estava ferrada.

—Pensamento positivo querida, só pense positivo que vai dá certo. —Não, nada daria certo e sinceramente e era tão ruim porque eu não conseguia me importar.

STORM - CAPÍTULO 03

Esme Cullen

Tomei um susto com a porta do meu quarto sendo aberta de forma abrupta. Encarei o estado do meu filho mais velho, Edward. A Blusa estava suja e manchada de vermelho que eu esperava profundamente que não fosse sangue, o rosto tinha um hematoma grande no olho como se ele tivesse sido socado com força naquela região. Ele andava em tropeços se colocando dentro do meu quarto.

—Querido. —Levantei as pressas da cama e fui até ele, constatando o fedor de bebida. —Você bebeu? —Perguntei sabendo que bebida naquele momento era uma péssima opção, mas que servia pra pelo menos distraí-lo da dor. Assim que sai da cirurgia e fui informada pelo meu marido, Carlisle, o que tinha acontecido e depois do choque inicial eu tinha ido procurar ele em todos os lugares possíveis, mas eu não consegui encontrar em lugar nenhum então apenas fiz como meu marido aconselhou e o deixei em paz sabendo que no momento certo ele iria aparecer. Obvio que era difícil apenas ignorar, mas eu apenas respeitei. Eu não imaginei que ele iria invadir meu quarto às duas e meia da madrugada completamente bêbado.

—Você vai me odiar? —Ele perguntou com os olhos cheios de lágrimas. —Por que eu estou me odiando agora? —Ele começou a chorar em prantos.

—O que aconteceu? É claro que eu não vou odiar você.

Ele se sentou ao chão próximo a porta em um tombo, como se as pernas já não agüentasse o corpo. Abaixei-me próximo dele e peguei a mão dele tentando atrair a atenção. Eu queria muito entender tudo o que tinha acontecido, mas sabia que eu precisaria ter paciência por que ele estava bêbado.

—Vamos pro hospital? —Pedi. Sabia que um pouco de soro e eu podia conversar com meu filho com normalidade e ele precisava ver aquele olho que estava começando a ficar inchado.

—Não quero de forma nenhuma voltar para aquele lugar. —Ele disse com ódio. —Posso te pedir pra vender aquela porcaria eu compro outro hospital pra você.

—Vender o hospital não vai mudar nada. —Prometi. Sabia que ele tinha tidos os piores momentos da vida dele naquele lugar, mas vender aquele lugar não iria excluir nada.

—Vende que eu compro, vou demolir e plantar algumas árvores.

—Isso é um plano bom.

—Como a Bella pode matar a meu filho? —A voz dele estava sofrida.

—Querido a Bella que eu conheço jamais mataria ninguém.

—A que você conhecia podia até não matar, mas é aquela que fica semanas trancada naquele quarto, a que chora o dia inteiro e só consegue fingir que está sociável quando está cheia de remédios ou aquela que tentou se matar? A minha Bella jamais teria se entregado fácil assim. —Sim. Eu concordava que a Bella que eu conhecia era forte demais pra se entregar como ela tinha se entregado, mas o que podíamos fazer? Eu não tinha idéia do que era perder um filho principalmente por ela ter desejado tanto aquele menino. A Overdose ainda era um tema complicado porque ela jurava que não tinha tentado suicídio, que só tinha tomado aquela quantidade de comprimidos por que queria dormi e não estava conseguindo com os comprimidos comuns, mas era difícil acreditar quando os médicos diziam o contrário.

—Eu fiz tudo errado, não fiz?

Acaricie o rosto dele enxugando algumas das muitas lagrimas que estava ali.

—Eu devia ter me separado quando o Thomas nasceu, devia ter deixado-a livre pra ser feliz, mas eu amo tanto ela... — Ele se culpava todos os dias por ter traído ela, mas era um conflito de sentimentos por que ele não conseguia se arrepender do que fez já que o filho dele era fruto daquilo. O filho que agora estava morto.

—A única forma dela ser feliz era com você. —Me sentei ao lado dele no chão. —Você lembra que depois do enterro só existia você pra ela o quanto ela se tornou ainda mais dependente? —Fechei os olhos tentando afastar aquelas lembranças doloridas. Aqueles primeiros meses foram muito difíceis pra todos nos, mas nada do que foi pra ela. Ela ignorava completamente qualquer outro e só permitia o Edward entrasse naquele mundo que ela pareceu se enterrar junto com o filho, foi muito tempo até que finalmente ela começasse a se força a socializar novamente.

—Mas olha tudo o que aconteceu? Eu devia ter ao menos deixado o Thomas com a Irina, mas eu achei que ter uma criança em casa fosse fazer bem a ela? —Respirei fundo, eu tinha sido contra aquele plano, mas todos os outros foram a favor até mesmo os pais dela. Eles sabiam do amor que a filha tinha por crianças e contavam que com meu neto lá ela não resistiria e talvez aquele menino pudesse trazer alguma luz aos olhos dela. Mas eu era contra porque não era difícil esquecer que ele era um bebê que foi fruto da traição do meu filho e se meu marido me traísse um dia e engravidasse a amante eu não queria de forma nenhuma ter nenhum tipo de contato com o tal bebê e eu me colocava no lugar da Isabella naquela situação, mas fui voto vencido e só concordei com isso.

—Todo mundo achou, até mesmo os pais dela. —Eu tinha que pensar muito antes de dizer qualquer coisa a ele, era tão difícil consolar ele naquele momento eu nem sabia o que dizer.

—Eu a perdi mãe. —Ele afirmou com tanta convicção.

—Não perdeu não amanhã nos vamos à delegacia e tentar entender o que aconteceu.

—Você não tem idéia do que eu fiz não é mesmo? —Olhei pra ele tentando decifrar o que viria depois. —Eu quase matei a Isabella hoje. —Minhas mãos deixaram o rosto dele sem cerimônia. Eu estava pronta pra qualquer coisa que ele pudesse me dizer, menos aquilo.

—Como assim Edward? O que você fez? —Perguntei assustada.

—Eu fui ver ela na cadeia queria entender o que aconteceu, mas tudo se misturou e quando eu vi eu já estava enforcando ela se o Charlie não tivesse chegado eu teria matado ela. Eu teria matado ela mamãe. —Ele riu, mas assim como eu ela não parecia está achando graça. Eu não conseguia imaginar meu filho fazendo algo daquele tipo. —O que eu faria se ela estivesse morta? Como eu viveria em um mundo onde ela não existisse? —Ele abaixou a cabeça chorando. Eu amei tanto quando descobri que eu iria ser avó e quando tudo começou a dar errado nenhum de nos conseguiu ser totalmente forte e todos nos tínhamos desmontado em algum momento, mas ele sempre parecia está forte e segurando tudo o que sentia e segurando a todos, principalmente a Isabella. Eu já sabia que uma hora ou outra ele acabaria não aquentando e eu tinha medo de quanto aquele momento chegasse porque eu não fazia idéia de como ele reagiria e vendo ele daquela forma tão vulnerável eu soube que ali estava o que eu mais temi e que não me restava muito além de ser forte pra não deixar ele ir para um caminho sem volta.

—Mas isso não aconteceu? Ela está bem certo? —Perguntei mesmo tento medo da resposta.

—Sim. —Ele disse soluçando e se levantou indo deitar na minha cama. —O Charlie me socou e me tirou de perto da filha dele prometendo que eu nunca mais me aproximaria. —Mas se ela fez o que a acusam ela logo não vai está e eu vou perder o filho e a mulher.

Ver ele assim em prantos completamente entregue as lagrimas e ao que sentia me partia o coração e eu tinha a vontade de sentar ao lado dele e começar a chorar também. Aqueles dois não mereciam nem metade do que já tinham sofrido.

—Nos vamos sentar e conversa como uma família. —Ele riu alto sabendo que seria difícil manter qualquer dialogo com os Swans naquele momento. A Isabella era o ponto fraco do nosso casal de amigo e o Edward tinha ultrapassado todos os limites com a atitude que ele teve hoje.

—Não somos mais uma família por que ela matou meu filho, o papai disse que se ela for condenada ela vai ser morta e não vai me resta mais nada. —Argumentou. O Carlisle deveria ter mantido a boca fechada e não falado nada com ele naquele estado. Ele ergueu o corpo da cama ficando em pé com esforço. Me levantei pronta para tentar ampará-lo se ele precisasse já que estava andando cambaleando. —Eu devia terminar com tudo isso agora e me juntar a eles do outro lado, talvez lá conseguimos ser felizes...EU meus dois filhos e minha mulher.

—Não fale uma bobeira dessas. —Tentei me aproximar dele mais ele se afastou com rapidez impressionante para alguém que estava naquele estado.

—Isso... é isso que eu devo fazer. Eu vou primeiro e espero minha esposa lá, talvez com flores se eu encontrar. —Ele riu com ironia.

—Edward Cullen isso não tem a menor graça. —Afirmei ficando realmente preocupada com o rumo que aquilo estava levando ele, não suportaria de forma nenhuma perder meu filho principalmente com ele tirando a própria vida. —Não pense uma coisa dessas a Isabella não fez o que a acusam e quando isso for provado talvez vocês possam ter uma segunda chance.

Ele voltou à cama se sentando, fui até ele me sentando ao seu lado.

—Nos tivemos, devíamos ter sido felizes ela só tinha que amar o Thomas e nos três ficaríamos bem. —Às vezes ele parecia não entender as coisas como eram.

—O Thomas não é um bebê que veio pra vocês dois serem felizes. Edward ele é filho de uma traição sua e isso não e fácil de lidar principalmente quando você acaba de perder um filho e eu te avisei isso, mas vocês acharam que podiam substituir o filho dela e olha no que deu.

Ele riu alto. Eu não tinha nenhuma paciência para lidar com ninguém bêbado.

—Você está se contradizendo. Afinal pra você ela matou ou não matou meu filho? —Um soluço mais alto rompeu o peito dele. —Isso dá uma boa aposta, cadê o Emmett? Precisamos organizar isso.

—Pare já com isso. —Eu nunca tinha visto alguém naquele estado emocional antes, ele parecia está desmoronando e tentando se fazer de forte fazendo graça só que nada daquilo tinha graça. —Eu já disse que sei que ela não fez isso.

—Mas ela tem que ter feito porque se não eu não sei o que eu vou fazer, eu jamais vou saber conviver comigo mesmo pelo que eu fiz a ela e se ela não tiver feito eu não sei como vou encarar ela. —Ele abaixou a cabeça na minha perna e eu preferi deixar aquele assunto pra depois, ele estava bêbado e talvez nem se lembrasse de nada daquilo que tínhamos conversado quando acordasse e ele precisava da culpa, se ele se sentia culpado significava que muita coisa ainda estava dentro dele e ele só não estava sabendo lidar. Amanhã com ele sóbrio e com meu marido em casa resolveríamos aquilo.

[...]

STORM - CAPÍTULO 04

Eu não sabia ao certo quanto tempo eu tinha passado ali dentro daquela cela, eu não me importava muito com o tempo eu não tinha nada pra fazer mesmo do lado de fora então eu podia lidar com aquele tempo ali dentro. Só estava precisando de um banho, eu tinha me queixado disso com meu pai na ultima visita, mas era difícil eu estava presa em uma delegacia e ali não tinha um lugar ideal para que eu fizesse uma higiene básica e meu pai tinha medo de exigir demais e eu acabar sendo transferida para um presídio. Se eu fosse transferida ai sim eu estaria com problemas, eu ficaria sem remédio e provavelmente não seria bem recebida levando em conta o crime que eu estava sendo acusada.

Meu pai estava fazendo de tudo pra provar minha inocência, mas não queria me manter ali dentro por mais tempo, minhas opções era hospital psiquiátrico ou a morte e diante dessas alternativas eu não tinha que ficar sofrendo ainda mais dentro daquela cela então o julgamento seria logo. Ele não estava nada confiante com aquele julgamento, as coisas que ele tinha me dito me deixava muito confusa eu tinha certeza de que eu não tinha feito aquilo, porém eu não me esvaia totalmente da culpa não quando ele estava sobre a minha responsabilidade eu devia ter vigiado ele, o Edward tinha confiado em mim. Mas as palavras do medico me deixaram bem confusa. A melhor estratégia pro meu pai era alegar doença mental, falar que eu ainda não tinha superado o luto pelo meu filho e tinha feito isso por causa dos fortes remédios que eu andava tomando. De toda forma ele não estaria mentindo eu jamais conseguiria superar a morte do Antony e me doía ter que responder por algo que eu não tinha feito, mas pra provar o contrario eu necessitaria de tanta energia e uma energia que eu não tinha naquele momento. Por mim a pena de morte seria bem vinda e só daria fim a todo aquele sofrimento, mas eu entendia o como aquilo doeria nos meus pais então se eu tivesse que passar o resto dos meus dias em uma clinica psiquiátrica eu o faria sem reclamar.

Fechei meus olhos e a memória de como todo aquele inferno tinha começado atacou minha mente:

{...}

—Que inferno você percebe quanto é incompetente? A única coisa que eu pedi a você foi para que você me desse um filho e nem isso você é capaz de fazer. —Ele gritou apontando o dedo pra mim...

Acordei vendo que aquela discussão não tinha passado de um sonho ruim, ele jamais falaria aquele tipo de coisa pra mim, mesmo que pensasse e tivesse motivos pra pensar assim.

—Tudo bem amor? —Ele perguntou acordando também. Esfregou os olhos e se sentou ao meu lado.

Balancei a cabeça negando eu não estava me sentindo nada bem.

—Eu tive um sonho ruim.

Ele me puxou pra ele e voltou a se deitar me levando junto, me aconchegando no peito dele.

—Que me contar?

Ele estava fazendo um carrinho tão bom na minha cabeça que eu estava quase dormindo novamente.

—Não —Eu não podia contar a ele o que tinha acontecido, se eu falasse qualquer coisa ele iria voltar com aquela conversa de que devíamos para de tentar.

—Você deve está nervosa com amanhã e por isso esses pesadelos. —Eu sabia que ele iria arrumar uma brecha pra tocar nesse assunto.

—Edward. —Implorei que ele não voltasse aquela discussão.

—Isabella. —Imitou ele. —Eu só quero o seu bem nos podemos ter filhos de outra maneira. Existe adoção, inseminação artificial, barriga de aluguel... São tantas as opções. Eu só não acho justo você ficar se submetendo a todas essas cirurgias.

Revirei os olhos com a contradição das suas palavras.

—Você mesmo disse que adoção não é pra você, você não sabe se vai conseguir amar uma criança que não é sua. —Ele tinha dito isso durante uma das nossas conversas no início do casamento sobre filhos. Eu queria ter os meus biologicamente falando e queria adotar outros eu amava crianças e sim eu sabia que podia amar qualquer um como se fossem meus próprios filhos, mas ele se mostrou contra alegando que não sabia se conseguiria amar (amor de pai) uma criança que não era dele.

—Isso foi no passado quando eu não sabia muito sobre o assunto, mas eu andei fazendo umas pesquisas e pode dar certo.

—Eu quero engravidar Edward, eu quero sentir meu filho se desenvolvendo dentro de mim e depois amamentar e eu não vou abrir mão disso então nada de barriga de aluguel. Nós podemos adotar depois e inseminação artificial pra que se meu problema não é pra engravidar e sim manter o feto? —O problema não era engravidar mesmo, essa parte era até fácil. Quantas vezes eu já tinha ficado grávida? A resposta era simples nove em sete anos de casamento eu tinha engravidado nove vezes e eu não tinha conseguido manter nenhum dos bebés, eu sempre sofria um aborto espontâneo antes mesmo que chegassem ao três meses.

—Eu não sei só... Por favor Isabella. Promete pra mim que essa vai ser a última cirurgia e se não der certo você vai parar com isso.

—Você quer parar com esses pensamentos negativos. Você precisa pensar positivamente eu sinto que dessa vez vai funcionar.

—Ok.

Não tinha nenhuma convicção na voz dele, mas eu não podia culpá-lo não depois de tantas decepções.

[...]

Eu não fazia idéia de quanto tempo eu estava sentada naquela mesma posição com aquele exame mostrando positivo na mão, porém devia fazer um bom tempo por que ele já tinha chegado do trabalho.

—Aconteceu alguma coisa?

Ele não precisou se aproximar muito pra ver o que estava na minha mão.

—Positivo? —Ele perguntou e se sentou ao meu lado.

—Sim. —Eu queria me sentir cem por cento feliz, mas eu não conseguia. Não com a ameaça constante de um dia eu acorda e já não está mais grávida de ter abortado enquanto dormia.

—Vai ficar tudo bem. Lembra pensamento positivo vai dar tudo certo.

Nem ele mesmo acreditava nas palavras dele.

—O médico não disse que a cirurgia foi um sucesso? —Balancei a cabeça afirmando. —Então. Vai dar tudo certo.

—O fato da cirurgia ter dado certo não significa que eu vou conseguir você bem sabe que ele não me deu garantia nenhuma era só uma alternativa que podia funcionar.

O médico não tinha me enganado ele tinha deixado bem claro quais eram minhas chances.

—Então vamos se apegar ao fato de que pode funcionar.

Ele me abraçou e deu um beijo no topo da minha cabeça.

—Eu te amo independente do que acontecer eu vou estar aqui.

—Eu te amo tanto. — Larguei o papel no chão e me virei pra ele me virando e abraçando ele. Mesmo com tudo ele nunca saiu do meu lado e essa era a maior prova de amor que ele podia me dar.

[...]

—Vamos? —Ele perguntou pegando a chave em cima da mesinha.

—Você se incomoda em não sabermos o sexo hoje? —Perguntei.

Ele me olhou sem entender eu sabia que aquela era uma atitude incomum em outras vezes eu era a mais ansiosa pra descobrir o sexo começar a compra roupinhas, arrumar o quarto. Mas eu não conseguia expulsar aquele medo de que eu pudesse perder e depois que eu me apegava era bem mais difícil lidar com a perda.

—Mas eu pensei...

Eu sabia que ele estava realmente acreditando que dessa vez pudesse dar certo. E o resultado daquela cirurgia era o grande culpado disso, mas eu não conseguia não depois de tantas percas.

—Eu sei, mas eu só quero esperar mais um pouquinho. —Eu estava perto de completar quatro meses e isso era um recorde eu nunca tinha chegado tão longe.

—Você que sabe baby. A decisão é sua.

[...]

Fizemos o caminho em silêncio, o único barulho era o dos carros na rua.

—Fica calma vai dá tudo certo.

Ele apertou minha mão. Respirei fundo e saímos do carro.

Eu tinha pavor daquele lugar, ali eu tinha recebido minhas melhores e piores notícias dos últimos anos.

Aquela musiquinha de elevador só servia pra me deixar mais irritada. Chegamos hall de entrada. Parei ele é pedi:

—Você pode ir lá que enquanto eu espero aqui sentada?

—Está tudo bem?

—Sim só me irrito com toda a formalidade.

—Tudo bem então me espera lá.

[...]

Eu nunca tinha feito tantos exames na minha vida, mas eu sabia que era importante para saber se estava tudo bem e com meu histórico eram mais do que necessários.

—Vão querer saber o sexo?

Ele me olhou como tinha dito antes de saímos de casa quem decidiria seria eu.

—Agora não.

—Ok.

Eu não conseguia tirar os olhos da pequena tela. A médica passou o aparelho pela minha barriga e uma imagem ocupou todo o espaço da tela, eu não conseguia identificar nada ali, a médica fez um movimento e mexeu em alguns botões e de repente eu conseguia ver com exatidão meu bebêzinho. Senti o toque da mão do Edward se intensificar eu olhei pra ele e tinha uma lágrima escorrendo do olho dele.

—Vocês tem certeza sobre não querer saber o sexo do bebê? Tenho uma boa visão.

O Edward me olhou cheio de expectativa, eu sabia que ele queria saber e mesmo cheia de medos de que me apegando e criando laços (mais ainda do que já existia) eu sofreria mais na hora de me despedir eu dei autorização pra ela dizer o sexo.

—É um menino. Um menino bem grande.

Senti um beijo ser depositado no meu rosto, mas eu não conseguia tirar meus olhos da tela.

—Prontos para ouvir o coração? —A médica perguntou.

—Por favor. —O Edward pediu e a doutora mexeu em uns botões e um som bem fraquinho tomou conta do ambiente. Aquele era o som mais gostoso da face da terra.

—Hum.

Ela mexeu mais um pouco antes de para o exame de forma abrupta:

—Me dê licença, por favor.

—Está tudo bem? —O Edward perguntou preocupado.

—Sim só preciso de uma segunda opinião.

Ela saiu do quarto e eu encarei o Edward, não precisava nem ser muito inteligente pra saber que alguma coisa tinha acontecido e que alguma coisa estava errada.

[...]

Eu ainda não entendia direito o que estava acontecendo, minha única certeza era que algo de muito sério e errado estava acontecendo com o meu bebê e ninguém queria me dizer nada, eu tinha feito tantos exames.

—O bebê de vocês têm um sério problema no coração. —Eu só consegui me prender a essas palavras todo o resto que ele explicou sobre a doença que meu pequeno bebê tinha passou que eu não consegui entender nada.

—Mas esse problema tem cura? —Perguntei interrompendo o que o médico dizia.

—A melhor opção nesses casos é o transplante.

—Transplante? Mas ele é só um bebezinho. —Ele nem tinha nascido como ela queria fazer um transplante? Não aquilo era loucura dela.

[...]

—Você precisa ficar calma não se esqueça que você está grávida.

Só ele podia achar que eu pudesse ficar calma diante de tudo aquilo que eu ouvi naquele hospital. Hoje era pra ser um dia feliz tínhamos descoberto que nosso pequeno bebê era um menino e em outro momento eu faria até uma festa por esse simples fato, mas agora...

—Você tem que trabalhar? —Perguntei só podia ser isso já que ele estava separando uma roupa social.

—Infelizmente eu tenho uma reunião muito importante hoje. Vai ser rápido, mas eu vou ligar pra sua mãe.

Fiz uma cara feia eu precisava dele.

—Eu não quero minha mãe eu preciso de você.

Ele olhou pro celular e pra mim e com um sorriso triste ele desistiu.

—Saiba que vamos ficar um monte menos rico se minha secretária não conseguir remarca essa reunião. —Ele digitou alguma coisa no celular e deixou o aparelho por ali.

—Tira o sapato antes de deitar. —Reclamei vendo que ele faria exatamente o que eu tinha dito.

—Chata. —Debochou.

—Que você ama. —Provoquei.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou pra ele.

—E como amo.

Ele começou a me beijar me puxando cada vez mais pra ele e eu senti a temperatura aumentar. Me afastei um pouco buscando ar.

—Eu acho que estamos precisando relaxar um pouco. —Ele disse cheio de malícia.

[...]

—Você demorou. —reclamei assim que ele entrou no meu campo de visão. Deixei o livro que eu lia de lado e me virei pra encarar ele.

Eu o estava esperando para jantar e ele estava uma hora atrasado.

—Fui ao shopping.

Estranhei, ele odiava o shopping.

—Shopping?

—Sim queria dar o primeiro presente ao meu filho.

Ele me estendeu uma caixinha branca e antes mesmo de abrir o presente eu já sentia meus olhos cheios. Abri o presente com delicadeza e meus olhos transbordaram com o minúsculo sapatinho na cor branca, era tão pequeno e delicado.

—E lindo.

—E tem mais...— Ele me estendeu um outro embrulho retangular, um pouco maior do que o primeiro.

Abri curiosa e não me surpreendi nada por ter uma camisa do time dele, Real madri, só que em uma versão minúscula. Senti meu coração aquecer só de imaginar um menininho de olhos verdes como os dele vestindo aquela camisa enquanto acompanhava o pai na frente da televisão assistindo, como ele chamada um espetáculo. Por mais que se ele colocasse meu filho próximo a ele pra assistir um jogo ele teria que aprender a se controlar e não poderia ficar gritando como normalmente ele fazia.

—Ele tem que aprender desde pequeno o que é bom.

—Quero só ver se ele torce pra outro time. —Provoquei, eu sabia do amor irracional do meu marido pelo esporte não tão comum e pelo time Real Madri.

—Prefiro que ele jogue em outro time. —Não acreditei que ele estava mesmo sugerindo que fosse melhor meu filho ser gay do que torce para um time de futebol diferente do dele.

—Edward.

Ele olhou como se a errada fosse eu.

—Nem vem com Edward.

[...]

—Finalmente meu irmão conseguiu dá uma dentro. —Provocou o Emmett, todos ali sabiam da nossa dificuldade em engravidar e eles tinham estado conosco em todos os ganhos e todas as perdas então eu não conseguia me ofender com aquele comentário principalmente por ter vindo do cara que chorou comigo por mais de duas horas quando eu perdi meu primeiro bebê.

Todos ali sabiam que meu bebê precisaria ser forte logo nos primeiros meses e todos, absolutamente todos tinham nos dados apoio e uma coisa que minha sogra disse me fez mudar minha maneira de enxerga as coisas. "Tenha fé minha menina que as coisas irão acontecer da forma que tenham que acontecer. Se preocupar demais não vai ajudar em nada e ainda pode prejudicar seu bebê. Então aproveite sua gravidez e deixe o futuro pra ser vivido no futuro." E claro que eu não conseguia deixar de me preocupar totalmente, porém eu deixei de me preocupar tanto.

—Ele sempre dá dentro Emmett. —Eu podia senti meu rosto esquentar, mas eu já tinha me acostumado com os comentários de conteúdo sexual de todos eles ali. Falar de sexo pra eles era como falar bom dia.

—Meu Deus já dá pra vê sua barriga. —Eu nem tinha visto a Alice se aproximar e nem ouvido ela chegar. Ela se ajoelhou na minha frente e colocou a mão na minha barriga. Uma vez eu tinha ouvido uma frase "barriga de grávida não tem dono" e aquela frase era tão real todo mundo chegava até mim acariciando minha barriga.

—Quatro meses né madrinha irresponsável. —Brinquei jogando no ar que tínhamos escolhido ela como madrinha.

—Quatro meses? Meu Deus parece que foi ontem que vocês chegaram aqui abatidos por causa de tudo e agora...— Ela levou mais tempo do que o necessário pra entender.—Madrinha? Sério?

Balancei a cabeça afirmando.

—Se você quiser é claro?

—Meu Deus... Meu Deus... —Ela deu uns pulinhos e se jogou em mim me abraçando o impacto do corpo dela contra o meu quase me derrubar, por sorte eu consegui me equilibrar.

—Alice pelo amor de Deus cuidado. —O Edward estava perto de mim em um instante e encarava a irmã mais nova com um olhar assassino. De repente eu tinha me tornado o centro das atenções.

—Fica calmo foi um incidente. —Mesmo que eu sabia o que provavelmente aconteceria se eu tivesse caído ali.

—Desculpa Bella.

—Tudo bem Alice. Mas você ainda não me respondeu se aceita ou não?

—E claro que eu aceito. Eu já estava mesmo pesquisando alguns modelos de quarto pra se inspirar eu pensei nas cores rosa e verde, um verde bem claro e vivo e bichinhos vai ficar tão lindo. —Ela disparou pra cima de mim sem nem respirar.

—Vamos ver com calma e juntas e não se esqueça que seu afilhado é menino. —Lembrei as vezes a Alice precisava de limites.

—Quando vocês começam a falar sobre bichinhos e cores eu saio. —Ele me deu um selinho antes de se voltar pra onde ele estava, junto com os rapazes.

Quando ele já estava longe pra ouvir ela comentou:

—Ele está todo bobo que vai ser papai né?

—Bobo e preocupado.

Ela fez uma careta e virou o rosto não deixando que eu olhasse pra ela. Minha cunhada sensitiva que simplesmente deixava tudo transparecer no olhar.

Não era difícil saber que tinha alguma coisa de diferente ali, Alice não era nada parecida com os pais. Enquanto o Edward era a cara da mãe, os cabelos em um tom entre o ruivo e o loiro, meio bronze, os olhos verdes e o rosto que lembrava muito a mulher que o tinha colocado no mundo o Emmett era a cara do pai, ambos loiros, olhos azuis e o rosto mais gordinho não tão fino como o da mãe e do irmão. Já a Alice ela não se parecia em nada com nenhum deles ali, baixa (muito baixa pra idade dela 1,56), cabelos em um tom preto e os olhos em um tom tão escuro quanto os cabelos, mais branca que qualquer outro ali. Ela possuía uma entrega e uma sensibilidade sobre humana (por mais que ela ficasse muito puta quando falássemos isso), não era atoa que o apelido dela fosse fadinha ela realmente lembrava uma fada. Minha desconfiança era que ela era adotada, por que não se parecia nem com o Carlisle e muito menos com a Esme pra ser fruto de uma traição. Mas o Edward garantia que se lembrava perfeitamente da mãe grávida e como ele já tinha 15 anos quando ela nasceu provavelmente ele realmente se lembrava e era só uma coisa diferente que procurando a ciência explicaria.

—Ele tem razão em ficar preocupado? —Perguntei, desde que eu tinha entrado pra família eu tinha me tornado amiga daquela baixinha e sabia perfeitamente interpretá-la, eu conhecia ela desde sempre.

—Eu só sei que você vai precisar ser muito forte e confiar em si mesma e em Deus, está tudo na mão dele.

—Alice o que vai acontecer? —Perguntei já ficando assustada eu confiava muito nas previsões futurísticas dela.

—Eu não sei Bells, só sei que viram tempos difíceis e você precisa ser forte e confiar em si mesma acima de tudo.

—Confiar em mim pra que Alice? —Coloquei a mão no meu ventre só querendo proteger meu bebê.

—Eu vou falar com a minha mãe cheguei aqui e nem falei nada com ela. Pode uma coisa dessa?—Ela levantou e fugiu ignorando completamente meus chamados. Eu sabia que não adiantaria insistir ela não me diria mais nada.

[...]

—Está tudo bem? —Ele perguntou me olhando, já era madrugada a festa tinha durado bem mais do que esperávamos. Mas foi bom um tempo em família.

—Sim só que a Alice me falou algumas coisas que me deixou nervosa.

Ele suspirou ele odiava quando a irmã bancava a vidente e por mais que cem por cento das vezes ela acertasse ele ainda sim fingia que ela não passava de uma boa observadora.

—Ignora. Ela também veio querer prever o meu futuro eu só ignorei.

—O que ela te falou? —Perguntei curiosa, como nossas vidas se misturavam o que ela falou pra ele pudesse esclarecer o que ela me disse.

—Ela disse que é pra mim não desistir de você.

—Você tem motivos pra desistir de mim?

—Não pira em. Estamos em uma fase maravilhosa, você vai me dá um filho, nossa vida sexual está excelente, você ainda é minha amiga e eu te amo. Porque eu desistiria de você?

—Sei lá. Não sou a Alice e não sei o futuro.

—Na saúde e na doença, na tristeza e na alegria até que a morte nos separe. Lembra? —Ele citou parte dos nossos votos.

Fiz como minha sogra disse e deixei de me pensar no futuro. Deitei minha cabeça no ombro dele e foquei minha atenção na estrada vazia que se estendia na nossa frente.

[...]

Eu estava sentindo uma falta de ar terrível, cutuquei o Edward e chamei ele.

—Que foi? Aconteceu alguma coisa? Desejo de novo?

—Eu não estou conseguindo respirar.

—Vem senta.

Ele me ajudou a me sentar, minha barriga já estava grande e incomodava um pouco.

—Respira como a médica recomendou.

Tentei fazer como a médica disse, mas não estava ajudando muito.

—Não está funcionando.

—Vamos pro hospital.

Ele se levantou e já foi por closet, ele voltou vestindo uma calça, blusa e um tênis e trazia um vestido meu em mãos.

[...]

—Eu não acredito que eu vou passar o resto da minha gravidez aqui? —Reclamei com a minha mãe. Minha falta de ar tinha chegado em níveis preocupantes é minha médica achou melhor que eu fosse observada 24 horas por dia.

—Pensa pelo menos aqui você vai conseguir respirar. —Minha mãe se achava muito engraçada.

—O papai chega quando? —Eu tinha uma ligação enorme com o meu pai ele ali conseguiria me deixar melhor, ele sempre tinha a palavra certa.

—Ele disse que ia tentar pegar o primeiro vôo que o trouxesse de volta e sendo por você daqui a pouco ele deve está aqui. —Eu sabia que ela só estava fazendo charme ela amava a relação que eu tinha com o meu pai.

—Mas sua cunhada como ela está? —Minha mãe era apaixonada pela Alice, ou melhor pelas visões da Alice.

—Bem mãe. Lembra ela é vidente pode prever o perigo. —Falei rindo e mexi naquela máscara de oxigênio. Aquilo incomodava muito. —Mas ela disse uma coisa que eu não consegui entender.

—O que?

—Que eu devia confiar em mim mesma. Mas isso pode significar muita coisa. Além de que ela disse que virão tempos difíceis.

—A primeira parte não significa muita coisa nada, não tem o que pensar muito ela disse pra você confiar em si mesma e você só tem que fazer isso e sobre os tempos difíceis você é forte vai superar qualquer coisa e você sempre pode correr pro meu colo eu te protejo de tudo. —Eu queria muito ir até ela é abraça-la, mas aquele monte de fios e tubos me impediam.

—Eu te amo mamãe.

[...]

—Hoje eu vou dormi com você. —Ele anunciou.

—Bem que eu queria que você dormisse comigo. —Falei fazendo cara feia. Eu estava com muita vontade dele.

—Em breve.

—Você deve está subindo pelas paredes. —Meu marido sempre foi fogoso e ficar todo esse tempo sem sexo devia está sendo uma tortura pra ele.

—Nada que eu não possa lidar. —Ele me deu um selinho. —Chega pra lá espaçosa.

Me afaste pro canto a cama, o lugar não era muito espaçoso e nada comparado a nossa cama, mas dava pra nós dois dormimos juntos.

—Você não vai trabalhar amanhã?

—Sim. E daí?

Ele me abraçou e o cheiro dele me dava uma sensação de paz.

—Você deveria dormi em casa no conforto. Aqui toda hora entra alguém pra conferi como eu estou. Você não vai conseguir dormi direito.

—Em casa eu também não dormiria bem, pelo menos aqui eu tenho você.

Revirei os olhos ele sabia bem o que dizer pra me fazer amá-lo cada vez mais.

{...}

STORM - CAPÍTULO 05

Esse capitulo era para ter sido publicado ontem, mas minha internet não estava colaborando e estava muito instável e eu não conseguir publicar ontem. Espero que gostem e não deixem de me dizer o que estão achando.

—Isabella. —A voz da minha mãe me chamou atenção me tirando dos meus pensamentos suicidas. Finalmente tinha chegado o dia do meu julgamento, meu pai tinha preparado toda uma história que servia para me livrar da pena de morte a melhor parte daquilo era que ele tinha conseguido fazer aquilo sem que eu precisasse confessar algo que eu não tinha feito, meu único papel ali seria ouvir e falar a verdade que os laudos e os médicos fariam toda a mágica pra me salvar. Pelo menos ele contava que isso fosse o suficiente.

—Sim.

—Vai ficar tudo bem eu já pesquisei as possíveis clinicas e seu pai vai conseguir que você fique na melhor, você vai ser muito bem tratada e cuidada. — Sabia que pra minha mãe estava sendo muito difícil lidar com aquela história e só por ela que eu não tinha implorado ao meu pai que deixasse a tal justiça ser feita e me livrado de uma vez por todas daquela situação não seria fácil convencê-lo, contudo eu sabia como conseguir qualquer coisa do meu pai. Sorri pra ela tentando demonstra algum tipo de felicidade, ela já tinha tido um pequeno surto com o resultado dos laudos dos médicos que diziam em um jeito mais direto o que eu já sabia, eu estava em depressão, com tendências suicidas e no começo de uma psicose causada pelos remédios que eu viciada me recusava a largar e eu não precisava que ela surtasse novamente.

—Eu sei. —Sabia mesmo o grande problema era que eu não me importava.

[...]

O julgamento nem tinha começado e já tinha sido uma tortura até ali. Eu podia fazer uma lista de coisas que em algum momento teria me importado, mas ali pouco me fazia diferença.

Meu marido estava próximo demais da mãe do falecido filho dele, ele não, ela que estava sentada quase no colo dele de tão próximos que estavam e eu não culpava ela se ele estivesse se sentindo incomodado ele que se afastasse. Sentei no lugar que estava destinado a mim e mantive minha cabeça baixa eu só queria que aquilo passasse logo e que eu pudesse ficar quieta no meu canto, mesmo que fosse dentro de uma cela. Depois de alguns minutos eu não consegui evitar e meus olhos foram para aqueles que eu julguei ser minha família, que eu imaginei que eram pessoas que me amavam e que me conheciam e eles tinham simplesmente me virado as costas no momento em que eu mais precisei deles. Minha sogra, Esme, mal conseguiu me encarar era tão ruim que nem ao menos parecia que eles tinham uma única duvida diante daquilo eu voltei meus olhos pra frente.

O julgamento começou e eu não estava fazendo nenhum esforço para prestar atenção no que era dito sobre mim e sobre o crime que supostamente eu tinha cometido. Só na hora em que meu marido, ou ex-marido, foi chamado que finalmente eu me obriguei a prestar atenção no que ele diria de mim.

—Seu filho era fruto de uma relação extraconjugal correto?

Meu marido olhou pra mim com um sentimento que eu não conseguia identificar.

—Sim. Eu e minha esposa passamos maus momentos com a perda do nosso filho e eu acabei tendo uma noite com a Irina que sempre foi uma pessoa próxima a nós. —Mesmo com todo aquele tempo ele ainda fazia questão de se justificar, como se o que ele tivesse feito tivesse justificativa.

—Como que se sucedeu a manhã antes do crime? —Eu vi uma lagrima escorrer dos olhos do meu ex-marido aquilo mexeu comigo de uma forma inexplicável, mesmo que ele não merecesse, ele tinha acabado de perde o segundo filho e eu não tinha suportado a morte de um imagina dois. —Eu sei que é uma situação difícil. —A mão da promotora acariciou o braço dele confortando-o, obviamente ela estava dando em cima dele e de forma nada contida.

—Eu tinha uma reunião, mas acabou que a baba do meu filho teve um pequeno acidente e eu precisei deixar meu filho com...ela. —Ele mal conseguiu olhar pra mim. —Ela ainda disse que não queria ficar com ele, mas eu não tinha opção e eu acabei deixando-o mesmo assim. —Ele fungou a culpa era evidente na voz dele. Ótimo tudo que eu precisava era que ele fosse jogar uma pá de cimento sobre meu caixão.

—Ela disse por que não queria ficar com ele? —Ri não acreditando naquela pergunta não era meio obvio que eu não queria ficar com aquela criança porque ele era fruto da traição do meu marido, era a prova viva.

—Não. Ela só não queria.

—Como ela reagiu quando você contou que sua traição tinha gerado frutos? —Fechei os olhos me lembrando bem daquele dia.

{...}

—Bella. —Olhei pra onde meu marido me chamava, fazia quase uma semana que eu não o via. Quase uma semana que ele não vinha ver o nosso filho.

—Oi. —Voltei meus olhos ao vidro vendo meu bebezinho naquele estado tão fraco. Senti os braços dele me abraçando por trás, até eu ter ele assim eu não fazia idéia de como eu sentia falta de ter aquele tipo de apoio dele. Fazia bastante tempo que não tínhamos uma relação marido e mulher, porém diante daquela situação eu não conseguia me importa.

—Como ele está?

—Melhor os médicos vão tentar deixar ele algumas horas sem o aparelho respiratório. —Era impossível conter minha animação com a possibilidade, mesmo que eu soubesse que aquilo não significasse muita coisa. Ele não estava aceitando o novo coração e os médicos estavam considerando fazer uma nova cirurgia o que não era nada comum e nem mesmo recomendado, mas eu era insistente e tinha direito e não hesitaria em fazer tudo que tivesse no meu alcance para curar meu filho.

—A Alice me contou.

Balancei a cabeça aceitando a informação, mesmo que ultimamente ele estivesse se mantendo distante eu sabia que ele sempre buscava informações com a nossa família.

—Eu vou entrar pra ficar um pouco com ele. —Comentei. —Vem junto? —Chamei, eu sabia que ele estava mantendo distancia por medo de se aproximar e depois ter que lidar com o luto, mas nosso filho não estava morto e precisava de todo apoio e que logo ele sairia daquela.

Ele ficou um tempo em um silencio absoluto antes de aceitar.

[...]

Depois de trocarmos de roupa e estarmos devidamente higienizados entramos na UTI que nosso pequeno príncipe estava. Uma enfermeira nos acompanhava a certa distancia nos dando a maior privacidade que aquele momento permitia.

—Posso? —Pedi me referindo a pegar meu bebê no colo. Ela deixou com um pequeno acena da cabeça.

Abri a incubadora e acariciei levemente a barriguinha do meu filho a enfermeira se aproximou para me ajudar a pegar ele no colo. Com muito cuidado eu trouxe ele pros meus braços, senti o corpinho quente dele contra mim sua respiração mesmo que irregular e fraquinha era a melhor sensação do mundo.

—Você não vai machucá-lo? —Perguntou meu marido, ele permanecia com certa distancia.

—Não, eu sei o que estou fazendo. —Eu entendia a preocupação dele era, aqueles montes de fios, tubos, agulhas não eram muito confortáveis e exigia muito cuidado, mas eu já estava bem acostumada. Há alguns meses atrás a medica responsável simplesmente ofereceu que eu o pegasse um pouco, segundo ela um pouco de calor humano e aquele amor de mãe só podia fazer bem. Eu sabia que a decisão dela tinha sido principalmente por causa de pena, me ver ali todos os dias sem me recusar ir pra casa era uma atitude não compreendida por muitos, mas eu não conseguia deixar meu filho ali sozinho. —Quer pegar um pouco?

Ele me olhou assustado.

—Não eu vou esperar você lá fora. — Ele estava claramente controlando o choro.

—Edward. —Chamei, mas era tarde e ele já tinha saído. Eu vi ele tirando a touca e a mascara através do vidro e naquele momento eu simplesmente resolvi ignorar voltando a atenção pro meu filho, eu queria tanto que ele estivesse consciente, mesmo que ele parecesse tão tranqüilo em um sono profundo.

[...]

Quando eu sai da sala, um pouco mais de uma hora depois, me surpreendi com a presença do Edward ali eu jurava que ele já tinha ido embora.

—Pensei que você já tivesse ido.

—Eu preciso conversar com você. —Eu sabia que devia ser no mínimo uma coisa muito seria, ele evitava vir ao hospital.

—Imaginei.

—Podemos ir à lanchonete. —Qual era a dificuldade de entender que eu não sairia de perto do meu filho.

—Não. —Me sentei ao meu lado dele e olhei para o vidro do berçário. —Só fala o que você veio falar.

—Eu nem sei como te falar isso.

Várias possibilidades passaram pela minha cabeça, mas eu só consegui perguntar a que pra mim seria a mais dolorosa mesmo que a muito não tínhamos aquilo que podia ser nomeado como casamento, nem mesmo nossa vida sexual, que sempre foi tão ativa, tinha permanecido.

—Você quer o divorcio?

Ele me olhou como se o que eu falasse fosse tão ruim pra ele como era pra mim.

—Não, claro que não. Enquanto você me quiser eu vou querer você. —Ele pegou minha mão e apertou, o encontro das nossas alianças era tão incrível. Uma reprodução perfeita de uma foto que tínhamos tirado no nosso casamento. —Eu te amo.

Ele se aproximou e colou os lábios nos meus. Fazia tanto tempo que ele não me beijava. Aprofundei um pouco mais o contato tão intimo mergulhando minha língua dentro da boca dele. Ele se afastou quando as coisas começaram a esquentar.

—Eu estava com tanta saudade de ter você assim. Vamos pra casa? —Eu sabia o que ele queria e eu também queria e muito, além do fato de que eu devia isso a ele e eu podia imaginar como estava sendo difícil todo esse tempo sem sexo eu até tinha considerado deixá-lo livro para caso ele quisesse encontrar uma garota para ser feliz (nesse aspecto) com ele, mas fui covarde e recuei. Ele era meu marido e só imaginá-lo com outra não era algo muito confortável.

—Eu sinto muito. —Por mais que eu estivesse com muita vontade dele eu não podia deixar meu filho sozinho naquele lugar.

—Eu peço a Alice pra passar a noite aqui. —Ele argumentou voltando a colar os lábios nos meus.

—Eu sinto muito Edward, mas hoje não dá eu preciso ficar aqui com ele. —Eu sabia que aquele tipo de coisa só afastava mais ainda o meu marido, mas eu precisava. Era meu filho e eu não podia simplesmente abandonar tudo pra ter uma noite quente com meu marido, mesmo que eu quisesse muito aquilo.

—Eu nem sei por que eu ainda tento. —Ele se levantou e nem vez questão de disfarça sua raiva diante da minha recusa e eu nem podia fazer nada se ele não conseguia ao menos entender o meu lado. Meu filho não estava morto, o coração dele ainda batia e enquanto estivesse batendo ele estava vivo. —E melhor eu ir embora.

—Você veio aqui pra me falar algo. —Lembrei-o. Podia ser impressão, mas eu sentia que ele estava só querendo adiar aquilo como se estivesse obrigado a vim aqui o que eu não duvidava nada já que ele evitava estar ali mais que tudo.

—Sim e eu não faço idéia de como começar. —Ele parecia tão culpado e não era difícil imaginar o que ele queria me contar e possibilidades não me faltavam para especular.

—Do começo.

—Eu não queria te magoar. —Só faltava ele falar pra tornar aquilo real e eu não conseguia acreditar que ele realmente tinha feito aquilo. —Eu só queria uma chance de poder voltar no tempo e não ter bebido tanto...

Rindo de nervoso eu o interrompi não aceitando que ele colocasse a culpa na bebida.

—Mas você não pode então seja homem e vire pra mim e fale o que você veio aqui dizer e por Deus não coloque culpa na bebida. —Eu não aceitaria de forma nenhuma que ele viesse aqui dizer que tinha sido só porque ele estava bêbado, existiam mil possíveis fatores e a bebida era a alternativa mais covarde que ele podia escolher pra justificar. Se ele queria mesmo justificar que fosse sincero dissesse que a culpa era mim que não estava dando a ele o que uma esposa normalmente daria (machista eu sei, mas não anula a verdade daquele fato), vontade, desejo justificativas simples e reais que me deixariam menos puta do que ele apelar pro álcool.

Ele se virou pra mim e o que vi nos olhos dele partiu meu coração, eu tinha sido traída e eu não deveria ter pena dele, mas tudo o que estava acontecendo era por minha culpa eu admitia, mas se eu tivesse como voltar e pode escolher novamente eu tomaria todas as decisões que nos levaram ali eu faria igualzinho mesmo que significasse estarmos novamente naquele ponto porque era meu filho atrás daquele vidro, ela era a razão do meu viver e eu amava ele acima de tudo até mesmo acima do Edward.

—Me perdoa baby. Eu te amo tanto. —Ele tentou vir em minha direção e eu dei alguns passos pra trás, naquele momento eu não queria o toque dele de forma nenhum. —Eu não queria.

Revirei os olhos e eu senti meu corpo tremer.

—Mas fez. —Me sentei não tendo certeza se eu aquentaria aquilo tudo de pé, eu jamais imaginei que ele pudesse fazer aquilo, sempre pensei que quando aquela situação estivesse no limite ele ao menos terminaria comigo antes de...

—Eu sinto muito.

—Por que você precisava me contar isso? —Perguntei, e sim eu preferia ser feita de idiota a ele me contasse aquilo, do que ele esfregasse na minha cara tudo o que eu já sabia. O olhar dele me mostrou o quanto eu estava por fora daquilo. —Não é só isso né? —Ele caminhou até mim e parou na minha frente e puxou meu rosto pra ele.

—Eu te amo tanto. —Eu sentia vontade de morde a mão dele. Depois de tudo aquilo eu não entendia como ele podia continuar afirmando que me amava.

—Se você me amasse não teria me traído. Ande fale o que mais aconteceu? —Pedi não aquentando mais aquele suspense. —Você vai ficar com ela? Quem mais sabe disso? —Tudo o que eu não precisaria era que todo mundo ficasse sabendo e sentisse mais pena de mim do que a situação do meu filho já causava. —Sabem né, nem ao menos você teve capacidade de fazer essa droga escondido? —Eu nem esperei ele dizer nada antes de tirar conclusões.

—Eu já disse enquanto você me quiser e se puder me perdoar eu quero ser seu marido. Eu só contei pra nossa família. Eu queria uma ajuda de como te contar isso, se fosse por mim eu ia esperar até que nosso filho saísse daqui pra que a gente pudesse conversa melhor sem esse problema rondando nossa cabeça.

—E você se importa? —Só depois que eu disse que percebi o que tinha falado e o quanto aquilo podia magoar ele e mesmo com toda aquela situação eu não queria isso. Mas eu não podia deixar de pensar aquilo, não quando ele nem ao menos fazia questão de estar ali por perto.

—Não seja injusta. —Eu pela primeira vez em muito tempo eu vi um lagrima cair dos olhos dele. —Eu não estou aqui o tempo todo obcecado como você, mas eu não perco nada.

Eu sabia que naquele momento que se continuássemos daquela forma iríamos acabar nos machucando ainda mais.

—Só fala o que você veio fazer aqui. —Pedi novamente, implorei na verdade.

—Ela ficou grávida.

Grávida... Aquela palavra ficou repetindo o tempo todo na minha cabeça.

—Quem ficou grávida? —Eu não era estúpida, mas eu precisava ouvir pra acreditar.

—Eu sinto muito. —Eu não entendia o que estava acontecendo e muito menos conseguia entender o que eu sentia naquele momento, aquela confusão de sentimentos dentro de mim.

—Não sinta você sempre quis ser pai, talvez ela consiga realizar seu sonho e te fazer feliz já que eu não consegui.

(...)

Depois de dizer aquela frase me fingindo de forte eu tinha deixado ele sozinho no corredor e me refugiado no banheiro, chorando e tentando não me odiar e nem odiar ele pelo que tinha acontecido e naquele momento aquele era meu pior arrependimento, eu devia ter odiado-o e não perdoado aquela traição. Mas com tudo aquilo que aconteceu eu nem ao menos me importei eu só o queria do meu lado independente de todo o resto e agora ali estava ele depondo contra mim.

—Você imaginava que ela era capaz disso? —Eu parei e voltei minha total atenção querendo saber a resposta dele.

—Não eu nem acredito ainda que tudo isso está acontecendo. —Pela primeira vez durante aquele tempo ele olhou pra mim e naquele momento eu queria não conhecê-lo suficiente pra saber o que aquele olhar queria dizer. Ele estava perdido, talvez aquela certeza que ele sentia quando fez tudo aquilo na cadeia não fosse exatamente certeza naquele exato momento pelo menos era isso que os olhos dele demonstravam enquanto me encarava.

Sem que eu tivesse controle as lagrimas transbordaram dos meus olhos, senti uma mão nas minhas costas me consolando eu não conseguia desviar os olhos pra ver quem que tentava discretamente me consolar eu estava hipnotizada por aqueles olhos verdes que alguns poucos dias atrás era tudo pra mim.

[...]

Não me pergunte o que mais foi falado porque eu simplesmente não consegui prestar atenção em nada que não fosse ele, os olhos dele e toda dor que eu via transparecer ali. Eu estava sendo cruel comigo mesma, porém eu não conseguia deixar de desejar está ao lado dele para abraçá-lo ninguém melhor do que eu sabia a dor que ele estava sentindo. Ele voltou pra família dele e se entregou aos braços da mãe dele, aquela mulher (amante dele) ficou alisando o braço dele dizendo alguma coisa que pela distancia eu não conseguia ouvir, mas só aquele ato me fez ter um ciúmes. Meu casamento podia não está na sua melhor fase, mas ele ainda era meu marido e como se não bastasse toda aquela situação ela ainda precisava se aproveitar do momento pra ficar se jogando em cima dele.

—...Querida o depoimento dele foi bem melhor do que imaginávamos. —Falou meu pai, eu não tinha entendido o começo da frase por está concentrada de mais na cena que acontecia ao lado.

—Isso é bom né? —Fui irônica. Se meu pai estava surpreso com aquilo só podia significar que as coisas estavam bem piores do que eu imaginava.

—Isabella.

—Preste atenção no julgamento pai. —Voltei meus olhos pra a próxima a depor não entendendo a necessidade daquilo pelo que eu sabia ela nem estava na cidade quando o suposto crime aconteceu sobre o que ela podia testemunhar?

STORM - CAPÍTULO 06

Seguindo o cronograma aí está o capitulo. Como a fanfic recebeu mais uma recomendação daqui a pouco tem o capitulo dedicado a fofa da Camila que recomendou a história, só não dediquei esse capitulo a ela porque esses é um dos capítulos que eu menos gosto e não vou dedicar a ninguém.

—Então senhorita Denali qual era usa relação com a réu? —A promotora perguntou e só ali eu entendi o que ela queria colocando a Irina pra testemunhar, ela queria um confronto e fazer daquela mulher vitima e eu mais culpada ainda. Aquele seria o momento em que eu seria pintada como um monstro.

—Nos pertencemos ao mesmo ciclo social, nos víamos em festas, jantares. Mas nunca passou disso. —Claro que não eu jamais daria confiança pra uma biscate como aquela que descaradamente sempre tentou roubar meu marido.

—Como iniciou sua relação com o senhor Cullen? —Eu simplesmente controlei minha vontade de ri. Que relação ela tinha com o meu marido, eles apenas tinham trepado uma vez e disso tinha gerado a gravidez pelo menos essa era a história que o Edward tinha me contado quando depois de muito eu quis saber.

—Eu e ele fomos ao mesmo evento, quando o evento acabou partimos para um bar e depois para o apartamento dele. —Eu fiquei feliz em pelo menos ela ter contado a mesma história que o Edward significava que pelo menos naquilo ele não tinha mentido pra mim. Ele disse que estava muito cansado —Nos acabamos dormindo juntos naquela noite, na manhã seguinte eu e ele nos sentimos muito mal pelo acontecido ele é casado e eu não sou o tipo que aceita ser amante, mas já tinha acontecido e prometemos que nunca mais aconteceu. —Quem ouvia falar até podia acreditar, mas as histórias que cercavam (como ela mesmo chamou) nosso ciclo social era que ela saia com qualquer um que pudesse pagar um champanhe mais caro a ela, independente do status. Até mesmo meu pai deu um risinho diante da mentira dela, até ele tinha sido alvo a alguns anos atrás. —Depois de alguns meses eu descobri que estava grávida e como ele tinha sido o único que eu tive relações sexuais eu sabia que era dele então contei a ele.

—Como foi quando ela descobriu sobre a sua relação com o senhor Cullen? —Olhei não acreditamos que iríamos voltar aquele assunto eu só queria poder me desligar como eu tinha feito quase todo o tempo até aquele momento, mas eu simplesmente sentia uma necessidade de ouvir o que ela tinha a falar.

—Bom eu não sei por que o Edward não queria falar sobre isso comigo, mas nos nós encontramos uma vez que eu fui ao hospital fazer o pré-natal e a atitude dela comigo não foi nada agradável. —Eu me lembrava daquele dia, apenas um encontro foi o suficiente pra colocá-la no lugar dela.

(...)

—Isabella? —Não acreditei no que eu estava vendo, aquela mulher realmente não estava ali. —Meu Deus que surpresa te ver aqui. —Nem mesmo qualquer pessoa que visse de fora acreditaria naquela cena, todos sabiam que eu estava ali eu nunca saia dali, aquele era o andar seis e qualquer pessoa, afinal aquela história era publica, sabia que aquele andar era só para o tratamento do meu filho então aquele golpe de surpresa de me ver ali era ridículo. —Eu vim para mais uma consulta do pré-natal. —Ela levou a mão a barriga já evidente. —Sabe como é esse período varias consultas e tudo mais...A me esqueci você teve uma gravidez diferente. —Até aquele momento eu tinha me mantido indiferente a presença dela, mas diante daquilo eu não consegui manter a pose e me levantei encarando-a.

—Saia daqui. —Só não gritei porque meu filho estava naquela sala no corredor.

—Eu soube que ele teve mais uma recusa como ele está agora? —Por mim eu manteria o estado do meu filho em sigilo, mas eu tinha sido convencida pela assessoria de imprensa a notificar tudo a mídia assim evitaria os infelizes paparazzos que no começo viviam invadindo o hospital atrás de fotos e noticias. Fechei os olhos tentando não me abalar, era o segundo transplante e mesmo sendo totalmente compatível ainda sim meu filho tinha recusado o órgão.

—Não é da sua conta, agora saia antes que eu chame a segurança pra te tirar daqui e eu nem vou me importa com seu estado.

—Eu sou uma paciente e você não pode me expulsar daqui.

Olhei pra ela não acreditando que ela estava mesmo me desafiando. Larguei o livro em cima da poltrona que eu estava sentada e cruzei os braços pra ela.

—Não esqueça que enquanto você é uma mera paciente eu sou uma das donas e se eu mandar te tirarem daqui à força isso vai ser feito sem problema algum. —Nunca antes eu tinha usado o fato de ser dona daquele lugar pra nada, mas diante de tudo aquilo eu precisa e iria fazer aquilo e com prazer.

—E eu estou esperando um filho do herdeiro de tudo isso aqui. —Eu vi os olhos dela brilharem enquanto tentava me atacar usando aquilo.

—Como advogada vou te explicar uma coisa, seu filho tem apenas vinte cinco por cento de poder sendo herdeiro já eu como esposa e casada com comunhão total de bens tenho acesso a cinqüenta por cento ainda mando mais do que você então saia do meu hospital. E seu filho só terá algo quando nascer e fizer o exame de DNA e depois do resultado for registrado pelo MEU marido então ... meio obvio que você não manda em nada ainda. —Fiz questão de jogar o lance do exame de DNA na cara dela nada era mais constrangedor do que precisar provar que o filho era de quem você dizia ser. —Agora saia antes que eu mesma te tire a tapas.

Ela me olhou com um ódio evidente, mas fez como eu ordenei e se virou antes que ela dasse o primeiro passo eu voltei a falar não agüentando e nem sendo controlada o suficiente pra simplesmente deixar isso passar.

—E não se esqueça que você não passa de uma cadela que jamais vai ocupar o meu lugar não enquanto eu viver. —Deu um sorriso ganhador pra ela mesmo que eu não me sentisse ganhando nada eu nem podia afirma aquilo que eu tinha afirmado não enquanto eu vivia dentro daquele hospital e meu marido estava livre do lado de fora, mas o que eu podia fazer. Era errado e machista odiar apenas ela pela traição afinal o único culpado era meu marido, minha relação era com ele e não com ela, mas eu quando a vaca vinha até mim me provocar ai ninguém podia me culpar por querer arrancar aquele aplique mal colocado dela. Eu não podia dizer que eu não sentia medo de quando aquele bebê nascesse ela usasse ele pra querer roubar meu marido e eu não faria nada, não enquanto meu filho estivesse naquela situação.

Ela saiu pisando duro esperei que ela estivesse dentro do elevador e voltei a minha poltrona e peguei o livro que eu estava lendo pra retornar ao capitulo em que eu estava.

(...)

Eu dei um risinho baixo e meu pai me catucou eu sabia que aquele tipo de coisa podia ser ruim pro resultado final, mas como eu iria me importa se as únicas opções que eu tinha era pena de morte ou ficar internada o resto da minha vida então fodasse eu pelo menos podia me diverti um pouco com aquilo.

—Como assim? Pode ser especifica?

—Ela ameaçou me tirar do hospital a tapas. — E eu não me arrependia nem um pouquinho e se tivesse oportunidade faria de novo.

—Mesmo a senhora estando grávida? —Eu realmente não bateria nela grávida e nem se não estivesse afinal só de altura ela tinha quase o dobro de mim, com certeza eu que iria apanhar, mas...

—Sim ela até falou que meu estado não importaria que ela me bateria da mesma forma. —Meu pai olhou pra mim me interrogando querendo saber se aquilo era realmente verdade afinal eu não era agressiva. Apenas balancei a cabeça afirmando que sim aquilo era verdade não exatamente daquela forma, mas eu tinha dito tudo aquilo. —Depois jogou na minha cara que meu filho era um bastardo e que nunca faria parte da família e que ela era dono do hospital e que iria proibir minha entrada. Foi muito humilhante. —Eu apenas balancei a cabeça não acreditando que ela realmente estava distorcendo o que eu tinha dito.

—Porque a senhora abriu mão da guarda do seu filho? —Era uma excelente pergunta eu tinha que confessar.

Revirei os olhos até parece que ela tinha aberto mão, com a criança ela teria o Edward sempre por perto e um boa mesada. Qualquer pessoa que fosse próxima da familia sabia que o que o Edward tinha feito tinha sido ameaçar entrar com um pedido de guarda. Todo mundo sabe daquela regra que nenhum juiz tira a guarda da mãe e isso até podia ser verdade se não estivesse na equação o sobrenome Cullen, sendo dono de praticamente toda Chicago o juiz teria que ser bem corajoso pra não entregar a guarda a um Cullen principalmente levando em consideração de que a mãe da criança era uma modelo não tão popular(desempregada) e vinda de uma família falida. Okay ainda sim dá pra afirma que dinheiro não é tudo, mas qualquer juiz que se preze avalia outros pontos como, por exemplo, a estabilidade emocional, estabilidade familiar e ai a Irina não teria nem uma chance afinal o Edward não tinha um pai envolvido e preso por corrupção, uma mãe alcoólica e viciada (várias internações) e nem era visto nas capas de revista como fácil que estava único e exclusivamente atrás de um homem rico. Então sabendo que não teria nenhuma chance ela abriu mão da guarda e ainda saiu recebendo uma mesada vitalícia que ela se fez muito antes de finalmente aceitar.

—Não a como negar que viver com pai era a melhor opção pro meu filho. —Ela pegou um lencinho e passou no rosto por baixo dos enormes óculos que ela usava, mesmo não suportando aquela caça tesouro era impossível não sentir pena dela e eu tinha que admitir que ela estava sendo mil vez mais forte do que eu. Quando eu perdi meu filho eu mal tive condições de sair da cama. —Se eu soubesse do perigo que ele corria eu jamais teria permitido, mas eu imaginei que ela jamais faria algo contra o meu bebê, ela acabou de perder um filho. —Ela soluçou e me doía muito ouvir envolverem meu filho naquela sujeira, mas eu precisava ficar quieta porque eu sabia que qualquer atitude minha seria mal vista pelo júri. —Hoje eu vejo que talvez tenha sido melhor mesmo Deus ter tirado o filho dela... —Antes que ela pudesse concluir o pensamento eu me levantei e antes que eu pudesse sair de onde eu estava e fazer ela engolir todas aquelas palavras os braços do meu pai me seguraram.

—Não fala do meu filho. —Eu sentia um ódio mortal eu só queria fazer ela engolir aquilo que ela tinha dito. —Me solta. —Eu me debatia nos braços do meu pai tentando me soltar e chegar até ela, mas ele era incrivelmente forte e mesmo que eu estivesse lutando com toda a minha força ele ainda sim conseguia me segura. —Ela não vai falar do meu filho.

—Ou o que? A verdade dói não é? Talvez tenha sido você mesma que matou seu filho já que você não saia do lado dele talvez tenha ficado lá só pra poder desligar os aparelhos do pobrezinho. —Eu simplesmente senti tudo ficar escuro.

STORM - CAPÍTULO 07

Edward Cullen

—Filho eu já disse que está tudo bem com ela foi só um desmaio por causa de todo aquele estresse no julgamento, ela já foi medicada e vai dormir a noite inteira e eu quero que os pais dela possa também ter uma boa noite de sono e vão pra casa, mas eles não vão fazer isso com você aqui. —As palavras dela não pareciam verdadeiras e eu precisava ficar e conferir. A Irina tinha ultrapassado todos os limites com as coisas que ela disse, eu já tinha estourado com ela. Compreendia que ela tinha acabado de perder o filho, mas isso não dava direito dela agir assim com a Isabella.

—É tudo minha culpa. Eu preciso ver ela, preciso me desculpas. —Respirei fundo tentando clarear meus pensamentos que desde a hora que aquele julgamento começou não estava em seu perfeito estado. —Eu vou ficar escondido na sua sala enquanto você convence eles a irem embora e depois eu venho ver ela.

—Você sabe que o Charlie não vai sossegar até que veja você indo embora, então colabore e vá pra casa.

—Eu preciso vê ela. —Repeti, não seria Charlie Swan a me impedir de ficar com a minha garota.

Minha mãe suspirou fundo antes de voltar a dizer.

—Vamos fazer assim você vai pra casa. —Balancei a cabeça negando. —Me escuta. —Ela segurou meu rosto me fazendo encará-la. —Você vai pra casa descansa um pouco e se eu conseguir convencer a eles a deixarem sozinha e irem pra casa eu ligo pra você e você voltar.

Eu sabia que as chances dela está mentindo só pra me tirar de perto eram muitas, mas que alternativas eu tinha naquele momento com o Charlie e a Renée ali eu não conseguiria chegar nem próximo a porta do quarto onde ela estava internada sem causar um grande alvoroço.

—Você jura que vai me ligar?

—Sim.

Assenti e me levantei dando as costas pra todos os outros que ainda aguardavam um momento pra ver a Isabella. Naquela circunstância provavelmente o Charlie não iria se opor em deixar a minha elétrica irmã ver a amiga, talvez meu irmão também conseguisse e com certeza ele não conseguiria impedir meus pais só que eu jamais entraria ali com meus sogros presentes.

—Pegue um taxi não vá dirigindo.

[...]

—Edward. —Olhei pro meu irmão que entrava sem ser convidado no meu escritório, pensei que ali eu conseguiria ficar em paz sem ninguém viesse atrás de mim.

—Quem mandou você vir aqui? —Perguntei entre lágrimas não dava pra esconder mesmo e eu não tinha nenhuma energia pra tentar.

—A mamãe ficou preocupada com você ela mandou eu ir pra sua casa, mas eu sabia que você não estaria lá. —Ele se sentou na minha frente e ficou me encarando. Virei o copo de uísque bebendo o resto do liquido ali dentro. Fechei meus olhos voltando a algum tempo atrás.

[...]

—Isabella. —Chamei entrando no quarto que tinha sido preparado pra receber nosso filho. Minha mulher estava deitada no chão, em prantos. Aproximei-me mais uma vez não tendo certeza se eu seria aceito, já fazia alguns meses que ela se recusava a me ver e eu não a culpava. Eu tinha traído-a e merecia todo o desprezo que ela depositava em mim. Mas nosso filho tinha morrido e ela estava naquele estado. —Amor. —Chamei. —Me aproximei mais dela e abaixei. —Por favor, levanta do chão, vamos pro quarto. —Segundo os pais dela ela já estava ali desde que tinha chegado do cemitério o que conforme minhas contas já fazia mais de um dia. Eu queria ter vindo pra casa com ela, mas o pai dela me impediu depois que ela teve um ataque de raiva e me atacou com palavras no cemitério diante de tudo aquilo eu mal conseguia me lembrar do que ela me falou.

—Por que dói tanto? —Me alegrei em poder ouvir a voz dela calma depois de muito tempo. Sentei-me no chão e inclinei a mão tocando no rosto dela enxugando as lágrimas.

—Porque você o ama. —Respondi acariciando o cabelo dela.

Ela se arrastou e apoiou a cabeça na minha perna chorando ainda mais, me abaixei abraçando-a de uma forma desajeitada. Respirei fundo controlando as minhas lágrimas, eu não podia chorar, eu não iria chorar.

—Vamos pro nosso quarto. —Ficar ali não faria nada bem a ela.

—Eu não posso nosso filho precisa de mim.

—Amor nosso filho morreu. —Lembrei-a.

—Ele está aqui. —Insistiu ela entre lágrimas. —Ele precisa está aqui. —Ela me olhou com os olhos em desespero. —Entenda eu não posso deixar ele sozinho. —Abracei mais ela forte sabendo que eu não conseguiria conversar com ela naquele momento.

—Eu entendo.

—Eu não posso deixar ele sozinho Edward. —Ela repetiu claramente se culpando pelo que eu fiz.

—Eu sei. Está tudo bem. —Eu nunca deveria ter deixado-a continuar com aquilo, devia ter passado por cima da vontade dela e desligado os aparelhos, teria evitado que ela se envolvesse ainda mais.

—Eu não posso deixar ele sozinho. —Repetiu.

—Tudo bem não vamos deixá-lo. —Eu tremia enquanto tentava sem sucesso controlar minhas lágrimas.

[...]

Já fazia uma semana que eu estava naquela rotina massacrante, o problema não era dormi não chão, praticamente ter que implorar pra ela comer ou todas as camisas que ela já tinha manchado com suas lágrimas. O grande problema era ver ela naquele estado, uma semana com ela apenas existindo e ter que ver tudo aquilo sem poder fazer nada além de ficar ali do lado dela dando o máximo de apoio que eu podia.

Antes de entrar no quarto recebi um olhar da mãe dela de agradecimento só que ela não tinha o que agradecer dentro daquele quarto, naquele estado se encontrava minha esposa e se eu precisasse ficar todos os dias restantes da minha vida ali cuidando dela eu faria sem nem me importa por que eu a amava.

Entrei e deixei a bandeja repleta de comida sobre a poltrona que tinha ali.

—Bella amor. —Chamei alisando o cabelo dela. Sabia que provavelmente ela tinha tomado o remédio pra dormir e eu levaria alguns minutos pra conseguir que ela retomasse a consciência, eu era contra ela usar aqueles remédios, mas era a única coisa que estava aliviando um pouco ela. —Baby acorda eu trouxe comida pra você.

Ela se remexeu, mas manteve os olhos fechados.

—Vamos acorde. —Me sentei ao lado dela e substitui o travesseiro que eu tinha colocado pelas minhas pernas, trazendo-a pro meu colo.

Os grandes círculos escuros em voltas dos olhos mostravam que mesmo dormindo por causa daqueles remédios ainda sim ela não estava descansando de verdade. Acariciei delicadamente as pesadas olheiras sentindo meu coração partido em mil pedaços em vê ela naquele estado, eu preferia mil vezes que toda dor dela fosse transferida pra mim ao vê ela naquele jeito.

—Você voltou.

—Sim, eu disse que seria só alguns minutos pra que eu tomasse um banho e buscasse algo pra você comer. —Tinha sido bem rápido só tomei um banho por que eu realmente precisava e eu usava aquele momento pra chorar tudo o que eu evitava chorar perto dela e de qualquer outro.

—Eu não estou com fome. —Afirmou. A voz dela estava rouca demais e a voz quase não saia, essa rouquidão tinha surgido depois do pesadelo na noite passada no qual ela ficou gritando até que finalmente eu conseguisse acordar ela.

—Nos já conversamos sobre isso e você concordou que ia fazer um esforço. —A lembrei da promessa que ela tinha me feito, ela só tinha prometido pra que eu não levasse-a ao hospital depois que ela quase desmaiou de fraqueza. —Se você não comer ao menos um pouco daqui a pouco você desmaia e eu vou ter que levar você ao hospital e você vai acabar ficando internada.

—Eu não posso voltar aquele hospital. —Só de falar lágrimas escorriam pelos olhos dela.

—Então coma pelo menos um pouco. —Estiquei meus braços e alcancei a bandeja trazendo-a pra perto de nos dois.

Ela engoliu em seco demonstrando com aquilo era difícil pra ela. Com a minha ajuda ela se levantou e sentou me encarando, as lágrimas deslizavam pelo rosto dela sem controle. Levei minha mão ao rosto dela com delicadeza levando um pouco das lágrimas. eguei a colher e enchi levando até a boca dela, ela abriu colaborando o que não era muito comum. O esforço que ela fez pra engolir a pequena porção que tinha na boca me fez sentir dor era tão ruim vê ela naquele estado.

—Eu não quero. —Falou quando finalmente engoliu.

—Mas precisa. —Peguei mais um pouco e levei novamente a ela. Pra engolir agora foi mais difícil e ela fez ânsia de vomito cuspindo no chão.

—Não consigo. —Disse soluçando. Ela olhou pra sujeira que tinha feito no chão e começou a chorar mais. —Olha o que eu fiz. —Ela tentou limpar com a mão, mas fui mais rápido e segurei a mão dela.

—Deixe isso que eu limpo depois. Agora coma só mais um pouco. —Estendi outra colher cheia a ela, ela apertou a boca não aceitando. —Por favor, se você não comer nos vamos ter que te internar. —Deixei claro que não era só eu, mesmo que ela não permitisse que ninguém mais entrasse no quarto eles ainda iriam me ajudar a decidir se precisássemos chegar aquele ponto.

—Não dá.

—Dá sim. —Odiava esses momentos que eu precisava ser mais duro com ela. —Abre a boca. —Ela respirou fundo e abriu aceitando mais uma colherada.

Depois de umas dozes colheres ela simplesmente implorou dizendo que era suficiente. Aceitei sabendo que ela tinha comido mais do que normalmente, mesmo que tenha cuspido mais duas ou três vezes.

—Eu posso tomar mais um comprimido? —Ela pediu. Eu guardava os comprimidos comigo pra conseguir ter controle da quantidade que ela andava tomando.

—Não, você precisa de um tempo tomou essa porcaria não tem nem duas horas.

Ela soluçou e eu sabia que ela tentaria me convencer com aquele choro, mas eu precisava ser forte.

—Dói muito.

—Eu sei só que você precisa ser forte e tentar seguir em frente.

—E abandonar ele? —Estranhei ela está mantendo uma conversa já que eu já estava acostumado com só o básico.

—Seguir em frente não significa abandonar ele.

—Eu não acredito nisso. —Ela voltou a chorar copiosamente, eu sabia que isso significava que ela não iria mais responder nada.

[...]

—Edward. —Olhei pra minha mãe, eu tinha descido pra buscar algo pra tentar fazer a Isabella comer. —A Irina pediu a uma das secretárias do hospital pra me ligar e informa que o Thomas vai receber alta hoje.

—Que bom. —Sim eu conseguia ficar feliz pelo meu filho finalmente poder ir pra casa.

—Ela queria saber se você vai está junto?

—Pra que? —Vi o rosto da minha mãe se contorce em uma careta. —Eu sei que ele é meu filho e eu o amo muito, mas ele está completamente bem e não precisa de mim pra nada já a Isabella se eu não estiver aqui nem se alimentar ela se alimentar então, por favor, não me cobre nada. —Era estressante toda essa cobrança.

—Você que sabe.

—Só faça um favor pra mim. —Pedi. —Contrate uma babá e mande pra casa da Irina pra ajudá-la com o que ela precisar. —Eu sabia que a Irina não tinha tato nenhum pra cuidar de uma criança, eu tinha percebido isso nos poucos dias que eu passei no hospital então era bom que tivesse alguém que entendesse bem do assunto. —E ligue pra minha secretária e peça pra ela fazer um cartão conectado a minha conta com um saldo bom e entregue a Irina. —Eu não podia está presente nesses primeiros dias de vida do meu filho, porque eu jamais deixaria a Isabella ali sozinha quando ela mais precisava de mim, porém eu não deixaria meu filho desamparado pelo menos não financeiramente.

—Tudo bem.

Subi os primeiros degraus e minha mãe voltou a falar.

—È tente abrir aquela janela um pouco de luz natural vai fazer bem a ela. —Assenti com a cabeça. A Isabella tinha piorado de forma drástica e nossa família praticamente tinha se mudado pra nossa casa pra me dá apoio já que ela ainda só permitia a minha presença no quarto que um dia foi planejado pra ser do nosso menino. —E se você precisar de colo eu estou aqui não precisa ser forte o tempo todo.

Ignorei sabendo que eu não podia fraquejar, se eu permitisse desabar eu não conseguiria voltar aquele estado e não conseguiria ficar firme pra apoiar ela.

[...]

—Edward. —Olhei pra Irina não acreditando no que eu estava vendo, ela não tinha o direito de está ali eu já tinha avisado que eu apareceria quando desse. —Eu pensei que você iria querer ver ele já faz tanto tempo. —Ele me mostrou o embrulho nos seus braços, meu filho, ele estava aninhado nos braços dela de forma meio desajeitada ela claramente não tinha jeito nenhum com bebês.

—Eu estou ocupado quando desse eu iria ver ele. —Não resisti e deixei o copo de água da Isabella em cima da mesa de centro e peguei meu filho dos braços dela.

—Oi carinha. —No momento em que saiu dos braços da mãe ele abriu os olhos e me encarou com seus belos olhos. —Estava com saudades.

Me sentei com ele no sofá e foi impossível não pensar que eu nunca fiz e nem faria algo do tipo com o Antony. Pensar no meu filho me trouxe uma sensação estranha que eu fiz o possível pra afastar, mas foi impossível não levar meus pensamentos de volta a Isabella. Percebi que todos olhavam com certo desconforto, minha esposa estava no andar de cima e se ela se quer desconfiasse que a Irina estava aqui podia piorar ainda mais a situação dela e era essa preocupação que eu via nos olhos de cada um deles.

—Irina você pode ir embora eu levo o Thomas pra você mais tarde. —Prometi. Eu não fazia idéia de que estava sentindo tanta falta dele até o momento em que eu tive com ele nos braços.

—Eu posso esperar você matar a saudades dele e depois eu mesma o levo.

—Não, na verdade você pode ir que antes que escureça ele vai está em casa.

Ela se manteve insistindo.

—Ele tem uma rotina e eu preciso amamentá-lo como ele vai ficar aqui sem mim e se ele ficar com fome? —Sim ele era apenas um bebezinho e nessa fase precisava dá mãe pra tudo.

Inclinei meu rosto sentindo o cheirinho dele e guardando aquilo na memória, eu precisaria arrumar um jeito e criar uma rotina, talvez aproveitar um momento em que a Isabella estivesse dormindo e ficar um pouco com ele.

—Tudo bem pode levá-lo. —Estendi o bebê pra ela.

—Mas você mal ficou com ele?

—Eu sei só que esse não é o lugar e muito menos o momento pra isso, respeite a minha esposa e vá embora assim que eu tiver um tempo eu vou ver ele. —Prometi.

—Tudo bem. —Ninguém precisava me dizer que ela esperava mais de mim do que eu podia dar, mas eu nunca tinha feito nenhum tipo de promessa a ela desse tipo ela sabia bem o que eu queria quando nos envolvemos. —Tchau. —Ela pegou meu filho e saiu claramente magoada.

Quando ela já estava longe das minhas vistas eu me virei para os meus sogros e fiz aquilo que mais me pareceu lógico.

—Desculpa. —Pedi realmente arrependido, sabia que eles não tinham me perdoado pela traição e obrigá-los a presenciar esse tipo de coisa era horrível e me deixava ainda pior. —Eu vou vê ela. —Peguei o copo que eu tinha deixado na mesa de centro e sai em direção ao segundo andar com vergonha demais pra permanecer ali.

Entrei no quarto e ela estava na mesma posição que estava quando eu deixei o quarto. Respirei fundo buscando clarear minha mente antes de tentar um dialogo com ela, a única coisa que eu me focava era que eu não podia me abater, se eu me deixasse levar seriamos nos dois no fundo do poço. Me ajoelhei próximo a ela e me sentei ao chão bem próximo a ela, sem esperar por mim ela se ergueu um pouco o corpo e apoiou a cabeça na minha perna.

—Eu trouxe água pra você. —Comuniquei, sabia que se eu não lembrasse dessas coisas simples ela jamais pediria e isso era um problema.

—Que cheiro de bebê é esse?

Não tinha como mentir pra ela.

—O Thomas estava aqui. —Ela paralisou e começou a chora, antes que eu a impedisse ela levantou e sai correndo pro banheiro que tinha ali dentro do quarto. Eu não esperava que ela reagisse daquela forma, mas nem tinha como culpá-la e eu nem faria isso se tivesse como.

Me levantei e fui até o o banheiro batendo na porta antes de entrar, assim que passei pela porta me apressei a ir até o Box onde ela estava sentada chorando de forma agressiva.

—Amor me perdoa. —Pedi abaixando-me e ficando na altura dela. O espaço dentro do Box era pequeno e mal cabia nos dois ali dentro, aquele banheiro tinha sido planejado pra um bebê. —Eu me odeio por machucar você. —E eu me odiava mesmo, queria que ela tivesse bem e me desse um pé na bunda porque era isso que eu merecia eu tinha sido tão mesquinho.

Ela tremia e eu não precisava de um termômetro pra saber que ela estava com febre e alta.

—Dói tanto, faz parar, por favor. —Ela implorou se apertando mais a mim.

—Eu vou chamar a minha mãe pra ela examinar você. —Naquele momento vendo ela naquele estado eu não consegui me controlar e algumas desobediente lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Tentei me levantar, mas ela apertou ainda mais os braços ao meu redor.

—Não me deixa. —Implorou. —Por favor, só fica.—Ela mal conseguia falar por causa da tremedeira. —Eu preciso de você.

—Quantas vezes eu vou precisar repetir que eu jamais vou deixar você. Pelo menos eu vou ficar até que você não me queira mais. —Eu ainda esperava que um dia ela acordasse e enxergasse como eu era babaca e me deixasse, ela merecia muito mais do que eu.

—Tudo bem. —Abracei ela e ficamos nos dois ali chorando.

[...]

—Cara se a presença do Thomas fez ela reagir a melhor opção seria manter ele aqui. —Encarei meu irmão não entendendo o que ele queria com aquela conversa, como assim manter o Thomas ali em baixo do mesmo teto que ela. Ele só podia está ficando maluco se ele realmente considerava que aquilo era uma boa opção. —Olha eu sei que parece ruim, mas ela precisa voltar a sentir alguma coisa nem que seja raiva. —Sim depois daquela visita do Thomas ela tinha tido uma crise e eu tinha me permitido chorar pelo menos um pouco, naquele momento eu consegui convencer ela a voltar pro nosso quarto e deixar aquele lugar, ela passou quase um mês deitada no chão do quarto do nosso filho e eu fiz tudo que podia pra tentar tira ela dali (até mesmo aproveitei o efeito do sonífero e carreguei ela pro nosso quarto, só que quando ela acordou não reagiu bem a mudança) e só o cheiro do meu filho vez ela acordar um pouco pra realidade e permitiu que depois de um tempo ela me escutasse e aceitasse a mudança. Não foi algo grande ela apenas pareceu entender que permanecer deitada naquele chão não levaria ela a lugar nenhum e se mudou pro nosso quarto e agora não saia da cama, o que pelo menos era mais confortável pra ela.

—Você quer que eu traga meu filho pra cá pra ele ser odiado pela minha esposa? —Ele só podia está com problemas.

—Ela não vai odiar ele, ela é a Bella lembra, ela vai odiar a situação. Eu coloco minha mão no fogo que ela jamais vai conseguir odiar ele.

—Isso vai ser como substituir o filho dela.

—Se fizer ela melhorar qual é o problema? —Nenhum, na verdade seria bem mais do que eu merecia se em um futuro ela amasse meu filho e pudéssemos viver como uma familia. —Cara só tenta você não tem mais nada a perder.

[...]

Naquela época as palavras do meu irmão não fizeram sentido nenhum até eu subir as escadas e encontrar minha esposa desacordada deitada no próprio vomito porque ela tinha ingerido uma quantidade enorme de comprimidos pra dormir. Ali no hospital diante de toda a dor que é um medico falar pra você que sua esposa tentou suicídio estava bem claro que eu não poderia perder mais nada e que sem ela eu não tinha muito que perder. Então eu só aceitei sabendo que eu podia cercar o Thomas com amor pra evitar seja lá qual recusa ela tivesse, só que nessa equação eu jamais considerei que um dia meu filho aparecesse morto e ela fosse a principal suspeita.

—Você nem escutou o que eu falei né? —Olhei para o meu irmão e ignorei a ultima vez que eu tinha escutado ele me levou pra maior confusão da minha vida.

—Nem quero.

—Preciso perguntar uma coisa? Você realmente acredita que ela matou o Tom? —Eu odiava aquele apelido que ele tinha dado ao meu filho.

—Não. —Essa era o que eu tentava me convencer, mas no fundo de mim existia aquela duvida, existia dentro dela uma dor tão grande e com todos aqueles remédios eu não conseguia afirmar nada. —Eu não sei.

—Cara posso ser sincero? —Ele não esperou minha resposta. —Você diz tanto amar ela e como pode pensar que ela faria uma atrocidade dessas? A Bella é boba, apaixonada e eu no lugar dela já teria te dado um pé na sua bunda quando você a traiu, mas ela não é uma assassina ela não teria coragem de fazer uma coisa dessas. —Meu irmão chorava também, ele sabia lidar com as emoções muito melhor do que eu. —E sabe o que é mais foda é que eu sei disso e você que é marido dela não sabe.

—É o meu filho... O meu filho morreu e ela era a responsável...

—Não jogue a culpa disso nela, ela estava doente e mesmo que ela tenha feito isso se você amasse ela ficaria do lado dela porque ela não está bem, a muito tempo ela não está bem. —Eu ri sem humor.

—E eu Emmett? Como eu estou nisso tudo? Porque todo mundo olha pra como ela está? Alguém por um segundo para e pensa como eu estou? Qual foi a ultima vez que você viu alguém perguntar como eu estava? Meu filho morreu e eu não pude enterrá-lo porque ela queria continuar insistindo em algo que não tinha chance e eu não pude nem sofrer em paz porque eu precisava ser forte pra arrumar um jeito de contar pra ela já que o que os médicos falavam ela se recusava a acreditar e quando eu finalmente tomei coragem e contei ela me odiou por querer fazer o certo, ele já estava morto Emmett e mesmo assim ela me odiou por querer dá a ele um pouco de paz e a partir dali eu virei o monstro da história porque eu fiz o que ninguém mais teve coragem pra fazer, porque os pais dela não contaram? Porque você não contou?— Não deixei ele responder, pela primeira vez em algum tempo eu estava desabafando. —E me desculpa se eu fui a pior pessoa do mundo por querer um segundo de paz no inferno que minha vida se tornou, se eu me permiti uma única vez sair, beber e achei que uma noite com uma mulher bonita pudesse me dá um pouquinho de prazer, foi uma escolha infeliz é claro que foi, mas eu precisava porque se não eu iria enlouquecer. Ninguém precisa me culpar e nem dizer que as coisas que eu fiz foram erradas por que eu sei. Mas será que é pedir demais que pelo menos uma vez alguém pode ao menos tentar entender o meu lado. Dessa vez eu não posso ser o cara que vai ficar do lado dela e abraçá-la como eu fiz a vida toda porque dessa vez eu que preciso de um pouco de colo eu não posso chegar pra ela e dizer que tudo bem, que vai ficar tudo bem, porque eu não faço idéia se vai realmente algo vai ficar bem depois desse julgamento, eu não sei de mais nada. Só dessa vez eu não quero ter que me fingir de forte e salvar o mundo, eu sou humano e eu acabei de perder meu filho, eu perdi outro filho. —As lágrimas vieram com força. —Só me desculpa se eu não posso ser forte, mas eu não consigo. Não dá. Pode ficar a vontade pra duvidar do meu amor, por que é claro eu posso ter acertado a vida inteira só o que as pessoas vão ver são os meus erros.

—Edward. —Ele tentou se aproximar de mim, mas eu me afastei e me coloquei no caminho que me levaria pra fora da minha sala.

—Eu preciso ir Emmett, pelo menos hoje eu vou ficar com a minha garota. Por que amanhã eu já não sei o que eu vou fazer.

[...]

STORM - CAPÍTULO 08

Acordei. Eu sentia um forte enjoou e estava bastante confusa.

—Oh querida como você se sente? —Era a Esme, pisquei os olhos tentando me localizar. Muitos rostos conhecidos me cercavam minha mãe, meu pai, Edward, Carlisle, Alice e tantos outros assim como alguns policiais. Ela parecia está medindo minha pressão e realmente parecia preocupada e eu quis muito saber se era pelo juramento que como medica ela fez ou apenas por se importar comigo. —A ambulância já foi chamada.

Tentei me sentar, mas as gentis mãos da Esme me impediram, eu estava deitada no que parecia ser o chão do auditório onde estava acontecendo a audiência.

—Fique deitada.

—Eu não quero ambulância. —Tentei me levantar, mas a tontura me vez deitar de novo. Eu comecei a me recordar o porquê daquilo, as coisas que aquela mulher tinha me falado. Eu iria matar ela, ai sim iriam me julgar por algo que eu fiz.

—Querida relaxe não queremos outro desmaio.

[...]

Eu estava em uma das salas particulares do Center Medical Cullens, o hospital que meu sogro tinha comprado única e exclusivamente para sua esposa, Esme, exerce sua tão amada profissão sem a rotina comum de um medico. Eu tinha passado tanto tempo naquele lugar que eu já o conhecia tão bem, era como se fosse a minha casa e não precisava que ninguém me dissesse que depois daquele desmaio na audiência eu tinha sido levada pra lá. O que era estranho afinal eu imaginei que eu não seria bem vinda em mais nenhum lugar com o logotipo C’s.

—Eu vou pedir alguns exames só por desencargo porque sabemos o que a fez desmaiar. —Eu ouvi a voz da minha sogra. Ela falava com alguém bem próximo a porta do meu quarto então eu conseguia ouvir a conversa com perfeição já que a porta estava entre aberta.

—Não é necessário ela desmaiou pelas coisas horríveis que aquela mulher disse eu mesma queria ir lá e fazer ela engolir tudo aquilo, ainda tem aqueles remédios e ela mal se alimentou então uma noite bem dormida e tudo que ela precisa.

—Eu sinto muito pelas coisas que a Irina disse, mesmo com tudo ela não tinha o direito.

—Eu sei que você não tem culpa.

—Os medicamentos que foram aplicados nela são bem forte garanto que ela vai dormi até amanhã. Vá para casa amanhã vai ser um dia longo. —Ficou um silencio do lado de fora. Aqueles remédios realmente não fizeram efeito nenhum em mim já que eu estava acordada, um pouco confusa, mas ainda sim consciente.

—Eu não posso.

—Eu vou mandá-lo pra casa agora eu mesma vou colocá-lo em um taxi prometo.

—Sinto muito. —A voz da minha mãe estava chorosa eu não conseguia entender de quem elas estavam falando. —Só que foi muito difícil.

—Imagino, mas você sabe que não era a intenção dele.

—Só que se o Charlie não tivesse aparecido a tempo hoje estaríamos no enterro dela.

Elas estavam falando do Edward e isso me doía porque nada do que minha mãe disse ali era mentira, mas ainda sim era difícil de escutar. A única coisa que eu não consegui entender foi o porquê dele está ali ele achava o que? Que eu iria fugir? Realmente esperava que a Esme convence-se ele a ir pra casa.

—Você sabe que nenhum de nos achamos que ela realmente fez isso. —Minha mãe não respondeu nada. Não achavam, conduto nenhum deles apareceu pra me dar nenhum apoio. —Eu vou o mandar ir embora se você quiser ver ela fique a vontade, mas vá pra casa depois descansar um pouco amanhã o dia vai ser cansativo.

Quando ouvi o barulho da porta abrindo fechei os olhos querendo que minha mãe me visse dormindo e quem sabe seguisse o conselho da Esme e fosse pra casa descansar.

Através da audição eu percebi ela se aproximando de mim e senti o toque dela dos dedos dela no meu rosto. Controlei-me muito pra não chorar, não era justo fazê-la passar a noite no hospital, mas senti o toque e o carinho dela era uma coisa tão boa.

Era mais difícil do que eu imaginava fingir que eu estava dormindo. Depois de alguns minutos eu percebi que ela estava rezando, minha mãe sempre foi muito religiosa e naquele momento eu sabia que ela recorreria a Deus. Eu era muito fiel a ele também, mas diante de tudo aquilo que eu já tinha sofrido eu simplesmente não conseguia, cadê Deus quando meu filho morreu? Porque ele simplesmente não fez nada pra impedir? Eu tinha prometido absolutamente tudo que eu podia e o que eu não podia pra que meu filho se curasse, quantas noites eu virei rezando e ele apenas ignorou.

Virei dando as costas pra ela como se eu estivesse dormindo, eu não conseguia evitar as lagrimas e não queria que de forma nenhuma ela me flagrasse chorando. Senti as primeiras lagrimas banhando meu rosto enquanto ela continuava sua oração e a caricia gostosa que agora ela fazia no meu cabelo. Não sei quando tempo ela permaneceu em sua oração, mas depois de alguns minutos ela apenas depositou um beijo no meu rosto e deixou o quarto.

Quando eu tive certeza de que ela já estava longe eu me permiti chora abertamente, me matava ver ela chorar, me matava ver ela sofre e saber que era por minha causa. Eu imaginava como devia está confusa a cabeça dela, o esforço que ela devia está fazendo pra acreditar que eu não tinha feito aquilo quando todo o resto apontava pra mim como culpada. Eu só desejava que pudesse ser provado que eu não era culpada por ela, única e exclusivamente por ela.

[...]

Alguns momentos depois, eu não sabia exatamente quantos minutos podiam ter se passado horas eu ouvi uma movimentação do lado de fora. Passei a mão pelo meu rosto enxugando-o não querendo que ninguém me visse chorando.

—Edward eu estou confiando em você. —Era novamente a voz do Edward e não acreditei que ele ainda estava do lado de fora. —Estou quebrando a promessa que eu fiz a Renée não me faça me arrepender.

—Eu prometo que eu não vou fazer nada contra ela. Eu ...só preciso de alguns minutos. —Não acreditei que ele realmente iria entrar ali, fechei os olhos sem condição nenhuma de encarar ele e voltei a fingir dormi eu sabia que com ele seria mil vezes pior para ele acreditar na minha mentira, ele dormia todos os dias comigo e sabia exatamente como era eu dormindo. Naquele momento eu desejei que aquele tal remédio que a Esme disse ter me dado fizesse efeito e que eu caísse em um sono profundo porque eu não tinha condições nenhuma de encará-lo e se ele descobrisse que eu estava mentindo e estava acordada eu não saberia como agir.

A porta foi aberta tentei controlar e acalmar minha respiração, mas simplesmente não dava. Eu senti o calor que a aproximação dele provocava em mim, quando eu senti o toque dele no meu rosto eu estremeci não sei se por medo ou por causa daquele sentimento que eu sentia por ele e que mesmo com tudo aquilo ainda não tinha sumido.

—Baby. — Eu consegui controlar as lágrimas, mas as emoções eram conflitantes. Ouvi ele me chamar daquela forma carinhosa era estranho depois de tudo aquilo que tinha acontecido. —Por quê? —As lagrimas permaneceram contidas, mas meu coração estava partido em diversos pedacinhos, mesmo estando ali ele não acreditava na minha inocência. —Eu só queria poder voltar atrás e desfazer todas as merdas que eu fiz eu sei que se você fez isso o maior culpado sou eu. —Eu queria ser corajosa o suficiente pra abri os olhos e falar pra ele que estava tudo bem e que ele não tinha culpa de nada, mas eu estaria mentindo e não era corajosa pra isso. —Eu te amo tanto. —Quase não contive a mentira quando eu senti os lábios dele contra o meu eu não acreditava que ele estava realmente me beijando. Foi um beijo suave e muito delicado e eu sabia que era o ultimo, aquela era nossa despedida.

Ele se afastou e eu respirei mais aliviada pensando que ele estava indo embora, mas não, ouvi uma cadeira sendo arrastada e alguns minutos e senti a cabeça dele sendo apoiada na minha cama, os cabelos dele roçando delicadamente no meu braço.

—Você não está dormindo. —Não parecia uma pergunta.

Abri os olhos, eu já previa que seria difícil convencer a ele. Ele levantou a cabeça também e nossos olhos se encontraram e eu me senti nervosa aquele era nosso primeiro encontro realmente depois de tudo o que tinha acontecido na delegacia e eu não sabia como ele reagiria. —Eu queria me desculpas pelo que eu fiz com você. —Ele inclinou a mão como se fosse me tocar, mas parou no meio do caminho.

—Desculpa mais eu não vou perdoar você. —Pelo menos não naquele momento, ali diante de tudo aquilo era impossível perdoá-lo.

—Tudo bem. Acho melhor eu sair. —Ele se levantou e eu senti meu coração aperta em ver ele naquele estado, mas o que eu podia fazer. Pensei em me desculpar e dizer a ele que eu sentia muito pelo ocorrido com o filho dela, mas o medo do que isso pudesse provocar me fez mudar de assunto.

—Se quiser ficar eu não me importo vou dormi mesmo. —Me fazer de forte era complicado quando tudo parecia está desmoronando. Fechei os olhos ignorando ele e me focando em qualquer coisa. Eu queria muito ele longe e ao mesmo tempo eu precisava dele perto o mais perto possível e parecia que ele sentia o mesmo que eu.

[...]

Eu fiquei muito tempo ali parada fingindo está dormindo, tudo bem que ele podia até não acreditar, mas ele também não saiu. Alguns minutos depois eu pude sentir o cabelo dele espetando meu braço o que indicava que ele estava com a cabeça apoiada na maca. Depois do que pareceu horas em um total silencio eu apenas abri os olhos e o encontrei dormindo eu me sentia tentada a acariciar os cabelos dele, mas tinha medo de acordá-lo então apenas fiquei ali observando-o dormir.

Minha mente viajou pra nossa ultima noite juntos e mesmo com o luto, depressão e tudo mais eu ainda sim conseguia sentir vontade dele.

(...)

—Deite aqui. —Ele chamou. Caminhei até a cama e me sentei ao lado dele, eu estava me sentindo estranhamente feliz naquele dia, uma felicidade comum e meu lado ruim ficava jogando em cima de mim uma culpa que eu não conseguia deixar de sentir. Meu filho estava morto e eu estava conseguindo voltar a viver e sentir prazer em pequenas coisas como assistir televisão ou ler bobagens na internet. Inclinei-me e antes que eu pegasse meu remédio, o que eu usava para dormi, senti as mãos do meu marido me pegando pela cintura e me puxando pro meio da cama.

—Você não precisa disso pra dormi. —Ele me garantiu com uma propriedade que era difícil não acreditar nas palavras dele.

—Preciso sim e você sabe bem disso. —Se eu não tomasse meus remédios eu era atormentada por insônia e pesadelos terríveis, terríveis ao ponto de me causa até uma crise de pânico.

—Você passou o dia todo bem. —Sim, eu tinha ficado o dia inteiro melhor do que qualquer outro dia. Fomos almoçar na casa dos pais dele, fiquei na beira da piscina observando enquanto todos se divertiam, consegui me concentra no livro que eu estava lendo, comi bem e até exagerei em um bolo de chocolate que minha sogra tinha feito e que simplesmente estava delicioso, consegui sorri em alguns momento de verdade e não apenas fingindo pra agradar e não preocupar os outros, chegamos em casa e ainda nos divertimos mais assistindo um programa na televisão no qual eu simplesmente fiquei rindo até meu rosto doer.

—Exatamente por isso eu não quero terminar o dia em um hospital.

Ele suspirou e pareceu compreender que eu tinha que fazer aquilo.

—Eu quero você. —Ele afirmou e abaixou a cabeça dando delicadas mordidinhas no meu pescoço. Gemi, aproveitando e me contorcendo diante do toque naquela área que era tão sensível.

As mãos dele desceram pela lateral do meu corpo me provocando, barriga, cintura, coxas e levou a mão até meu joelho puxando minha perna abrindo-a pra ele se ajustar melhor em cima de mim. Ele desceu os beijos pelo meu colo, intercalando entre delicados beijos e mordidas delicadas que serviam pra me provocar. Suas mãos subiram novamente pela minha perna se infiltrando dentro da minha camisola subindo o tecido de seda, ergui meu corpo deixando que ele puxasse a camisola quando ela passou do meu quadril eu me sentei e deixei ele tirar completamente o tecido do meu corpo ficando somente com a calcinha.

—Eu adoro seu corpo. —Ele gemeu no meu ouvido e senti as mãos dele no meus seios. —É completamente perfeito.

Depois da minha gravidez eu tinha voltado ao meu corpo normal e nem fiz nenhum tipo de esforço para aquilo, apenas meu tempo ao lado do meu filho no hospital e comendo só aquela comida tinha sido o suficiente na verdade eu até estava mais magra, mas sabia que aquilo era culpa da minha depressão.

Ele abaixou e tomou meu seio direito na boca, mordendo e chupando delicadamente.

—Eu te amo tanto.

—Eu também. —Minhas mãos deslizaram pelo cabelo dele de forma sentindo um prazer incrível com a caricia que ele me proporcionava com a boca. Desci minhas mãos pelo abdome sarado dele e puxei a cueca pra baixo pegando o pau dele e acariciando de forma a proporcionar prazer a ele.

Ele tirou minhas mãos do seu pênis e desceu a boca ainda mais lambendo minha barriga e com as mãos ele puxou minha calcinha pra baixo tendo acesso a minha intimidade.

Graças a minha mãe eu estava com a minha depilação em dia, ela tinha me obrigado a algumas boas horas em um SPA para serviço completo.

Os dedos dele deslizaram pela minha vagina, espalhando minha umidade antes de se firmarem sobre meu clitóris iniciando movimentos circulares da forma que ele sabia que era o suficiente pra me levar a loucura.

—Você é tão gostosa. —Ele me penetrou com o dedo médio enquanto continuava a estimular meu clitóris com o dedão. Gemi alto sem me importar com nada, era a nossa casa e estávamos completamente sozinhos.

—Shiu baixo não queremos acordar o Thomas. —Eu simplesmente travei ao ouvir o nome do filho dele que estava dormindo no quarto ao lado. Como ele fazia questão de aproveitar cada segundo do filho a baba não dormia aqui e ele ficava responsável por acordar de madrugada para tarefas normais que um bebê exigia, como trocar fraldas, dar mamadeiras e até mesmo quando o garotinho não queria dormir e precisava de companhia.

Um filme passou pela minha cabeça, um filme bem ruim que mostrava em destaque que ele tinha me traído e tido aquela mesma coisa com uma mulher qualquer e que todos aquelas juras de amor podiam ter sido também direcionada a outra pessoa. O toque dele na minha vagina já não era tão prazeroso. Segurei a mão dele impedindo-o de prosseguir.

—Eu sinto muito não estou no clima. —O empurrei de forma delicada, ele não ofereceu resistência e deitou ao meu lado. Me levantei pegando minha camisola, ajeitei minha calcinha e vesti a peça que ele tinha tirado. Agarrei o frasco de comprimidos e peguei duas pílulas ingerindo-as logo em seguida, era muito e eu sabia, mas eu precisava daquilo pra simplesmente apagar e não discutir sobre aquilo que tinha acabado de acontecer.

(...)

Ele tinha sido bem mais compreensivo do que eu imaginei ser possível e eu me recordava que naquela noite ele tinha me puxado para os braços dele e me abraçado deixando que eu adormecesse sem nem tocar no assunto.

Se eu soubesse que aquela seria nossa ultima noite provavelmente eu não teria parado-o, teria sentindo todo prazer que ele era capaz de me dar. Agindo de forma irracional e sem me importar que ele acordasse iniciei um carinho no macio cabelo dele, aquele cabelo que era tão similar ao do meu filho, aquele cabelo que eu sempre adorei ficar acariciando enquanto estávamos deitados em nossa cama conversando ou apenas curtindo a presença um do outro. Talvez como ele tinha feito eu dei uma trégua, quando o dia amanhecesse os problemas voltariam e eu me daria com eles, ele voltaria a me odiar e eu voltaria a sentir raiva dele por não acreditar em mim, mas naquele momento eu só aproveitaria aquilo.

STORM - CAPÍTULO 09

O segundo dia do julgamento começou muito estranho, até mesmo o sol parecia está feliz. Sabe aquele típico dia que tem tudo pra ser incrível. E até poderia ser um ótimo dia, mas para todos os outros fora mim e aqueles que me amavam.

Eu despertei muito assustada com a entrada de uma enfermeira no quarto. Abri os olhos com medo dele ainda está no meu quarto, eu tinha caído no sono e ele ainda estava ali dormindo de forma pesada. Porém ele não estava mais no quarto, meu sono não costumava ser pesado, mas eu não vi a hora que ele partiu, talvez tenha sido resultado do tal remédio que a Esme disse ter me dado.

Não me surpreendi em ser escoltada até o lugar onde aconteceria o julgamento, na verdade eu já estava me acostumando com a idéia. Fui recepcionada pelo meu pai e fui isolada em uma sala, eu só entraria no auditório onde a audiência publica estava acontecendo depois que todos já estivessem devidamente posicionados.

Me surpreendi com meu sogro, Carlisle, entrando na sala. Meu pai reagiu de forma rápida e levantou se posicionando na minha frente de maneira protetora. Não entendi a necessidade daquilo.

—Isso é completamente desnecessário Charlie. — Quem falou foi o Carlisle ao meu pai, pela forma em que eles estavam se comportando algo muito grave tinha acontecido, algo que eu não sabia.

—Eu não acho. —Meu pai parecia com muita raiva e sua mão tremia de uma forma irracional. Me levantei e antes que eu ultrapassasse a barreira que meu pai tinha criado ele colocou a mão na minha barriga impedindo-me.

—Eu só vim demonstrar um apoio a Isabella em nome de toda a família. —Ele se inclinou um pouco para me encara. —Todos nos sentimos muito pelo que aconteceu e não acreditamos que você tenha feito o que te acusam. —Não sei por que eu não acreditei cem por cento nele, talvez ele e a Esme, talvez a Alice acreditassem na minha inocência. Mas a família toda eu tinha absoluta certeza de que não, a visita do Edward naquele dia na delegacia tinha sido um belo demonstrativo.

—É meio tarde pra isso. —Eu sabia que se não fosse por seu status e condição financeira ele nem estaria ali, já que nem minha mãe estava. —Talvez quando eu fui presa tivesse sido um bom momento agora que eu já posso sentir as agulhas no meu braço eu não preciso de apoio. —Eu tinha todo o direito de está chateada eles eram minha família, pessoas que eu amava e que no momento que eu mais precisei me viraram as costas sem nem me dá a opção da duvida.

Ele suspirou fundo e se voltou a mim, meu pai ainda permanecia no nosso meio e era difícil devido a minha altura enxergá-lo.

—Eu tentei falar com você antes, mas seu pai não permitiu. —Ultrapassei a barreira que meu pai tinha erguido sem deixar que ele me segurasse. Olhei para o meu pai.

—Isso é verdade? —Questionei. Eu tinha sofrido tanto pelo abandono.

—Sim, mas eu tive motivos pra isso. —A forma que ele encarava seu melhor amigo era assustadora, eu só queria entender o que tinha acontecido pra eles se tratarem assim.

—Eu já me desculpei pelo ocorrido e pelas coisas que eu disse, mas eu não podia deixar você machucar meu filho. —Olhei confusa para os dois. —Assim como você está no seu direito de defender sua filha eu tenho o direito de defender o meu.

—O que aconteceu? —Perguntei ao Carlisle, ele e sua forma mais fria de super empresário me daria um resumo bem mais direto do que serio o do meu pai que já era mais sentimental.

—Depois do que o Edward fez na delegacia, e já deixando claro que em momento nenhum eu fiquei ao lado dele pelo que aconteceu, o seu pai quis fazer justiça com as próprias mãos em o conhecido chutar cachorro morto. Meu filho está sofrendo bastante, ele acabou de perder o filho, além do arrependimento que ele sente pelo que fez com você. Então seu pai quis dá uma surra nele e eu não permiti, nossos ânimos estavam um pouco alterado pelos acontecimentos e eu acabei dizendo coisas que eu não deveria assim como ele. Tive capacidade e maturidade em me desculpar e desculpá-lo, mas infelizmente seu pai não pode fazer o mesmo.

Não era difícil acreditar nas palavras do meu sogro e de uma forma muito conturbada eu não queria um resumo mais detalhado aquilo já era o mais do que suficiente e já me faria sofrer muito por saber que por minha culpa uma amizade de mais de quarenta anos estava abalada e pelo que eu via ali dificilmente voltaria ao que já foi um dia.

—Sendo assim eu agradeço pelo apoio, mas por favor me deixe sozinha eu preciso de um tempo. —Não menti eu realmente daria tudo pra não ter que está naquele julgamento e poder ficar sozinha mesmo que fosse dentro daquela cela na delegacia, mas eu não podia mais adiar aquilo não enquanto faria tantas outras pessoas sofreria sem saber o resultado daquilo.

—Eu entendo. —Ele se aproximou de mim e me abraçou deixando um beijo no topo da minha cabeça. Antes de sair completamente da sala ele se voltou a mim como se estivesse lembrado de alguma coisa. —A Alice pediu pra falar pra você não se esquecer do que ela te disse. —Olhei pra ele sem entender, mas não perguntei nada, pois sabia que vindo da minha cunhada ela não tinha explicado nada ao pai e nem me explicaria caso eu perguntasse.

—Obrigada. —Agradeci antes dele sair e me deixar sozinha com meu herói. Talvez só naquele momento e sabendo de tudo aquilo eu tenha reparado nele, que sempre se fazia de forte, mas deveria está tão abalado quando a minha mãe. Eu sabia que ele não estava nada confiante com o resultado e que ele nem poderia ter prometido minha mãe que eu não seria condenada a pena de morte, as poucas provas que tinham era me incriminando tanto que ele nem ao menos tinha montado a defesa tentando me defender a única coisa que ele estava investindo todo tempo e dinheiro era em alegar que eu tinha feito aquilo de forma inconsciente. Porém ele era advogado e sabia que não seria tão fácil assim e que dependeríamos muito do juiz que pelo que o Anum falou alguns dias atrás meu pai tinha tentado comprar sem sucesso o que poderia prejudicar ainda mais na hora da sentença final.

Ele estava se fazendo de forte pra não preocupar nem minha mãe e muito menos eu que já estava no meu limite e ninguém estava o poupando, o mesmo tinha acontecido com o Edward e olha o que aconteceu quando ele finalmente rompeu. Eu não era hipócrita ao ponto de não reconhecer que no momento em que descobrimos a doença do nosso filho tudo tinha caído em cima dele ninguém poupou ele de nada e olha onde tudo foi parar. Eu confiava que com o depoimento daquele medico eu seria facilmente inocentada, afinal ele tinha conseguido implementar a duvida até mesmo em mim. Depois da visita dele eu até fiquei me perguntando se eu não era mesmo culpada pelo que tinha acontecido e se de alguma forma meu cérebro não apagou aquilo pra me poupar ou até mesmo a opção que ele apontava a de que eu tinha feito aquilo inconscientemente.

Aproximei-me dele e o abracei, mesmo que ele tentasse se convencer que eu não tinha feito aquilo eu tinha visto a duvida estampada na cara dele na hora que o medico estava conversando com nos dois sabia a confusão que devia está a cabeça dele naquele momento.

—Me desculpa. —Pedi não por ter feito aquilo eu ainda estava tentando me convencer que eu não era culpada, mas eu precisava falar... Matava-me decepcionar meu pai da forma que fosse.

—Shiu não fale bobeira você não fez nada e nos dois sabemos. —Não, nos dois não tínhamos certeza de nada, ninguém tinha, mas eu não iria entrar naquela discussão.

[...]

Hoje o dia era decisivo e eu esperava que tudo fosse rápido, eram poucos depoimentos hoje já que meus advogados não viam necessidade de testemunhas já que eu estava em casa completamente sozinha. Eles até tinha procurado alguém que pudesse dizer que tinha uma pessoa estranho no condomínio, mas ninguém tinha visto nada. Aquele lugar era grande demais e protegido demais pra alegarem que alguém tinha invadido e se não tinha sido eu só podia ser alguém que também morava ali e tinha feito muito bem já que soube usar pontos cegos das câmeras de segurança que foram instaladas, mas era muito plano de conspiração. Só depois de tudo isso que descobrimos que para proteger a privacidade dos moradores e ao mesmo tempo dar segurança as câmeras tinham muitos pontos cegos. A tal privacidade que o condomínio oferecia tinha-me fodido. Além de saber sobre os pontos cegos a pessoa tinha que ser bem organizado e rápido pra invadir minha casa, assassinar o pequeno Thomas e sair antes que eu voltasse do banheiro, tinha sido apenas o tempo de eu fazer um xixi, nada, além disso, e também tinha o ponto de que como a pessoa sabia o momento certo de entrar. Olhando de um jeito frio só tinha uma única possível e provável culpada e me doía admitir, só que tudo indicava pra mim e não tinha o que ser feito

—Cadê o Amum? —O julgamento já estava começando e ele ainda não tinha aparecido eu espera que ele não tenha desistido de mim.

—Está resolvendo alguns detalhes em breve ele chega. —Percebi meu pai estranho, que detalhes eram aqueles que eram mais importantes do que a porcaria do julgamento que podia me condenar à morte. Mas ignorei provavelmente ele apenas tinha saído do caso vendo que era uma causa perdida e meu pai não queria me contar.

Iniciou o primeiro testemunho do dia. Era Victoria uma bela mulher ruiva muito gostosa que me fez sentir muito ciúmes no inicio, mas que com o tempo e a aproximação eu tinha percebido que ela não era ameaça. Ela era a babá do Thomas e alguém que tinha se tornado uma amiga com o tempo.

—Então você pode descrever qual era sua função na casa dos Cullens? —Eu não entendi o porquê daquela promotora ter a chamado pra depor, se ela fosse sincera o que eu esperava que fosse ela só teria coisas boas pra dizer sobre a forma que eu tratava o Thomas.

—Eu era babá. —Era no passado.

—Você viu ou notou algum comportamento estranho da senhora Cullen em relação ao bebê que você tomava conta? —Eu respirei fundo muito preocupada com o que ela poderia dizer.

—Não, diferente do que ela sempre tentou transparecer ela gostava muito do menino. —Fechei os olhos, constrangida. Eu não queria que ninguém soubesse daquilo porque era como se eu estivesse traindo meu filho, mas eu simplesmente não conseguia não me encantar pelos belos olhos verdes. —Ela facilitava muito meu trabalho já que cuidava do bebê quase que sozinha, a única exigência era que eu mantivesse meu bico fechado e não contasse pra ninguém.

Balancei a cabeça negando custava ela continuar com a boca fechada. Observei o braço dela completamente enfaixado ela realmente tinha se machucado e tinha sido bem feio.

—Como assim?

—Ela cuidava do bebê, banho, mamadeira, trocar fralda e tudo que um bebê precisava, além de está estimulando ele pra vê se ele conseguia melhorar o equilíbrio. —Senti o olhar de toda a família tanto os Cullens quando meus pais me olhavam meio que querendo confirma o que ela dizia, mas o olhar que mais me incomodava era o do Edward. Eu sabia que ele fazia de tudo pra que eu aceitasse o filho dele e assim podíamos ser completamente feliz só que se eu aceitasse eu estaria substituindo meu filho e da maneira mais errada que eu podia fazer. Mantive meus olhos fixos nela e depositei toda concentração nela. —Eu sabia que ela tinha medo do que os outros iriam pensar e até mesmo do que ela mesma pensava, como eu já disse a ela o que ela pensava era o pior do que a realidade seria. A família dela é um amor eu tinha absoluta certeza de que eles iriam adorar o fato de que ela amava o pequeno Thomas e que ele amava ela e que ninguém pensaria que ela estava substituindo o filho ou coisa do tipo. —Eu me lembrava de quando ela tinha me dito aquilo, aquele dia tinha me marcado mais do que qualquer outro foi o momento em que eu decidi. Eu estava em uma crise nervosa. Momentos antes eu estava com o bebê no colo e de repente eu comecei a pensar no meu filho e...

(...)

—Está tudo bem? —Perguntou a Victoria entrando na sala, eu não sabia o que a tinha alertado já que a ultima vez que eu vi ela estava na cozinha conversando animadamente com alguém no telefone, mas se fosse pra apostar seria no choro do menino que gritava a todos os pulmões desde o momento em que eu o coloquei no cercadinho.

—Sim, você pode iniciar o seu trabalho. —Ela estava sendo paga só pra ficar mexendo no celular já que desde o momento em que meu marido saiu quem estava cuidando do Thomas era eu.

Tentei passar por ela não querendo que ela me visse chorando e por não agüentar mais o choro dele.

—Sei que não devo me meter, mas não há problema na senhora gostar do bebê.

Ela saiu da minha frente e foi até o menino o pegando no colo, mesmo assim ele manteve o choro em bom som. Eu sabia que ele estava ficando mimado por minha culpa já que se ele quisesse, eu ficaria com ele no colo o tempo todo, mas eu não conseguia evitar e vê-lo chorando partia meu coração.

Eu queria sair da sala e me afastar dele era isso que meu lado racional mandava, mas eu sabia que ele estava chorando porque queria ficar comigo e que ela não conseguiria calar o choro dele nem tão cedo e que mesmo que eu me escondesse no meu quarto ainda sim eu os ouviria. O melhor seria fazer o Edward tirar aquele menino de perto de mim o mais rápido possível enquanto eu ainda não estava totalmente apegada.

Ela começou a cantar uma musica e balançar ele delicadamente, mas pela posição em que ela virou ele me viu ali e começou a chorar mais ainda e do nada no meio do choro ele falou, não era sua primeira palavra já que ele dizia coisas do tipo papa (chamando o Edward) e mama quando queria mamadeira ou comida entre outras coisas comuns para bebês da idade dele, mas ele nunca tinha falado meu nome. Não era perfeito, mas era. Em alto e bom tom o som dos Bs se misturando quando ele tentava falar Bela.

Sem conseguir pensar me aproximei dele o pegando do colo dela, foi instantâneo so constatando ainda mais a pirraça o choro cedeu.

—Oi meu amor.

—Senhora Swan a senhora amar ele não tem nada demais e ele te ama. —Naquele momento eu simplesmente não tinha condição de nem ao menos responde-la.

(...)

Como se soubesse exatamente do que eu estava me lembrando veio dela um sorriso cúmplice.

Senti as lagrimas molharem meu rosto e dessa vez nem me importei com quem tivesse vendo, eu estava tentando evitar pensar naquilo e mesmo falando diversas vezes nunca pareceu real não até aquele momento. Ele realmente estava morto, aquele bebê fofinho que mesmo sem fazer nada tinha todo o meu coração, aquele bebê que tantas e tantas vezes eu tentei convencer o Edward a se livrar, devolver a mãe, da pra Esme cuidar, colégio interno eu só queria que ele tirasse o menino de perto de mim enquanto eu ainda tinha uma chance de não me apegar mais do que eu já estava apegada.

—Você quer dizer que ela tinha uma relação com o bebê sem que nem o pai soubesse? —A promotora parecia não acreditar muito nas palavras dela.

—Sim e verdade. Ela amava aquele bebê e olha que ela tentou resisti, mas era mais forte eu acho que ela estava destinada a ser mãe daquele menino.

E como eu tinha tentado resisti. O bebê tinha dois meses quando o Edward resolveu que era a hora de voltar ao trabalho e ter deixado aquela criança sobre os cuidados de uma baba. Eu simplesmente xinguei o Edward de tudo quanto é nome por ele deixar aquela menina de apenas vinte anos tomando conta de um bebê que tinha personalidade de mais para dois meses e já estava me enlouquecendo com aquele choro.

(...)

Ela era uma péssima opção para aquele cargo e o principal fato de eu ter certeza era por ela não ter experiência com bebês. Eu iria matar o Edward por contratá-la, ele devia está olhando para os belos peitos dela e não pro currículo.

Aproximei-me do quarto do bebê e vi a bagunça que estava enquanto ela tentava colocar a fralda, só que a criança estava dentro do berço e ela não conseguia alcançá-lo direito por causa grades protetoras.

—Victoria. —Chamei, tínhamos sido apresentadas na noite anterior não que eu estivesse muito consciente quando nosso encontro aconteceu.

—Senhorita Swam...Me desculpa por acordá-la eu já vou fazer ele ficar quieto. —Olhei pra ela sabendo que as condições de aquilo realmente acontecer eram mínimas, pra não dizer inexistentes.

—É senhora. Sou casada. —Corrigi.

—Me desculpe novamente. —Ela estava a ponto de chorar e aquele era a primeira semana.

—Existe uma coisa chamada trocador provavelmente está no banheiro e mais fácil fazer isso lá. —Me encostei no batente e fiquei observando.

—Ele esta batendo o pé e estou com medo dele cair. —Respirei fundo e caminhei pra perto dela.

—Ele não vai cair ainda não tem idade pra isso. —Garanti a ela pela primeira vez me permitindo olhar pra ele e eu simplesmente senti meu mundo parar ao ver como ele era parecido com meu filho não querendo deixar que ela me visse chorando e conseqüentemente contasse ao Edward eu simplesmente sai do quarto deixando que ela se virasse sozinha. Aquilo era responsabilidade do Edward e se ele tinha confiado naquela mulher ele devia saber o que estava fazendo.

(...)

Depois de alguns dias nossos encontros foram cada vez mais constantes, eu meio que não consegui superar a semelhança daquele bebê com meu falecido filho e a cada dia que passava e aquela menina tinha alguma dificuldade com ele lá estava eu pronta pra ajudar e assim eu comecei a substituir ela em praticamente todas as tarefas relacionadas ao bebê.

Me lembrar dele e finalmente entender que não teríamos mais nossos momentos era muito doloroso e eu podia afirma que era tão doloroso quanto eu tinha perdido meu filho, era uma dor inexplicável e que chegava a ser física. Senti os braços do meu pai ao meu redor tentando me confortar e eu nem podia abraçá-lo de volta pelas incomodas algemas que eu tinha sido obrigada a usar pelo meu comportamento de ontem.

—Eu coloco minha mão no fogo pela senhora Swan, ela jamais teria coragem de fazer nada com o menino eu não sei explicar o que aconteceu e vou me arrepender pelo resto da minha vida por ter sido tão desatenta e ter sido atropelada porque se eu estivesse lá seria só um dia normal, nosso dia normal. —Ela era a primeira pessoa a me defender abertamente e no final do seu pequeno discurso ela tinha os olhos molhados pelas lagrimas. —Ela amava aquele menino.

Sim eu amava, mesmo que eu lutasse pra admitir era assim que eu me sentia em relação a ele, o pequeno e não tão esperto Thomas. Eu simplesmente não conseguia me conter e mais lagrimas caíram pelo meu rosto, aquela dor no meu peito aquele buraco que parecia ter surgido quando eu perdi meu filho e que eu já estava me acostumando pareceu triplicar se não fosse os braços do meu pai ao meu redor me segurando eu com certeza teria desmoronado ali mesmo.

STORM - CAPÍTULO 10

Eu era a próxima testemunha eu sabia que tanto a acusação quanto a defesa iriam me fazer perguntas como pré estabelecido começaria com a acusação, fiz o juramento tendo absoluta certeza de que eu poderia cumpri-lo sem problema nenhum.

—Como que a senhora reagiu ao saber que seu marido teve uma relação extraconjugal? —Eu tinha vontade de responder ela com deboche que aquela pergunta merecia. Como ela achava que eu me senti? Super feliz e animada com a noticia? Claro que não. Aquilo tinha partido meu coração em vários pedacinhos alem de ferrar ainda mais com a minha cabeça.

—O eu isso tem haver com o caso? —Tentei fugir da pergunta, mas eu era advogada e sabia bem o que aquilo tinha haver com o caso, meu ódio pela traição era o motivo pro crime.

—Apenas responda. —O juiz falou pra mim.

—Eu fiquei magoada, estava em um momento difícil e eu apenas queria um pouco de paz e apoio. Saber que meu marido estava se divertindo por ai não foi algo legal. —Fui sincera evitei olhar pro Edward não queria ver o olhar culpado dele.´

—Você ficou com ódio da senhora Irina?

Respirei fundo pensando em como responder sem piorar minha situação.

—Inicialmente não, eu não quis saber quem era a mulher e não tinha motivo de odia-la já que eu não tinha nenhum tipo de relacionamento com ela. A única pessoa que me desapontou foi o meu marido. Mas no momento em que ela vai atrás de mim no hospital querendo esfregar sua gravidez na minha cara ai sim eu fiquei com raiva dela, porém passou na época meu filho teve uma melhora e eu não perderia meu tempo me incomodando com ela. —Mais uma vez optei pela sinceridade, lembrar de como eu tinha me enganado imaginando que meu filho tinha melhorado fazia voltar a vontade de chorar, a tal melhora dele que me fez lidar tão bem com a gravidez, mas hoje eu via que a melhora dele foi como um dia bonito antes de uma forte tempestade.

—Então você odiava ela?

—Não, eu não odeio ninguém, eu senti raiva, mas passou no momento em que ela sumiu das minhas vista.

—Você pode dizer o mesmo sobre o Thomas? —Não acreditei que ela realmente estava me fazendo aquela pergunta, aquilo era crueldade sem tamanho.

Eu senti novamente uma ânsia de vomito, mas consegui controlar. Eu só não queria estender mais aquilo.

—Eu nunca odiei o Thomas ele era apenas uma criança.

—Mas você evitava está perto dele. —Olhei pra ele querendo saber de onde ela tinha tirado aquilo. —Seu marido mesmo disse que a senhora sempre evitava está no mesmo ambiente que o menino.

Fechei os olhos tentando me controlar ao lembra o que me fez muitas vezes me afastar.

—Ele era muito parecido com meu filho e isso me machucava muito. —E não era coisa da minha cabeça até mesmo minha mãe tinha comentado a semelhança. —Os mesmos olhos, o formato do rosto, a cor da pele, o formato horrível das unhas. —Senti as lágrimas escorrendo sem controle pelo meu rosto, meu filho, meu amado filho. —Não sei se você é mãe, mas se você for imagina perder seu filho e ao mesmo tempo ter que lidar com a copia viva dele e ainda saber que é fruto de uma traição. Então me julguem por não querer ficar perto do bebê, porque toda vez que eu sentia ele nos meus braços eu via meu filho ali sentia como se ele estivesse vivo. —Peguei o lenço que meu pai tinha me dado e enxuguei meus olhos, estava doendo muito falar de tudo aquilo. Senti um alivio por não pelo menos pra testemunhar ter sido libertada das algemas. —Como a Victoria contou, eu tinha meus vacilos, eu passava a tarde com ele porque simplesmente sentia a necessidade de ter aquele pouquinho do meu filho nem que fosse no fruto da traição do meu marido de ter aquilo que eu não pude ter com o meu bebê, mas conforme o tempo foi passando eu apenas aprendi que não era justo com aquele bebê e nem justo comigo. Aquele não era meu filho e com o passar do tempo eu consegui entender isso.

—Você fica repetindo o tempo inteiro que ele era fruto de uma traição, ele era apenas um bebê inocente acho que isso já é um alarmante grave.

Respirei fundo tentando me acalmar sabia que nada daquilo me ajudaria só me atrapalharia, eu tinha perdido o controle e precisava da um jeito de conserta.

—Eu sei que o Thomas não era culpado e só uma forma de dizer. —Sim eu realmente nunca culpei a criança, mas eu não podia controlar meus pensamentos. —Eu realmente gostava dele.

—Você o amava quando ele servia pra está no lugar do seu filho?

—Não... —Ela estava distorcendo tudo que eu tinha dito e sabia que a culpa era minha de ter deixado ela fazer aquilo. —Não foi isso que eu disse. Eu passei a amar ele por ele mesmo e não por ser parecido como o ... —Não dava eu simplesmente não conseguia falar o nome dele doía tanto.

—Com o Antony? —Ela sabia perfeitamente que estava tocando no meu ponto fraco.

Balancei a cabeça afirmando.

—Antony? Antony? Antony? Qual é a dificuldade de falar Antony? —Ela estava me torturando e me desestabilizando, mas eu não conseguia retomar o controle eu só conseguia chorar.

Vi meu pai falar algo com o juiz, provavelmente parando aquela mulher já que ela estava passando dos limites.

—Vamos pro dia da morte do Thomas. —Era muitas sensações e eu não estava conseguindo me concentrar como deveria. —Como foi aquele dia, você era a única lá pode me dizer o que aconteceu naquele dia depois que seu marido a deixou sozinha com o menino.

Pelo menos não tinha acusações.

Iniciei a história que eu já tinha repassado tantas vezes entre muita lágrimas.

(...)

Fiz todo o processo de higiene matinal em tempo recorde não querendo deixar o Antony sozinho, sabia que ela não lidava bem com abandono. Voltei ao quarto e ele permanecia deitado do jeito que eu coloquei, eu falaria com o Edward pra falar com a pediatra aquilo não era normal e se ele ainda não tinha percebido aquilo eu não agüentava mais ignorar, aquele bebê já devia está querendo andar e nem ao menos virava na cama ainda.

—Oi príncipe o que vamos fazer hoje? —Me inclinei na cama pra ficar mais perto dele, ao ver que eu falava com ele o bebê deu um gritinho animado. —Quem sabe um sol a beira da piscina? —Propus mesmo sabendo que eu não teria resposta. Ele estendeu as gorduchas mãos me chamando.

O peguei no colo e saímos do quarto.

—Antes de irmos lá pra fora eu preciso comer alguma coisa. —Continuei minha conversa com ele. —E você seu pai já te deu seu café da manhã?

Antes de sair do quarto peguei meu celular e digitei uma mensagem ao Edward. Primeiro eu o xinguei por me deixar de babá e depois perguntei se o bebê já tinha comido? A resposta foi quase imediata dizendo que ele me amava e que ele já tinha dado banho e mamadeira ao menino e que os horários de comida e banho estava em uma agenda no quarto do bebê. Aproveitei que eu estava no corredor e fui até o quarto do bebê abrindo agenda na data certa e conferindo como era a rotina. Adicionei alguns lembretes de remédios ao meu telefone e sai do quarto sabendo quase todos os horários dele, mesmo que eu cuidasse dele junto com a Victoria ela que era responsável pelos horários, ela que avisava que estava na hora de dar o almoço ao menino, banho e todo o resto.

Cheguei na cozinha e coloquei ele na cadeirinha enquanto preparava algo pra mim comer, entre uma tarefa e outra eu me dedicava a ele brincando e falando sempre com ele para que ele não começasse uma crise de choro.

[...]

Assim que eu terminei de tomar meu café eu tive que subir para pegar uma outra roupa pra ele já que ele tinha conseguido uma boa sujeira com a bolacha que eu tinha dado para ele comer. Escolhi uma roupa que deixasse ele mais confortável, uma blusinha e um short que estava um pouquinho grande nele, contudo era melhor do que aqueles macacões quentes.

Fomos á área externa e eu passei protetor solar nele antes de nos trancarmos no cercadinho que tinha sido construído ali especialmente pra ele, eu fiz brincadeiras com ele tentando estimular que ele ficasse ao menos sentado. Mas depois de poucos minutos ele cansou das brincadeiras e ficou entretido com alguns brinquedos dele que estavam ali.

Olhei pra enorme piscina que estava a pouquíssimos passos a minha frente. Tinha sido uma exigência minha aquele espaço e um dia como aquele no passado com certeza eu estaria na ali ou com algumas das minhas amigas e até conseguiria convencer o Edward a deixar o trabalho e vir me fazer companhia, mas aquele tempo parecia tão distante. Voltei minha atenção ao bebê percebendo que ele estava quase dormindo agarrado do bichinho de borracha.

[...]

O tempo voou eu estava concentrada na leitura de um livro que eu tinha deixado ali a algum tempo atrás e nem me lembrava mais dele. Pelo silencio quase absoluto eu consegui ouvir perfeitamente o toque do telefone dentro da casa, era o fixo, só uma pessoa que eu conhecia ainda ligava para o telefone fixo e era a minha mãe. Eu não queria deixar o menino sozinho ali, mas se eu não atendesse ela iria surta, ela sempre surtava quando não conseguia falar comigo. Infelizmente meu celular estava na cozinha e não tinha como eu retorna a ligação pra ela.

Sai do cercadinho bem delicadamente não querendo acordá-lo, tranquei a porta do cercadinho mesmo que ele não conseguisse fugir ainda, mas eu não podia bobear eu sabia que ele iria ficar bem agitado se acordasse ali sozinho.

Fui correndo até a sala de estar onde tinha a conexão ao aparelho e atendi, mas não conseguia ouvir nada direito do outro lado, por ser uma conexão não tinha identificador de chamada, olhei pra fora dali através das paredes de vidro eu conseguia ver o cercadinho e estava tudo do jeito que eu tinha deixado e o Thomas ainda dormia.

Desliguei o telefone e fiquei alguns minutos ali esperando pra ver se ligavam novamente, mas não aconteceu. Ele estava dormindo e torcendo para ele não acordar eu subi rapidamente os degraus eu precisava ir ao banheiro.

(...)

—Foi muito rápido eu estava apertada e ele estava dormindo foi questão de minutos, quando eu voltei ele estava dentro da piscina eu não sei explicar como, eu tranquei a porta do cercadinho eu tenho certeza. —Sim eu tinha absoluta certeza de que eu tinha trancado e aquela tranca era a prova de crianças e muito complicada só um adulto poderia abri-la.

—Não foi um acidente ele não caiu na piscina, alguém o afogou. Alguém não a senhora o fez.

—Não, eu não fiz isso. —Gritei, ela não tinha o direito de aparecer ali e me acusar.

—Claro que fez e sabe como eu sei disso porque só havia as digitais da senhora tanto no menino quanto em todo o resto da área externa. —Não aquilo era um pesadelo dos muito ruins. E em breve eu iria acordar e veria que aquilo tudo era só um sonho muito ruim. —Não há nenhum sinal de invasão então só tinha a senhora e aquele bebê não a outra explicação você fez isso é seria bem mais fácil para todos aqui se a senhora confessasse logo.

Eu não conseguia nem ao menos responder e me defender das acusações todo o resto passou como um flash, não respondi mais nada e nem mesmo quando meu pai ficou na minha frente me fazendo perguntas eu não tinha controle necessário pra entender e muito menos responde-lo. Apenas queria logo que aquilo terminasse e eu pudesse ficar em paz cogitei muito apenas confessar, falar que eu tinha feito aquilo e pronto. Mas como eu podia quando aquilo machucaria as pessoas que mais me amavam no mundo.

Notas finais

Sei que sumi, mas vou compensar com capítulos todos os dias até terça.

STORM - CAPÍTULO 11

Eu estava ouvindo aquela promotora defender tão bem o caso que eu apenas já estava convencida de que eu mesma tinha sido a culpada, realmente não existia outra pessoa. Eu não tinha inimigos que me odiassem a ponto de matar um bebê só pra me acusar, eu era a única com motivos para aquele crime, a única que tinhas suas digitais por todo o local inclusive nas roupas do bebê. Aquela propriedade era muito segura, só pessoas autorizadas podiam transitar pelo condomínio, minha casa era completamente fechada e a pericia tinha confirmado que todas as portas estavam devidamente trancadas e as únicas pessoas que tinham a chave eram eu e o Edward, mas ninguém nem mesmo nossos pais. Os muros eram altos para serem pulados, não existia nenhuma duvida de que eu era a culpada por aquilo, eu podia não me recorda, mas sim eu tinha comedido aquele crime e não tinha mais o que ser feito além de alegar insanidade como tinha sido feito minutos antes pelos médicos que meu pai chamou pra depor. Se o juiz seguisse por aquele caminho eu teria que se diagnosticada por médicos indicados pelo juiz, só que eu não tinha problema com aquilo eu só podia está doida por ter cometido aquela atrocidade e mesmo que não conseguisse provar insanidade eu aceitaria de bom grado a pena de morte, eu não via mais nenhum sentido na vida.

Observei o Anum chegando, já estava no final do julgamento e ele tinha ficado todo tempo fora, estranhamente ele tinha um sorriso no rosto e eu não estava bem o suficiente para entender o que ele falou pro meu pai.

Me obriguei a prestar atenção quando meu pai se levantou interrompendo algo que a promotora ainda estava dizendo e pedindo autorização para se aproximar do juiz, eu queria saber qual truque ele tentaria só pra poder impedi-lo eu não queria e nem merecia nada de bom, ali naquele momento eu entendi porque Deus ter me abandonado, ele conhecia meu coração e sabia que eu faria aquilo uma hora ou outra. Voltei a chorar ruidosamente sem me importar com mais nada, eu estava exausta física e emocionalmente eu só queria um descanso.

Mas aquilo fazia parte da punição e eu precisava agüentar tudo aquilo. Observei meu pai argumenta com a promotora, eu estava longe e não conseguia ouvir o que era dito, nem eu nem ninguém e isso acabou dando espaços a burburinhos.

A promotora voltou ao seu lugar e meu pai foi até um guarda entregando um pendrive na mão dele.

—Para os que não sabem eu sou pai da réu e quando eu soube do crime eu sabia que minha filha era inocente e que tudo não passava de um grande mal entendido... —Ele foi silenciado por diversas ofensas do publico que estava assistindo. O juiz pediu ordem e finalmente ele pode voltar ao que dizer. —E mesmo quando tudo provava o contrario ainda sim eu fiquei ao lado dela, pois sabia que ela jamais teria coragem de fazer tal coisa. Hoje eu vim pra cá sem esperança nenhuma de que pudesse ser provado que ela não tinha feito o que a acusam e com dor no coração eu estava pronto para ver uma inocente ser condenada. Mas antes que eu chegasse ao hospital pra buscá-la eu recebi uma ligação da única pessoa que eu não queria receber, a pessoa que naquele momento eu mais odiava por mais uma vez parti o coração da minha filha, esse imbecil...—Ele encarou o Edward com raiva. —Essa pessoa me avisou que tinha conseguido algo que poderia ajudar provar a inocência dela ou condená-la de vez então eu pedi ao também advogado, Amum, pra verificar se realmente era uma prova viável e sim, aqui temos a prova que minha filha é inocente e mostra o real assassino. —Um silêncio absoluto se fez presente, meu coração disparava de forma absurda.

Uma tela grande desceu do teto em um suporte e uma cena começou a ser mostrada, a imagem estava com um zoom muito alto e por causa desse zoom era possível ver minha casa, para ser mais especifica a área externa da minha casa onde o crime tinha acontecido. Eu não queria ver aquilo, eu não podia ver eu assassinando aquele bebê.

Meu pai pausou a imagem.

—Jacob Black é um dos vizinhos da minha filha e ele grava vídeos pra internet e no dia do crime ele estava gravando um desses vídeos bem no horário do crime. Ele usa como cenário uma janela que ele tem no seu quarto e dessa janela é possível ver quase todas as casas do condomínio inclusive a da minha filha. Sim aquela era uma filmagem de cima, mas com aquele zoom era possível ver bem minha casa.

Ele voltou a reproduzir o vídeo e dessa vez parecia está adiantado, mostrava tudo que eu já tinha contado. Eu brincando com o bebê, depois ele dormindo e eu saindo do cercado deixando ele dormindo lá dentro. A câmera realmente era boa e mesmo com zoom ainda sim dava pra ver bem e com clareza.

—Eu não quero ver essa mulher matando o meu filho, respeitem meu luto. —Gritou a Irina ficando de pé. O juiz fez sinal para que meu pai pausasse o vídeo, a cena parou no momento em que eu entrava na casa.

—A senhora pode sair. —Disse o juiz a ela, mas meu pai se voltou a ele dizendo algo mais que fez o juiz claramente ficar surpreso, ele deu ordem ao chefe dos policiais e através de um comando via rádio eu vi uma movimentação diferente. —Ou melhor acho que a senhora deve ficar.

Olhei pro Amun não aquentando mais aquele suspense todo.

—Quem fez isso?

—Não está claro? —Ele perguntou e deu um olhar sugestivo pra onde toda a família Cullen estava, não ele estava louco nenhum deles fariam uma coisa monstruosa como aquela.

—Você só pode está brincando seria mais fácil eu realmente ter feito isso do que qualquer um deles. —Eles me amavam, eram minha família, aquilo não tinha o menor sentido.

—Eu não estou falando dos Cullens Isabella é ela. —Fiquei incrédula e apenas olhei para aquele telão precisando ver com os meus próprios olhos pra acreditar. O juiz já tinha autorizado e meu pai deu prosseguimento a exibição da filmagem. Eu estava lá dentro e pelo reflexo do vidro era possível ver eu ao telefone, exatamente da forma que eu tinha dito e que eu me lembrava. Eu desliguei e seguir para o banheiro e então aconteceu, como se soubesse que eu não estaria ali o portão da área externa foi aberto e por ele entrou uma mulher de inicio eu não consegui reconhecê-la, ela vestia uma roupa toda preta e estava de luvas, mangas compridas e calças, os cabelos presos em uma toca e era bem difícil dizer quem era só que conforme ela andava até a área onde estava instalado o cercado foi se tornando mais amplo reconhecê-la, era a Irina. Ela caminhou até o cercadinho e pegou o filho no colo, por isso eu não tinha ouvido-o chorar. Ele tinha reconhecido ela, a mãe dele. Ela continuou caminhando e abaixou indo até a piscina ficando de quatro na borda e colocando-o o bebê dentro da água. Eu senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem diante da cena, não podia ser. Como uma mãe tem coragem de matar o filho daquela forma. O bebê se debatia enquanto ela se mantinha firme segurando-o em baixo da água, era cruel demais aquela cena. Não tinha se passado nem um minuto quando ela o largou ali e saiu pelo mesmo lugar que tinha entrado como se nada tivesse acontecido deixando o bebê ali pra trás dentro da enorme piscina.

Todo o desespero que eu senti ao encontrar ele dentro da piscina voltou com tudo, era como se eu estivesse revivendo tudo.

(...)

Eu ouvi um barulho e mesmo tendo certeza de que não era o Thomaz, pois se fosse ele estaria berrando eu desci correndo as escadas e a cena que eu vi me desesperou em várias formas. Corri até a piscina e pulei nadando até ele, o corpo já estava imóvel e ele estava inconsciente. O tirei da piscina e comecei a tentar reanimá-lo usando o pouco que eu sabia sobre primeiros socorros, mas não estava funcionando.

(...)

Eu tinha ligado para a policia porque simplesmente o numero da ambulância tinha sumido da minha mente. Por isso eu tinha sido presa na hora, flagrante, não tinha o que fazer minha explicação era confusa e cheia de falhas, eu estava nervosa e nem me recordava direito do que eu tinha dito, mas sabia que eu não tinha conseguido explicar o que tinha ocorrido.

Olhei para aquela mulher e antes que alguém conseguisse me segurar eu cheguei até ela parando na frente dela, dei o primeiro tapa veio enquanto todos ainda estavam atônicos com o que tinha visto, ela tentou se defender, mas eu consegui ser mais rápida e em um ataque de repente estávamos nos duas no chão, eu tinha conseguido derrubar no pouco espaço que tinha entre os bancos. Eu bati dela sem que ninguém interferisse, não sei o que tinha me feito bater nela daquela forma, mas eu só fiz sem pensar nas conseqüências. Meus braços já doíam quando eu senti alguém me erguendo e me tirando de cima dela.

Era uma mistura poderosa de raiva, por tudo que ela tinha me feito passar e por ela ter matado aquele bebezinho, um sentimento mais duro que nublava minha mente, ela tinha um filho perfeito, um bebê completamente saudável e mesmo assim tinha matado dele.

—Isabella. —Era o Edward que me segurava pelos braços me contendo.

Ela tentou se aproveitar que eu estava presa nos braços do meu marido pra revidar e me atingir, mas meu sogro segurou ela antes que ela conseguisse se aproximar de mim.

—Como você pode? Você é um monstro.

—A culpa é toda sua de ter ficado no meu caminho e de ter pego tudo o que era meu. —Olhei pra ela não entendendo o que ela estava falando eu nunca tinha nem falado direito com aquela mulher.

—Porque você fez isso Irina? —Perguntou o Edward a voz dele estava tão sofrida que eu só queria abraçar ele e dizer que iria ficar tudo bem, mesmo que eu não tivesse nenhuma certeza de que as coisas iriam ficar bem. Mas minha mente me parou, segundo meu pai a prova que me inocentou tinha surgido dele, então como ele não tinha visto que ela era a culpada, era tão mais fácil jogar a culpa em mim que ele nem o trabalho de conferir as imagens ele teve.

—Eu não pretendia matá-lo Edward eu apenas queria fazer você odiar ela, o plano era que ele se machucasse aos cuidados dela. Você não iria perdoá-la, mas ela demorou muito na droga do banheiro. —Olhei incrédula pra ela sem acreditar que ela realmente estava falando aquilo, pelo menos ela tinha a decência de parecer culpada.

—O que?

—Eu amo você meu amor e queria que nos dois pudéssemos ficar juntos, mas ela sempre estava no caminho desde a escola ela sempre dava um jeito de se meter entre nos dois. Quando eu finalmente consegui você e nossa união deu frutos eu pensei que você iria ficar comigo, mas aquela peste do filho dela tinha que morrer e ela usou o luto pra te fazer ficar ainda mais perto eu sabia que eu precisava fazer você odiar ela e só tinha um jeito pra isso. —Eu não consegui segurar a bile que me subiu e vomitei tudo que eu tinha sido obrigada a comer no hospital, não me incomodei nem um pouquinho de sujar ela. Era nojento, mas nada comparado a ela.

STORM - CAPÍTULO 12

Eu não consegui ficar muito mais tempo dentro daquele tribunal olhando para aquela mulher nojenta. Não dava pra entender como ela tinha tido a capacidade de fazer isso tudo com um bebê por causa de homem, era o filho dela ela devia ter protegido ele, de todas as formas possíveis. Eu abandonei tudo pelo meu filho, eu deixei de viver só pela mínima possibilidade dele ficar mais um dia vivo e ela tinha jogado tudo fora por nada.

Observei o Edward com a cabeça baixa encarando o copo de água que tinha sido colocado na mão dele por alguém, estávamos nos dois sozinhos em uma sala privada no tribunal enquanto todos os outros terminavam de ver o julgamento e entender o que aconteceria dali em diante. Ele tinha sido proibido pelo pai quando quis conversar sozinho com a Tanya, baseado em tudo que tinha acontecido comigo era obvio que ninguém permitiria que ele falasse nada com ela. Por mais que eu não conseguisse ver ele batendo nela ou nada do tipo, ele nunca foi agressivo com ninguém. Como se pra contrariar minhas palavras as cenas minha e dele na delegacia voltaram ao centro dos meus pensamentos. Não era bem assim e que “nunca” jamais poderia ser aplicado, pelo menos não em relação a nada disso.

—E tudo minha culpa se eu não tivesse...

Interrompi:

—Shiu você não tinha como prever que aquela mulher era uma louca. —Me ajoelhei na frente dele e peguei a mão dele entre as minhas tentando passar uma tranqüilidade que eu sabia que ele estava precisando. O que era estranho eu queria e devia gritar com ele, acusá-lo e me afastar, mas como, como eu faria isso se eu sentia em cada ponto do meu corpo uma dependência assustadora dele. —Por que você não entregou essa prova antes? —Ontem a noite no hospital ele parecia bem convicto da minha culpa.

—Eu fui surpreendido hoje de manhã com uma ligação da minha secretária me informando que tinha um adolescente no meu escritório alegando ter uma prova que ajudaria a prender o culpado pelo assassinato do meu filho. —Os olhos deles transbordaram. —Quando ele me entregou o pendrive eu nem tive coragem de abri, eu tinha medo do que aquelas imagens me mostraria, eu tinha medo de assistir aquilo e vê você matando ele, por que desde o momento em que eu fui informado de tudo eu venho tentando me convencer de que você tinha realmente feito aquilo, por que no fundo eu sabia que você jamais teria coragem, mas tudo provava o contrario e eu não podia deixar que meus sentimentos por você interferisse no julgamento. Eu não podia deixar que o assassino do meu filho ficasse livre. —Eu o entendia, se eu me colocasse no lugar dele eu provavelmente teria feito cem vezes pior. —Então assistir aquilo era....eu simplesmente não conseguia eu nem sabia que seu pai iria exibir aquilo ali no meio do tribunal, se eu soubesse nem teria vindo aqui hoje. —Ele respirou fundo. —Essa imagem, dela afogando ele, nunca vai sair da minha cabeça. —Ele voltou a explicar. —Eu pensei muito sobre e o certo seria ter entregado pra policia, mas eu não queria de forma nenhuma ser responsável por nada do que acontecesse com você, por isso eu liguei pro seu pai e deixei isso nas mãos dele.

Ele levou a mão ao meu pescoço os dedos correram delicadamente pela marca que eu sabia que estava ali. Eu até tinha tentando esconder com maquiagem, mas com toda aquela movimentação provavelmente algo tinha se perdido.

—Olha o que eu fiz com você. —Eu não tinha o perdoado e com toda certeza aquele não era o momento para conversamos sobre aquilo. Antes que eu conseguisse formular alguma coisa pra responder-lo a porta foi aberta e minha mãe passou por ela.

—Querida eu sabia que a verdade iria aparecer eu rezei a noite toda por isso sabia que Deus não permitiria essa injustiça. —Preferi não discutir, me levantei e apenas aceitei o abraço que ela oferecia. —Eu estou tão feliz de finalmente saber que você está livre. —Eu pensei que ela diria que estava feliz por saber que eu era inocente afinal ela era o tipo de mãe que me defenderia até se eu fosse culpada.

—Eu ainda espero que isso seja um pesadelo e que eu não acordo por causa dos remédios.

—Só se for um pesadelo coletivo. —Interveio o Edward.

Minha mãe me largou e se dirigiu ao Edward.

—Eu sinto muito querido. —Ele aceitou o abraço dela de bom grado.

[...]

Meu pai entrou acompanhado por todos os outros integrantes da nossa família: Carlisle, Esme, Alice, Amum, Emmett, Rosalie.

—Papai.

—Então? —O Edward perguntou curioso em saber como as coisas tinha se desenvolvido.

—Aquela mulher tem sérios problemas mentais. —Quem respondeu foi meu sogro.

—Isso eu percebi por conta própria. Mas eu quero saber o que mais ela disse, como ela conseguiu entrar lá em casa? —O Edward perguntou.

—Ela falou que roubou a chaves quando foi lá visitar o Thomas, ela achou o chaveiro e resolveu pegar ela disse que sabia que seria útil. —Ela não tinha ido muitas vezes na minha casa já que pra mim aquilo era um bem demais, mas aconteceu. Possivelmente as chaves que ela tinha pegado eram as minhas, como eu ultimamente mal saia de casa e quando eu saia o Edward estava comigo nem dei falta delas. —Ela entrou no condomínio disfarçada, dentro de um carro de algum dos seus vizinhos o qual ela sabia de algo e chantageou o homem. Ela não quis dizer quem é esse homem, mas a policia vai tentar descobrir.

—Como nenhuma das câmeras flagrou isso?

—Ela é mais inteligente que parece, ela disse que estudou muito o alcance das câmeras de segurança e ela sabia exatamente onde passar para não ser pega.

—Mas como ela sabia o momento certo de entrar lá em casa o momento certo em que eu deixaria o menino sozinho? —Era muita coisa, basicamente impossível que ela tenha controle sobre tudo e ela teria que ser muito sortuda.

—Ela já tinha um plano que estava sendo executando a muito tempo. Ela possuía câmeras e escutas dentro da casa de vocês e ela já pretendia incriminar você por machucar o bebê. Ela contou que faria isso a noite e que por isso entrou horas antes pra está pronta no momento certo, mas como ela viu através das câmeras que você tinha ficado sozinha com o Thomas ela resolveu que aquele era um bom momento e que daria bem menos trabalho do que invadir a casa de noite enquanto o Edward estivesse em casa. Então ela obrigou o cúmplice dela a ficar ligando para o telefone residencial para te deixar distraída, ela contava que pelo menino está dormindo você correria para atender pro barulho não desperta-lo e deixaria ele sozinho então ela aproveitou o momento.

—Meu Deus se eu não tivesse ido atender aquele telefone.

—Não adiantaria de nada, ela iria invadir a casa de vocês a noite e machucaria o bebê da mesma forma pra te culpar.

O enjôo voltou era muito ruim aquilo tudo e mesmo que falassem que ela faria em um outro horário ainda sim eu tinha sido irresponsável e por isso o bebê tinha morrido.

—Como ela pode? Era o filho dela? —Perguntou minha mãe e ela parecia tão enjoada quanto eu com aquilo tudo.

—Segundo o que ela falou ela não tinha a intenção de matar o filho era apenas queria machucá-lo para que o Edward culpasse você por isso, só que ela teve que sair antes que você voltasse e você demorou muito e não conseguiu chegar a tempo de impedir que ele morresse.

—Meu Deus!

Não tinha explicativa pro que eu estava sentindo, era muita loucura.

—Era era bem obcecada no Edward. —Comentou a Rosalie.

—Eu não acho que o problema dela seja com o Edward enquanto ela falava ela parecia querer tudo o que pertence a Isabella.

—Por que?

—Eu não sei querida, vocês estudaram juntas de repente aconteceu alguma coisa que marcou ela.

Fechei os olhos tentando me lembrar da época em que eu estava na escola, mas nada me vinha. Eu até tinha uma vez tentado me relacionar com ela, mas ela foi bem grossa comigo e eu simplesmente deixei pra lá.

(...)

Eu olhei pra trás percebendo a Irina lá trás sozinha completamente isolada, desde que o escândalo sobre o pai dela foi divulgado todo mundo começou a ignorá-la. Eu nunca fui próxima dela mesmo que pertencêssemos ao mesmo grupo de amigos.

Aproveitei o fim da aula e que a maioria já estava fora da sala, quando pedi o Edward para me esperar no refeitório ele se despediu com um beijo sem perguntar porque, mas provavelmente ele sabia o que eu faria e me deixou sozinha com ela.

—Oi Irina.

—Veio me zoar também Swam?

Eu não achava nada engraçado o bullying que ela vinha sofrendo até tinha discutido com outra colega minha pra eles pararem com isso, mas era difícil colocar qualquer juízo na cabeça da Tanya e ela permanecia liderando o grupo de ataque contra aquela menina que até alguns dias atrás era considerada sua melhor amiga.

—Não, na verdade eu queria saber se você quer almoçar comigo, podemos pegar uma mesa só nossa no refeitório? —Propus constrangida, eu não gostava nem de me imaginar no lugar dela sendo isolada e tendo que almoçar sozinha sobre olhares e fofocas por mais que eu lidasse bem com ser o centro das atenções, mas eu só tinha experimentado atenção positiva aquele tipo de situação era uma coisa que eu ainda não tinha experimentado e nem pretendia experimentar, mas prever como eu lidaria era difícil, porém com certeza eu iria sofrer.

—Tenho cara de quem precisa de esmola da santinha puritana da escola, a perfeitinha, aquela que todos sabem que vai vencer. Você me dá pena garota. —Ela se levantou de forma bem agressiva dei um passo pra trás não entendendo o porquê daquilo eu não tinha feito nada de mais. —Agora me dá licença que eu prefiro comer no banheiro cheio de coco do que ter sua companhia.

Fiquei surpresa com a explosão dela. Ela se levantou e passou por mim antes de sair da porta ela parou e me encarou.

—E se eu fosse você eu dava logo pro seu namorado antes que outra o faça.

(...)

Naquela época eu fiquei com muita vergonha de saber que a minha (não existente) vida sexual era assunto pela escola, eu até tinha brigado com o Edward por ele ter espalhado aquela história e mesmo que ele tenha me jurado que só conversou sobre isso com um amigo eu ainda sim me recusei acreditar e passamos alguns dias brigados. Sobre a Irina depois daquela reação extremamente desnecessária eu apenas comecei a ignorar ela e assim cresceu o abismo que existia entre nos duas. Fora esse episódio eu não conseguia me recorda de nada que pudesse provocar um ódio tão grande em alguém.

O Edward tentou me abraçar por trás como era comum entre a gente, mas dei um passo pra longe ainda tínhamos muita coisa pra resolver.

—Edward eu pedi ao Amum pra conseguir a liberação do corpo do Thomas pra que o enterro possa ser feito logo. —Pela primeira vez meu pai falou diretamente com o Edward.

—Ok. Obrigada!

De repente a tensão voltou a sala, aquela sensação de felicidade que tinha pela verdade ter sido descoberta e eu inocentada sumiu não tinha como ficar feliz sabendo que um bebê inocente tinha morrido por causa de uma louca que tinha um problema comigo.

—Posso ir pra casa? —Pedi não aquentatndo aquela sensação de luto toda novamente, mas sabia que eu só poderia ir se o juiz tivesse permitido.

[...]

STORM - CAPÍTULO 13

—Edward que bom que você chegou ela voltou a se trancar naquele quarto. —Eu sabia que era egoísmo e que minha mãe ficava louca quando eu entrava no quarto do meu filho, meus piores dias eu tinha passado ali. Quando o Antony morreu eu permaneci ali dentro por semanas, me recusando a comer, beber e até mesmo me recusando ao irrecusável como banho.

—Deixe-a Renée ela passou por muita coisa, amanhã eu prometo que vou conversa com ela, mas hoje eu preciso ficar um pouco sozinho. —Eu nunca tinha visto ele tão entregue como parecia naquele momento. Depois da morte do nosso filho ele tinha sido o elo forte enquanto eu desmoronava e me entregava ele tinha sido forte a ponto de ir ao fundo do posso e me ajudar a sair. Mas naquele momento ele parecia está no fundo do poço e eu o entendia era muita coisa até pra mim que não tinha perdido outro filho imagina pra ele.

—Eu sinto muito estou sendo insensível né você acabou de perde um filho? E que eu fico tão mal quando eu vejo-a se entregando de novo.

—Todos nos ficamos. Eu vou subir e deitar um pouco amanhã eu converso com ela. —Me afastei do parapeito da escada e entrei no nosso quarto, não era nada educado ficar ouvindo conversa aléia, mas tinha sido acidentalmente.

—Eu imagino que isso não sirva de nada, mas meus pêsames. —Ainda pude ouvir antes de fechar a porta do meu quarto por completo.

[...]

Meu plano inicial era só ir ali e trocar de roupa e voltar ao quarto do Antony, lá era um lugar que eu me sentia bem que me trazia boas lembranças mesmo que meu filho nunca tenha entrado ali. Mas vendo o Edward daquela forma eu precisava ficar com ele da mesma forma que ele esteve comigo. Então fui ao banheiro e tomei um banho rápido e vesti uma camisola qualquer. Quando saí do banheiro ele estava sentado na cama, ele vestia apenas sua cueca, os olhos estavam repletos de lagrimas que ele tentou enxugar quando me viu pareceu realmente surpreso em me encontrar ali.

—Desculpa eu não sabia que você estava aqui. —Ele se pronunciou ficando de pé me encarando culpado, estávamos tão distante um do outro que está ali ambos vestindo apenas roupas intimas e ainda sim constrangidos até o ultimo fio de cabelo. —Sua mãe me disse que você estava no quarto do Antony eu pensei que você fosse dormi lá. —Ele estava nervoso e eu não precisava ser esposa dele pra saber isso. —É eu vou dormi no quarto de hospedes.

—Edward não precisamos resolver isso hoje. —Falei, eu e ele tínhamos muita coisa pra conversa, mas aquele momento era completamente inoportuno. —Nos ainda podemos dividir a cama.

Caminhei até a cama e me sentei nela.

—Vem deitar.

Ele olhou pra mim por alguns minutos como se considerasse aquela situação, mas depois ele apenas aceitou e veio se deitar ocupando o lado dele da cama. Ficamos alguns minutos apenas em um silencio desconfortável cada um encarando o teto como se tivesse algo de muito importante ali, era muito pra pensar. Muita coisa tinha acontecido, mas aquele não era o momento de pensar naquilo. Me inclinei e apoiei minha cabeça no peito dele e entrelacei minha perna a dele. Ele levou alguns minutos pra aceitar meu contato e começou a acariciar meu cabelo.

—Me perdoa por ter deixado o Thomas sozinho se eu não tivesse me descuidado ele ainda estaria vivo. —Eu precisava falar mesmo que eu quisesse deixar isso pra depois eu necessitava me desculpar.

—A culpa não é sua. —Ele garantiu. —Ninguém podia prever que ela era uma completa maluca. Eu que não devia ter me envolvido com ela.

—Vamos parar de disputar quem tem mais culpa. —Levantei a cabeça e encarei os belos olhos verdes deles e voltei a deitar a cabeça sobre o peito dele não querendo cair na armadilha que aqueles olhos eram para mim aquele não era o momento.

—Você sabe que não vai dá pra evitar falar sobre o que aconteceu pra sempre né?

Suspirei fundo sabendo que aquela era a mais pura verdade, mas eu tinha certeza de que ele apenas queria aquele assunto pra fugir da realidade, perde um filho não era algo fácil e eu sabia exatamente o que ele estava fazendo porque eu mesmo já tinha feito aquilo quando meu filho morreu concentrei toda minha energia na traição e nunca consegui superar a morte do meu filho. Eu tinha um ódio de quem dizia que depois de algum tempo aquela dor aliviava, já tinha quase um ano e eu ainda sentia aquele buraco no meu peito.

—Sei, mas esse não é o momento.

—E quando vai ser?

—Talvez amanhã depois que você enterrar seu filho. —Eu queria parar de sentir aquelas coisas, senti aquela dor, aquela vontade de chorar, contive. Eu estava ali para consolar ele e não ser consolada. —Ou depois. Eu realmente não sei, mas não agora.

—Eu nunca imaginei que eu teria que passar por isso de novo. —Senti meu coração doer em ver ele assim, eu não precisava nem olhar pra saber que ele estava chorando e sabia que nada do que eu dissesse poderia aliviar aquilo que ele sentia. —E o pior é que não passa, eu queria muito como na primeira vez me apegar ao que todo mundo fala que depois de alguns meses eu ia está melhor, mas não fica essa dor nunca cede.

Eu queria consolar ele dizendo que passaria, mas eu estaria mentindo e eu nunca tinha mentido pra ele não e não queria começar a fazer aquilo logo naquela hora.

—O que nos dois fizemos de tão grave pra sermos castigados assim? —Ele tinha a mesma duvida que eu.

—Eu também queria saber.

Passaram se horas em um profundo e total silencio, eu estava aproveitando o carinho que ele fazia na minha cabeça enquanto eu acariciava o peito dele com as pontas dos dedos. Cada um perdido nos seus próprios pensamentos, eu tinha tanta coisa pra decidir. Queria e deveria ter gritado com ele, como ele merecia depois de tudo aquilo que ele tinha feito eu já tinha perdoado tanta coisa até mesmo o imperdoável, mas eu o amava mesmo com tudo era obvio que não podíamos continuar aquele casamento muita coisa tinha se perdido com o tempo algumas por conta dele outras por mim, não dava pra culpar só uma parte pelo fim de um casamento.

—Posso te pedir uma coisa. —Ele falou do nada, eu sabia que ele não estava dormindo era praticamente impossível quando você está preste a enterrar seu filho. Balancei a cabeça indicando que ele podia fala.

As mãos dele foram pro meu quadril e ele nos virou na cama ficando por cima de mim.

—Isso não vai resolver nada. —Virei o rosto antes que ele conseguisse beijar minha boca, mas ele não parou e beijou meu pescoço de forma provocativa.

—Eu só preciso tirar isso da minha cabeça nem que seja por algumas horas.

Era errado, mas eu não tinha muito o que fazer e nem conseguia dizer não a ele enquanto eu sentia uma necessidade, fazia tanto tempo que eu não tinha ele e eu até aquele momento eu não fazia idéia de quanta falta eu sentia dele.

Colei a boca na dele e o beijei nos movíamos sem nenhuma delicadeza conhecíamos muito bem. As mãos desceram pelo meu corpo sem nenhum pudor. Eu sentia um arrepio de excitação percorrer meu corpo. Mesmo que tivesses sem aquilo a um bom tempo nos dois nos conhecíamos tão bem. Sua boca desceu pelo meu colo, adentrando da forma possível no decote do busto da minha camisola.

—Eles mudaram bastante. —Eu disse enquanto aproveitava o toque das mãos dele no meu seio esquerdo, eles tinham mudado bastante e aumentado consideravelmente de tamanho durante a gestação do Antony o que eu realmente podia admirar pelo menos algo bom naquela situação.

Ele não disse nada subiu minha camisola e a tirou jogando-a em algum lugar do quarto. Fechei os olhos afastando o máximo possível as memórias negativas e me permitindo aproveitar aquele prazer, mesmo que fosse um prazer físico.

[...]

Tomei um susto com batidas tímidas na porta, senti ele se mexer do meu lado, mas não acordou. Eu tinha me assustado por que estava concentrada observando-o dormi. Ele tinha apagado fazia pouco tempo e não queria acordá-lo. Levantei-me pegando minha camisola no chão e vestindo e fui até a porta abrindo-a antes que a insistente pessoa jogasse a porta no chão.

—Isabella? —Minha mãe parecia realmente surpresa em me ver ali, eu tinha planejado ir avisá-la que eu já tinha saído do quarto do Antony e que ela não precisava se preocupar que eu não iria me entregar tão fácil novamente, mas eu tinha acabado encontrando o Edward e aconteceu tudo o que aconteceu e eu esqueci completamente dela.

—Oi mamãe. Bom dia!

—Eu fico feliz que você não tenha passado a noite no quarto do Antony. —Ela parecia realmente feliz e aquilo simplesmente servia para me deixar ainda mais culpada, ela já estava a muito tempo vivendo um inferno por minha culpa eu precisava aprender a lidar com a minha dor de forma mais discreta para que eu pudesse pelo menos fingir está bem e pra que ela pudesse ter sua paz de volta. —Acho que hoje não tem como ser um bom dia.

Só ali percebi que ela estava toda de preto.

—O enterro do Thomas vai ser hoje, daqui a pouco na verdade. —Percebi o receio dela em me comunicar aquilo e só de ouvir as palavras enterro eu senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Enterro tinha sido em um que eu acabei perdendo minha vida, aquelas horas intermináveis velando o corpo do meu filho foi a pior coisa que eu já passei ouvi-la falando aquilo me fez reviver tudo de novo.

(...)

Eu não sabia se eu devia está ali e muito menos como eu tinha chegado ali, não me lembrava de nada além das palavras daquela que tinha sido a medica do meu filho por um longo tempo. “Eu sinto muito senhora Swan não existe forma fácil de falar isso, tentamos tudo que estava no nosso alcance, mas ele faleceu.” Depois daquelas palavras nada mais fez sentindo, eu não sabia como eu tinha saído do chão daquele hospital que eu tinha caído assim que as palavras foram por mim entendidas.

Eu percebi o caixão e mesmo que minha mãe tenha tentando me impedir eu precisava me aproximar, precisava ver saber que aquilo era real. Aproximei-me e antes que eu fraquejasse e caísse ali mesmo alguém me amparou. Aquela imagem jamais sairia da minha cabeça, meu pequeno bebêzinho ali frio, pálido, imóvel.

—Eu sinto muito. —Era a voz do Edward e como se eu tivesse levado um choque muito forte me afastei. Ele não tinha o direito de está ali, ele devia ter aparecido quando eu liguei diversas vezes, quando eu implorei pra secretária dele pra achá-lo, mas ele tinha simplesmente desaparecido e me deixou enfrentar tudo aquilo sozinha. As duas paradas cardíacas, o desespero dos médicos, aquele monte de gente pelo corredor, o momento sozinha implorando pra que algum medica saísse daquelas portas e me deixasse ver meu filho, rezando todas as orações que eu conhecia clamando por um milagre divino que pudesse fazer meu bebêzinho sobreviver a mais aquela situação. Mas nada aconteceu e não tinha uma única pessoa ao meu lado quando eu recebi aquela noticia, não consegui me mover nem mesmo me levantar do chão que eu tinha caído. Não tomei nenhuma providencia porque eu não tinha capacidade de nada. Então ele não tinha o direito de aparecer na minha frente depois de eu ter ficado aquele tempo todo sozinha, dei uma breve olhada ao nosso redor e percebi como estava cheio, e ele tinha aparecido somente naquele momento então ele que voltasse pra onde estava e me deixasse em paz.

Eu não consegui sair dos braços do meu pai pra nada, sem o apoio dele eu teria desmoronado, a dor que eu sentia era tanta que chegava a ser física. Não respondi a nenhum cumprimento, aquelas pessoas realmente achavam que duas palavras era suficientes pra no mínimo aplacar um pouco aquela dor.

[...]

Não me lembrava de muito a maioria das coisas eu apaguei, me lembrava de desmaiar na hora em que ele foi enterrado e ali eu senti que uma parte tinha ido junto pra baixo da terra, uma parte que eu jamais poderia recuperar e que eu não conseguia viver sem. Acordei no hospital completamente desorientada e sem saber quanto tempo tinha se passado e nem se aquilo tudo era real. Implorei pra ir pra casa e quando não fui atendida fugi e me tranquei no quarto do meu filho mesmo que ele nunca tenha estado ali era a única memória dele que agora eu possuía.

(...)

—Isabella. —A voz da minha mãe me tirou das memórias daquele que foi o pior dia da minha vida. —Está tudo bem?

Balancei a cabeça afirmando. Só percebi que chorava quando as mãos dela enxugaram as traiçoeiras lagrimas.

—O Edward está aqui?

—Sim. —Memórias da noite anterior vieram a minha cabeça, mas as afastei com força. Eu não precisava de muito e nem de palavras para saber que aquela tinha sido nossa despedida. Os beijos apaixonados, seguidos de lágrimas, múrmuros, gritos de prazer seriam nossas ultimas memórias boas. Eu não sabia se eu ou ele daríamos o primeiro passo pra oficializar o que já era bem obvio, nossa relação estava falida. Mas aquele não era o momento para aquilo, dessa vez ele estava realmente triste pela morte do filho não tinha sido como quando foi o nosso filho ali, aquele dia ele tinha muitos motivos pra está feliz afinal enquanto seu filho nascia o meu morria.

Eu tinha alguns pensamentos maldosos e dolorosos que eu não deveria está tendo naquele momento, mas eu não conseguia evitar eu não estava nada bem aquela dor profunda me preenchia o peito não era o mesmo tipo de dor que eu senti ao perder o Antony, era uma dor diferente e que eu não conseguia demonstrar ou talvez não o quisesse fazer só que ela estava ali pronta pra aumentar ainda mais o buraco no meu peito. —Ele está dormindo. —Completei, como se aquele detalhe fizesse alguma importância.

—Acorde-o eu acho que ele não vai querer perde a hora.

—Irei chamar. —Ela me deu um beijo na testa e se afastou me dando privacidade.

[...]

Notas Iniciais

Obrigada pelos comentários no capitulo anterior prometo que leio todos e estou me organizando pra conseguir responder todo mundo.

STORM - CAPÍTULO 14

—Eu sinto muito. —Disse pela nona ou décima vez, mas eu não tinha condições algumas de comparecer a um funeral o que eu precisava era esperar ele sair tomar uns dois ou três soníferos e dormi até que aquele dia finalmente passasse.

—Compreendo perfeitamente seus motivos. —Ponderei se não valia um esforço para que eu ao menos tentasse, mas eu me conhecia o suficiente pra saber que não daria certo. Só de pensar em está naquele velório eu já sentia meu coração disparar de forma assustadora, reconhecia perfeitamente os sinais do inicio de uma crise de pânico. Ir aquele cemitério só serviria pra dá mais trabalho pra eles, provavelmente eu não resistiria ao primeiro minuto sem ter que se levado ao hospital. —Pare de se tortura com isso eu posso lidar com isso sozinho, vou ficar bem. —Era dá boca pra fora, ele não ficaria nada bem pelo menos não hoje, alias ele não estava nada bem.

Em soluços silêncios me aproximei dele e arrumei a grava escura, ele estava todo de preto. Ele enxugou as lágrimas dos meus olhos.

—O que você pretende fazer o dia todo? —Eu percebi que ele escolheu com muito cuidado as palavras.

—Vou dormi.

—Você pode ajudar a Victoria a separar as coisas do Thomas? —Não acreditei que ele me pediu aquilo. —Vai ser mais fácil pra mim não ter que tropeçar em brinquedos o tempo todo pela casa.

Respirei profundamente tentando manter minha voz.

—È pra arrumar tudo no quarto dele? —Perguntei no fio de esperança, mas pela expressão dele eu sabia que não.

—Não eu quero tudo fora, roupas e brinquedos sua mãe sugeriu doar pra igreja e os moveis minha mãe vai retirar tudo amanhã.

—Mas você vai se desfazer de tudo? —Perguntei incrédula.

—Sim eu não quero que todas as memórias do meu filho fique ligadas a um quarto. —Ele disse com ódio evidente na voz e as palavras dele me atingiram como um tabefe bem no meio da cara. —Baby eu sinto muito.

Como se desse conta do que disse ele tentou me tocar mais me afastei nervosa demais pra conseguir manter a posse de que estava tudo bem.

—Isabella.

Virei de costas pra ele querendo esconder meu rosto enquanto as lagrimas rompiam meu peito e uma dor física tomava conta de cada fibra do meu corpo.

—Pode ficar tranqüilo que eu vou ajudar a Victoria. —Afirmei entre lágrimas e corri pro banheiro fugindo dele.

[...]

Eu tinha passado algumas boas horas chorando trancada naquele banheiro, ele tentou falar comigo, mas eu não o respondi algum e algum tempo depois ele apenas desistiu.

Tive que me recompor quando batidas na porta era a Victoria. E pensando bem eu sabia que ela só estava aqui hoje pra fazer aquela tarefa porque o Edward tinha medo de me deixar sozinha, tristemente voltamos aos primeiros dias depois da morte do Antony, dias esse que eu fiquei instável e era uma ameaça a mim mesmo.

Ela tentou abri a porta, mas por eu está sentada atrás ela não conseguiu, era péssimo não ter tranca naquela porta.

—Senhora Swan?

Enxuguei minhas lágrimas e fiz o melhor que eu pude em relação a minha voz.

—Sim. Você pode me esperar no quarto do Thomas.

—Está tudo bem?

Respirei fundo, queria ser sincera e dizer que não, que na verdade eu me sentia desmoronando por completo.

—Está apenas vou me trocar. —Aquele sempre era o caminho a ser seguido dizer que estava tudo bem e talvez, só talvez funcionasse pra melhorar as coisas.

[...]

Chorei um pouco mais em baixo do chuveiro eu precisava daquilo pra conseguir fazer o que eu tinha que fazer sem desmoronar. Sai do quarto vestindo uma roupa simples pra ficar dentro de casa cheguei no quarto e tive que me controlar muito pra não cair no choro. Ela já tinha iniciado o trabalho e tinha uma boa quantidades de roupas dentro de uma caixa, além disso várias outras caixas de papelão estavam acumuladas em um canto no quarto.

Fui até o guarda-roupa pegando alguns cabides e tirando as roupinhas dali e dobrando, ele tinha bastante roupa teríamos bastante trabalho. O cheirinho de bebê presente naquelas roupas era um forte conforto pra alma, eu só tinha memórias boas naquele lugar.

—É tão estranho pra senhora saber que ele não vai mais abri o berreiro a qualquer minuto? —Ela perguntou depois de alguns minutos em que realizávamos aquela tarefa em silencio.

—Sim. Eu já disse pra parar de chamar de senhora, Isabella ou Bella.

—Okay Bella, eu tinha me apegado tanto a aquele bebê chorão. —Ela comentou, sim nos duas tínhamos nos apegado a ele mesmo que ele não tivesse nenhum laço sanguineo com nenhuma de nos duas.

—Sim eu acho que fiz mais do que me apegar a ele. —Comentei e levei um macacãozinho ao nariz sentindo melhor o cheirinho dele.

—Eu sinto muito.

—Você não quis ir ao enterro? —Perguntei querendo saber se tinha sido obrigada está ali.

—Não gosto de cemitérios, acho que ficar no meu canto e quem sabe fazer uma oração já é o suficiente.

—Somos duas.

Em algum momento eu percebi que ela estava chorando enquanto mexia nos sapatinhos dele e só ali eu percebi que se eu me permitisse chorar não seria uma coisa tão ruim e nem preocupante, aquela tarefa não era fácil. Mas naquele momento e só naquele momento eu percebi o quanto ela era necessária. Nada naquele quarto traria o Thomas de volta, apenas serviria pra deixar aquele sentimento de perda ainda mais evidente o mesmo servia pro museu do Antony que eu tinha criado, aquele lugar nunca tinha me feito bem, todas absolutamente todas as vezes que eu entrei ali só serviram pra me deixar ainda mais no fundo do poço, aquele lugar, aquelas lembranças serviam como uma escavadeira cavando ainda mais fundo me afundando ainda mais naquela tristeza.

—Depois você pode me ajudar fazer o mesmo no quarto do Antony? —Perguntei antes que eu perdesse a coragem.

—Tem certeza? —Não era segredo pra ninguém que aquele era meu porto seguro, ninguém se quer considerava entrar ali e ela tinha tido uma boa previa do que acontecia quando isso acontecia mesmo que por acidente. Ela tinha lidado com meu surto quando acidentalmente ela confundiu as portas eu tinha surtado com ela de tal maneira que ela teve que comunicar ao Edward sobre o ocorrido. Obvio que depois de um tempo eu consegui me acalmar e percebi o quanto eu tinha sido irracional com ela e me desculpei, mas a fiz me prometer que jamais voltaria a entrar lá dentro.

—Sim eu tenho, eu preciso o deixar ir.

Ela me deu um sorriso tímido, concordando com o que eu tinha dito e voltamos àquela dolorosa tarefa de desfazer todo aquele ambiente. A pior parte pra mim foi no momento em que eu comecei a juntar os brinquedos, eles eram as coisas que sempre tínhamos que ter por perto se quiséssemos distrair o Thomas. Nessa etapa eu apenas me permiti chorar pelo menino que tinha ficado tão pouco tempo na minha vida e mesmo assim conseguiu um espaço que ninguém fazia idéia.

Com tudo devidamente separado dentro das caixas de papelões ela começou a escrever com uma caneta identificando o que tinha dentro de cada uma delas enquanto eu lacrava-as com uma fita.

—Deu menos trabalho do que eu achei que daria, somos uma boa equipe senhora Cullen. —Ela insistia em me chamar de senhora e não adiantava quantas vezes eu pedisse pra ela simplesmente me chamar pelo nome, afinal eu não era tão mais velha que ela apenas alguns poucos anos.

—É somos.

Ela escreveu a palavra sapatos em letras garrafais e se virou pra mim me encarando.

—Podemos ir pro quarto do Antony agora?

Respirei fundo e levei mais tempo que o necessários para poder assentir.

Ela deixou que eu tomasse frente e apenas me seguiu ela parecia nada segura que realmente eu faria isso, ela trazia algumas caixas enquanto eu carregava os outros utensílios como cola, tesoura, fitas durex e canetas para identificarmos tudo depois. Senti minha mão tremer quando a levei até a fechadura, fazer aquilo era mais difícil do que parecia.

Assim que eu abri a porta o cheiro ruim de um ambiente tomou o nosso sentindo. Dei um primeiro passo e entrei ali sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto sem que eu conseguisse controlar, está naquele lugar trazia muitas sensações, tive que me controlar pra não gritar com a Victoria quando ela entrou no quarto, tive que me esforça pra me recordar que eu mesma tinha pedido ajuda a ela e o que faríamos ali.

—Eu posso abrir a janela senhora?

Balancei a cabeça confirmando em prantos eu chorava tanto que eu nem conseguia achar minha voz para responde-la. Observei ela ir até a janela e ter que usar um pouco mais de força do que o comum pra abri-la, eu não fazia idéia de quanto tempo aquele lugar tinha ficado fechado, mas fazia bastante tempo.

Diferente do quarto do Thomas que era todo em tons de azul o quarto do Antony era uma mistura de muitos tons de verde com maior destaque ao verde esperança. Eu lembrava que a Alice tinha insistido em fazer o tom do quarto do Thomas também em verde, mas arrumou um problema com meus pais e com o Edward que sabiam que qualquer semelhança entre os quartos podia me afetar muito. Eu tinha os flagrados eles discutindo uma vez no corredor porque a Alice tinha feito do jeito que ela queria e pintado de verde o Edward brigou com ela por causa daquilo e ameaçou demiti-la caso ela não seguisse o que tinha sido especificado no projeto. Ela era a decoradora que ele tinha contratado, essa era a profissão dela real e ela levava a sério então ela fez as alterações como o Edward tinha ordenado e fez absolutamente tudo diferente do quarto do Antony. Tirando que era os dois quarto de bebês nenhum semelhança por menor que fosse podia ser notada nos ambientes.

—Posso? —Ela pediu apontando pras gavetas, mas uma vez só balancei a cabeça.

Eu só tinha que agradecer ela por não está fazendo das minhas lágrimas um espetáculo por que eu tinha absoluta certeza que o momento em que ela o fizesse eu perderia toda a coragem e usaria aquilo como desculpa pra parar com tudo.

Não sei quanto tempo eu permaneci ali parada apenas olhando só depois que ela já tinha uma gaveta completamente arrumada que eu finalmente disse a mim mesma que eu precisava ser forte e que aquilo era necessário e me aproximei do guarda-roupa pegando o cabide. O cabide tinha um macacão branco que ele provavelmente nunca usaria já que nasceu maior do que o esperado e não entraria naquele macacão nunca. Eu podia afirma com toda certeza de que ele nunca tinha usado nenhuma daquelas roupas que estavam naquele quarto, todas elas era novas e ainda se podia ver as etiquetas, ele nunca tinha ido pra casa e as roupinhas que ele usou em todo seu tempo no hospital tinham ficado por lá e eu não fazia idéia de que fim tinham tido.

—Ele nunca ficou aqui né? —Ela perguntou percebendo que eu encarava a etiqueta da roupa por tempo de mais.

—Não. —Ele nunca tinha saído do hospital.

—Imaginei. —Ela me mostrou um conjuntinho de roupa com etiquetas.

Olhei pro canto ao lado da cômoda percebendo alguns sacos de presentes ali. Larguei o macacão e me abaixei perto pegando um dos pacotes e desatando o laço a fim de ver de o que eram. Dentro daquele primeiro pacote tinha uma roupinha linda de marinheiro que fez minhas lágrimas aumentar ainda mais, peguei o cartão vendo que tinha sido presente de alguns tios distantes. Abri todos os outros e era uma coisa mais bonitinha que a outra e tinha um pouco de tudo e bem mais pacotes do que eu imaginei: brinquedos de todas as espécies, roupas uma mais bonita do que a outra e que eu tinha certeza que meu bebê ficaria lindo vestindo-as, sapatos e todo o resto. Eu nunca tinha visto nada daquilo provavelmente chegaram quando eu fiquei internada e depois que o Antony nasceu eu nunca saia do hospital e depois da morte dele eu só entrava ali pra fugir de todo o resto, até mesmo os armários eu nunca tinha aberto era como se cada coisa ali pertencessem a um santuário que precisava ficar intocado.

Eu tinha sido proibida de ganhar presentes no hospital já que todo a roupa que ele usava tinha que ser devidamente esterilizadas além de serem roupas especificadas pela medica então quem ficava responsável por receber e guarda os presentes eram minha mãe e a Alice eu esperava que alguém tenha agradecido por mim, depois confirmaria com a minha mãe só pra alivio de consciência porque se ninguém tivesse o feito já era bem tarde pra fazer.

Comecei a empacotar por ali com os brinquedos e depois passei para o armário onde tinha alguns outros brinquedos e sabia que meu próximo destino seria o enorme baú colocado ali especialmente pra acomodar aquela quantidade enorme de brinquedos, alguns tão irracionais para um bebê já ter. Mesmo que meu filho nunca tenha ficado ali ele tinha mais coisa que o Thomas, bem mais coisa e a depois de um tempo a Victoria precisou sair para conseguir mais caixas já que o plano inicial era que apenas o quarto do Thomas e não para o do Antony também.

[...]

A Victoria estava demorando de mais então comecei a fechar sozinha as caixas que já estavam cheias, tomei um susto quando um barulho de vidro quebrando chegou as meus ouvidos, tomei um susto ainda maior quando vi minha mãe parada me olhando ela estava bem surpresa e não conseguia disfarça a bandeja que ela trazia em mãos estava agora no chão em uma bagunça do que parecia ser um lanche.

—Olá mamãe. —Me levantei e me aproximei dela deixando a caixa de lado.

—Vo..c.ê —Ela gaguejou como se não acreditasse no que estava vendo.

—Sim eu resolvi deixar ele ir. —Me controlei e consegui dizer sem chorar, eu não queria mais chorar. Minha cabeça já doía e eu sentia meus olhos bastante inchados.

Ela ultrapassou a bagunça que tinha causado e se aproximou de mim me abraçando.

—Porque você não avisou que faria isso eu poderia ter ficado e te ajudado.

—Não era necessário a Victoria está me ajudando e já estamos acabando.

Se ela tivesse ficado ali eu podia apostar que eu não conseguiria fazer aquilo e também valia o fato de que eu não tinha planejado fazer aquilo. O quarto estava quase vazio, sem brinquedos e com a maior parte das roupas já encaixadas nos seus devidos lugar.

—Eu posso ajudar?

Eu queria negar sabia que logo eu voltaria a chorar, mesmo não querendo, e eu não podia lidar com o consolo dela. Mas permiti por que ela jamais entenderia minha negativa.

—Sim. Claro só falta aquela parte ali. —Apontei para a porta no guarda-roupa, era onde ficavam as mantas, toalhas, e todo os panos necessários pro bebê.

Sentei naquela poltrona ali e pude perceber se tratar do mesmo material, ou um bem parecido, do quarto do Thomas. Aquela poltrona abraçava o corpo e oferecia um conforto maravilhoso. Foi impossível não me imaginar ali amamentando meu filho, mas aquilo não iria acontecer nunca e eu tinha que começar a aceitar isso. Assim que eu sentei meu corpo pareceu relaxar e eu senti um cansaço que eu não sabia que estava sentindo, mas era bom um sinal de que eu ainda estava viva.

—Você já almoçou? —Minha mãe perguntou, eu não fazia idéia de que já era tão tarde pra estarmos falando de almoço.

—Não.

—Tomou café pelo menos Isabella.

Esperei que meu silencio fosse resposta suficiente.

—Assim que acabarmos aqui eu prometo comer. —Era ruim aquele momento independente do tempo que eu ficasse sem comer eu não conseguia sentir fome e comer pra mim se igualava a tortura já que eu tinha que ficar forçando a comida e lidando com enjôos e ânsias de vomito como se eu tivesse comendo algo muito nojento.

—Eu vou cobrar.

Depois de algum tempo eu precisei perguntar.

—Como foi lá?

—Como você acha que foi? —Minha mãe não costumava ser muito irônica então realmente não devia ter sido nada agradável. —O Edward estava inconsolável.

—Eu devia ter ido. —Minha mente rebateu dizendo “não, você não devia”.

—Estava cheio de repórteres, uma assedio horrível você lá só iria deixar aquilo pior. —Ela fugiu do real motivo de ela nem ter considerado minha presença.

—Cadê o Edward?

—Ele queria ir trabalhar, mas o pai dele o convenceu a ir pra casa deles. —Era bem a cara dele fugir e se enterrar no trabalho quando as coisas complicavam.

—Ele precisa de um pouco de colo, ficar com a Esme vai fazer-lo bem.

[Cont...]

Notas Finais

Capítulo dedicado a teresinha que recomendou a fanfic. Obrigada pelas palavras!

STORM - CAPÍTULO 15

Isabella Cullen

O dia tinha sido bastante agitado. Depois que a Victoria tinha voltado com as caixas necessárias nos três conseguimos terminar aquilo rápido e fomos almoçar uma coisa que minha mãe preparou em tempo recorde, mas uma vez eu não consegui comer nem a metade do pouco que eu tinha colocado no prato e evitando o olhar de reprovação da minha mãe eu me retirei pro meu quarto, tomei meus comprimidos calmantes, anti-depressivos e os para dormir. Me deitei na cama sabendo que aquela mistura não deveria demorar a fazer efeito.

[...]

Fui acordada por um barulho de algo caindo no chão, o quarto estava todo fechado e escuro apenas uma luz vinha de uma das arandelas. O Edward estava apoiado na parede a camisa estava metade desabotoada e ele tinha uma garrafa de bebida na mão.

Me levantei e experimentei a terrível sensação de uma forte dor de cabeça, era como se eu tivesse batido com ela na parede com muita força eu sabia que era resultado de todo aquele tempo dormindo.

—Edward. —Chamei.

—Isabella. —Ele riu e apontou pra mim. —Você...

—Sim eu. Vem deitar. —Chamei.

Ele tentou dar um passo em minha direção, mas só conseguiu derrubar um enfeite qualquer que tinha ali em cima do aparador.

—Você vai se machucar.

Tirei as cobertas e me levantei indo até ele para ajudá-lo.

Eu o peguei pela mão e tentei ajudá-lo, mas ele era muito pesado e não estava cooperando.

—Como? Hum?— Eu olhei pra ele sem entender o que ele queria dizer. Conversa com gente bêbada não funcionava. —Eu pensei que você pode ser uma assassina? —Ele gargalhou e se virou pra mim colocando as mãos no meu ombro.

—Você que está assassinando o português. Como você ficou nesse estado? Você não estava nos seus pais?

—Eu fui embora não aquentava mais aquele clima e nem a Alice falando tentando tirar o foco como se isso fosse possível.

—Como eles deixaram você sair de lá? —Perguntei a Esme era bastante controladora pra deixar o filho simplesmente sair sozinho.

—Eu fugi pelos fundos. —Ele gargalhou alto. Realmente era engraçado imaginar um homem de 33 anos fugindo como um criminoso da própria casa.

—Você sabe que eu fui um trouxa em cair na teia daquela cobraaaa. —Ele estendeu bem mais o a do que o necessário. —Mas eu queria tanto fazer você sofre assim como você tinha feito comigo. —Olhei pra ele não entendendo o que ele queria dizer com me fazer sofre. —Eu nunca pensei que você me machucaria daquela forma eu só queria fazer o mesmo e olha o que eu fiz. —Ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto querendo entender o que ele estava falando. —Nem confiar em você eu confiei. Eu sou uma bosta de marido porque você ainda está comigo? —Eu não sabia o que responder diante daquela pergunta. O que eu estava fazendo ali? Como eu podia manter aquele casamento mesmo depois de tudo? Logo eu que sempre disse tantas e tantas vezes que eu jamais perdoaria uma traição.

Dei dois passos pra trás tentando organizar meus pensamentos.

—Eu queria que você tivesse lá no enterro pelo menos eu ia ficar preocupado com você e esqueceria de todo o resto. —Ele mudou de assunto. —Foi um cu eu só queria que nada daquilo fosse real.

Ele se sentou e me encarou, naquele momento eu já sentia as lágrimas banharem meu rosto.

—Eu te amo não me deixa.

Fiquei paralisada sem saber o que fazer ele voltou a deitar agora de bruço.

Não demorou muito pra que ele apagasse, ele estava tão bêbado que roncava muito alto.

[...]

Não olhei pra ele quando ele começou a descer as escadas eu tinha passado a noite toda sentada naquele sofá pensando e mesmo tendo certeza do que eu tinha que fazer eu não sentia um pingo de coragem.

—Bom dia. —Ele desejou e parecia bem constrangido.

—Bom dia. —Respondi em tom baixo.

—Desculpa pelo meu estado de ontem eu precisava extravasar. —Tinha sido pouquíssimas vezes em que ele tinha bebido a ponto de ficar naquele estado. Ele se sentou no meu lado e as lágrimas caíram sem controle e eu nem fiz esforço em não chorar. —Eu sei que desculpas não servem pra nada, mas eu sinto tanto. —Pelo menos ele lembrava.

Ele pegou minha mão e apertou entre as deles. Respirei fundo tentando encontrar minha voz no meio daquele turbilhão de sentimentos.

—Esse não é o momento pra isso. —Tentei me levantar, mas ele me segurou no lugar. —Você acabou de perder seu filho não temos que fazer isso agora.

—Temos sim. Só fala o eu você tem que dizer. —Forçou.

Me mantive em silencio eu não precisava de que ninguém dissesse nada pra saber que aquele momento era inoportuno, muito inoportuno.

—O amor acabou? —Ele perguntou.

—Seria tão mais fácil se tivesse acabado.

—Então porquê? —Ele só podia está brincando me perguntando aquilo.

—Você se lembra dos nossos votos de casamento? “Amar, confiar, respeitar... Destaquei os pontos principais.” Eram palavras simples e únicas que moviam nosso relacionamento. Mas você me mostrou que não me respeita quando no primeiro momento de fraqueza se deitou com aquela mulherzinha, mas tudo bem eu nem tinha cabeça pra me importar. Eu aceitaria desconfiança de todo mundo, menos de você. Eu só queria que antes de me condenar você tivesse ouvido a minha versão da história, me dado o direito da duvida, naquele dia quando você chegou na cadeia eu estava tão assustada e confusa e só queria que você me ajudasse, me abraçasse e dissesse que acreditava em mim e que ia me ajudar a entender o que estava acontecendo. Mas nos sabemos o que você fez. E eu já não tenho mais tanta certeza se você me ama.

—Como você pode duvidar que eu te amo? —Ele parecia realmente incrédulo, era como se ele estivesse preparado pra tudo menos para aquilo.

Não respondi depois de algumas das palavras dele ontem eu realmente já não acreditava que ele me amava. Percebendo isso ele continuou.

—Era o meu filho, você tem idéia de como foi pra mim receber uma ligação de uma delegacia me comunicando que meu filho tinha morrido e que a minha esposa que o tinha matado? —Ele falou e se levantou me encarando o corpo tremia em resposta as minhas acusações por isso eu não queria fazer aquilo naquele momento, eu realmente não queria sair dessa história ainda mais magoada e nem magoando ele. —Eu estava cansado, muito cansado de tudo o que tinha acontecido eu só explodi e isso não é justificativa, eu sei que não é mais...

Eu via que ele estava se controlando, mas a mascara não estava muito bem posta, tinha algo por trás. Ele passou a mão pelo cabelo e respirou fundo tentando se acalmar.

—Eu só posso me desculpar por ter feito aquilo. Nada do que eu dizer vai apagar aquilo, e mesmo que um dia você me perdoe eu nunca vou conseguir me perdoar. Nunca.

—E a traição? O que você quis dizer com fez de propósito? Hum? Por que você queria me machucar? O que eu fiz de tão grave pra você querer me machucar tanto a esse ponto? —Joguei, eu tinha passado a noite inteira tentando entender o que tinha por trás das palavras dele. Levantei-me encarando ele. Agradeci por minha mãe ter ido pra casa não queria ela ai vendo nada daquilo, sabia que se ela tivesse ali já teria interrompido nossa discussão e mesmo sem querer machucá-lo eu precisava falar.

—Para traição nem eu mesmo acho que tenha uma justificativa, mas se coloca um pouco no meu lugar. Você me deixou sozinho, estava insuportável não ouvia ninguém. Quantas vezes eu pedi você parar com aquelas cirurgias e apenas deixá-lo ir? Mas não você quis, fez só o que você queria da forma que você queria como se fosse só seu filho. —Não acreditei que estava realmente remexendo naquilo. —Todo mundo estava cansado daquela situação nem os médicos acreditavam mais na melhora dele, todo mundo sabia que ele iria morrer e tudo o que você fazia era apenas tentar adiar o inadiável sem nem ligar em como com aquilo você só aumentava o meu sofrimento, o dos seus e meus pais, o seu próprio. Olha o seu estado. Olha o que essa obsessão fez com você. —Ele apontou pra mim.

—Era o meu filho e eu faria tudo de novo. —Olhei pra ele não crendo que era por isso, então era mais mesquinho do que eu pude imaginar. —Por amar o meu filho? Você quis me machucar a esse ponto só porque eu amava e não desisti dele? Isso não é possível.

—Não era o seu filho era apenas um corpo sem vida, ele teve morte cerebral, ele teve um AVC, além das seqüelas que ele teve pelo problema de oxigenação no cérebro. Se por um milagre ele retomasse a consciência ainda sim ele viveria entrevado em uma cama, tendo diversos problemas. Mas pra você tudo bem porque você pelo menos poderia dizer que era mãe.

—Você não sabe o que está falando. —Meu coração parecia que iria parar diante das palavras dele. —Quando você esteve por perto pra saber de alguma coisa? —Gritei.

—Não seja injusta.

—Injusta? —Perguntei incrédula. —Injusto pra mim é eu ficar em um hospital com meu filho morrendo enquanto no andar de baixo você comemorava o nascimento do seu filho, quantas horas você levou pra finalmente consegui disfarça sua felicidade e querer saber dele? —O destino ou sei lá o que tinha sido bem cruel, a diferença entre nascimento e óbito era de minutos.

—Não vou negar que fiquei feliz aquela foi a única forma de finalmente te tirar daquela obsessão. Meu filho morreu no dia em que recebi a noticia de que ele tinha tido uma morte cerebral eu lidei com o luto ali mesmo só não tive um corpo pra enterra. Já você permaneceu naquela esperança que não te levaria a lugar nenhum.

—Era o meu filho eu jamais desistira dele.

—Acho melhor pararmos por aqui. Eu vou embora, peça seu pai pra cuidar dos papeis do divorcio eu não ligo pra divisão de bens nem nada pode ficar com tudo. —Ele virou as costas e saiu andando falando querendo esconder as lágrimas de mim.

—Eu não vou ficar aqui vou pra casas dos meus pais. —Eu ainda não tinha dito nada a eles e nem perguntado se eu podia, mas acho que e seria bem vinda. Eu também dei as costas e sai andando e senti que o único pedaço do meu coração que tinha restado depois da morte do meu filho tinha virado pó.

Notas Finais

Obrigada pelos comentários no capitulo anterior prometo que leio todos e estou me organizando pra conseguir responder todo mundo.

STORM - CAPÍTULO 16

Isabella Swan

A primeira semana depois que eu sair de casa foi ruim, mas os meses depois foram piores, eu não conseguia sentir nada além de um grande vazio nem mesmo lágrimas eu tinha. Meus dias eram resumidos a ficar deitada na cama esperando que o dia passasse e o próximo chegasse e assim em um ciclo vicioso.

Meus país tinham me recebido muito bem depois do susto inicial pela forma que eu cheguei ali vestindo a mesma roupa que eu usei pra dormir do dia anterior e nada além disso eu tinha esquecido até mesmo do dinheiro para o táxi. Mesmo tendo sido bem recebida era difícil aquela não era a minha casa. Eu me recordava de cada cantinho ali. Eu tinha vivido minha infância e adolescência toda naquela lugar e mesmo assim estar ali depois de tanto tempo eu não sentia como se ali fosse minha casa, meu lugar, e era muito desconfortável.

Eu já tinha pensado em voltar pra minha casa, uma ou duas vezes eu cheguei a sair e pegar o táxi pra voltar, mas durante o percurso eu finalmente retomei a consciência e retornei eu e ele tínhamos rompido de uma forma que eu não queria, nem a amizade permaneceu estávamos muito magoados um com o outro pra conseguir manter até mesmo uma proximidade.

O pior daquela situação nem era a dor era o fato de que eu não conseguia sentir nada nem mesmo me importa o suficiente. Meu único momento em que eu me esforçava pra fingir está tudo bem era quando meus pais vinham me ver.

[...]

—Oi querida, boa noite. —Naquele dia eu já não tinha mais energia pra fingir e apenas permaneci na mesma posição que eu estava. —Sua mãe me contou que você não comeu nada hoje. —Mordi os lábios contendo a vontade de chorar, falar era o pior problema porque era como se quando eu abri a boca eu liberasse tudo aquilo que com um esforço incrédulo eu conseguia conter. —Eu e sua mãe estamos ficando muito preocupados eu não quero fazer isso mais se você não começar a reagir eu vou ter que te interna. —O pior era que eu não conseguia me importa o suficiente pra pelo menos reagir, nem que fosse fingindo. —Não quero, mas não posso mais ver você se entregando fácil assim.

Eu sabia que ela e minha mãe tinham se enchido de esperança quando eu finalmente desfiz o quarto do Antony, pra eles aquele era um sinal de que eu finalmente estava seguindo em frente, até pra mim eu achei que seria um recomeço. Mas não foi, só tinha servido pra uma queda maior ainda.

Eu estava cada vez mais cansada. Cansada o suficiente para dormi o dia todo sem precisar nem dos comprimidos. Os sintomas físicos da minha depressão tinham voltado, então eu estava constantemente sentindo tonturas, enjoos, febres e dores musculares e na cabeça, além de ter certeza de que minha imunidade estava baixa já que eu estava constantemente resfriada e eu mal estava conseguindo manter nada no estomago.

—Sinto muito. —Sussurrei com esforço.

—Olha porque você não reage? Se não por você faça por mim e pela sua mãe. —Comecei a soluçar sem controle a única coisa que eu não queria eu estava fazendo. Magoar meus pais era o fim pra mim. As lágrimas vieram em seguida me partindo e me desmoronando. —Eu sei que dói, mas você não pode passar o resto da sua vida trancafiada nesse quarto, vamos saia, apronte, seja a adolescente que você nunca foi cause problemas, volte com o seu marido, adote umas dez crianças, faça qualquer coisa mais pelo menos tenta. —Eu fiquei ali quieta apenas ouvindo-o e chorando, estava tão ruim pra eles quanto pra mim e a prova disso era que meu pai tinha começado a chorar me causando mais dor ainda por está fazendo aquilo, mesmo que não fosse intencional.

—Eu posso ficar sozinha. —Pedi não aquentando aquela sensação de culpa.

[...]

Três batidas na porta me tiraram do torpor, me sentei e peguei o livro que estava na minha mesa de cabeceira e abri em qualquer página fingindo ler. Eu precisava está bem por ela, depois da visita do meu pai eu estava me esforçando pra fingir está bem. E estranhamente hoje era um dia bom, um dia que talvez eu não chorasse.

—Oi. —Disse ao ver minha mãe entrando no meu quarto. Ela trazia uma bandeja era aquele momento que eu sabia que ela iria me obrigar a comer e eu faria o melhor que eu conseguisse.

—Oi. Querida você não precisa ficar fingindo que está lendo. —Fechei o livro e encarei ela.

—Não estou fingindo. —Minha voz era morta, totalmente sem vida.

—Claro que está, ontem eu entrei aqui e você estava bem avançada, agora você parece ter voltado pra metade e pelo livro está de cabeça pra baixo eu imagino que você tenha pegado-o com presa quando eu entrei.

Praguejei baixo eu devia ter ficado mais atenta, fingir que estava lendo e deixar o livro de cabeça pra baixo era muito clichê.

Coloquei o livro em cima da mesinha de cabeceira já que eu não precisava fingir.

—Querida porque você não coloca uma roupa e nos ficamos um pouco no jardim tomando um sol, quem sabe você realmente não começa a ler esse livro. —Revirei os olhos a ultima coisa que eu precisava era ter que socializar com quem quer que fosse.

—Eu estou bem aqui. —Afirmei.

—Não está não, estou começando a desejar que você não tivesse saído de casa pelo menos lá você saia do quarto. —Fechei os olhos controlando a vontade de retornar eu não podia ceder eu ficaria bem ali, tinha que ficar.

—Mamãe... —Busquei palavras pra tentar me justificar, mas era impossível não tinha o que ser dito.

—Eu não estou suportando mais ver você nesse estado eu quero a minha filha de volta. —Ela tinha os olhos cheios de lágrimas e eu não sabia o que fazer, ver a forma que eu a deixava tornava tudo mais intenso e difícil de digerir. —Nem que pra isso você tenha que voltar pra ele.

—Eu não posso voltar ele me traiu e me abandonou quando eu mais precisei dele, abandonou nosso filho.

Ela me encarou surpresa.

—Não fale isso. —Sua voz falou calma e ela me olhou com um pavor evidente. —Nunca mais Isabella. Eu estou cansada dessa situação. —Ela parecia realmente exausta. Ela aumentou o tom de voz.—Dessas mentiras. Eu não aguento mais. Não seja injusta. —Ela gritou comigo, me assustando. —Ele esteve com você em todos os momentos, momentos que se eu estivesse no lugar dele eu não sei se teria estado. Ele cometeu erros, erros que eu não perdoou, o que ele fez com você na delegacia. —Ela continuou gritando. Ela respirou fundo. —Eu nunca vou perdoá-lo por ter agredido você. Por ter traído você. —Ela apontou o dedo pra mim. Meu corpo tremia não entendendo o porquê dela está agindo assim. —Mas você não tem o direito de falar essas coisas...Ele nunca saiu de perto de você e muito menos abandonou o Antony. Então não o acuse disso nunca mais entendeu.

—Mamãe... —Tentei falar, mas ela me interrompeu. Eu tinha lágrimas nos olhos e tremia sem saber como reagi.

—Você já foi muito cruel com ele, mesmo depois de tudo o que ele fez você acusar ele... eu só não vou deixar você fazer isso de novo. Se você quer odiar ele pela traição faça, eu não me importo, pelo filho fora do casamento, por não ter acreditado em você, mas jamais volte a dizer que ele te abandonou e muito menos que ele abandonou o Antony. Você não tem idéia das coisas que ele abriu mão por você então só não o acuse disso, por favor. —Ela terminou de falar e saiu do quarto me deixando só com aquela confusão de sentimentos e aquela confusão que me impedia de ao menos entender o que quer que aquilo significava.

Sentir o ar fugir dos meus pulmões era estranha aquela sensação de impotência, de não saber qual caminho seguir, eu não entendia o que a fez romper daquela forma. Respirei fundo buscando o ar que eu não conseguia, era como se eu tivesse com a minha garganta fechada e eu não conseguia respirar direito, tentei gritar por ela, mas não dava. Comecei a me debater querendo e necessitando de ajuda.

[Cont...]

Notas Finais

Obrigada pelos comentários no capitulo passado e não deixem de me dizer o que acharam desse capitulo por que ele é a abertura de muita coisa. FAÇAM A AUTORA FELIZ ♥

STORM - CAPÍTULO 17

Renée Swan

Eu ainda não acreditava que eu tinha perdido o controle com ela, já tinha quase dois anos e eu tinha conseguido lidar bem com tudo aquilo, com as mentiras que contamos, em seguir com a história conforme ela se lembrava e não conforme as coisas tinham acontecido. Perder o filho foi uma experiência que ela não estava pronta pra viver, acho que ninguém está, mas ela ficou traumatizada de um jeito que não era normal. O Edward tinha se comportado como um canalha, mas isso não apagava as coisas boas que ele tinha feito por ela e nem todo o resto. Eu mesma sendo mãe dela não conseguia lidar com ela na maior parte do tempo, eu não precisava que ninguém me dissesse que se fosse eu no lugar dele eu não teria tido metade da paciência que ele teve e já teria internado ela em uma clinica com pessoas que podiam ajudar ela. Três meses e eu já tinha surtado e gritado com ela, mas o que eu podia fazer com não dava pra ficar ali vendo ela falar aquelas coisas.

Quando eu já estava calma eu retornei ao quarto dela com medo do estrago que eu pudesse ter feito.

[...]

Eu tremia nos braços do meu marido sem acreditar no que tinha acontecido de como eu tinha sido estúpida em não conseguir conter minha boca, eu devia saber que isso iria acontecer eu não deveria ter saído de perto dela, devia ter ficado ali e consertado o estrago que eu tinha feito.

—Fique calma os médicos já disseram que vai ficar tudo bem, foi só mais uma crise de pânico. Está tudo bem. —Prometeu.

—Eu devia ter mantido minha boca calada Charlie, devia ter fica em silencio, porque eu não consegui ficar calada?

—Por que você está no seu limite e todo mundo uma hora ou outra explode. —Sem perceber ele estava defendendo o Edward. —Eu não sei o que fazer Renée? Estou tão preocupado com ela. —Ele confessou e só talvez não tenha sido sem perceber que ele defendeu seu afilhado.

—Talvez seja o momento de internar ela. Ela vai ser bem cuidada em uma clinica. —Eu não tinha duvida de que ela fosse ser bem tratada em uma clinica.

—Nos já tentamos isso Renée e você sabe onde isso nos levou. —Ele ainda se culpava pela tentativa de suicídio, se ele não tivesse insistido que ela conversa-se com aquele psiquiatra e se ele não tivesse sido tão duro com ela talvez nada daquilo tivesse acontecido.

—Eu não sei o que fazer Charlie. —Confidenciei, mas eu não sabia lidar com ela naquele estado.

—Mas eu sei. —Ele tirou os braços do meu redor e pegou o telefone dentro do bolso do palito. Eu não precisava de muito pra saber pra quem ele estava ligando. A única pessoa que ela falaria quando acordasse a única pessoa que faria ela reagir pelo menos um pouquinho. Observei ele se afastar pra falar com o afilhado, o garoto que há muito tempo ele via como se fosse seu filho (o filho homem que ele nunca teve), o garoto que se transformou em homem diante dos nossos olhos e que em um dia quando ninguém esperava pegou na mão da minha filha durante um almoço e anunciou pra todo mundo que eles estavam juntos como se fosse a coisa mais normal do mundo.

[...]

Entrei no quarto dela e respirei fundo, estando pronta pra fazer o que quer que fosse.

—Querida. —Chamei. Ela estava acordada e mesmo assim fingiu que não me viu. Me aproximei com passos calmos sem querer assusta-la. —Meu amor. —Chamei de novo. No momento em que eu toquei nela ela se virou me dando as costas e enterrando o rosto no travesseiro, ela chorava sob meu toque e eu me sentia tão incapaz por não poder fazer nada pra ao menos aliviar um pouco o que ela sentia, aquela dor.

—Me desculpas por ter gritado com você. —Pedi sabendo que aquilo seria um monologo e que eu não receberia uma única palavra. Levei minha mão ao cabelo dela acariciando com carinho. Senti as lágrimas banhando meu rosto e a sensação de impotência voltou forte me deixando desesperada. Fechei meus olhos me permitindo lembrar de que também era assim no começo e que as coisas melhoraram, pelo menos um pouco mais melhoraram.

[...]

Ela tinha pegado no sono, provavelmente por causa do tranqüilizante que tinha sido inserido no soro dela. Os médicos ali já estavam acostumados com a nossa presença e já meio que sabiam como tinha que lidar com ela pra que ela não surtasse com eles e nem tentasse fugir como ela já tinha feito várias outras vezes. Observei a porta ser aberta e encarei o Edward passar por ela, ele claramente estava bem abatido, era visível o quanto ele tinha emagrecido e o descuido com a higiene pessoal era aparente.

—Oi. —Ele disse baixo não querendo acordar ela. Ele se aproximou e encarou minha filha com um amor evidente, um amor que me vazia de duvidar de tudo o que eu sabia e de tudo que ele tinha tido a coragem de fazer. —Como ela está?

—Do mesmo jeito de sempre e eu gritei com ela, não querendo a deixar ser injusta com você e eu comecei a gritar com ela. Eu quase não chego a tempo.

Ele bufou como se minha atitude fosse totalmente dispensável, mas eu sabia que não era, já tinha passado da hora dela parar de dizer aquelas coisas e já tinha passado da hora dele deixar ela fazer tudo que quisesse com ele.

—Você sabe que eu não me importo. —Eu sabia que ele só estava se culpando pelo que tinha feito com ela, por isso ele aceitava tudo que ela fizesse. —Discutir com ela nesse estado nunca é a melhor opção. —Ele me lembrou.

—Eu acho que estamos sendo benevolentes demais com ela, talvez se pegarmos mais pesado ela possa reagir. —Fui sincera, eu tinha ficado durante bons momentos sozinha pensando sobre como até então tínhamos lidado com ela e daquele jeito não estava funcionando talvez se fossemos mais enérgicos. Eu realmente não tinha idéia do que fazer. Ele olhou pra ela naquela cama como se aquilo fosse resposta suficiente, é de certa forma era. Como eu podia ser mais enérgica se apenas uma discussão pequena ela tinha tido uma crise de ansiedade daquele nível, ver ela naquele estado ficava claro que não aquele não era o melhor caminho.

—Vá pra casa descanse um pouco eu passo a noite com ela. —Ele propos.

—Eu vou deixar vocês sozinhos, mas estarei ali fora pro que precisar.

—Eu prometo que vou cuidar bem dela e isso não vai ser nada legal de se acompanhar, amanhã você volta. —Eu sabia que assim que ela visse ele ela desmoronaria. Quantas vezes já tinha acontecido, eu sabia que viria uma sessão de choro, depois ela gritaria e o acusaria de tudo, depois ela se acalmaria e apagaria, quando acordasse se ela se lembrasse de algo ela se sentiria ainda mais culpada e mais uma sessão choro. —Ela já vai estar melhor amanhã.

—Okay. —Dei um abraço nele antes de sair.

[...]

—Oi. —O Charlie se aproximou de mim assim que eu sai do quarto, ele pegou minha mão e apertou me passando a segurança que eu precisava naquele momento. —Ela falou com você?

—Não. Quando eu entrei ela até se moveu, mas depois ela estava como no começo, ela se quer me encarava, não se movia, ela nem viu o Edward entrar no quarto.

Ele suspirou.

—Será que ele vai conseguir trazer ela de volta?

—Eu espero que sim, não vou agüentar ver ela desse jeito de novo.

[...]

Notas Finais

Eu só queria me desculpar pela atitude que eu tive ontem/hoje, exclui a fanfic foi uma ação movida a raiva por que eu estava muito magoada com uma mensagem que eu recebi me acusando de várias coisas e falando várias merdas sobre a história e sobre mim.
Hoje eu pensei, pensei, repensei e cheguei a conclusão que eu não estava sendo justa. Recebi tanto amor em forma de mensagens (ainda nem consegui ler todas - mas obrigada pelo apoio) e tomei a decisão de trazer a fanfiction de volta eu não estava sendo justa em punir todo mundo por causa de um grupo.Só que a parti de agora eu vou agir como agem comigo, se é legal eu sou legal, se eu me sentir ofendida eu vou ofender e ser grossa sem problema algum.
Avisos importantes
—Eu não odeio o personagem Edward, sei que ele fez muita merda e que alguns o amam e outros o odeiam, mas eu acho que ele cometeu erros graves e que vai ter que lidar com as consequências porém eu não o odeio.
—Essa é uma fanfic Beward e isso meio que dá um spoiler do que vai acontecer;
—A história já está escrita e eu não vou mudar nada por ninguém, se não está agradando. TCHAU!
—Eu demoro mesmo pra responder comentários, tenho coisas demais pra fazer, não sou muito boa em conciliar e respondo quando há tempo, se não quiser comentar não comentem vou lidar bem com isso.
—As atualizações serão uma vez por semana (deixem sugestões sobre qual é o melhor dia e horário).
Me desculpem por ter agido de forma impulsiva, mas tem momentos que não dá...
Espero que gostem desse capitulo e MUITO OBRIGADA por todo apoio e mensagens de apoio!

STORM - CAPÍTULO 18

Edward Cullen

Respirei fundo e fui até a porta trancando-a, eu tinha pegado uma das chaves com a secretária da minha mãe pra nos dá o máximo de privacidade e por medo dela querer fugir, já tinha acontecido uma vez e eu não podia dar chance ao erro.

Voltei a cama e tirei meu sapato, ela olhava fixamente para um ponto na parede. Eu não sabia se eu conseguiria trazer ela de volta, quando ela ficava nesse estado catatônico nem mesmo medicamentos fortes resolviam e éramos totalmente contra eletrochoques. Me deitei na cama e puxei ela pros meus braços. Ela se manteve ainda imóvel.

—Está tudo bem. —Prometi, mesmo que eu não tivesse certeza do que ela se lembraria. Já sentia minhas lágrimas enchendo meus olhos. —Vai ficar tudo bem.

Comecei a cantar uma canção de ninar pra ela, aquele momento me levou pro passado quando ela permaneceu três meses assim. Nada foi capaz de fazer ela reagir, saber que nosso filho tinha morrido foi doloroso demais pra ela e a mente dela se protegeu deixando-a completamente fora do ar.

[...]

Já tinha se passado horas e o dia já estava amanhecendo eu enxuguei meus olhos sabendo que seria difícil sair e falar pros pais dela que ela ainda não tinha “acordado” e que teríamos que passar por tudo aquilo de novo. Mas eu não podia esconder isso deles.

Puxei a mão dela pra mim e beijei, parei observando que a aliança ainda estava ali. Olhei pra minha própria mão vendo que igual ela a minha aliança ainda estava no mesmo lugar e mesmo que, quando, nos dois assinássemos os papeis do divorcio ela iria permanecer ali assim como o amor que eu tinha por ela.

Quando o Charlie me ligou informando do que tinha ocorrido eu larguei tudo e vim pra cá, e seria pra sempre assim, quando e se ela precisasse de mim eu estaria ali. Peguei meu celular que estava por ali, eu tinha tirado do bolso em algum momento da noite, e mandei uma mensagem pro meu pai pedindo pra ele me substituir na empresa. Eu sabia que aquela era minha ultima chance e mesmo nem tendo cabeça para trabalho eu precisava priorizar e fazer o que eu não tinha feito no passado. Esquecer tudo e focar só nela não era mais uma alternativa, a empresa tinha se recuperado completamente, mas a crise ainda era recente e eu não podia falhar novamente. Ele visualizou com rapidez e respondeu que iria, ele também perguntou sobre como a Isabella estava e que seria uma opção uma visita. Respondi que não, muita gente ali não faria nada bem a ela, mas pedi pra ele falar com a minha mãe pra que ela viesse consolar a Renée. Mandei também uma mensagem pra minha secretária pedindo ela pra mandar um resumo de tudo pro meu pai e avisando que ele assumiria meus compromissos hoje.

Acariciei o rosto dela e depositei um beijo na testa antes de começar a tirar ela do meu peito, não tinha muito que fazer, precisaríamos conversar com o médico pra vê o que fazer agora. Senti os dedos dela se apertarem na minha blusa me mantendo ali. Não consegui conter minhas lágrimas vendo que tinha reagido.

—Amor. —Chamei testando-a, eu não fazia ideia de como ela acordaria.

—Edward. —Ela levantou a cabeça me encarando com um sorriso no rosto. —Cadê nosso filho? —Fechei meus olhos sabendo que o rompante viria logo.

—Ele morreu. Você se lembra? —Perguntei. Trazer meu filho para o cenário principal dos meus pensamentos era uma coisa que me causava dor que era difícil lidar, era algo físico, por mais que eu soubesse que a morte tinha sido o melhor pra ele, pra Bella e pra todos os outros, era difícil convencer meu coração a entender isso.

Ela balançou a cabeça negando e alguns poucos segundos e ela pareceu se lembrar ela começou a se debater eu segurei ela nos meus braços tentando manter ela firme, sabia que se a deixasse solta ela acabaria se machucando. Ela era forte demais e naquela posição sobre aquela cama era difícil e eu tinha medo de machucar ela sem querer. As unhas dela cravaram no meu braço com força controlei o gemido de dor, mas não soltei, eu conseguiria lidar com a dor aquilo duraria pouco e o cansaço faria ela se acalmar eu só precisaria aquentar mais um pouco. Ela se virou um pouco como se fosse me abraçar e facilitou aperta os braços em torno dela, senti os dentes dela se fecharem no meu ombro com força. A dor era mil vezes pior do que as unhas dela na minha pele, mas eu não podia ceder. Pior do que a dor era a forma que ela implorava para que eu a soltasse, implorava pra que eu dissesse que aquilo era mentira, que nosso filho estava bem. Foram longos minutos lidando com a dor dela e depois vieram as acusações, nesse momento eu simplesmente busquei não escutar nada do que ela dizia, aquilo só me machucaria e eu já estava fodido o bastante pra receber mais merda.

[...]

Eu podia sentir ela se acalmando, eu já tinha feito aquilo tantas vezes que eu conseguia saber o exato momento em que o cansaço vencia. O coração desacelerando, a respiração acompanhando o ritmo, ela conseguindo diminuindo a força e a rejeição ao meu toque. Assim como ela eu diminuía a força em que eu a segurava sabia que mesmo que quisesse ela não teria energia.

—Me desculpa. —Pedi. Como minha psicóloga tinha aconselhado várias vezes assumir o que eu tinha feito e me perdoar era só o que me daria sossego, mas eu jamais conseguiria me perdoar sem que ela me perdoasse primeiro. —Me perdoe. Eu te amo tanto. Preciso que você me perdoe.

Ela me apertou com força e chorou em silencio nos meus braços. Se tivesse uma única maneira de conseguir tirar aquele sofrimento dela eu faria, eu daria tudo que eu tinha, faria de tudo pra que ela não sofresse daquele jeito e a pior parte era saber que eu era o principal culpado de muita ou toda dor que ela sentia. Parei de pensar, aquele caminho era complicado demais e eu não queria ir por ali, eu precisava ficar bem por ela.

[...]

—Edward por que minha mãe gritou comigo? —A voz dela estava chorosa. Ouvi o som da voz dela depois de todo aquele tempo era revigorante. —Eu quero muito saber. O que vocês estão escondendo de mim? —Respirei fundo e me preparei pra mentir pra ela, me doía mais era necessário. —Não minta pra mim. —Ela pediu olhando dentro dos meus olhos como se soubesse o que eu iria fazer.—Eu exijo que você me conte a verdade. —Ela se sentou e se virou pra mim, estranhamente ela parecia completamente consciente e eu até usaria a palavra bem. —Se você não me falar eu vou perguntar ao meu pai e ele vai me dizer, mas eu quero ouvir de você, eu preciso entender por que eu não aquento mais dói muito e dói mais ainda saber que você estão me escondendo coisas. Não me poupe e me conte o que eu não estou sabendo.

Eu não conseguia resistir aqueles olhos. Ela respirou fundo se preparando como se soubesse que eu já tinha decidido, ela me conhecia tão bem.

—O que você lembra de quando o Antony estava internado? —Perguntei. Meu filho, pensar nele trouxe lagrimas aos meus olhos que eu não contive, eu não conseguiria reviver aquilo tudo sem derramar nenhuma lágrima.

—Não sei. A gente ficava muito tempo aqui, mas você saia para ir ao trabalho e em um dia você diminui a aparição e quase não vinha mais teve um dia que você apareceu me contando sobre a ...traição e depois se afastando de nós como se sua nova família fosse a única coisa importante. Eu lembro que você só aparecia quando ela tinha consulta e ai você meio que lembrava que tinha outro filho que estava morrendo. —Balancei a cabeça negando, aquilo era pior do que eu imaginava.

—Não foi assim Isabella. Nada disso aconteceu, eu nunca fui a uma consulta com a Irina especialmente porque eu tinha medo de como você reagiria, paguei por todas as consultas, me mantive informado sobre o estado clinico do meu filho, mas eu nunca, nunca fui a uma consulta dela. —Aquilo me trazia um pouco de culpa também saber que eu escolhi um dos meus filhos, que eu faltei com a minha mulher e com meus dois filhos.

—Foi eu lembro. —Ela insistiu.

—Se for pra você não acreditar no que eu estou falando eu não quero ter essa conversa. —Perdi um pouco da paciência. —Pergunte ao seu pai eu sei que você não confia mais em mim, mas eu não estou mentindo.

—Não. Me conte tudo que eu não sei e eu vou ouvir sem falar nada. —Ela prometeu.

—No começo eu ficava aqui com você o tempo todo, o tempo todo mesmo. Eu fiquei seis meses dentro desse hospital, nos dormíamos no quarto ao lado do dele em uma cama de casal que minha mãe permitiu que nos colocássemos. Nós nos mudamos para um quarto de hospital tanto eu quando você não queríamos sair do lado dele, as chances era poucas mais existiam e nos dois não deixaríamos a peteca cair e nem desanimaríamos. Os meses foram passando e eu só saia dali pra trabalha isso quando eu ia. Nos dois fazíamos de tudo. —Contive meu choro sabendo e desejando voltar naquele tempo, onde as coisas pareciam ruins, mas eu conseguia ver um futuro além. Independente do que acontecesse eu teria ela. —Em uma noite parecia que estava tudo bem, ele ia fazer o segundo transplante de coração, um coração que conseguimos de uma forma nada legal uma forma que eu nem gosto de lembra. Por que eu fiz aquilo passando por todos os meus princípios, eu comprei um coração eu paguei pelo órgão de alguma pessoa e eu tento todos os dias me convencer de que aquele órgão foi de alguém que já estava doente e que ninguém morreu por minha causa só porque eu tinha dinheiro pra fazer aquilo. —As lágrimas escorreram pelo meu rosto sem que eu conseguisse me conter, queria muito saber como fazer aquilo parecer menos difícil. Eu tinha sido criado com princípios muito específicos e dá aquele passo tinha tirado muita coisa de mim, mas eu também jamais me perdoaria se eu deixasse meu filho morre sendo que eu tinha uma opção mesmo que essa opção fosse difícil e me fizesse passar por cima dos meus ideais.—Estávamos muito animados por que os médicos diziam que aquilo poderia realmente funcionar. A cirurgia foi ótima e só nos restava esperar e ver como ele aceitaria o órgão já que o primeiro ele tinha rejeitado, mas de novo o corpo dele não aceitou ele começou a rejeitar, aquilo foi terrível, terrível mesmo porque nos víamos ele sofre, várias paradas cardíacas, sangramentos e tudo mais. Você enlouqueceu e queria que eu comprasse um outro coração, mas eu me recusei não por que eu não queria, eu tinha feito isso uma vez poderia lidar com o peço na consciência de fazer de novo. Eu faria tudo pelo meu filho, tudo. Só que eu não tinha mais dinheiro, eu perdi o controle eu só via o meu filho e você e esqueci-me do meu trabalho eu deixei tudo na mão do meu vice e dá pior forma possível eu descobri que ele não era nem um pouco honesto ele desviou muito dinheiro da empresa e eu nem percebi. E que quando ele me pediu pra assinar uns papeis eu burro assinei, era o dia da cirurgia do Thomas eu só queria sair da empresa e ficar com você e com nosso filho. Então eu assinei sem nem me dá o trabalho de ler. Eu descobri quando meu pai apareceu na noite da cirurgia me cobrando sobre a declaração de falência que a Cullen’s e como ele não tinha sido informado, por que eu deixei ele saber através da porra de um jornal. —Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

—A empresa faliu? —Ela tinha a voz chorosa.

—Sim, eu fui irresponsável só que eu pensei que eu pudesse confiar no Carlos, mas ele me roubou de maneira suja. —Lembrar daquele filho da puta que tinha estudado comigo na faculdade me deixou com raiva, eu tinha sido estúpido em indicar ele pro conselho como meu vice quando eu fui nomeado presidente. —Meu pai me demitiu naquela mesma noite e teve que investi dinheiro da economia dele para não deixar que a empresa e o nome da minha família fossem pra lama. Eu descobri que ele não tinha roubado só a empresa, mas também tinha mexido nas nossas contas pessoais e que além de deixar a empresa falida ele tinha deixado nos dois também eu não tinha dinheiro nem pra manter nosso filho no hospital. —Respirei fundo lembrando de como aquilo foi humilhante. —Eu tive que pedir um empréstimo aos seus pais, eu não teria coragem de pedir aos meus, e quando você começou com essa história de que nosso menino precisava de um outro coração só que eu não tinha de onde tirar uma quantia daquela, eu estava afundado em dividas e eu não podia pedir mais dinheiro aos seus pais e os meus nem teriam pra empresta graças a minha incompetência. Eu não tinha mais o que fazer, nossos imóveis estavam a ponto de serem leiloados pra pagar as dividas e eu tive que vender a maior parte pra manter tudo controlado.

—Por que você não me falou nada? —Eu olhei pra ela respirando fundo. Era evidente que ela não sabia de nada, ela não era uma boa mentirosa e estampado no rosto dela estava um sinal claro de confusão.

—Eu tentei, mas você não queria ouvir. Quando eu disse não a sua proposta de comprar um outro coração você surtou, gritou, me xingou entre outras coisas que eu nem gosto de me lembrar. —Aquele dia, quando eu tentei explicar pra ela que outro transplante estava fora de cogitação eu conheci uma Isabella completamente nova pra mim. Uma pessoa agressiva e maldosa. —Você me acusou de querer ver ele morto. —Disse com raiva, mesmo depois de todo aquele tempo pensar que aquelas palavras saíram da boca da mulher que eu amava, mesmo depois de tudo o que tínhamos enfrentado pelo nosso filho me doeu como antes. —A parti daquele dia eu já não conseguia manter um dialogo com você. Quando eu tentava você logo me cortava dizendo que se eu não tinha mudado de ideia nada do que viesse de mim importava. —Não consegui esconder a magoa na minha voz. Aquela semana em que o mundo desmoronou em cima de mim e eu só queria ela por perto me abraçando e dizendo que ia ficar tudo bem, mas ela estava com tanta raiva de mim que nem ao menos percebeu. —As coisas pioraram muito quando descobrimos que minha mãe estava com câncer de mama. —Percebi os olhos dela se arregalarem.

—Não, isso não aconteceu a Esme está bem, ela não tem câncer. Não tem. —Ela gritou, envolvi meus braços em torno dela com medo de como ela poderia reagir diante daquela informação. —Ela não tem câncer. Não tem. —Ela começou a chorar abraçada a mim. Tentei enxugar minhas lágrimas, mas não parei se ela queria saber eu contaria tudo.

—Tinha. Hoje em dia ela já está “curada”. Nós concordamos em não te contar por que minha mãe pediu, ela dizia que você já estava fragilizada demais com a situação do Antony que não precisava de mais problemas. Ela sempre vinha ver você quando ia pra quimio ela dizia que a sua força em salvar o Antony em não desistir dele dava a ela coragem de enfrentar o que viesse. Só que você não era burra e descobriu o que estava acontecendo e eu só descobri que você sabia quando você jogou isso na minha cara. —Respirei fundo contendo minhas lágrimas ao máximo. —Um dia eu sai para uma audiência, eu estava fazendo de tudo pra tentar rever nosso dinheiro e quando eu voltei os médicos responsáveis pelo caso do Antony me convocaram pra uma reunião. Nessa reunião eles me comunicaram que ele não tinha mais sinais cerebrais e que mais cedo tinha sido feito alguns exames que comprovaram que ele tinha tido morte cerebral. Os médicos me contaram por que a pediatra não fazia ideia de como contar a você, todo mundo nesse hospital viu sua luta em manter ele vivo e ninguém queria ser o portador daquela noticia. Eles conversaram comigo sobre as possibilidades e me garantiram que o melhor seria desligar os aparelhos. Eu concordava com eles, eu sabia que era impossível alguém com morte cerebral voltar, sou filho de uma médica e antes mesmo deles dizerem eu sabia que era aquele caminho. Só que a decisão não era só minha. —Parei um pouco e olhei pra ela, grossas lágrimas escorriam pelo rosto dela, os olhos estavam vermelhos e ela soluçava baixinho. Eu não sabia se ela tinha se lembrado ou se apenas a história era comovente. —Eu falei que eu fazia questão de contar a você, os médicos do conselho pediram para uma enfermeira te chamar até o escritório e quando você chegou lá você estava com um sorriso imenso no rosto, segundo você nosso filho tinha sorrido pra você só que eu sabia que aquilo era impossível. Quando eu te contei você ficou louca, começou a gritar que eu já queria matar ele a muito tempo e que eu estava mentindo e que nosso filho precisava só de um tempo. Eu insisti dizendo que ele tinha morrido e que precisávamos aceitar. Só que você não viu bem minha insistência e gritou em alto e bom som pra quem quisesse ouvir que a minha mãe só tinha câncer porque eu era uma má pessoa e que aquela era a vingança de Deus pra mim e que ela morreria assim como eu estava tentando matar seu filho. SEU FILHO. —Parei por um segundo precisando respirar. —Eu não acreditei que você teve coragem de falar uma coisa daquelas. Mas você falou, várias e várias vezes, repetiu tanto que mesmo depois que você saiu da sala, depois de me proibir de me aproximar de você ou do nosso filho, sua voz ainda ficava ecoando na minha cabeça. Eu não conseguia nem mesmo reagi diante daquele absurdo. Minha mãe foi chamada depois do seu escândalo, obvio que como diretora do hospital –mesmo afastada- ela ficaria sabendo. Ela veio e me consolou dizendo que você só estava nervosa e que você se acalmaria e se arrependeria das coisas que me disse, eu só precisava te dar um tempo. Eu dei fiquei quase três horas na biblioteca do hospital passando meu tempo e lendo sobre morte cerebral pra vê se tinha pelo menos um outro caminho, quando toda aquela leitura me cansou eu subi pra tentar conversa com você, mas você estava irredutível. Parada em pé em frente a porta do elevador você estava ali pra garanti que eu não me aproximaria dele, você estava com medo de mim, MEDO. Gritou pra mim que eu nunca mais voltaria a me aproximar dele e que eu não mataria seu filho. —Eu respirei fundo e não parei de contar, não queria me acorvada aquele era o primeiro momento em que eu contava aquela história e nem as minhas e nem as lágrimas dela me impediriam de continuar. —Eu sai não conseguindo acreditar em nada daquilo que estava acontecendo, depois de um ano ali do seu lado cuidando do NOSSO filho você podia achar que eu estava feliz com a morte dele, mas eu só estava encarando a realidade ele tinha morrido e não havia mais nada o que ser feito. Eu fui atrás dos meus país, eu precisava sair daquele hospital e colocar minha cabeça no lugar antes de falar com você de novo, eu sou esquentado, sempre fui e naquele momento eu não estava mais raciocinando direito. Sabe qual foi a minha maior surpresa? —Perguntei em prantos, reviver aquela história era tão dolorido. —Eu fui informado por uma enfermeira que minha mãe tinha tido um ataque do coração depois de ouvir algumas outras enfermeiras comentando o que você tinha falado pra mim, ela sabia que nossa briga tinha sido feia, mas a chefe de cirurgia pediátrica não foi detalhista. Eu nem subi pra vê como ela estava, eu meio que sabia que ela também iria morre todos que eu amava estavam morrendo, meu filho, você. Porque a minha esposa, a mulher que eu amo jamais me diria nada daquilo. Eu estava com tanto medo de subir e ouvir que ela não tinha resistido que eu só sai do hospital com raiva, eu só queria me vingar de você, na minha cabeça, tomado de raiva, eu só conseguia ver como se a culpa fosse sua de toda aquela desgraça. E ali eu cometi o maior erro da minha vida. Sai, entrei no primeiro bar que eu vi e depois de beber quase meia garrafa de uísque eu me dei conta que a Irina me encarava cheia de segundas intenções do outro lado do bar ali estava minha vingança, ali estava o jeito perfeito que eu me vingaria de você.

—Eu não quero ouvir de novo sobre sua traição.

—Eu não pretendia contar de novo o que aconteceu e nem o quanto eu lamento por ter sido tão estúpido. Mas eu estava cansado, nada justifica isso e eu nunca vou conseguir me perdoar pelo que eu fiz. —Eu tinha certeza de que nem mesmo se um dia ela me perdoasse eu não conseguiria fazer, eu tinha sido um mostro com ela e nunca me perdoaria por isso. Mas aquilo não chegaria nem perto do que eu tinha feito com ela na delegacia, eu nunca imaginei que —Respirei fundo para continuar contando. —No dia seguinte eu acordei com uma boa ressaca e vi a merda que eu fiz, mas eu não tinha tempo pra pensar sobre aquilo. Voltei para o hospital, eu precisava ser homem e encarar o que tivesse acontecido. Fui ver minha mãe e graças a Deus ela estava bem, eu queria muito ver você mais eu não tinha coragem, não depois do que eu tinha feito e é foda, mas eu não conseguia esquecer as coisas que você tinha me dito eu tinha te traído e pensei que pudesse ficar “bem”. —Debochei da palavra, eu nunca mais ficaria bem. —Mas não foi isso que aconteceu, eu tentei me colocar nos seu lugar, porém era recente demais e eu não conseguia esquecer ou superar as coisas que você me disse e nem o que eu tinha feito com você, sabia que se fosse até você acabaríamos brigando então liguei para os seus pais e contei tudo o que tinha acontecido e pedi pra sua mãe vim ficar com você.

Ela me interrompeu.

—Como isso é possível? Por que eu perdi minha memória? —Ela soluçava em prantos.

—Eu vou chegar lá. —Tranqüilizei ela. —Fiquei muito tempo naquele hospital buscando saber o estado do nosso filho através dos médicos e enfermeiros, mas sem coragem pra subir eu ficava sentado na recepção esperando algum dos “conhecidos” envolvidos com ele passa para que eu soubesse o que estava acontecendo, depois de tanto tempo ficar observando de longe era difícil. Eu tentava me convencer de que ele já tinha morrido e de que era apenas um corpo lá em cima, mas mesmo que conscientemente eu soubesse disso ainda era difícil convencer meu coração e aí eu te odiava mais por está me submetendo a isso quando seria bem mais fácil se desligássemos os aparelhos enterrássemos ele. Sua mãe vinha me ver sempre e também me mantinha informado, eu queria ser forte ou covarde entenda como quiser e sair dali deixa você cuidando de um corpo sozinha, mas eu não conseguia tinha algo que me prendia ali. No terceiro dia eu tomei coragem e movido pela saudades de vocês eu subi queria vê-lo mesmo sabendo que de certa forma ele já estava morto. Quando eu sai do elevador e você me viu começou a grita e me expulsar dali, gritava coisas do tipo que eu não mataria ele, que eu nunca mais o veria, que eu não o amava, você me empurrava tentando me fazer sair dali. Me doeu mais ainda saber que mesmo depois de três dias você continuava pensando a mesma coisa, eu jurava que aquele tempo faria você abrir a cabeça e entender que aquilo era o melhor. Sua mãe me convenceu a te dar um tempo e me tirou dali.

Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas, ela piscou e os olhos transbordaram a graciosa lágrima escorreu pela bochecha já molhada pelo choro.

—Eu sinto muito.

—Não sinta. Eu sei que você só estava fazendo isso por que você o amava e não estava pronta pra deixá-lo ir. —Confessei, eu tive muito tempo de terapia e pra pensar, pra me colocar no lugar dela compreender tudo o que ela estava sentindo, me odiar por ser um idiota que naquela época foi incapaz de ver o que estava bem na sua frente, ela nunca precisou de ataques ela precisava de carinho e cuidado e eu era um monstro por não perceber isso antes. —Naquela época eu não conseguia entender eu também estava muito triste com a perca e não consegui ver o que estava na minha frente. Você não tem culpa.

—Tenho sim.

—Tem não. —Fui solidário, ela já estava machucada demais e eu realmente não acreditava que ela fez aquilo pensando em me machucar ou machucar qualquer outra pessoa. Ela só estava perdida, assim como eu. Continuei a historia sabendo que se não ficaríamos naquilo pra sempre. —Sua mãe me convenceu a te dar um tempo e que as coisas iriam se acalmar eu concordei e voltei a recepção ela me prometeu que iria continuar me dando informações. No quinto dia depois daquela briga você desceu e veio até mim, você estava calma e se sentou ao meu lado eu pensei que finalmente você conseguiu entender o meu lado, mas não você queria me pedir pra conseguir outro coração pra ele, pedir não você implorou pra que eu comprasse outro. Só que eu não tinha dinheiro e mesmo que eu tivesse não dava ele tinha morrido. —Acariciei o rosto dela. —Eu não podia condenar você a viver pra sempre naquele hospital e eu sabia que mesmo com um coração novo ele não resistiria por muito tempo. Eu tentei explicar a você o que tinha acontecido, mas você não queria me ouvir continuava achando que eu só estava inventando desculpas por que eu não queria que ele vivesse. Você saiu e me deixou sozinho depois de mais uma vez me acusar de querer matar ele. Eu já estava no meu limite então nem discuti com você e deixei você voltar sem dizer mais nada. Naquela noite sua mãe desceu de madrugada me chamando pra ver ele, você tinha dormido e eu podia ir lá ver ele se eu quisesse. E Deus como eu queria aquilo então aceite e como um criminoso eu fui lá em cima e só olhando ele naquele estado eu chorei muito, mas do que eu achei ser capaz naquela noite eu me despedi do meu filho. Sua mãe ficou lá me dando apoio e me consolando. Eu sai quando estava começando a amanhecer com medo de você acorda, ficamos nesse jogo, você ficava acordada dois, três dias cuidando pra que eu não acontecesse nada com ele e quando seu corpo não agüentava você fazia sua mãe te prometer que não deixaria nada acontecesse com ele e você dormia e eu subi pra ver ele e você passei noites te observando dormir. Eu queria te apoiar, te abraça, que você me abraçasse ou ao menos que você me entendesse que eu realmente sentia muito e que se eu conseguisse enxergar outra alternativa. Nunca entendi por que era tão importante pra mim subir e ver ele, ele estava morto e eu já tinha me despedido dele, mas toda vez que sua mãe aparecia pra me chamar eu ia, ficava lá olhando ele e chorando. Hoje eu entendo que mesmo que a parte racional soubesse que ele tinha morrido no fundo eu tinha esperança que você tivesse com razão e que ele sobreviveria por um milagre. O maior erro da minha vida é não ter entrado naquele quarto e eu mesmo ter terminado com tudo aquilo.

Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

—Não você não devia ter feito isso se você tivesse feito eu nunca perdoaria você.

—Isabella você nunca perdoou. —Passei a mão pelo rosto tentando me livrar daquelas lágrimas. —Um dia sua mãe me pediu pra ir na nossa casa pegar algumas coisas pra você, roupas, produtos de higiene pessoal e outras coisas que você precisava como eu já estava a semanas ali sentado naquela recepção eu fui quando eu voltei sua mãe me mandou uma mensagem dizendo que eu podia subir direto por que seu pai tinha conseguido te convencer a tomar um café na lanchonete e como ele queria falar com você sobre desligar os aparelhos vocês demorariam e eu podia ver meu filho. Eu estava olhando pelo vidro como eu sempre fazia, já que mesmo com autorização eu tinha medo de ficar lá dentro com ele – ele era tão pequenininho e frágil, quando aqueles aparelhos começaram a apitar. Aquele barulho nunca saiu da minha cabeça. —Encarei os olhos dela cheio de lágrimas e eu vi minha dor repetida nos olhos da mulher que eu amava. —Eu não sei o que deu em mim eu era a pessoa mais perto eu entrei pra ver se eu podia fazer algo enquanto os médicos não chegavam. Tenho experiência em primeiros socorros e comecei a fazer uma massagem no peito dele. —Engoli em seco respirando fundo antes de continuar. —Você chegou e me viu ali naquela situação confusa e começou a me acusar de está matando ele, machucando ele, não me importei com os tapas, ou suas palavras eu só não podia desistir dele, eu devia ter deixado, parado a massagem cardíaca, apenas deixado-o ir, mas eu continuei até que os enfermeiros e médicos chegaram. Nós dois fomos colocados pra fora e ficamos ali aguardando o que aconteceria com ele, você me olhava com tanto ódio que eu nem consigo explicar. Mas eu estava tranquilo sobre o que tinha acontecido, eu sabia que não tinha feito nada de mal pra ele que eu jamais faria uma coisa daquela sem a sua autorização. Ele não resistiu e as 18 horas e 15 minutos o óbito foi declarado. Quando a médica falou aquilo você simplesmente desmaiou. Você não acordou nos três dias seguintes e não conseguimos adiar mais o enterro e fizemos aquilo sem você.

Ele foi enterrado três dias e você só abriu os olhos duas semanas depois da morte dele, você estava internada. Todo mundo estava preocupado com você e os médicos apenas diziam que tínhamos que te dar tempo que aquela era a forma da sua mente se proteger da dor. Eu fiquei ali do seu lado durante todo o período que você estava em “coma”, tinha ciência de que quando você acordasse eu seria culpado por tudo, mas eu lidaria com seu ódio se isso te ajudasse a superar um único por cento da dor que eu sabia que você sentiria. Quando você abriu os olhos foi só isso que você fez, não falava nada, não se levantava apenas ficava deitada naquela cama hospitalar olhando pro nada. Vez ou outra chorava em silencio e não tinha muito o que fazer, os médicos diziam que devíamos esperar que você reagiria quando se sentisse pronta. Foram meses naquela situação. Um dia minha mãe veio me avisar que a Tanya tinha dado entrada, ela estava dando a luz. Eu não queria ir até ela, você estava dormindo e eu sempre ficava esperançoso que quando você acordasse talvez falasse algo, me expulsasse dali, qualquer coisa. Mas minha mãe brigou comigo, disse que ele também poderia ser meu filho e que eu pelo menos uma vez durante toda aquela gravidez devia ser pai dele e está lá. Aquelas palavras me convenceram, se ele fosse meu filho eu não podia abandona-lo então eu fui. Mandei uma mensagem pro seu pai explicando toda a situação e pedindo pra que ele ficasse com você ele me respondeu que eu podia ir tranquilo que ele já estava chegando. Só que você acordou, desceu e foi até o andar onde o Antony ficava. —Precisei de um tempo pra me acalmar, lembrar daquele momento me deixava fraco, como se eu pudesse desmontar a qualquer momento. Se eu tivesse permanecido ao lado dela ela podia ter tido outra reação ao acordar.

—E? —Insistiu com a voz tremula pelas lágrimas. —Continue Edward.

—O Thomas tinha acabado de nascer quando uma enfermeira me chamou as pressas. Ao que me foi informado você tinha acordado e descido até o andar onde ele ficava internado, quando estava vivo, e tinha surtado e ninguém conseguia se aproximar de você já que aparentemente você estava ameaçando a própria vida. Eu corri até você e quando cheguei você estava deitada no chão falando coisas desconexas e se ameaçando quando tentavam se aproximar de você. Foi a coisa mais assustadora da minha vida ver você socando a cabeça no chão. Felizmente você deixou que eu chegasse perto depois de alguma conversa e começou a chorar, foi muito pouco tempo com você consciente até que você desmaiou. Assim os médicos conseguiram te atender. —Levei a mão na testa dela percebendo a cicatriz que tinha ficado por ela te batido a cabeça antes deu conseguir me aproximar dela. —Você tinha um corte na cabeça e precisou de alguns cuidados e exames pra ver se não tinha acontecido nada mais grave. A medica tinha me garantido que você não tinha entrado em coma de novo e que tinha sido só um simples desmaio, mas foi preferível te manter dopada pelo menos pelo resto do dia. Quando você acordou já de madrugada tudo estava muito confuso na sua mente e era como se o Antony tivesse acabado de morrer, você não se lembrava da maior parte dos acontecimentos, tudo que você sabia era que eu tinha te traído e que não estava do seu lado quando ele morreu. Só que eu estava lá, queria não ter estado, mas estava. Você não quis falar comigo por causa da traição e exigiu que eu saísse do quarto. As primeiras semanas de você “consciente” foram muito complicadas. Toda vez que você acordava era com uma história diferente até que a que você se lembra hoje fixou e você a teve como verdade. Não dava pra explicar que nada daquilo realmente tinha acontecido já que você não acreditava.

—Chega eu não quero ouvir mais nada. —Ela gritou me assustando. Passou as mãos pelo rosto enxugando as lágrimas e se recompondo ao menos um pouco. —Saia eu preciso ficar sozinha eu preciso entender o que significa isso tudo que eu ouvi.

—Escute a história toda.

—Eu não preciso. —Ela afirmou me olhando nos olhos. —Eu imagino tudo o que aconteceu e eu preciso ficar sozinha pra ver o que muda agora.

—Nada muda. —Fui firme, eu jamais aceitaria que por um único segundo ela se culpasse por qualquer coisa que aconteceu. Ela apenas agiu como eu sabia que agiria, ultrapassou alguns limites, mas fazendo o que pra ela era certo.

—Muita coisa muda e eu estou muito confusa pra ter essa conversa agora então, por favor, saia e me deixe sozinha. —Ela não conseguiu segurar as lágrimas por muito tempo e uma escorreu pelo rosto dela. —Eu realmente preciso ficar sozinha.

Me levantei da cama. Não consegui evitar deixar meus olhos correrem pelo lugar conferindo se tinha algo ali que a pudesse machucar, mas não aquele lugar era preparado pra pessoas no estado dela, pessoas que ofereciam riscos a si mesma, fazia tempo que ela não fazia algo parecido, mas o histórico dela estava ali e não seria ignorado pelo hospital. Nada de janelas, coisas cortantes e a maior parte do local acolchoada. Isso junto com o fato de que era terminantemente proibido que ela ficasse sozinha.

—Eu não vou tentar me matar. —Ela disse com nojo.

—Desculpa. —Não queria jamais que ela tivesse percebido meus medos. —Posso pedir sua mãe pra ficar aqui com você? —Era difícil confessar que eu tinha medo de quando ela ficava nesse estado, consciente da verdade, se culpando.

—Não. —Percebendo que aquela resposta não me agradava ela acrescentou. —Mas pode pedir a uma enfermeira.

Apenas balancei a cabeça tendo certeza de que aquilo era melhor do que nada. Eu não podia lidar com a morte dela, no começo quando a sombra do suicídio ficava nos rondando e eu não conseguia confiar nela sozinha tinha sido um inferno. Levei muito tempo e muitas sessões com meu psicanalista pra conseguir entender que aquilo tinha passado e que a pressão de se sentir sempre vigiada não fazia bem a ela. Mesmo que fosse difícil eu torcia por ela queria muito que ela saísse dessa e arrumasse alguém capaz de fazer ela feliz, de ser o parceiro que eu não consegui mais ser. Doeria, doeria mais do que qualquer outra coisa na vida, mas ela merecia ser feliz.

—Fique bem. —Pedi antes de dá as costas pra ela.

[...]

—Como ela está? —A Renée se apresou em perguntar assim que eu sai do quarto.

—Não sei, ela aparentemente está bem, só que eu não faço ideia de quanto tempo isso pode durar. —Fui sincero.

—Eu vou ficar com ela. —Comunicou.

—Melhor não. —Impedi antes que ela ao menos desse um passo. —Ela pediu pra uma enfermeira ficar com ela. —Esclareci. —Ela me pediu pra contar o que ela não sabia e quer ficar sozinha pra digerir o que eu contei.

—Você falou tudo? —Eu sabia sobre o que o Charlie estava se referindo quando perguntou se eu contei tudo.

—Não. Ela já está sofrendo de mais e se culpando demais e não

—Obrigada.

Não disse nada. Eu não sentia como se eu necessitasse de agradecimento.

—Olá. —Virei meu corpo observando a ...

—Oi. —Cumprimentei, ela sabia tanto da nossa família que podia escrever um livro com nossos segredos e sentimentos mais secretos, aqueles que só contávamos quando tínhamos certeza haver um contrato de sigilo. Pelo que eu sabia todos nos tínhamos consultas com ela.

—Fui solicitada pra falar com ela.

—Não sei se esse é o melhor momento. —Ela parecia bem na hora que eu sai e eu sabia que ela não gostava de psicólogos, psiquiatras e nem nada do tipo.

—Não existe um bom momento, precisamos lidar com o que temos agora. —Eu odiava quando ela parecia está me analisando. —Eu vou entrar. —Não foi um pedido, mas eu senti meus sogros, ou ex-sogros, me encarando como se fosse obvio que eu decidiria ali. O que não me agradava nem um pouco, era horrível ter que tomar decisões que eu não tinha certeza se realmente cabiam a mim.

—Só pegue leve com ela eu dei muita coisa pra ela pensar. —pedi. A médica assentiu e entrou no quarto, eu cancelei meus planos de ir até minha mãe e me sentei sabendo que quando a doutora saísse eu provavelmente teria que voltar lá pra dentro para tentar acalmá-la.

Notas Finais

Mais de um mês ausente e eu não vou me desculpar por isso, sei que devia ter voltado antes. A história já está completa e era só vim aqui publicar, mas eu estou numa merda tão grande que até respirar anda sendo difícil e toda vez que eu publico eu preciso me preparar psicologicamente pra ser atacada (só que com o psicológico fudido é meio difícil conseguir energia pra isso). Espero que vocês gostem desse capitulo! ♥
Esse capitulo está bem grande (quase sete mil palavras) e se vocês não gostarem de capítulos grandes assim só falar que eu divido antes de publicar.
♥ Capitulo dedicado a Julinha Sulivan e a Beatriz que recomendaram a fanfic! ♥ Meninas Obrigada Pelas Palavras! ♥


♥ É ai? Muita coisa pra pensar né... Espero que dê pra preencher algumas lacunas, mas ainda tem muito pra vir.

STORM - CAPÍTULO 19

Depois da TEMPESTADE vem a CALMARIA...

Mas como saber se depois disso não virá outra TEMPESTADE?

(Autor desconhecido)

Edward Cullen

Eu precisava sair dali dar uma volta, ou fazer qualquer merda pra esvaziar minha cabeça. Mas como eu sairia dali e deixaria ela pra trás.

—Edward você está bem? —Olhei pra minha sogra que estava nos braços do marido. Tentei sorrir pra ela pra passar alguma normalidade.

—Sim. Está tudo bem. —Menti.

—Você está tremendo. —Ela largou o Charlie e veio pra perto de mim segurando minha mão. Só ali observei que eu realmente tremia. Ela me abraçou e eu não consegui segurar o choro, eu sentia que eu era tão culpado de tudo que ela estava sofrendo, ela era a minha garota e eu sentia que tudo o que eu tinha feito só serviu pra fuder com a vida dela. Se eu não fosse tão idiota eu teria pensado no começo, não dito tanta merda sobre adoção e coisa do tipo. Eu jamais imaginei que ela teria problemas para engravidar, jamais imaginei que passaríamos por qualquer merda daquela.

Não sei quando tempo eu fiquei nos braços dela até que a porta abriu e a psicóloga saiu. Eu não precisava perguntar pra saber que tinha sido como tantas outras vezes.

—Como ela está? —O Charlie se ergueu perguntando.

—Não quis falar comigo, mas eu estou sentindo ela um pouco assustada. —Me soltei da Renée preocupado, normalmente aquela mulher era incompetente quando se tratava da Isabella. Nunca conseguia um resultado a Isabella nem falava com ela e eu sabia que ela não era de achismos então pra ela falar que achava eu realmente tinha motivos para me preocupar.

—Eu vou ver ela. —Disse a Renée se adiantando.

—Ela chamou o Edward. —Assenti meio que esperando isso, ela não ficaria daquela forma perto dos pais.

—Ele não está se sentindo bem.

—Estou sim. —Afirmei, eu estava uma merda completa, mas poderia lidar com ela. Pra ela eu sempre estaria disponível. —Eu posso falar com ela? —Pedi, não queria de forma nenhuma me força. Sabia que eu não tinha a melhor aceitação dos meus sogros, depois da traição e do lixo que eu tinha sido naquela delegacia eu não merecia mesmo ser aceito. Só tinha sido chamado por que eles não viram outra escolha.

—Você não precisa de autorização pra ver ela e se ela te chamou é claro que pode. —Quem respondeu foi a Renée o Charlie mal tinha trocado meia dúzias de palavras comigo e eu sabia que ele nunca me perdoaria pelo ocorrido, não que eu merecesse, e não entendia como depois de tudo a Isabella continuava a me manter por perto. Pra ser sincero nem mesmo eu conseguia entender conhecendo minha mulher eu sabia que em uma situação normal ela já teria me mandado a merda há muito tempo e partido para outra, não que ela já não tivesse feito isso, mas era diferente.

Assenti e me aproximei da porta batendo antes de entrar.

—Olá. —Disse constrangido, era difícil saber como reagir depois do que eu tinha contado a ela. —Posso entrar?

—Sim. —Os olhos dela estavam muito inchados demonstrando que ela estava chorando. —Deite aqui comigo. —Ela suplicou como se fosse muito pra mim fazer aquilo. —Eu só preciso que você me abrace um pouquinho. —O choro voltou a tomar conta e o rosto dela molhar com grossas lágrimas. Que ela tentou esconder o rosto usando as mãos.

Aproximei-me da maca. Tirei meus sapatos e ocupei o pouco lugar que tinha disponível trazendo ela pro meu peito. Ela me abraçou forte eu não disse nada e apenas a deixei chorar. Eu me contive tinha medo de que se eu voltasse a chorar não conseguisse mais parar.

—Eu prometo pra você que está tudo bem. —Não resisti ao silencio, eu sentia a necessidade de dizer algo, qualquer coisa.

—Não vai. Eu nunca mais vou conseguir ficar bem. Dói tanto que eu mal consigo respirar eu fico lembrando das suas palavras, mas eu não consigo lembrar de nada daquilo. —A respiração dela estava cansada e as palavras saiam um pouco confusas devido ao choro.

—Você não precisa se lembrar de nada. —Garanti. —O passado não serve de nada só pra causar mais dor e se sua mente esqueceu é porque era de mais pra aquentar então deixei isso pra lá. Ficar revivendo isso vai deixar você pior. —Era estranho conversa com ela daquela forma, ela parecia tão consciente e bem. Não era como antes que eu tinha que ficar pensando em cada palavra com medo do que eu dissesse pudesse machucar ela. Estranhamente eu tinha a sensação de que eu podia falar tudo com ela, como antes.

—E tudo que aconteceu vamos fingir também que nunca aconteceu? —Ela se sentou e me encarou com a cara que ela sempre fazia quando estava com raiva, os olhos brilhando meio fechados. Eu sentia tentando a ri porque ali estava a mulher que eu achei que tinha morrido. —Você está rindo? —Só faltou bater o pé, mas pela posição não faltava nada e eu não aguentei caindo na gargalhada. Deixei minha cabeça cair pra trás. —Isso não tem graça. —Ela fez um bico e eu não resisti puxando-a pra mim, tentei controlar o riso.

—Eu sei que não, mas eu senti tanta falta de ver você assim. —Fui sincero.

—Assim como?

—Viva. —Só depois de dizer que eu percebi que ela podia levar aquilo pra outro caminho, mas ela apenas fechou os olhos e os abriu novamente me encarando.

—Foi difícil né? —Ter que conviver com ela em uma realidade alternativa era sempre difícil, por mais que nos últimos meses de tanto mentir a mentira já era mais fácil e mais um pouquinho seria difícil separá-la da realidade.

—Você não faz ideia do quanto. —Me mantive sendo sincero.

—Desculpa. —Ela pediu e apoiou a cabeça no meu peito me abraçando.

—Por favor, pare de se desculpar. —Pedi apertando ela nos meus braços. Era ainda mais difícil com tantas pedidos de desculpas. —Deixe eu apenas aproveitar que você está aqui.

Ela apenas balançou a cabeça concordando não sabia se por hora ou em definitivo.

—Eu queria te pedir uma coisa. —Eu tinha medo de ficar naquela posição e ela acaba dormindo ou coisa do tipo e quando acordasse ela não tivesse mais ali. —Sei que minha posição não é das melhores, mas eu preciso que você faça um esforço para se ajudar tente conversar com a Doutora Meham, eu sei que ela parece ser um pouco chata, mas ajuda muito.

Ela soluçou.

—Eu não sei o que dizer.

—Só fale o que você quiser. Qualquer coisa. —Eu tinha experimentado aquela sensação de não confiar naquela mulher e de não saber o que contar, quanto mais eu ia mais as coisas começaram a ficar desconfortável e sem que eu esperasse eu estava desabafando pra ela como eu nunca tinha feito antes na vida com ninguém exceto minha garota, aquela mesma que me olhava com os olhos confusos e amedrontados. —Eu juro pra você que quando você falar o que você está sentindo tudo vai ficar melhor. —Aquela mulher me ajudou a clarear muita coisa, decidir por caminhos que antes de desabafar eu jamais conseguiria.

—Você pode ficar comigo? —Ela perguntou com os olhos cheios de lágrimas e eu me senti um lixo por voltar a fazer ela chorar, mas aquilo era tão necessário.

—Não acho que seja a melhor ideia, o bom dela ser sua terapeuta é que você pode falar sobre tudo e comigo lá...

Ela me interrompeu.

—Eu não tenho nada pra dizer pra ela que eu não posso falar com você. —Ela estava estranhamente sendo sincera. —Confio em você, mas do que qualquer outra pessoa no mundo, mesmo com tudo, eu ainda confio em você. E se tem alguém nesse mundo que eu queira compartilhar todos os meus segredos essa pessoa é você. —Os lábios dela tremeram formando um bico triste. —E eu não queria sentir tudo isso por você. —Ela balançou a cabeça negando. —Não queria mesmo. —Ela respirou tomando um tempo. —Você me traiu, me bateu e eu não faço ideia do que eu vou fazer sobre isso, mas agora eu só consigo desejar ter você perto de mim. —Ela fungou e abaixou a cabeça constrangida. —Eu sei que só você pode me ajudar a sair dessa merda toda e eu estou sendo muito cruel e egoísta com você. —Ela soluçou chorando. —Mas sem você eu não consigo, não dá. —Ela me encarou chorando, seus doces olhos transbordavam grossas lágrimas, molhando seu lindo rosto.

Ali estava a prova de que ela estava sendo fodidamente sincera. Mesmo sabendo que aquelas palavras pudessem me fazer fugir, saber que ela só estava me usando pra se “curar” e que depois possivelmente ela me daria um “pé na bunda” ela estava falando e me deixando saber. Ergui meus braços e puxei-a pra mim, eu aceitava qualquer coisa que ela estava disposta a me dar. Ela enterrou a cabeça no meu ombro e eu senti o corpo dela tremendo, eu sabia que chorar aliviava e apenas deixei dando a ela todo o tempo que ela quisesse. Podia ser meio masoquista, mas eu estava feliz em ter ela ali, mesmo que de por pouco tempo.

[...]

Ela estava quase dormindo com a cabeça apoiada no meu peito quando eu chamei por ela.

—Baby dê uma chance aos seus pais. —Seria egoísmo não pensar nos meus sogros. Quantas vezes eu fiquei no lugar deles, ali esperando uma informação, louco pra ver ela.

—Dói.

Olhei pra ela, encarando seus olhos e compreendendo o que ela dizia. Quando ela estava “fora do ar” ela quase não sentia nada, isso incluía culpa ou se sentir mal pelos pais dela verem a assim. Mas consciente tudo ficava mais difícil.

—Eu sei que é difícil, mas eles vão ficar tão feliz em poder ficar um pouco com você. —A encarei sabendo o quanto estava pedindo, mas poxa eu sabia que a Renée iria ao céu em poder ter a Isabella assim.

—Você fica aqui comigo? —Sabia que o Charlie não ficaria nada feliz em me ver agarrado a filha dele.

—Tudo que você quiser. —Acariciei o cabelo dela e depositei um beijo no topo da cabeça dela antes de me levantar e sair para chamar os pais dela.

STORM - CAPÍTULO 20

Edward Cullen

O quanto um banho pode interferir na sua vida? Na minha muita coisa, ela tinha ficado bem, malditamente bem, bem o suficiente para achar e insistir que eu merecia um banho em casa e algumas roupas limpas. Mas quando eu voltei ao hospital, menos de meia hora depois ela já não estava mais ali, deitada naquela maca que minha garota ocupava assim que eu sai do hospital estava um corpo em prantos com a morte do filho, eu entendia o quanto doía, eu sentia aquela dor todos os das da minha vida e agora em dose dupla, só que eu não conseguia compreender como ela podia se entregar tão fácil. Não era uma coisa justa e muito menos compreensível, eu sabia que não era algo que ela tinha escolhido e muito menos algo que gostava, mas de forma alguma alterava o quão puto eu ficava.

—Nos já escolhemos a clinica. —Encarei o Charlie não entendendo como ele podia está decidindo as coisas tão rápido. Eu tinha concordado com a clinica, mas só de imaginar ela lá sozinha eu não conseguia.

—Eu não sei se essa é a melhor opção.

—E qual é a melhor opção? Ela ficar mais um ano nesse estado pra finalmente entendermos que não podemos cuidar dela de verdade? —O ódio ainda estava ali e de forma nenhuma eu o culpava e até desfrutava do mesmo sentimento que ele, me odiar depois de tudo o que eu fiz era fácil. —Você vai desistir. —Não estava muito no controle das minhas ações quando eu concordei em internar ela, mas eu também não voltaria atrás, eles eram os pais dela e se estavam decididos que a internação era o melhor pra ela eu não faria nada para me opor a isso.

—Claro que não, eu só tenho medo de que isso acabe fazendo mais mal a ela. —Eu não esquecia nem por um segundo que ela tinha terminado comigo e saído de casa e mesmo que no papel ainda fossemos casados era obvio que se fosse em outro momento eu já não teria mais nenhuma representatividade em responder por ela.

—È uma boa clinica ela vai ficar bem. —Foi a primeira vez desde o meu retorno aquele quarto que ela, minha ex-sogra, falou diretamente comigo.

—Eu só peço que vocês não me impeçam de ver ela. —Pedi, sabendo que aquilo era muito mais do que eu merecia.

—Não será nos que decidiremos isso sim os médicos. —O Charlie respondeu. —Se a sua presença de alguma forma fizer mal a ela... —Ele deixou a frase morrer no ar e eu senti muita vontade de dá uma resposta a altura, mas ignorei eles por completo e me aproximei dela pegando sua mão. Ela ainda mantinha a aliança e por mais que eu tentasse me convencer de que aquilo pouco significava provavelmente só tinha esquecido ainda eu me vi emocionado com aquilo.

“Espero que pra onde você vá seja muito bem cuidada.” Pensei, eu não diria aquilo alto com os pais dela ali presente.

—Edward. —Olhei pra ela encarando-a com medo não fazia ideia de como ela podia reagir. —Eu estou com tanto medo e dói tanto, me abraça. —Ela tinha os olhos cheios de lágrimas e eu nem pensei muito antes de circular ela com os meus braços e apertar ela, meio sem jeito ainda sim mantive ela firme.

—Desculpe eu não devia ter ido em casa. —Ela soluçou ainda mais alto e se apertou ainda mais em mim.

—Eu quero ir pra casa.

—Os médicos ainda não te deram alta. —Observei por reflexo a mãe dela se aproximar de nos e acariciar o cabelo dela delicadamente.

—Se responsabilize por mim e me leve para nossa casa. —Implorou. —Eu vou ficar bem lá.

—Temos que espera a autorização do médico. —Me doía muito ter que negar qualquer coisa a ela.

—Por favor...

—Não. —Senti grossas lágrimas escorrerem pelo meu rosto ao ter que negar a ela aquilo, por mim eu fazia tudo que a deixasse bem e dizer não a algo tão simples como levar ela para o conforto da nossa casa me destruía, mas eu não podia fazer mais nada...

Ela se debateu nos meus braços, mas eu mantive-me segurando ela aguardando que a crise passasse, de certa forma torcendo para que realmente passasse.

[...]

Já tinha anoitecido, ela não tinha parado de chorar e depois de algumas horas a médica dela apenas receitou um calmante bem forte que apagou ela por completo. Me sentia um lixo por não poder oferecer nada mais do que um abraço. Eu não tinha conseguido um único segundo de privacidade com ela, os pais dela não saíram de perto nem por um segundo me dando um gosto de como seria quando ela fosse internada.

Sentei em um dos bancos do lado de fora do quarto dela, eu iria entrar, nunca fui de fugir. Apenas queria um segundo para tomar o meu café, preto e forte enquanto eu tinha certeza de que ela estava dormindo. Gostava de me maltratar pensando em como as coisas podiam ter funcionado pra nos dois, nosso filho devia ter nascido, nosso casamento devia está bem e hoje seria um dia especial para nos dois: provavelmente sairíamos para jantar no nosso restaurante preferido e depois voltaríamos para casa e faríamos amor, cheio de declarações, até nosso corpo cansar, depois eu entregaria o presente que eu teria passado o mês pensando antes de compra e ela adoraria.

Tomei um susto quando uma mão tocou meu ombro.

—Desculpa eu estava te chamando mais você estava longe. —Encarei meu irmão voltando a realidade da situação, aqueles momentos pertenciam ao passado e que dificilmente voltariam a acontecer.

—O que você está fazendo aqui? —Perguntei, pela hora ele ainda deveria está trabalhando.

—Sai mais cedo do trabalho pra vim aqui ver como você está. —Ele se sentou no banco ao lado do meu. —A ursinha me lembrou que hoje é o aniversário de casamento de vocês e eu imaginei que você poderia precisar de um ombro amigo. A mamãe ligou pra Renée e ela disse que a Isabella estava bem na medida do possível.

—É ela foi medicada e agora está dormindo. —Fui sincero. Usar a palavra bem pra definir a situação da Isabella era brincadeira, mas eu entendia, quantas vezes eu mesmo tinha dito isso pra acalmar os outros. —É só uma data comum nada demais. —Mentir, tinha muita coisa e ela se quer se lembra me deixava muito mal. No último ano ela pelo menos disse algo, foi dó nada e eu não esperava por aquilo, mas ela lembrou. “Hoje faz sete anos né?” Ela pegou minha mão depois disso e se inclinou me dando um selinho antes de voltar à atenção ao nosso menino. No ano anterior eu tinha feito uma surpresa já que ela estava no hospital grávida do nosso filho, na época ela estava linda com um barrigão eu passei o dia inteiro mandando flores pra ela e quando eu finalmente consegui sair do trabalho eu fui até ela levando um imenso buquê de flores, chocolate e outras guloseimas que ela adorava e um presente especial, que foi mais uma brincadeira do que qualquer outra coisa eu pretendia comprar uma outra coisa pra ela quando ela voltasse pra casa.

[...]

—Edward isso é coisa que se dê como presente de seis anos de casamento? —Ela perguntou rindo. Mas eu via nos olhos dela que ela estava se divertindo com aquilo.

—Você não me deu nada. —Fingir está magoado. —Eu pensei em comprar um presente que pudesse servir pra nos dois. —Me aproximei dela e dei um beijo rápido.

—Seu pensamento foi muito bom. —Ela sussurrou com os lábios contra o meu.

[...]

Tínhamos rido horrores com bobeiras e nos empanturrado de chocolate e todos os doces que eu tinha comprado, depois eu ouvi muito da médica dela, mas tinha valido muito a pena ver um sorriso doce e verdadeiro no rosto dela. Tirar um pouquinho da preocupação e dá um pouquinho de paz a ela.

—Edward? —Meu irmão voltou a me chamar e eu percebi que eu tinha viajado de novo.

—Desculpa. —Me virei pra ele.

—Já que ela está dormindo porque você não vai pra casa e descansa um pouco. —Todo mundo tinha essa obsessão de me mandar pra casa, como se eu conseguisse descansar deixando ela ali sozinha. —Eu posso ficar aqui com ela.

—Você tem uma esposa grávida em casa e eu tenho que aproveitar a minha enquanto os pais dela não a interna. —Ele tinha contado a novidade apenas algumas horas antes deu receber a ligação do meu sogro, ou ex, e eu não tinha tido nem tempo de desfrutar a noticia. Ele já tinha surtado, mas pela cara que fez quando eu disse aquilo ele parecia está se acostumando. —Finalmente deu uma dentro. —Brinquei com ele como ele tinha brincado comigo tantas e tantas vezes. Era engraçado que eu pensei que eu iria me sentir mal ou com inveja com aquela noticia, mas eu só conseguia me sentir feliz por ele.

—Eles vão internar ela? —Ele ignorou minha brincadeira.

—Sim, eles dois chegaram a conclusão de que é a melhor opção pra ela.

—E o que você acha? —Ele me encarou esperando a resposta. Eu sinceramente não sabia o que responder a ele, eu não ficava nem um pouco contente com a perspectiva de ter que ficar longe dela, mas ao mesmo tempo eu ficava muito feliz em considerar que aquela podia ser a chance dela voltar a ser ela mesma, mesmo que isso significasse o nosso fim absoluto. Era uma batalha difícil entre razão e emoção, mas eu acho que desde o momento em que eu não me opus ao que os pais dela anunciaram só provava que naquele jogo a razão ganharia e eu a deixaria ir torcendo pra que ela conseguisse e isso não anulava de forma nenhuma meus medos, sendo o principal deles a possibilidade de que ela voltasse a tentar o suicídio.

—Eu vou ficar bem se ela tiver bem. —Era clichê ao extremo, mas não deixava de ser verdade, pelo menos era pra isso que eu torcia.

—Agora eu preciso fazer uma coisa. —Comuniquei. A ideia ainda estava fresca na minha mente e eu queria muito que funcionasse, se funcionasse seria uma coisa boa antes dela parti. —Obrigada pela visita. —Agradeci e me levantei fazendo o percurso até o final do corredor, em direção aos elevadores. Não me importei em deixá-lo sozinho o que eu tinha pra fazer era bem mais importante.

[...]

Percebi o olhar surpreso dos meus sogros quando eu entrei no quarto com um buquê de flores, estávamos divorciados e aquela data não devia ser comemorada, mas eu não resisti. Sabia que provavelmente eu que teria que comunicar a ela que ela iria para um clinica, eu sempre ficava com a pior parte, mas eu não consegui não considerar se ela não poderia ficar feliz com minha “surpresa”.

—Eu posso ficar um pouco sozinho com ela? —Pedi a eles. Meus olhos correram pelo quarto decorado com diversos tipos de flores, cada um deles com um bilhetinho explicando o significado. Da outra vez eu tinha feito o mesmo e mandado de hora em hora até que eu finalmente tinha chegado com o buquê com as flores preferidas dela, mas hoje o tempo foi mais curto e eu mandei entregar a cada dez minutos. Eu tinha pegado essa ideia, no passado, em um filme estúpido que ela tinha me obrigado a assistir certa vez e achei a ideia fofa, assim ficou guardada no fundo da minha mente até que eu usei.

—Claro querido. —Quem respondeu foi minha sogra e possivelmente depois de lembrar o que significava, pra todo mundo era uma data tão qualquer, mas pra nos tinha tanto significado, pelo menos tinha.

Esperei eles saírem antes de me aproximar dela. Os olhos aberto me encaravam sem muita curiosidade, apenas me olhando por olhar. Ele não proferia nenhum som, mas lágrimas ainda escorriam dos seus olhos. Deixei o grande buquê sobre o primeiro lugar na minha frente e caminhei apresado até ela, toquei o rosto dela delicadamente buscando tentar passar algum conforto. Pelo estado dela ela ainda devia está dopada com o tranquilizante que tinha sido receitado a ela.

—Baby fique calma. Inspire e respire.

—Eu esqueci. —Ela apontou para as flores e levou a mão ao rosto escondendo-o de mim. —Eu nem fazia ideia de que dia era hoje até as flores chegarem. —Me senti ainda pior a minha intenção era deixar ela feliz e não triste, fazê-la sentir culpa não era minha intenção.

—Se você pensar friamente nem tínhamos muito o que comemorar, você pediu o divorcio lembra.

Peguei as mãos dela e afastando-as do rosto.

—Gente divorciada não comemora aniversário de casamento.

Ela fez um biquinho e eu quis muito me inclinar e beijar ela, mas me contive.

—Não nos divorciamos. —Me lembrou. —Ainda. —Ela pareceu se obrigar a completar. —E eu nunca vou me perdoar por ter esquecido.

—Como você se sente? —Mudei de assunto.

—Meio nervosa e dolorida, como se eu tivesse passado dias deitada.

Ri e segurei a mão dela melhor.

—Não parece você está deitada a muito tempo, vamos dá uma caminhada. —Chamei. Quando compreendi que ela não iria me oferecer resistência, peguei o braço dela removendo o acesso do soro e removendo os medidores, eu era filho de uma médica eu sabia o básico.

Ajudei ela a ficar de pé.

—Acho que nossa volta deve ser só no quarto. —Ri quando olhei a parte de trás da camisola hospitalar que deixava o bumbum dela quase todo de fora.

—Isso é ridículo não sei por que não pode ser uma coisa mais decente. —Inclinei e apoiei o corpo dela, ela tinha ficado muito tempo deitada e sabia que devia está fraca e dolorida. Começamos a caminhar devagar.

—Eu ouvi meus pais dizerem algo sobre uma clinica. —Ela foi direta. O quarto era pequeno então mesmo caminhando a passos curtos e devagar conseguimos alcançar a parede oposto e voltamos a caminhar para outro lado.

Não sabia o que dizer a ela então optei por mais uma vez dizer a verdade.

—Eles acham que é melhor internar você. —Não me senti nenhum pouco mal em me excluir daquela decisão, eu na tinha escolhido nada a decisão tinha sido toda deles.

—Não vou. —Foi firme. —Ainda sou responsável pelos meus atos e não vou ficar presa em uma clinica. —Já nessa parte eu não senti tanta firmeza, talvez pela mentira em dizer que era responsável pelos atos a muito tempo ela não respondia por si mesmo. Obvio que não chegaríamos ao ponto de pedir um atestado, mas...

—Seja razoável eles só querem o melhor pra você. —Eu reconhecia o motivo por trás da escolha, já tínhamos tentado de tudo e foram dois anos sem nenhum bom resultado, apenas algumas melhoras temporárias e banais.

—Você concorda com eles? —Ela parou de andar e se virou me encarando aguardando minha resposta.

—Se for para o seu bem não vejo problemas. —Garanti, era estranho está mais uma vez conversando com ela de forma tão aberta. Aquilo nunca tinha acontecido antes, muito menos duas vezes consecutivas e eu nunca tive tanto medo de me apegar a uma possível melhora, não estava nem um pouco pronto para me decepcionar de novo.

—Eu não quero ir para uma clinica. —As lágrimas voltaram a escorrer. —Eu não vou suportar ficar sozinha. —Ela parecia ainda mais frágil ali em pé parada no meio do quarto. —Quando eu pensei que ir ser presa eu realmente pensei que isso podia ser uma boa ideia, mas Edward eu não tenho mais certeza.

Peguei as mãos dela nas minhas quando vi as juntas dos dedos dela ficarem brancas com o aperto feroz que as mãos dela fechadas estavam provocando.

—Se acalme. —Pedi e usei um pouco de força para abrir a mão dela. —De uma chance, eu te prometo que você não vai ficar sozinha eu sempre que possível vou ir até você e posso garantir que seus pais também jamais a deixaram só.

—Como você pode permanecer perto de mim? —Ela me encarou piscando fazendo as lágrimas escorrerem ainda mais

—Eu faço a mesma pergunta como você pode ficar perto de mim mesmo com tudo que eu fiz? —Puxei ela pros meus braços e apertei. —E outra não vejo o que você fez de tão errado que me faria se afastar de você. —Fui verdadeiro. —Você só amou demais.

[Cont...]

Notas Finais

Queria agradecer aos 400 comentários (vou responder todo mundo), serio vocês são foda!
E sim eu sei que sou uma péssima autora, já devia ter atualizado aqui a muito tempo, mas eu dei uma desanimada aqui e esse tempo longe foi bom. Prometo voltar em breve.
Sei que a história deu uma desacelerada, mas acho aceitável pelo momento da história.

STORM - CAPÍTULO 21

Isabella Swan

Meus pais ainda não tinham se dignado a falar comigo sobre o que pretendiam fazer. Tinha sido complicado nos primeiros momentos, convencer a mim mesmo de que eu precisava daquilo e que aquela atitude extrema era o indicativo de que eles tinham chegado ao limite. Queria que houvesse algum jeito de livra-los daquilo, como eu queria sair dessa situação, nem que eu precisasse fingir para deixa-los melhor. Assim meus últimos três dias vinham se desenhando, eu fingia da melhor forma possível e doía, doía como se alguém puxasse meu coração várias e várias vezes, meus batimentos não desaceleravam em momento algum, sentia meu corpo fraco, mas mantinha meu disfarce.

—Oi. —Eu nem tinha ouvido a porta ser aberta. Contei até três antes de fazer um esforço para colocar um sorriso no meu rosto, possivelmente devia está mais próximo a uma careta.

—Olá. —Minha voz saiu rouca, era como se algo na minha garganta, algo que não a fechava completamente, mas me deixava respirando com dificuldade e fazia que antes que eu falasse eu me perguntasse se era realmente necessário e se valia a pena sentir aquela dor. Não era algo físico. Eu já tinha reclamado com o médico e foi feito todo tipo de exame, então o diagnostico era psicológico, minha mente estava travando partes do meu corpo. Vez ou outra ficava inflamada por causa da minha baixa imunização, mas isso não era responsável por aquela sensação que nunca passava. —Como você está? —Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas fiz o maior esforço para não chorar. Eu realmente me importava em como ele estava, porém em contra partida tinha o momento que mesmo me importando eu não queria a resposta verdadeira, eu queria que ele mentisse pra mim, mentisse para que eu não me sentisse ainda pior.

—Pare com isso Isabella. —Me encolhi quando a voz dele chegou a mim muitos tons mais altos do que eu esperava. Ele passou a mão pelo cabelo com os olhos piscando cheios de lágrimas. —Eu amo você. —Ele se aproximou de mim e segurou meu rosto entre as mãos. —E não aquento mais ver você se esforçando e se machucando só pra deixar os outros melhores. Sinta essa dor e aprenda a viver com ela e se esforce para se curar. —Sem minha autorização as lágrimas abandonaram meus olhos fluindo molhando minha bochecha.

Ele não entendia que eu sentia, essa dor nunca deixava de existir, nem por um segundo, ela não amenizava só se tornava pior. Eu nunca ia me curar. Mesmo nos meus melhores momentos ela estava ali presente, comprimindo meu coração, tirando meu ar e fazendo eu me questionar se valia a pena viver aquele tormento quando seria bem mais fácil apenas... Me recusei a pensar sobre aquilo, eu tinha prometido ao Edward que eu não tentara suicídio e que eu apenas tomei os remédios porque queria dormir, só que toda vez que eu pensava o quanto seria fácil eu simplesmente me questionava se eu tinha sido sincera com ele.

—Isabella. —A voz dele voltou a tom morno de sempre e entrou nos meus ouvidos de forma macia. —Baby respira. —Só então a confusão dos som dos equipamentos apitando fizeram sentindo e me trouxeram de volta a realidade. Meu corpo fazia esforço para ter ar, mas não importasse quanto esforço ele fizesse nada passava o bolo na garganta tinha aumentado muito e eu não conseguia ter ar suficiente. A visão do Edward foi substituída por uma mulher loira, minha visão estava escura e era cansativo manter meus olhos abertos então eu apenas o deixei fechar.

[...]

Pisquei tentando me acostumar com a forte luz do hospital, eu lembrava com uma clarressa absurda de tudo até de coisas que eu queria esquecer.

—Oi meu amor. —Minha mãe levantou do sofá no canto do quarto, lugar onde ela parecia esperar enquanto lia um livro.

—Oi. —Senti minha garganta seca e arranhando. —Água. —Pedi.

—Claro. —Ele pegou um copo que estava ali por perto e aproximou o canudo da minha boca.

A água desceu provocando uma ardência, afastei o canudo da boca sabendo que eu podia beber toda a água do mundo e ainda sentiria aquele ressecamento.

—Quanto tempo eu fiquei apagada? —Precisava saber.

—Algumas horas.

—Cadê o Edward? —Tentei mover a dor provocada por cada vez que eu falava para um lugar no fundo da minha mente. Não entendi porque o rosto dela se transformou em uma careta quando eu falei o nome dele.

—Pedi ele para ir para casa.

—Por quê?

—Você estava bem Isabella e ele tinha que falar alguma coisa pra deixar você mal de novo. —Ela estava culpando ele por ver o obvio.

—Ele não fez nada eu que....

—Chega eu não quero ouvir você defendendo ele ou essa relação toxica que o casamento de vocês se transformou. —Limite faz as pessoas mostrarem uma face até então desconhecida. Eu podia dizer isso por minha própria experiência ou talvez só por aquilo que eu estava vendo, minha mãe nunca foi intolerante sempre procurou ouvir e escutar os dois lados, mas ali estava ela.

—Amanhã mesmo você vai ser transferida para uma clinica. —Encarei ela sem saber o que dizer, na sabia se o Edward tinha contado a eles que eu não queria ser internada.

—Eu quero ficar em casa. —Não consegui encara ela, mantive meus olhos nas minhas mãos, eu sabia o quanto estava pedindo.

—Não, não posso mais fazer isso. —As lágrimas voltaram aos meus olhos e eu chorei. —Não vou ficar só olhando você fazer, se destruindo, se acabando e eu não posso mais ficar só olhando.

—Mamãe...

—Não Isabella não tem mamãe e nada do que você possa me dizer vai mudar isso.

—E se eu não quiser ir. —Estava sendo tratada como uma criança. —Vocês não podem me obrigar.

—Claro que podemos, você é nossa responsabilidade e a parti do momento em que você começa a mostrar que não pode tomar conta de si mesma nos assumimos.

—Não eu não sou mais responsabilidade de vocês. Eu sou casada. —Lembrei-a.

—Se ele quiser que isso seja do jeito difícil é com ele mesmo. —Claro que ela estava segura, ela era casada com Charlie Swan, meu pai engoliria qualquer advogado que ousasse atravessar seu caminho.

Abaixei a cabeça e não disse nada, ela estava sendo irracional e qualquer coisa que eu dissesse naquele momento ela não iria escutar.

[...]

Era estranho tocar a campainha dá minha própria casa, mas naquela situação não tinha muito o que ser feito. Meu coração bati a todo vapor e mesmo ofegante eu me sentia bem. Uma menina travessa que sabia que tinha feito algo errado e não ligava nem um pouco sobre as consequências.

A voz dele atendeu o interfone depois da sexta vez que eu toquei, e eu já estava quase desistindo. Eu não tinha pensado muito antes de fazer e era possível que ele não tivesse ali, ele podia ter ido para o trabalho (mesmo estando escuro) ou para casa dos pais, as opções era limitadas, porém ainda em alto numero.

—Edward sou eu.

—Isabella. —A voz dele demonstrava todo o nervosismo com aquela situação, mas ele destrancou o portão permitindo minha entrada.

Passei correndo pelo portão, nem me importando de fechar, e continuei correndo. Eu sentia meu coração batia rápido e eu quase chegava a sorri apreciando aquela sensação prazerosa de quase exaustão.

Ele me esperava na porta, seu rosto tinha uma expressão preocupada, mas não me importei quando que ele não estava preocupado? Foquei minha atenção nele que parecia que tinha acabado de sair do banho, os cabelos ainda úmido a aparência limpa. Me joguei sobre ele abraçando-o, seu corpo estava quente e acolhedor de uma forma que eu não esperava, ele apertou os braços em torno de mim me confortando. Inspirei o delicioso aroma dele, que só me deixava ainda mais segura que ele tinha acabado de sair do banho.

—O que você está fazendo aqui vestida assim?

—Eu fugi do hospital. —Minha voz estava alegre, o tipo de voz que você confessa que fez algo errado, mas que não se arrepende nem um pouco do que fez. —Se eu pedisse minha mãe para me trazer aqui ela não traria então eu fugi.

Ele não achou graça e me afastou dele para me encarar.

—Você está vestindo só a roupa do hospital? —Não pareceu uma pergunta.

—Eu não achei nada além da minha calcinha e não tinha tempo de ficar procurando se minha mãe voltasse ao quarto eu não conseguiria sair. —A boca dele abriu em um perfeito O.

—Você precisa voltar ao hospital.

—Não. —Foi a minha vez de ganhar distancia dele. —Não me obrigue a voltar pra lá, pelo menos não hoje.

Passei por ele e entrei na minha casa, as coisas continuavam na mesma forma que eu me lembrava. Cada detalhe exatamente igual. A sala estava pouco iluminada o que me obrigou a caminhar até o interruptor e acender as luzes para poder observar melhor o ambiente.

Não deixei que as lembranças ruins viesse, apenas bloqueie aquele aspecto pensando nos bons momentos que eu tinha vivido ali com o meu marido. O começo do nosso casamento o momento em que entramos ali pela primeira vez ainda quando estávamos apenas olhando imóveis para comprar, quando aquele lugar ainda não era nosso, mas tínhamos certeza de que era o lugar certo.

—Amor. —Encarei ele e não me importei de esconder as lágrimas, eram lágrimas felizes de toda forma.

—Você precisa voltar ao hospital. —Ri negando com um movimento da cabeça.

—Lembra quando nos mudamos e fizemos sexo em cada cantinho dessa casa? —Perguntei rindo.

—Claro que lembro. —Ele se aproximou pegando minha mão. —Como você chegou aqui?

—Eu vim andando. —Não tinha dinheiro para um taxi e não fazia ideia de onde estava meu celular para pedir um uber.

—Você veio andando do hospital até aqui? —Ele mais uma vez estava gritando.

—Vim, foi mais rápido do que eu esperava. —Os olhos dele desceram pelo meu corpo.

—Você veio andando, vestida assim e descalça. —Meus pés estavam um pouco sujos e doíam em alguns pontos.

—Por favor, não surte. —Pedi. —Eu sei que foi completamente loucura fugir do hospital e sair vestindo assim e descalça, mas amanhã eu vou ser internada em uma clinica que eu tenho certeza de que eu nunca mais vou sair, porque eu não vou ficar bem, essa dor nunca vai passar. —Confessei. Não me importei com nada, as lágrimas já eram rotina, já faziam até parte do meu rosto. —E eu queria passar minha última noite aqui com você fingindo que nada disso aconteceu e que estamos bem do jeito que era porque quando eu tiver lá sozinha e as coisas ficarem muito ruins e a essa memória que eu vou querer me apegar, ao dia em que eu simplesmente fugi do hospital vestindo uma camisola e descalça e que eu andei isso tudo e cheguei aqui pra ficar com você, o dia em que eu me esforcei para esquecer tudo pra ter algo bom desse período para me lembrar, porque as outras memórias elas parecem tão ilusórias, como se tivéssemos vivido aquilo em uma outra vida.

—Isabella... —Coloquei os dedos nos lábios dele.

—Por favor, só por hoje eu estou te implorando. Amanhã eu vou para aquela clinica e vou deixar de ser um peso para vocês, mas por hoje, só hoje finja comigo. —Pedi. Eu estava sendo irracional e podia listar tudo de errado que eu tinha feito hoje, mas não conseguia me arrepender.

—Você não é um peso e ninguém vai esquecer você naquela clinica.

Revirei os olhos, não é que eu não acreditasse nas palavras dele só que naquele momento eu não queria ouvir nada daquilo.

—Edward? —Pedi, eu não precisava completar a pergunta para que ele entendesse o que eu queria saber, ele ia ou não fazer o que eu estava pedindo.

No momento em que ele ia me responder o telefone dele tocou. Sobre meu olhar ele pegou o aparelho do bolso:

—É seu pai.

—Por favor. —Tornei a pedir. Sabia que se ele me dedurasse daqui a pouco estariam todos ali e eu não duvidava nem um pouco de que me internasse de madrugada mesmo.

Ele atendeu e cumprimentou friamente meu pai, ele escutou por alguns segundos e respondeu “Posso garantir que ela está bem.” Não contive meu sorriso e continuei atenta “ela vai passar essa noite comigo amanhã bem cedo eu levo ela até a sua casa.” Mesmo estando distante eu conseguia ouvir os gritos do meu pai do outro lado da linha, mas não o suficiente para entender o que ele falava. “tenha uma boa noite Charlie prometo que eu vou cuidar bem dela.” Ele não esperou a resposta e desligou o telefone na cara do meu pai.

—Eu acho que hoje eu posso ser inconsequente. —Ele disse jogando o telefone no chão e me puxando para os braços dele e uniu os lábios aos meus me beijando de uma forma bem sugestiva. Naquela noite eu ia me permitir deixando todas as minhas preocupações e medo para o dia seguinte.

Notas Finais

Sei que alguns vão achar romântico, bonitinho e tudo mais... Só que isso não é saudável.
Estamos chegando ao final da fanfic, sim sei que parece precipitado, mas....

STORM - CAPÍTULO 22

Isabella Swan

O dia amanheceu. O sol poderoso me despertou. O relógio despertador que estava posicionado em cima do criado mudo indicava que já eram seis horas da manhã e eu sabia que nosso tempo tinha chegado ao final. Queria que tivéssemos mais algum tempo, queria poder prolongar aquela sensação por mais alguns minutos, mas era inevitável e uma hora ou outra tudo acabaria então não tinha porque fica tentando prolongar aquilo. Um estranho aperto no meu coração não me deixaria apenas fingir. Me levantei da cama fazendo o máximo esforço para não acordá-lo, deixaria ele desfrutar mais um pouco daquela calmaria.

Peguei um roupão meu em uma das gavetas do móvel do quarto e vesti.

Nossa noite tinha sido intensa, intensa demais. Meu corpo inteiro estava dolorido depois de toda a ação, tínhamos nos amado com tanta intensidade que eu fechava os olhos e conseguia me lembrar com detalhes do toque dele sobre minha pele, das sensações que o corpo dele provocava no meu, de como eu involuntariamente respondia ao menor das sensações. Entrei no banheiro do nosso quarto, a suíte era incrivelmente grande, a enorme banheira (muito pouco aproveitada) ocupava o canto esquerdo quase de modo completo, eu tinha escolhido a forma redonda, mesmo que a arquiteta insistisse que combinaria mais com o quarto o modelo mais oval, eu queria redonda e ficou redonda e eu nem me importava se tivesse distorcido o projeto ou qualquer merda que ela tinha falado para tentar me convencer na época. Mesmo que a banheira fosse tentadora eu optei pela ducha, não tinha tempo e sabia que daqui a pouco meus pais estariam ali para me arrastar para tal clinica.

Assim que eu tirei o roupão minha imagem nua chamou atenção deixei meus olhos varrerem meu corpo através do espelho. Aquela imagem me assustou demais, meu corpo estava tão magro, em alguns pontos chupado de uma forma absurda. Minhas bochechas que sempre foram cheias e coradas agora tinha quase um buraco. Desviei meus olhos não querendo que aquela situação me tirasse aquela paz momentânea que eu sentia.

Liguei a água e mexi nos misturadores esquentando-a o máximo possível. Entrei em baixo da água fervendo e fechei os olhos deixando minha pele se acostumar com a temperatura. Senti braços me apertando, mas não me assustei. Meu corpo assim que ele me tocou reconheceu, eu nem precisava abrir os olhos para saber que era ele.

—Essa água está muito quente. —Reclamou.

—Meu banho. —Lembrei-o. Ele esfregou a barba no meu pescoço.

—Vamos fugir, me dê alguns minutos e eu compro nossa passagem para um lugar bem quente, vamos viajar o mundo só nos dois sem nenhum tipo de preocupação. —Como eu queria que fosse fácil assim, que apenas entrar em um avião e sair por ai conhecendo o mundo fosse mudar algo, eu tinha estado bem ontem e estava bem agora e eu não sabia quando eu ficaria bem só que eu voltaria a ficar mal e quando isso acontecesse séria bem difícil apenas deixar pra lá e se eu concordasse com aquilo e tivesse um surto dentro do avião? Como faríamos? Eu ia mesmo me expor ainda mais do que já tinha sido exposta? A resposta é bem clara para mim.

—Como eu queria que fosse fácil assim.

Ele descansou a cabeça no meu ombro e eu me senti tentada a querer dizer sim a ele apenas para ver o sorriso que ele abriria para mim, sabia como a menor das minhas reações ele reagiria de forma tão espontânea e verdadeira, o menor das minhas melhoras levava ele ao céu.

—Me desculpa. —Ele me girou nos braços dele com tanta velocidade que eu cheguei a me sentir tonta e tive que me apoiar nos ombros dele.

—Não se desculpe. —Ele acariciou meu rosto de forma delicada. —Eu sei o quanto é difícil e o quanto você está sendo corajosa e não é justo eu ficar mexendo mais ainda com a sua cabeça. —Ele depositou um suave beijo nos meus lábios.

—Obrigada. Promete que nunca vá se afastar de mim e não vai me esquecer naquele lugar. —Pedi. No fundo eu sabia que não precisava de promessa nenhuma, eu confiava nele. Sabia que ele verdadeiramente abandonaria tudo e seguiria comigo pelo mundo. Que ele me seguiria onde quer que eu fosse até mesmo uma clinica como aquela.

—Eu gostaria que você não precisasse de uma promessa. —E ali com a água molhando nosso corpo eu senti meu coração doer de uma forma tão profunda que eu quis deslizar com a água e escorrer pelo ralo. Eu tinha magoado ele de verdade, os olhos dele tentavam disfarça, mas eu conseguia ver. Sabia que com pedir para ele prometer eu tinha machucado ele de verdade e eu não sabia lidar com aquele tipo de sentimento. Minha respiração aumentou e eu percebia os sintomas da crise de ansiedade tomando o controle. —Eu prometo Isabella. —Ele segurou meu rosto e fez eu encara-lo nos olhos. —Respire e inspire. —Pediu com calma identificando claramente os sinais. —Eu prometo quantas vezes for preciso. Se você duvidar por um segundo dos meus sentimentos eu vou te lembrar o tempo todo como eu te amo.

Eu queria dizer a ele que eu não duvidava – não mais. Tinha duvidado muito quando ele me traiu, não conseguia fazer a ligação, não conseguia compreender como alguém jurava amor e ao mesmo tempo dormia com outra pessoa, principalmente naquele momento em que eu mais precisava dele. Mas tudo que ele tinha feito por mim, por nos durante todo esse tempo me fazia crer no sentimento dele, se ele não me amasse como afirmava ele não teria cuidado de mim durante todo esse tempo, com todo esse cuidado e com todo esse carinho. Ele não teria abdicado da sua vida tantas e tantas vezes para permanecer ali do meu lado, mesmo quando uma opção fácil era oferecida a ele ainda sim continuava do meu lado. Tinha muita coisa que íamos precisar conversa quando eu tivesse cabeça para isso. E por um minuto a reação dele quando o Thomas morreu veio a minha cabeça, eu vinha tentando deixar isso pra lá, mas ele não tinha acreditado em mim quando eu mais precisava que ele acreditasse, ele tinha me deixado enfrentar tudo aquilo sozinha de uma forma que eu nunca achei que ele fosse capaz de fazer, se eu puxasse na memória as mãos dele no meu pescoço, as marcas que duraram semanas tudo voltava com uma facilidade. Não queria voltar aquele assunto não estava pronta para falar sobre aquilo. Para o que eu teria que enfrentar eu precisava dele. Então me inclinei e beijei-o.

[...]

—Filha. —Eu recebi o olhar surpreso da minha mãe com um sorriso. Só podia concordar que aquela cena seria muito estranha, eu e o Edward tomando café como se os últimos três anos não tivessem existido. Ele até consegui arrancar algumas risadinhas minhas com algumas piadinhas bobas que ele fazia. Mas o que podia ser feito, vim aqui ontem para ter uma lembrança boa dele que eu levaria por todo o tempo que eu tivesse naquele lugar então eu podia aproveitar um pouquinho mais daquilo. —Está tudo bem? —Ela perguntou, todo o seu ser emanava preocupação. Sabia que meu pai tinha tido muito trabalho para convencer ela a não vir me buscar de madrugada mesmo.

—Sim. Eu já terminei. —Garanti, sendo sincera eu mal tinha tocado no café que o Edward preparou, ele colocou uma enorme quantidade variedades, mas comer ainda era muito mais desafiador do que eu me sentia pronta para enfrentar. Então umas garfadas nos ovos foi meu máximo e o suficiente para ele ganhar o dia. Deixei o guardanapo em cima da mesa e me levantei, não queria prolongar muito a minha despedida e nem aquele momento. Se era pra ir que fossemos logo.

Minha roupa estava engraçada, nada do meu antigo guarda-roupa servia – um closet imenso para nada caber em mim. Tudo tinha ficado terrivelmente grande, então acabei colocando um short jeans e um cinto para manter ele na minha cintura e uma blusa de mangas, mas ambas as peças estavam bem largas.

—Eu trouxe uma mala pra você. —Ela apontou para a pequena mala que meu pai tinha em mãos. Assim que me viu meu pai abriu um sorriso tão grande que eu quase corri e me joguei nos braços dele. Sem que eu conseguisse me conter algumas traiçoeiras lágrimas deslizaram pelos meus olhos, eu nem sabia o porque eu estava chorando. Mas eram lágrimas diferentes das outras vezes, eu me sentia “tranquila” como a muito tempo.

—Você nos deu um susto menina. —Me senti culpada pelo que eu tinha feito, mas não arrependida.

—Desculpa. —Pedi.

—Você vai querer se trocar? —Minha mãe perguntou.

—Não acho necessário. —Quando eu senti o Edward pegando minha mão que eu percebi que eu estava tremendo.

—Então podemos ir. —Se era uma pergunta não soou como tal.

Balancei a cabeça. Quando o Edward começou a andar junto conosco eu vi o olhar que minha mãe deu a ele e encarei ela de volta, esperava que meu olhar você o suficiente para ela entender que eu estava pedindo para ela parar com aquilo.

—Posso pegar uma carona com vocês? —O Edward perguntou diretamente ao meu pai, essa nova relação deles dois era estranho. Eu não sabia o que tinha acontecido entre ele e minha mãe para ele está preferindo se dirigir direto ao meu pai só que naquele momento não queria saber.

—Claro.

—Você não tem que trabalhar. —Eu me assustei com a hostilidade no tom de voz da minha mãe.

—Por favor, isso já é difícil demais. —Meu corpo inteiro doía e eu sentia como se minha cabeça tivesse pesando uma tonelada, não queria brigas. A mudança tinha sido mais rápida do que eu estava acostumada. Não fazia ideia de como seria nessa tal clinica e nem pelo que eu passaria lá aquele era meus últimos momentos com as três pessoas mais importantes da minha vida.

Minha cabeça dava voltas e voltas sem conseguir entender nada, em um momento ela brigava comigo para defende-lo e no outro ela o estava atacando.

Quando passei pelo portão eu vi um pequeno ser de cabelos esvoaçantes vindo correndo na minha direção.

—Que bom que vocês estão aqui. —Minha melhor amiga – pelo menos pelo que eu sabia e minha cunhada. —Eu fui no hospital e falaram que você tinha tido alta, depois eu fui na casa dos seus pais e você não estava lá e me informaram que você tinha ficado aqui.

—Que vidente de merda. —Só depois eu percebi que eu tinha feito uma piadinha de forma espontânea e aquilo surpreendeu a todos.

—Como eu senti sua falta. —Ela me abraçou com força. —Eu me sinto muito mal te ter ficado distante, mas eu não sei lidar com essa sua versão deprimida e ter que ficar controlando tudo que eu vou falar. —Ela respirou fundo tomando ar. —Você sabe que não é pra mim. —Sim eu sabia e como sabia.

—Está tudo bem. —Eu tinha sentido muita falta dessa parte da familia, eu os considerava tanto e eles apenas se afastaram. Mas eu não guardava rancor de nenhum deles, cada um ia lidar com aquilo da sua melhor maneira.

—Minha mãe mandou eu te dar um abraço. —Ela me apertou mais firme. —Ela ia vim, mas não acordou se sentindo muito bem. —Ser lembrada da doença dela me deixou ainda mais segura que eu não tinha motivos para guardar rancor, eles também passaram e ainda estavam passando por uma barra e eu também não estava presente. —E pediu pra te dizer que ela está torcendo muito por você, que todo mundo lá em casa está. Eles iam vir comigo se despedir, mas meu pai achou melhor te dar mais espaço ele nos lembrou que esse não deve está sendo um momento fácil. —Meu sogro como sempre repleto de razão, eu não queria fazer daquilo um espetáculo.

—Obrigada pela visita e agradeça eles por mim. —Ela ergueu suas pequenas mãos e passou pela minha bochecha enxugando minhas lágrimas.

—Nos fomos ao hospital ver você, mas sempre que íamos você estava dormindo. —Olhei em volta não entendendo porque ninguém me avisou que eu tinha recebido visitas, eu estava sempre tão concentrada no meu universo (Pai, Mãe e Edward) que eu nem olhava em volta.

—Desculpas? —Perguntei sentindo meus olhos mais pesados ainda e com muita vontade de chorar, mas eu estava diante de Alice Cullen e sabia que ela não lidaria nada bem com uma crise. Ela era uma baixinha alegre que transmitia e emanava alegria e eu nunca ia me perdoar se eu contaminasse ela com meu choro constante.

—Não precisa, apenas me prometa que você vai ficar bem. —Antes que eu conseguisse dizer que eu faria o meu melhor ela se corrigiu. —Mentira eu sei que você vai ficar bem, muito bem. —Quando ela disse aquilo pela primeira vez eu senti esperança, sempre acreditei nas “visões” dela e se ela estava dizendo eu só acreditaria, mas o olhar que ela deu ao Edward enquanto revelava meu futuro me fez questionar o que eu teria que abrir mão para ser feliz e tive muito medo da resposta. Se fosse outro momento, em uma outra época eu a arrastaria dali escada a cima e a obrigaria a me dizer tudo o que ela “sabia”.

—Nos temos que ir Isabella. —Minha mãe quebrou nosso momento.

—Sim claro. —Minha melhor amiga nem encarou minha mãe apenas me abraçou de novo e se afastou. —Boa sorte e eu te amo, espero que um dia você seja capaz de perdoar nossa família por te abandonar. —O jeito que ela falou nossa família me deu esperanças que talvez eu pudesse conseguir ser feliz sem perder mais nada.

—E já perdoei. —Ela me deu um sorriso triste como se não acreditasse nas minhas palavras.

Ela não disse mais nada e entrou na minha casa fechando a porta, eu não fazia ideia do que ela iria ficar fazendo ali sozinha, mas não me importei novamente em perguntar.

[...]

O caminho até aquela clinica foi longo, tínhamos saído da cidade e ficando tão longe assim minha cabeça só conseguia ficar me convencendo que eu iria ser esquecida ali por eles. Eu tentava me distrair encarar a paisagem que passava através da janela, me concentrar na música ou no toque do Edward, no jeito que ele acariciava meus cabelos, ou na forma em que ele me apertava delicadamente contra o peito dele ou a forma que ele fazia carinho no meus braços, a forma com hora ou outra ele depositava um beijo no topo da minha cabeça, ou as batidas agitadas do seu coração, que eu conseguia ouvir perfeitamente já que eu tinha minha cabeça apoiada no peito dele. No primeiro sinal de pânico ele me abraçou e desde então eu não me arriscaria a sair do conforto dos braços dele. Mesmo estando ali e toda a sensação boa que os braços dele me transmitia eu acabei tendo que tomar um calmante e meu antidepressivo, a forma que eu tremia acabou assustando-os, depois dos remédios minha mente desacelerou bastante e eu apenas fiquei ali quieta e completamente lenta, tanto nos movimentos como nos pensamentos. Senti-me entorpecida era mil vezes melhor do que me sentir em pânico como minutos antes.

[...]

—Adeus. Eu te amo. Nunca se esqueça do quanto eu te amo, por favor! —Não conseguia entender porque a voz do Edward estava tão distante e triste (ele não tinha que está triste), eu ainda conseguia ouvir as batidas do coração dele então porque ele estava tão longe. Tentei erguer meu corpo para encarar ele nem que fosse por uma última vez, mas meu corpo não respondia. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo meus remédios nunca tinham me deixado assim. Tentei me concentra mais uma vez no que acontecia, porém estava tudo tão escuro e eu estava tão cansada que eu simplesmente desliguei.

Notas Finais

Estamos cada vez mais perto para o fim da história. Prontos para essa nova fase?
Obrigada pelos comentários no capitulo anterior e eu prometo que vou responder todos ♥.
Espero que gostem!

STORM - CAPÍTULO 23

Algo como 07 anos depois

Isabella Swan

Encarei a lapide do meu filho e me permiti sorri. Era estranho está sorrindo naquele lugar, mas eu gostava de pensar que ele podia me ver onde quer que ele estivesse e se me visse não queria que fosse chorando, não mais.

Hoje seria o aniversário dele se ele estivesse vivo, nove anos. Tempo demais e mesmo assim no fundo do meu coração eu sentia como se tivesse sido ontem. Deixei as flores que eu tinha comprado no vasinho que tinha ali especialmente para aquilo. O tumulo estava perfeitamente bem cuidado, a pintura, a fotinha dele tudo tão limpo que eu facilmente podia acreditar que era diariamente limpado. Não fazia ideia de quem era o responsável por aquilo: Se eram meus pais, meus sogros ou ele, Edward – pensar nele me deixava ainda mais nervosa. Fazia mais de sete anos que eu não o via e procurava não perguntar dele, uma ou outra informação chegava até mim, porém eu fazia de tudo para apenas evitar. Eu precisei daquela distancia para entender muita coisa sobre nos dois, sobre tudo que vivemos. Hoje em dia eu podia listar nossos erros, não só os dele porque eu tinha muita culpa naquela história também, cometi erro atrás de erros. Os dele ficaram sempre mais em evidencia porque as pessoas tinham pena de mim, eu era a mãe que estava lutando pela vida do filho. Se eu pudesse voltar atrás e desfazer tudo que me levou até ali eu o faria sem nem pensar, todo aquele sofrimento não tinha valido a pena e ninguém ganhou nada com aquilo, nem eu, nem meu filho e muito o menos o Edward. Ficar forçando tanto o meu corpo a ter um filho não trouxe bem algum apenas muita dor.

Meus olhos foram atraídos ao tumulo ao lado do tumulo do meu filho, onde jazia o corpo do pequeno Thomas. Eu gostava de pensar no Thomas, diferente do pai a maioria das minhas memórias dele eram boas, uma vez ou outra aquele momento em que eu tirava ele daquela piscina vinha com tudo para me assombrar, mas eu tinha aprendido muito bem a lidar com meus demônios em forma de lembranças. Me inclinei e voltei a pegar o buque que eu tinha comprado para o meu filho e dividi pegando algumas flores para o Thomas, ele tinha grande significado na minha vida e era outro que eu nunca tinha tido a oportunidade de dizer adeus.

Uma solitária lágrima escorreu pelo meu rosto, de certa forma era meus dois filhos ali. Um foi biológico e o outro de coração. Assim como meu filho biológico com o meu filho do coração eu também cometi muitos erros, o principal dele foi não ter ficado por perto. Muita gente tentava me convencer de que comigo ali ou não, aquilo ia acabar acontecendo, aquela mulher era louca e eu tentava me convencer disso, porém meu coração não aceitava e aquela culpa ainda existia dentro de mim.

Dobrei meus joelhos e me ajoelhei, fechei os olhos e me permiti orar. Nada melhor para confortar meu coração e a alma deles do que uma oração.

[...]

Encarei o lugar a minha volta vendo o incrível trabalho de jardinagem que tinha sido feito, aquela parte do cemitério pertencia à família Cullen e eles podiam fazer o que bem quisessem com o espaço, eu só tinha estado ali uma única vez no enterro de uma avó do Edward e aquele lugar não era tão bonito assim. Sei que pode parecer estranho eu está me referindo a um cemitério como bonito, mas era tão limpo e tão florido, parecia um grande jardim e eu gostei de saber que meu filho estava descansando em um lugar assim. Depois de nove anos eu não sabia o que encontrar ali e algo daquele tipo jamais passo pela minha cabeça.

—Isabella? —O tom de voz macio e rouco do meu – eu não sei como me referir a ele atualmente e nem sabia se eu podia dizer que ele era meu, mas eu não esperava ele ali, não naquele momento. Tinha me preparado para encontrar ele, morando na mesma cidade, isso ia acabar acontecendo, mas nunca imaginei que ele estaria ali naquele momento que era tão meu. —Desculpa eu não... —Culpa, raiva, vergonha e outros sentimentos mais eram exibidos na confusão dos seus olhos verde. —Eu nem sabia que você tinha voltado. —Sinceridade

Respirei fundo e me para olha-lo melhor. Ele estava bonito como sempre foi, o tempo tinha feito muito bem, ele tinha ganhado um semblante mais firme. Estava vestindo de forma informal uma calça jeans e um grosso casaco que o frio da estação pedia. Nas mãos ele tinha dois buques de flores azuis, o que confirma que ele tinha vindo ver nossos filhos.

—Oi Edward. —Meu coração batia de forma ritmada e estranhamente eu me sentia em paz, sabia que precisava conversar com ele e colocar alguns pontos nos is antes de seguir em frente. Eu tinha fugido e deixado muita coisa pra trás. Já tinha passado da hora de voltar e consertas as coisas. —Eu acabei de chegar resolvi fazer uma surpresa.

—Hum. —Eu entendia a reação dele a última vez que eu tinha surpreendido tinha saído da clinica e ido embora do país sem falar com ninguém.

—Pode ficar a vontade eu já estou indo embora. —Minha missão ali já tinha sido feita, eu tinha finalmente dado adeus ao meu filho e estava me sentindo pronta para seguir em frente. —Me desculpa. —Pedi e antes que eu levantasse do banco em que eu estava sentada ele se sentou ocupando a outra ponta.

—Eu que devia te pedir desculpas. —Respirei fundo antes de decidir ficar, já tinha passado da hora de termos aquela conversa. —Se alguém fez algo errado aqui fui eu.

Fiquei tentada a virar os olhos.

—Nos dois tivemos nossa parcela de culpa. —Ele abriu a boca para me contradizer, mas eu impedi. —Eu podia fazer uma lista das vezes em que errei e das vezes que você errou. Se eu não tivesse insistido em ser mãe nosso filho não teria nascido tão doente e nada do que veio depois teria acontecido e eu não estou assumindo a culpa sozinha estou reconhecendo meus erros e espero que você reconheça e assuma os seus, mas apenas os seus sem querer me aliviar.

—Você só queria ser mãe. Isso não deve ser um crime tão grave. —Ponderou.

—Essa é a questão, ninguém está sendo julgado.

Um silêncio estranho se instalou entre nos dois. Não era fácil depois de todo aquele tempo apenas virar as costas e recomeçar. Eu tinha passado por um processo longo e doloroso e muitas vezes eu pensei em desistir, mas pensar nele tinha me dado forças e me feito seguir em frente. Hoje sóbria e limpa do que me fazia mal na época eu consigo ver o nosso amor em volta de toda aquela porcaria que nos cercava, muita coisa não foi amor. Mas teve seu ponto de verdade.

Eu ainda não entendia como eu podia dizer que eu amava o cara se eu mal sabia quem ele era, muito tempo tinha se passado e toda nossa vivencia nos modificou de uma forma profunda, então ele não devia ter nada daquele cara pelo qual eu me apaixonei. Ultimamente eu passava horas e horas falando sobre esse sentimento com o meu psicólogo, essa falta dele e vontade de revê-lo e ficar perto. Eu até tinha dito uma vez que eu preferia continuar naquele estado que eu estava antes se eu o tivesse por perto – Obvio que meu psicólogo não gostou nada da colocação, porém eu não podia deixar de admitir que era a mais pura verdade.

A compreensão de que aquele sentimento tinha duas faces, aquela dependência emocional dele foi que me fez ficar tanto tempo longe, só agora que eu conseguia ser feliz sem ele, e melhor, eu conseguia entender que eu amar ele não era o problema, agora amar ele acima de mim que era. Eu só podia ser feliz com ele se eu fosse feliz comigo mesmo. Conseguia separar o fato de que eu poderia ser feliz sem ele e que se eu voltasse a ficar com ele um dia seria apenas um acréscimo a minha felicidade e eu não seria única e exclusivamente feliz por causa dele.

—Acho que vou embora.

Encarei-o sem saber o que fazer. Quando eu tinha decidido voltar eu tinha duas tarefas principais em mente: despedir-me do meu filho e conversar com ele, colocando todas as cartas na mesa sendo mais sincera do que eu já achei ser capaz um dia.

Observei sem reação ele se levantando, tinha tanto pra dizer que não fazia ideia de por onde começar.

Ele se aproximou do tumulo do Thomas, que estava mais perto de nos e deixou as flores em cima do tumulo, observei ele tirar uns simples grãos de terra de cima e eu nem precisava saber que ele era o responsável por manter aquele lugar tão bem, aquele tipo de cuidado, a delicadeza que ele tirou os grãos de areia partiram meu coração.

—Quantas vezes você vem aqui? —Perguntei.

Observei as costas dele enquanto ele murchava um pouco diante da minha pergunta, eu não precisava de muito pra saber que ele vinha muito aqui, eu reconhecia todos os sinais.

—Algumas vezes. —Confessou envergonhado.

—Esse é seu quarto não é? —Esperava que ele entendesse aquela pergunta, o quarto que eu me referia era onde eu tinha passado muitos dos meus dias ruins, o quarto do meu bebezinho, o quarto inutilizado que eu levava como a última forma de me agarrar ao meu filho morto.

Senti meu coração se aperta diante da constatação de que ele sofreu tanto quanto eu naquela história toda e eu nem ao menos tinha enxergado isso até aquele momento. Como eu tinha sido egoísta em não ter percebido que a dor dele era tão grande quanto a minha e que mesmo assim em momento algum ele me abandonou. Eu me senti ainda mais culpada por tudo, mas principalmente por ter me permitido ser feliz e te deixado ele.

—Não é assim. —Ele entrou na defensiva. —Eu venho aqui quando sinto saudades deles e ... —Ele se virou para mim e só ali eu percebi que ele estava chorando. —Você que foi embora sem ao menos ter a consideração de dizer adeus. —Magoa, eu sabia que podia esperar isso dele eu tinha sido uma completa vaca quando eu decidir partir e me afastar daquilo tudo que me machucava, sai da clinica e fui embora do país, se eu não tivesse que usar o cartão de crédito que meus pais deixaram ali comigo para emergências em um sinal de confiança eles teriam passado um bom tempo sem saber onde eu estava. Esse sinal de confiança foi me dado quase dois anos depois da minha internação. Me lembrar da clinica me deixou um pouco desconfortável, não tinha sido de todo ruim e se eu resolvi voltar a viver foi graças as coisas que eu passei lá, mas ainda sim os métodos deles não eram nada ortodoxo e eu fiquei bem mal antes de começar a melhorar.

—Eu sinto muito, mas eu precisava.

Ele bufou e se afastou de mim, o corpo tinha ganhado uma postura defensiva e ele caminhou até o tumulo do Antony. Repetiu o mesmo ritual deixando as flores em cima e se inclinou o pequeno rostinho do bebe que tinha na foto da lapide.

—Acho melhor eu ir embora não quero brigar com você.

Me levantei e me aproximei dele antes que ele se fosse, inclinei minha mão para tocar o braço dele que se afastou de forma abrupta me surpreendendo. A profundidade da magoa dele era muito maior do que eu pensava.

—Vamos conversa, eu sei que faz muito tempo e que você deve me odiar, mas eu realmente precisava me afastar. —Encarei ele sentindo meus olhos cheios de lágrimas.

—Melhor não. —Senti meu coração disparar com a recusa dele, esperava que ele fosse mais aberto a opções.

—Por favor, aqui perto tem uma franquia daquele café que nos dois gostamos nos podemos sentar lá e conversar nem que seja pra colocar um ponto final definitivo em tudo. —Vi como os olhos dele se arregalaram diante da minha frase. Eu sabia que o divórcio seria nosso melhor caminho, recomeçar do zero isso se viéssemos a recomeçar.

—É só pedir o divorcio peça para seu advogado entregar a mim que eu assino, não precisamos conversa sobre isso. —Ele abaixou os olhos encarando o chão. —Devíamos ter assinado isso na primeira vez que você pediu. —Minhas lembranças foram a muito tempo atrás na primeira vez que eu tinha pedido o divorcio, naquela época assim como agora eu não queria mesmo romper com ele.

—Por favor, escute o que eu tenho a dizer. —Eu tinha muito o que falar e precisava ser eu a contar a ele, não me perdoaria se ele soubesse por outra pessoa. Já tinha sido muito errado da minha parte fazer tudo que eu tinha feito sem falar com ele e se ele soubesse por outros eu nunca ia me perdoar. —É muito importante. —Pedi.

—Tudo bem eu aceito um café. —Dirigi um sorriso a ele. —Mas não posso ficar muito tempo. —Concordei, sabendo que depois que eu falasse o que eu tinha para falar ele nunca mais iria querer olhar pra mim.

[Cont...]

Notas Finais

Nesse capítulo temos uma grande passagem de tempo.

STORM - CAPÍTULO 24

Isabella Swan

Entrar no carro dele depois de tanto tempo foi como levar um soco bem no meio do estomago, de uma forma boa – eu sei que parece louco, mas era assim que eu me sentia. O cheiro dele tomou conta de mim e a familiaridade do ambiente, mesmo que eu nunca tivesse entrado dentro daquele carro, me trouxe uma poderosa sensação de paz.

Ele dirigiu rápido e nem precisou que eu informasse o local que eu tinha visto durante minha vinda, o que indicava que em suas vindas ao cemitério ele deve ter visto o café que eu tinha mencionado.

—Fale alguma coisa? —Pedi constrangida, seus dedos apertaram com força o volante, suas junções se tornaram ainda mais brancas aos meus olhos e ficou claro que ele não ia dizer nada para quebrar aquele silêncio. —Como está a empresa? — Andei por um caminho seguro não aguentaria passar mais tempo dentro daquele carro naquele completo silêncio.

—Melhor do que nunca. —Foi simples e direto na resposta. Mordisquei levemente meus lábios pensando em qual outro caminho seguro eu devia seguir.

—Você já tinha vindo aqui antes? —Sinto uma necessidade fora do normal de perguntar.

—Sim. —Respondeu seco.

—A qualidade do café é a mesma?

—Sim.

Ele não iria falar muito, provavelmente seria um monologo e depois do que eu tinha feito meio que tinha motivos para isso, minha ida para mim teve muito sentido, mas não dava pra negar que doía muito em nos dois.

Entramos na pequena cafeteria e sentamos em uma mesa qualquer. O lugar era simples nada comparada as outras filias que já tínhamos frequentado, mas tinha uma pegada familiar muito agradável, as enormes janelas de vidro que ocupavam metade da parede dava uma boa iluminada no ambiente e um charme final. Sentei de frente para ele e mantive meus olhos no tampo de mármore da mesa.

—Não posso demorar. —A voz do Edward me tirou dos meus devaneios sobre a decoração do local e me atraiu de volta para ele. O rosto dele estava bem mais sério que eu me lembrava e eu sentia meu coração batendo de modo apressado com medo de como ele reagiria ao que eu tinha para contar, medo, pela primeira vez em muito tempo aquele sentimento me tomou. —Então você quer o divorcio. Vamos dividir os bens ao meio e não temos o que falar sobre isso, se você quiser algo especifico só pegar eu não vou me opor. Acho melhor seus advogados tomarem a frente e fazer o pedido assim você decide o que quer, como já disse não vou me opor então não vamos ter muito trabalho. —Eu nem sabia mais o que tínhamos, qual propriedades tinha sobrevivido ao pequeno golpe que tínhamos recebido e que na época eu nem fazia ideia do que estava acontecendo. —Peço aos meus advogados para te mandar a lista de bens atualizada.

Olhar para o passado hoje e me lembrar do estado que eu tinha chegado me deixava tão mal em ver o quanto eu era capaz de me sabotar.

Por reflexo eu peguei o saleiro e fiquei brincando com a tampa tomando coragem para tocar no assunto.

—Edward eu não sei se quero o divórcio eu queria que tivéssemos uma outra chance de ao menos tentar. —Fui sincera. Mas não consegui olhar para ele com medo de uma possível recusa. —Eu sei que te abandonar foi terrível, mas eu queria uma chance. Porque mesmo com todo esse tempo e com tudo que aconteceu entre a gente eu ainda sim no final da noite só conseguia desejar que ele pudesse de alguma maneira está desfrutando de tudo aquilo comigo, de cada nota boa e de cada nota amarga. Esse tempo longe não foi completamente feliz, eu tive meus momentos, momentos em que eu ficava muito mal e nesses momentos o que eu mais queria era a presença dele ao meu lado por que eu saberia que ele me entenderia perfeitamente, entenderia o quanto doía e que não era só drama ou qualquer atitude tola para chamar atenção.

Não resisti ao silencio dele e ergui meus olhos encarando-o. Sua expressão surpresa me paralisou, eu precisava que ele dissesse algo, se ele não falasse eu me sentiria uma idiota.

—Foram seis anos. — Eu não soube o que fazer quando os olhos dele se encheram de lágrimas. —Você não tem ideia de como eu fiquei louco em não poder ver você na clinica e depois você apenas desapareceu ninguém me dizia nada além de que você estava bem, eu só queria a chance de falar com você, nem que fosse a última vez. —Ele tentou disfarça, mas o tom de magoa era muito presente na voz dele.

Respirei fundo não querendo chorar, eu precisava manter minha mente tranquila para aquela conversa.

—Eu também queria que você tivesse ido me ver, se eu superei tudo aquilo foi pela única e constante expectativa de que um dia sua visita seria liberada e você ia lá me ver. —Fui sincera. No começo os primeiros meses depois quando eu consegui tomar consciência do que eu fazia ele foi o único motivo para tentar.

Ele ergueu os olhos e me encarou, seus olhos estavam mais quentes, não era ainda aquilo que eu me lembrava, mas era melhor do que a frieza do primeiro momento.

—Você deve saber que eu fui diagnosticada como viciada, o médico dizia que toda a dor que eu sentia era provocada pela ausência do medicamento. —Eu ainda não concordava com isso, ele não estava no meu corpo para saber como eu me sentia. —Ou melhor ele dizia que para tratarmos minha dor eu precisava ficar limpa, que só podíamos lidar com o luto do meu filho quando ele confiasse que meus problemas eram maiores do que a falta de alguns comprimidos. —Ele riu e eu o encarei ainda mais não entendendo qual era a graça.

—Eu quase soquei ele quando ele disse isso a mim. —Mordi meu lábio inferior delicadamente, era uma reação que tinha se tornado comum quando eu ficava nervosa. Tinha tanta informação que eu não sabia, ou melhor, que eu nem procurei saber sobre aquele tempo. Saber que ele falava com os médicos com certeza foi uma surpresa. —Como ele podia minimizar a dor da perca do nosso filho insinuando que você só sofria por causa da porcaria de alguns comprimidos.

—Ele não estava totalmente errado. —Não gostava nada de ficar defendendo meu “torturador”. Ao pensar no apelido que eu tinha colocado no psicólogo responsável pelo meu tratamento eu não conseguir conter meu sorriso, naquela época todos aqueles sentimentos e tudo que eu passei naquela clinica realmente se aproximava muito de uma sessão de tortura. Hoje eu conseguia ver que se não tivesse sido daquela forma provavelmente eu ainda estaria trancada no quarto dopada de remédios ou alguma droga mais forte isso se eu não tivesse morta. —Depois que eu fiquei sóbria eu consegui ver as coisas melhor. —Me expliquei. —Não é que deixou de doer, mas... eu ...não sei explicar. A dor ainda estava ali e tinha dias que eram muito difíceis, porém em alguns momentos era suportável. —Era difícil confessar aquilo. —Tinha dias que eu me sentia tão bem que eu só me sabotava achando que eu estava esquecendo ele então voltava toda aquela merda.

—Eu sinto muito não ter podido está ao seu lado. —Ele se inclinou um pouco e pegou minha mão fazendo eu largar o saleiro, eu não estava pronta para como meu corpo ainda reagia ao dele. Minhas memórias não fazia jus ao poder daquela sensação.

—Não foi sua culpa. —Eu nunca duvidei de que se ele pudesse ele teria ficado lá comigo, teria se internado junto se eu pedisse.

—Nos primeiros dias eu me sentia tão mal era tão enlouquecedor e eu não podia tomar nenhum tipo de remédio, não importava qual dor eu estivesse sentindo, foram dois anos naquela clinica e eu não tomei nenhum tipo de remédio. Todos as doenças que eu tinha, acabavam tendo que se resolver de forma natural, fosse uma gripe até mesmo minha insônia. Eu passava dias acordada, até que meu corpo desistisse e eu desmaiasse e mesmo assim nada de comprimidos. —Eu percebi nos olhos dele o típico olhar de pena, mas eu não me importei. Era aquilo que se ganhava quando chegava ao fundo do poço.

—Nós, eu e seus pais. —Ele sentiu necessidade de se explicar. —Recebíamos um relatório semanal sobre seu avanço ou retrocesso, conversávamos com seu psicólogo. Eu fui contra não medicarem você, mas era uma democracia falha. —Eu ri imaginando o quanto ele devia ficar irritado quando ele não conseguia o que queria. —Não ria, eu não vencia uma, sua mãe é bem mais manipuladora do que eu imaginava.

Não neguei, meu pai comia na mão dela e sabia muito bem que todas as cartas sobre meu tratamento quem tinha dado tinha sido ela.

—Conforme eu fui vendo que quando mais eu resistia ao tratamento, mas tempo eu ficara ali e que eu não ganharia por cansaço eu so desisti e comecei a fazer o que me era ordenado. —Falando assim até parecia que tinha sido fácil, só que eu nunca tinha sofrido tanto como naqueles primeiros meses. —No começo eu tinha muito ódio de todos vocês por simplesmente me largarem ali a minha própria sorte no momento em que eu mais precisava de vocês. —Eu aumentei meu tom de voz não deixando ele me interromper. —Eu sei que não era assim e que aquilo era para o meu bem, mas naquele momento sofrendo tudo aquilo que eu estava sofrendo era só o que passava pela minha cabeça. —Não menti, ali fora já curada, não completamente - obvio, porém sem sombra de dúvidas um milhão de vezes melhor do que eu já me lembrava de ter estado. Os pensamentos se encaixava e eu me tornava bastante compreensiva. —Minhas conversas com o psicólogo se resumia a xingar vocês. As vinte primeiras sessões foi só isso que eu me dediquei a falar, o abandono me deixava muito mais abalada e o psicólogo pegou isso e começou a usar isso contra a favor, sei lá. Assim começaram as chantagens, ele me dizia que se eu apresentasse a ele sinais reais de melhora no final do mês ele iria permitir que eu recebesse uma visita e conforme meu desempenho a quantidade de tempo e de vezes podia ir aumentando até que eu tivesse alta e ficasse completamente livre para ver vocês quando eu quisesse. Então eu comecei a colaborar eu falava sobre o que ele queria saber, tinha alguns assuntos que era difícil e ele parecia respeitar minha dificuldade. No final do primeiro mês quando ele me comunicou que eu poderia escolher só um de vocês para ir me ver a minha escolha era obvia. —Ele abaixou os olhos e se retraiu, foi ruim ver ele naquele estado. Parecia tão fraco que eu nem sabia o que dizer. Daquela forma ele parecia tão indefeso. —Eu queria ver você. —Senti as lágrimas se acumularem nos meus olhos, me lembrar daquele momento era muito difícil. —Em todos aqueles meses eu nunca tinha ficado tão feliz. Só a possibilidade de ver você me deixava tão feliz. —O Edward se aproximou apertando minha mão. —Mas ele não me deixou ele disse que eu ainda não estava pronta para ver você, as opções eram a minha mãe ou alguma amiga. Naquele dia eu surtei, joguei o tablet ridículo dele no chão e gritei, gritei como se minha vida dependesse daquilo, chorei muito e eu me sentia enganada porque eu enfrentei todo aquele papinho porque eu queria ver você e depois ele mentiu pra mim e me deu opções que eu não queria. Fiquei de castigo pelo meu comportamento agressivo e perdi a chance de ver ela também. Na semana seguinte ele voltou a propor o mesmo esquema se eu colaborasse ele me deixava ver minha mãe, eu perguntei o que eu tinha que fazer para ver você e ele disse que eu tinha que me curar.

—Ele me disse que eu fazia mal a você. —Ele disse e eu só pude baixar os olhos, o médico também tinha tido aquilo. —E foi pro isso que você foi embora. —Ele disse como se só naquele momento tivesse entendido meus motivos e o pior era que eu nem não podia negar. —Eu sempre fiquei buscando desculpas tentando entender o porquê...—Eu senti meu coração se partir ao ver como minha atitude tinha magoado ele, o quanto ele nem por um segundo considerou que eu seria egoísta aquele ponto. —E o motivo estava bem ali na minha cara. —Ele passou a mão pelos cabelos com força, eu me inclinei tocando o braço dele tentando me acalmar.

—Por favor, não me odeie. —Meu tom de voz era baixo e assustado.

—Eu tenho que ir trabalhar. —Ele se levantou afastando minha mão do seu braço, enfiou a mão no bolso e tirou a carteira para pagar por um café que nem tínhamos bebido.

Antes que eu conseguisse dizer algo meu telefone vibrou no bolso do meu pesado casaco, peguei rapidamente conferindo que era a Mirela, era uma mensagem pedindo para encontrá-la no hospital centrar. Eu me senti paralisada e meu celular caiu no chão sem que eu conseguisse impedir.

—Isabella? —O Edward se voltou a mim pegando o aparelho do chão e me puxando levemente fazendo encará-lo, minha cabeça só conseguia formular diversas possibilidades e eu sabia que não estava pronta para enfrentar aquele tipo de coisa, não resistiria a passar por aquilo de novo. —O que aconteceu? —Ele me sacudiu levemente.

Quando eu não respondi ele pegou meu celular e antes que ele conseguisse desbloquear a tela eu tomei o aparelho da mão dele, não podia deixar que ele descobrisse daquela forma. Ele se assustou com minha reação.

—Você está bem? —Voltou a pergunta.

O telefone voltou a vibrar na minha mão e eu olhei era outra mensagem da Mirela ela dizia que não tinha acontecido nada demais, apenas um tombo no parque. Senti meu coração aliviar na hora, mesmo com todo o tempo e toda terapia e tratamento eu ainda não suportava hospital, muito menos relacionados a ela.

—Sim, você pode me dá uma carona até o hospital que era dá sua família o mais rápido que você puder? —Pedi. Ele me encarou com sinal claro de estranhamento, mas assentiu. Algo no meu olhar o fez apenas assentir. O hospital não pertencia mais a família dele, pelo que eu sabia ele tinha conseguido convencer a mãe dele a vender aquele lugar e deu um lugar completamente novo a ela, pelas fotos e relatos dos meus pais o novo hospital era umas dez vezes maior do que o antigo.

Eu sabia que quando eu chegasse lá não teria escapatória e eu precisaria ser sincera com ele e contar tudo que tinha acontecido nos últimos anos e lidar com a reação dele, mesmo que ele me odiasse pra sempre.

Notas Finais

Eu até ia fazer uma brincadeira em homenagem ao dia da mentira, mas os adms do site levam as regras muito a sério (e como eu sou "sortuda" vou acabar sendo denunciada) e como não quero acabar banida do site...
Então sem nenhum tipo de brincadeira espero que gostem do capitulo.
Vamos a algumas explicações. Sei que ele diz que ela ficou seis anos sumida e no último capitulo eu disse sete anos depois só que ele não conta o ano em que ela ficou na clinica, aquele ano em que ela ficou internada ele sabia onde ela estava e seu estado só não podia ver ela. Os seis anos que ele se refere foi quando ela saiu da clinica e sumiu.
Não esqueçam de comentar (se vocês comentarem muito eu trago a segunda parte ainda essa semana) e recomende aos amigos.
Beijos e nos vemos em breve!

STORM - CAPÍTULO 25

Isabella Swan

Meu coração disparava conforme íamos avançando pela cidade, o cemitério já estava distante e já nos encontrávamos no centro movimentado. Muita coisa tinha mudado em tão pouco tempo, novos prédios, novas ruas. Ainda bem que eu não resolvi dirigir se não eu me perderia facilmente. Os carros e o transito tornavam nosso trajeto mais demorado e eu queria muito que as coisas fossem do jeito mais simples só que eu tinha feito a maior confusão e já tinha passado da hora de assumir as coisas de frente não dava mais para manter ele no escuro e muito menos ficar escondida me apegando a possibilidade de que ela fosse esquecer tudo e me perdoar e que fossemos voltar a ser uma família feliz.

—Você vai me contar quem está no hospital? —Ele me direcionou um sorriso curioso e isso já foi o suficiente para aquecer meu coração. Desde que eu tinha entrado naquele carro o silencio era completo eu não fazia ideia do que fazer, de como começar aquele assunto de como contar a ele. E vê-lo sorrindo daquele jeito tão relaxada me acalmou.

Ele contornou pegando um atalho e começou acelerar ganhando mais velocidade aproveitando as ruas livres. Em alguns segundos estaríamos no hospital e não teria mais pra onde correr.

Meu estomago se contorcia em ter que entrar naquele lugar de novo, era muito para um dia e eu não precisava que minha psicóloga me dissesse isso. O mais certo seria parar respirar, mas diante de tudo aquilo eu não tinha alternativa. Há muito tempo eu tinha parado de fugir, pelo menos era o que eu gostava de me convencer.

—Muita coisa aconteceu quando eu sai daqui. —Fechei os olhos tomando coragem pra falar. —E se eu tomei coragem pra sair foi por um motivo bem especifico e o único que me daria coragem pra isso.

—Pare de enrolar e fale logo Isabella. —Observei-o atentamente entrar no estacionamento subterrâneo do hospital, apenas alguns segundos e tudo estaria exposto e além disso eu teria que lidar com aquele hospital mais uma vez. Meu coração já batia de forma apressada e eu sabia que se não começasse a me controlar eu acabaria tendo uma crise de pânico ali mesmo.

—O nome dela é Giovanna, quem está aqui. —Mordi meus lábios e falei o que estava entalado. —Ela tem quatro anos e é minha filha. —Ele freou o carro com tudo e quase bati meu rosto no painel do carro apenas o cinto de segurança evitou aquilo. Era uma reação completamente esperada diante do que eu tinha acabado de revelar.

Eu não sabia explicar a paz que dizer aquelas palavras me trouxe, nada me deixava mais chateada do que ter escondido isso dele. Naquela época aquilo me pareceu o certo, eu não saberia lidar com o nosso rompimento e mais tudo aquilo que eu já estava passando. Então apenas fugi me agarrando a sensação de duvida que de certa forma me daria esperanças para o futuro.

Ele não disse nada, se recompôs mais rápido que eu poderia esperar e estacionou em uma vaga de qualquer jeito.

—Bom chegamos. —Ele disse com raiva.

—Edward. —Tentei segurar o braço dele, mas ele apenas puxou pra si não permitindo que eu o tocasse.

—Saia do carro, sua filha deve está te esperando. —A forma que ele falou sua filha foi quase como se ele estivesse xingando alguém e aquilo bateu em mim de uma forma complexa. Eu queria xingar realmente ele por está se referindo a minha filha daquele jeito e ao mesmo tempo eu compreendia completamente o que ele estava sentindo e só queria abraçar ele e dizer o quanto eu sentia por tudo, me doía demais saber que eu era a responsável por causar ainda mais sofrimento a ele.

—Me deixa explicar.

—Eu fico muito feliz que você tenha refeito sua vida e peço desculpas por ter reentrado no seu caminho já que eu te faço tanto mal. —Eu quase chorei com aquelas palavras de como ele tinha visto as coisas e distorcido tudo.

—Me deixa explicar. —Pedi novamente. —Tem muito mais que eu acho que você deva saber antes de me julgar. —Não me importava nem um pouco como ele me visse eu só não queria que ele me odiasse, eu não saberia lidar com o ódio dele e se eu precisasse apelar eu o faria.

Ele abaixou a cabeça encostando-se ao volante.

—Você não tem que se explicar. Os papeis para você dá entrada no divorcio vão está na sua casa no máximo até o inicio da próxima semana, na casa dos seus pais, sei lá e espero que você possa ser muito feliz com a sua nova família.

—Edward...

—Saia do meu carro, por favor. —Ele pediu ainda sem levantar a cabeça.

—Não temos que concluir essa conversa eu não vou deixar você fugir. —Algo na minha afirmação o fez reagir e ele se levantou e inclinou o copo para o meu lado abrindo a porta do meu lado com ignorância.

—Eu já mandei sair do meu carro. —Gritou a voz dele chegou a mim em um banque, não esperava que ele gritasse comigo daquela forma. —Não me faça ter que tirar você. —As palavras tremiam assim como seu corpo.

—Eu não vou deixar você sozinho nesse estado muito menos dirigindo. —Meu coração se apertava diante da possibilidade, se ele saísse dali naquele estado. Eu o amava demais pra isso. Amava demais pra deixar ele correr o risco.

Ele me encarou por segundos que pareciam intermináveis, ele me olhava como se não soubesse qual seria o próximo passo e isso me desarmou um pouco. Queria muito que as coisas seguissem por um caminho mais tranquilo e que ele ao menos escutasse o que eu tinha pra dizer, mas nada na minha vida era fácil e aquele acidente da Giovanna no parque tinha adiantado tudo, toda a conversa que eu imaginei ter com ele acabou sendo resumida dentro de um carro.

—Vamos subir eu preciso ver ela e assim posso te explicar tudo e também você pode conhecê-la. —Pedi. Inclinei-me tentando tocar nele e ele voltou a se afastar. Sabia que no momento em que ele encarasse minha princesinha ele entenderia que foi necessário, que eu precisava fazer aquilo.

—Eu nunca imaginei que você fosse tão cruel. Por mais que eu merecesse nunca imaginei que você pudesse fazer isso, mas eu vejo que estava errado você fez muita coisa que eu jamais imaginei que você faria e eu acabo de chegar à conclusão de que na verdade sou eu que não conheço você como achei que conhecia. —Ele não fez o menor esforço para esconder as lágrimas e eu não resisti chorando também por ele está confundindo tudo. —Pode ficar com o carro. —Ele abriu a porta e saiu, a porta ficou aberta enquanto ele dava passos apressados pra longe de mim. Eu abri minha porta pronta para ir atrás dele, meu celular vibrou era uma nova mensagem da Melissa que eu não consegui ignorar, abrindo lendo um pedido de socorro, algo que dizia que minha menininha não parava de chorar e se eu ainda demoraria muito e ali com os dois amores da minha vida precisando de mim eu tive que enterrar mais uma vez uma parte de mim e seguir pelo único caminho possível.

[Cont...]

Notas Finais

Nem vou falar muito aqui. Mas me deixem saber o que vocês acharam? Comentem muito.

STORM - CAPÍTULO 26

Isabella Swan

Entrei no hospital desesperada, era minha filha e eu sabia o quanto ela podia ser manhosa quando queria e a culpa era completamente minha eu a “babava” demais. Minha mente estava vazia eu tinha trancado o assunto Edward no lugarzinho que ele ficava a maior parte do tempo dos últimos anos depois que eu tivesse certeza de que meu anjinho estava bem eu me voltaria ao Edward e a confusão que eu tinha criado ao não ser direta com ele e ter me explicado mesmo com ele se recusando.

—Melissa Swan Cullen. —Eu informei ao atendente. Tinha sido uma atitude bem ousada registrar ela com o nome Cullen, mas era meu sobre nome de qualquer forma e eu não queria deixar o nome pai vazio. Sabia que o Edward podia não aceitar aquilo muito bem e se ele quisesse eu tiraria, só que no dia em que eu registrei ela aquilo apenas me pareceu certo.

—A senhora é?

—Mãe dela. Ela estava no parque com a baba e acabou caindo.

—Seu nome, por favor? —O cara perguntou rindo do meu comportamento abobalhado.

—Isabella Swan Cullen. —Eu tinha me esquecido de que não era mais o hospital da minha família e que eu não era facilmente reconhecida. Foi claro quando eu disse meu nome que minha aparência poderia não ser reconhecida, mas meu nome ainda era.

—Senhora Cullen eu ..—Observei atenta ele se voltar ao computador digitando rapidamente. —Aqui. —Ele pegou o crachá que tinha acabado de ser impresso e entregado a mim.

—Pode me informar onde é a emergência? —Ele me indicou gentilmente que caminho seguir e eu agradeci antes de me aventurar por aquela nova parte do hospital. Não conseguia me lembrar de já ter estado naquela parte do hospital então fui seguindo como o recepcionista tinha me indicado e liguei para a Mirela perguntando onde ela estava. O cara da recepção tinha ficado tão desconsertado com a minha presença que nem se deu o trabalho de me dizer onde minha menininha se encontrava. Não precisei que a Mirela me dissesse, pois assim que virei o corredor o chorinho da minha princesa se fez presente. Não precisava que ninguém me dissesse que era ela, eu conseguiria identificar aquele choro em qualquer circunstância do mundo.

Entrei na salinha de emergência sem nem me dá o trabalho de bater. Caminhei até a minha princesinha e peguei-a do colo da Mirela sem nem me dá o trabalho de encarar o redor. Só conseguia focar minha atenção no rostinho dela vermelho e as lágrimas. Antes que eu conseguisse me acalmar eu percebi que eu também estava chorando.

—Fique calma meu amor a mamãe está aqui. Onde dói? —Perguntei passando a mão pelo corpinho dela tentando me certificar que estava tudo no lugar.

—Meu baço... —Ela mostrou o arranhão.

—O meu Deus! —Exclamei tentando me acalmar para conseguir acalmá-la.

—Bella eu sinto muito eu virei por um único segundo para comprar a pipoca pra ela e ela caiu do balanço. —Encarei a Mirela lembrando a mim mesma que eu precisava me acalmar e que tinha sido apenas um acidente que poderia acontecer com qualquer um, mas de um outro lado tinha minha cabeça listando tudo o que podia ter acontecido, ela podia ter machucado o pescoço e ficado paralisada ou até mesmo morrido.

—Irresponsabilidade. Se fosse para comprar algo tirasse-a do brinquedo e a levasse junto com você. E se alguém tivesse se aproveitado desse tempo e sequestrado ela ou ... —Parei quando eu vi os olhos da menina na minha frente se encherem de lágrimas, eu não queria fazer ninguém chorar eu devia me acalmar sabia que eu ficava irracional quando se tratava da Giovanna. Aquela menina tinha abdicado sua vida para se mudar comigo e continuar cuidando da minha filha, tinha sido bem difícil pra mim confiar em uma babá. Muitas tinham vindo antes dela. Mas quando ela surgiu com seus cabelos de fogo e seu jeito de menina me lembrou tanto a Victoria que eu apenas não consegui deixar ela ir. Ela era menor de idade na época e está comigo desde então. Quando eu disse que voltaria pra cá ela se candidatou para vir comigo assim ela poderia fazer a faculdade que sempre quis e como eu pagava um excelente salário ela apenas podia juntar o útil ao agradável.

—Isabella. —Eu congelei ouvindo aquela voz que já fazia tempo eu não ouvia.

—A mamãe não gosta de Isabella. —Eu encarei minha filha rindo de sua frase, ela tinha toda a razão eu tinha desenvolvido uma incrível repulsa ao ser chamada de Isabella, gostava de Bella ou até mesmo Bells, mas Isabella me levava a memórias ruins.

—Desculpe princesa eu não sabia. —Encarei minha ex-sogra ali não entendendo o porque ela estava ali e muito menos atendendo crianças esse não era a especialização dela, pelo menos não era. O constrangimento bateu com força. Eu tinha fugido sem dá a menor explicação e sem nenhum tipo de contato e abandonando o filho dela. Confessava que eu estava completamente surpresa pela gentileza em que ela estava tratando a Giovanna mesmo depois de descobrir que ela era a minha filha.

—Bom já que a mamãe finalmente chegou será que agora podemos tratar desse bracinho. —Meu foco mudou, o medo da reação dela foi deixado de lado dando lugar a preocupação.

—Vai doii.

—Doer filha. —Corrigi mesmo que fosse fofo seu jeito de ainda confundir as letrinha.

—Eu prometo que se doer muito eu te dou um pirulito bem grandão. —Acidentalmente minha sogra tinha acertado em uma das preferências da minha pequena, pirulitos eram seus doces favoritos.

—De luva? —Sobre o olhar atento da minha filha ela abriu uma gaveta e mexeu um pouco lá claramente procurando algo.

—Bom felizmente temos de uva. —Antes de entregar o pirulito ela me olhou claramente pedindo autorização, assenti com um gesto sabendo que aquilo seria de grande auxilio para conseguir lidar com ela. —Sente ela aqui. —Obedeci levando minha menininha para a maca, ela se manteve segurando minha blusa e a Esme teve que examinar o braço dela se espremendo para ganhar espaço.

—Eu sinto muito. —Sabia que o momento não era propicio, mas ela estava sendo tão atenciosa com a minha filha e eu tinha sido uma cretina com o filho dela. Minhas desculpas não era só pelo passado, mas o que tinha acontecido a pouco ainda martelava tentando atrair minha atenção. Eu tinha detonado uma bomba em cima do Edward e o deixado sozinho para lidar com a explosão nem ao menos consegui me explicar tudo eu apenas tinha dito a ele que tinha tido fugido do lugar que ele me colocou para me curar e tinha voltado sete anos depois com uma filha, se eu tivesse na pele dele com certeza teria chegado a conclusões nada bonitas. —Eu só não vi alternativa naquele momento.

—Sei que você deve ter tido seus motivos. —Ela não tinha dito que me desculpa e nem que me entendia. Foi apenas uma resposta fria. —A muito a ser conversado, mas agora vamos apenas nos concentrar no bem estar dessa princesinha. —Não podia negar que ela estava repleta de razão.

—Okay. —Meus olhos foram atraídos para a Mirela que nos encarava com uma expressão confusa. Ela sempre queria saber o que eu escondia e do que eu fugia, porém mesmo sendo muito próxima dela eu preferi guardar aquilo pra mim e agora ela estava encarando de certa forma meu passado e sabia que ela teria muitas perguntas. —Ligue para minha mãe Mirela e avise que vamos nos atrasar um pouco e conte o que aconteceu, mas peça pra ela não vir até aqui já temos gente suficiente. —Odiava hospitais e odiava muito mais quando virava um grande acontecimento, isso me levou ao passado quando eu proibir a visita dos familiares ao Antony, abrindo uma exceção apenas os mais próximos: nossos pais, os irmãos dele e só, até mesmo os cunhados eu tinha pedido nada gentilmente que se mantivessem longe. Eu só tinha me recordado disso a alguns anos atrás, muita coisa só voltou quando eu tive que reviver meus dias no hospital para conseguir seguir em frente e eu cheguei a conclusão de que eu fui uma completa vadia com todo mundo que só queria me apoiar e ninguém foi corajoso o suficiente para apenas me dá uma sacudida e dizer que eu tinha que parar.

Toda a proteção que eu tinha com a Giovanna hoje em dia, que já era exagerada, em nada era comparado em como eu tratava o Antony. Ele era uma criança doente e eu o tornava ainda mais com todo o meu excesso de cuidado. Não fazia ideia de como a equipe médica não me expulsou do hospital, talvez porque você minha família que pagava o salário deles de certa forma, eu me lembrei de momentos em que eu quis dizer aos médicos como fazer o serviço deles e o mesmo se aplicava aos enfermeiros, a equipe de limpeza foi dispensada por mim e eu assumi a tarefa de forma obsessiva, eu limpava todo aquele andar (corredor) três vezes no dia e o quarto dele cinco. Eu conseguia entender porque o Edward foi se afastando cada vez mais. Quando ele chegava da rua, nas vezes que ele ia em casa ou trabalhar, eu o obrigava a tomar banho e estranhamente ficava vigiando o banho dele para garantir que ele tinha feito direito. No começo quando eu falei isso ele achou que eu estava brincando até perceber que eu falava sério. Quando eu me lembrei desse momento durante uma das sessões de hipnose depois que eu voltei ao normal eu ri horrores não acreditando que ele realmente tinha se prestado a isso. Mas eu parava um minuto para refletir e percebia que eu não dava chance para ser questionada e se ele quisesse não ser expulso como eu fazia com todos os outros ele devia tomar banho e vestir uma roupa lavada pelo hospital que estava perfeitamente esterilizada antes de se aproximar do corredor onde estava nosso filho, e se fosse para entrar dentro do quarto onde nosso filho estava os cuidados eram triplicados. Obvio que eu não fazia isso por louca, ele era muito fraco e qualquer vírus ou bactéria poderia ser o suficiente para matá-lo e eu só queria evitar isso, nem que fosse daquele jeito louco.

Conforme o estado do meu filho foi piorando eu ficava ainda mais chata com aproximação e como os outros não cediam como o Edward e não queriam fazer toda aquela preparação eu acabava pedindo para que eles não viesse e durante um tempo até houve uma insistência até que eles começaram a realmente não virem o que na época foi um alivio pra mim.

—Isabella. —Me sobressai com o quase grito da minha sogra.

—Desculpa. —Eu tinha me perdido em lembranças, mas era impossível está ali, mesmo que eu tivessem bem longe do sexto andar, sem me deixar levar por tudo aquilo que eu tinha vivido dentro daquele hospital.

Minha filha puxou o lacinho da minha blusa desamarando.

—Não faça isso. —Pedi gentilmente.

—Eu estava dizendo que vamos precisar de alguns exames para garantir que ela não quebrou o braço. —Senti meu coração aperta só de imaginar os meses seguintes se ela tivesse realmente quebrado o braço. Minha filha era bem agitada para ficar com qualquer parte do corpo imobilizada. —Porém eu acho que foi apenas um mal jeito, mas quero exames pra confirmar.

—Okay. —Ela caminhou até a mesa pegando o tablet e digitando algumas informações. —Eu pensei que o hospital tivesse sido vendido? —Não resistir eu realmente não esperava encontrar ela ali.

—Eu também. —Não entendi, ela era a dona do hospital como ela não... —Eu vendi depois que descobrir que o Edward ficava vindo aqui todo o dia pra ficar naquele andar. —Ela não conseguiu disfarça a raiva no tom de voz. —Eu ganhei de presente, mas o hospital ficou no nome dá família. O que significa que quem controla ele é o presidente da empresa. Eu era apenas a diretora do hospital. Meu filho era o meu chefe então ele mandava e desmandava no que quisesse nada do que eu ordenava era o suficiente para manter ele longe então eu decidir vender, ele pode ser o CEO, mas eu junto com meu marido ainda sou dona da maior parte das ações e eu vendi pela primeira oferta que apareceu. Alguns meses depois eu descobrir que ele usou uma outra pessoa para comprar o hospital no nome dele, ele usou o próprio patrimônio para continuar dono do hospital e continuar sua rotina. —Eu não sabia o que fazer com tudo aquilo, era bem mais do que eu esperava ouvir. Durante todo esse tempo eu apenas me convencia de que ele estava bem e de que tinha seguido a vida depois de alguns meses, mas a realidade era bem diferente disso e eu não sabia se estava pronta para continuar ali. —Eu vou pedir a uma enfermeira para acompanha-las a sala de exames.

Não consegui encarar ela e mantive meus olhos na minha princesinha que estava completamente distraída com seu pirulito. Senti uma lágrima escorrer pelos meus olhos sem que eu pudesse controlar usei as costas da mão para enxugar. Não podia fazer aquilo ali, não pelo lugar e nem por causa da testemunha. O único motivo que me fazia ser forte era aquele pequeno serzinho nos meus braços.

[Cont...]

Notas Finais

Obrigada pelos comentários no capitulo passado.
¨*Os erros nas falas da personagem Giovanna são propositais devido a idade dela.
Espero que tenham gostado! E o grande momento da fic está chegando...
10/04/2019

STORM - CAPÍTULO 27

Isabella Swan

Já era de se esperar que minha mãe não escutaria e apareceria ali, principalmente depois de que a Mirela comunicar a ela que a Giovanna iria precisar ficar com o braço imobilizado por alguns dias. Ela não tinha quebrado nada apenas precisava manter imobilizado por causa de uma torção.

—Como ela está? —Encarei minha mãe sem saber como reagir à presença dela.

—Bem. A Mirela não pediu para você esperar em casa? —Perguntei. Odiava quando ela não me escutava.

—E a minha neta eu não podia apenas deixar ela aqui como se não significasse nada. —Revirei os olhos diante do drama depois reclamava que eu super protegia ela.

Eu ri sabendo que levar com bom humor era a melhor opção.

—Ela está bem está com a Esme colocando a tala. —Pelo menos não era um gesso, seria apenas uma tala e eu teria que garantir que ela permanecesse com aquilo no braço. O primeiro dia seria fácil à empolgação de está com o braço imobilizado que uma criança de quatro anos sentiria o que viria depois seria complicado.

—Esme Cullen? —O rosto dela transmitia toda a surpresa do momento.

—Que outra Esme conhecemos? —Rebati com outra pergunta. —Eu fui comprar uns analgéticos.

—A Giovanna ficou com uma estranha sozinha? —Olhei pra ela entendendo completamente o que ela estava falando. Minha filha era muito chata se tratando de estranhos e dificilmente ficaria sozinha com um. Mas a Esme tinha um jeito muito bom com crianças e em poucos minutos conseguiu a confiança da minha princesa.

—Ela não é estranha. —Justifiquei mesmo entendendo perfeitamente o que ela disse. —Eu disse que ia a farmácia e perguntei se ela ficaria ali quietinha com a doutora Cullen ela disse que sim e eu não estou ouvindo choro o que significa que ela está bem. E outra a Mirela está ali com elas minha filha está completamente segura.

—Porque esse hospital? Tem outros diversos espalhados na cidade o que você perdeu aqui?

Já tínhamos discutido essa semana por causa dessa mesma situação, minha mãe precisava entender que eu já era grandinha e estava curada e ela não tomava decisões por mim.

—Quem a trouxe pra cá foi a Mirela eu não estava com elas.

O rosto dela ganhou uma coloração avermelhada. Claramente imaginando que eu tinha ido até o Edward.

—Eu não fui até ele se é isso que você está pensando. —Omiti a história completa, eu realmente não tinha ido até ele agora se o destino quis que nos encontrássemos era algo que eu manteria pra mim até minha mãe se controlar em relação a essa história. —Eu fui ao cemitério visitar o tumulo do Antony e do Thomas levar flores e me despedir.

—Como você está? —A expressão preocupada dela foi rapidamente substituída por um sorriso preocupado. Eu sabia que esse comportamento dela foi apenas nas melhores intenções. Ela era mãe e tinha sofrido com meu estado e ainda não tinha voltado completamente ao normal, meu estado nãotinha perturbado somente minha paz tinha levado muita gente junto.

—Bem, foi bom me despedir deles esse era mais um passo que eu tinha que dar.

—Meu amor. —Ela se aproximou de mim e me abraçou de uma forma delicada. —Porque você não me avisou? Eu ia junto.

—Era algo que eu precisava fazer sozinha. —Não queria me prolongar naquele assunto. —Eu vou entrar e ver como ela está.

—Eu vou com você. —Sabia que não conseguiria manter ela distante. Por um milagre eu tinha conseguido convencer ela não se mudar junto comigo para a Itália, a me deixar recomeçar minha vida sozinha.

Depois de algumas batidas na porta entramos no consultório onde a minha filha estava. Meus olhos ficaram surpresos quando eu vi o braço dela envolto por um gesso.

—Meu Deus. Você não disse que ia colocar apenas uma tala? —Perguntei a Esme. Eu sabia que ela tinha sido muito legal em permanecer ali conversando com a minha filha enquanto a tala era colocada.

—Bom tentamos com a tala, mas ela não deixou no lugar então achamos melhor colocar o gesso para ter certeza de que ela vai manter o braço imobilizado. —Encarei o bracinho dela com aquilo sabia que eu teria muito problemas com aquilo, logo ela iria ficar muito mais incomodada do que com a tala.

—Meu amor. —Me aproximei pegando minha menina no colo. —Se comportou?

Ela abriu o sorriso mais sapeca do mundo.

—Olha. —Ela ergueu o bracinho dela me mostrando o gesso cor de rosa.

—Nos podemos conseguir um desenhista e fazer um desenho bem bonito das princesas. —Ela deu um grito animada.

—Meu Deus eu já posso imaginar como ela vai ficar chata com isso no braço. —Minha mãe conhecia bem a neta que tinha. —Daí-nos paciência. —Eu ri da expressão dela mesmo sabendo que ela não estava exagerando.

—Bom eu já expliquei como funciona os medicamentos a ela. —Ela apontou para a Mirela. —É necessário muita atenção para as reclamações de dor e saber se é o caso de voltar, caso não aconteça eu espero ver ela daqui a uma semana para uma revisão e dependendo do estado dela já tiramos o gesso. Eu expliquei os cuidados que é necessário ter com o gesso para a Mirela, se você quiser eu posso repetir pra você. —Ela disse gentilmente.

—Não a necessidade. —Eu estava morrendo de vergonha de ficar perto da Esme, eu não sabia como eu iria lidar com tudo que tinha acontecido no passado e não fazia ideia se eu devia informar a ela o que tinha acabado de acontecer. Eu tinha deixado o filho dela sair transtornado por ai e não fazia ideia de onde ele estava e nem como ele estava. O melhor a fazer seria sair de perto de tudo aquilo e pensar em como lidar co tudo aquilo. —A conta do hospital eu pago aonde? —Nem tinha me preocupado com isso e não sabia se a Mirela tinha cuidado disso na hora que elas deram entrada. O plano da minha filha não cobria ali e eu precisava rever isso. Eu tinha planejado tanta coisa na viajem e tinha esquecido completamente das coisas mais essenciais.

—Esse hospital é seu não acho que você deva pagar a conta. —Ela me deu um sorriso triste. O pensamento me levou direto ao Edward e sua atitude de comprar o hospital.

—Okay. Obrigada! —Minha filha tinha sido muito bem tratada e até mesmo eu recebi um tratamento que eu não merecia.

—Posso me despedir dessa princesinha? —Ela ergueu os braços para a minha filha que brincava com o meu cabelo. Meus olhos desceram automaticamente pra ela observando como ela estava quietinha, bem mais do que o normal.

—Claro. —Não havia nenhuma motivo para que eu não permitisse. Ela pegou a Giovanna do meu colo e apertou-a com delicadeza.

—Foi um prazer conhecer você princesinha.

—Eu também gostei de conhece você, nos podemos se amiga e binca no paque. —Quase cinco anos e minha filha ainda comia todos os r das palavras.

—Sim eu vou adorar brincar no parque com você. —Era evidente que minha ex-sogra, ou sogra ainda, não sei, estava muito emocionada. —Você fez um bem danado a sua mãe. —Não consegui controlar e uma delicada lágrima escorreu pelo meu rosto. Senti a mão da minha mãe no meu rosto enxugando-a. —Agora vá e lembre-se de manter esse braço quieto para podermos tirar o gesso rapidão. —Ela brincou apertando o narizinho da minha filha.

—Vou fica quietinha. —Aquela promessa não duraria nem uma hora.

Eu quase chorei quando minha filha apertou os bracinhos em torno do pescoço da Esme novamente. Peguei a Giovanna nos braços assim que elas se soltaram e pela primeira vez nesses dois dias que eu estava de volta a essa cidade eu me permitir ter esperanças de que talvez por um milagre tudo podia dar certo.

—Tchau Esme. —Me despedi sentindo meu coração cheio de amor por aquela mulher na minha frente.

—Na verdade eu posso falar com você? —Ela se voltou a meu.

—Eu acho melhor não. —Minha mãe se meteu antes que eu pudesse responder. Olhei pra ela com uma cara feia. Eu quis ralhar com ela. Eu tinha total capacidade de responder por mim mesma.

—Em particular. —Completou minha sogra encarando minha mãe com um olhar firme, não se deixando intimidar.

—Claro. —Respondi. Eu estava morrendo de medo do que ela pudesse me falar, mas eu merecia tudo que viesse. —Eu... Mirela você pode ficar com a Giovanna pra mim? —Não pedi minha mãe porque sabia que ela podia se negar apenas por teimosia e não fiquei com ela nos braços, porque mesmo me trazendo muita calma, dependendo do que minha sogra me dissesse eu tinha medo de não ser o suficiente. —Vá a lanchonete ou ao parquinho que tem no jardim? —Sugeri, não sabia se o parquinho ainda existia, mas esperava que sim. Seria bom para a minha filha se distrair.

—Venha comigo princesa. —Minha filha abriu o maior sorriso do mundo, nada a deixava mais radiante do que ser chamada de princesa. Graças a ela eu conhecia todas as princesas da Disney, todas suas histórias e suas estupidez. Porque vamos confessar tem umas princesas bem burras.

A Mirela saiu e a postura da minha mãe indicava que eu teria problemas para conseguir a privacidade.

—Por favor, mamãe. —Pedi.

—Ela está bem não queira destruir isso. —Minha mãe gritou com a Esme e aquilo me surpreendeu muito, aquela agressividade não era dela. A Esme apenas deu de ombros.

—Por favor. —Ergui minha voz. Ela me deu as costas saindo do consultório me deixando sozinha com a Esme. Eu entendia que ela estava apenas tentando me defender e se fazia tudo aquilo era porque me amava e tinha medo de que eu voltasse a ficar naquele estado. Mas ela não tinha o direito de se comportar assim e teríamos que ter outra conversa sobre isso. —Me desculpa. —Falei para a Esme e não sabia exatamente pelo que eu estava me desculpando. Podia ser pelo passado e por tudo que eu tinha causado e protagonizado, podia ser pelo ocorrido a minutos atrás, podia ser pelo comportamento da minha mãe a segundos atrás e tantos outros motivos que eu apenas preferi assumir que era por tudo.

—Eu não sabia o que fazer. Devo confessar que não foi surpresa pra mim sua filha. —Eu encarei ela não entendendo. —Nos piores dias do Edward eu apenas contratei um detetive pra encontrar você, não foi tão difícil e em menos de um dia ele tinha me entregado um dossiê e seu novo endereço. —Senti meu corpo inteiro tremer, imaginando o quão ruim as coisas tinha estado para ela chegar aquele ponto. —Eu peguei um avião e fui pra Itália. Naquele dia eu estava disposta a tudo a implorar se fosse necessário, você não tem ideia de como é paralisante você ver seu filho se destruindo e não poder fazer nada. —Nem tentei controlar minhas lágrimas sabia que eu choraria muito. —Por isso eu relevo o comportamento da sua mãe, eu sei como ela está se sentindo. Quando eu cheguei lá no endereço que o detetive tinha me passado eu me surpreendi em ver você no jardim com um bebezinho no colo eu não tinha lido o dossiê, o que você estava fazendo não me importava. Mas você aparentava está tão feliz brincando com o bebê. Você sorria para aquele embrulho rosa nos seus braços e os seus olhos brilhavam, da forma que eu só tinha visto antes quando você olhava pro Edward no começo do casamento de vocês. Eu não tinha o direito de bagunçar sua felicidade, eu sempre gostei muito de você e isso não era justo eu quero te arrastar de volta pra toda essa merda. Então eu fui embora sem nem sair do carro, voltei pra casa e fiz o melhor pra cuidar do meu filho e eu cuidei. Passamos por maus bocados, mas ele está tentando. Hoje eu posso dizer que verdadeiramente ele está tentando, fazendo o melhor que consegue. Então se você não tiver certeza do que quer ou não confiar no que você diz sentir, se esse sentimento não for forte o bastante deixa ele. Segue sua vida, seja feliz com a sua filha. Que é uma menininha linda. E deixe ele seguir com a dele. Sei o quanto eu estou pedindo, mas eu sou mãe e se vocês não se fazem mais bem é o momento de deixar ir. —Ela tinha me dado coisa demais pra pensar, saber que ela tinha ido na Itália atrás de mim porque o Edward estava mal a ponto de preocupá-la assim me desestabilizava. Mas tinha uma coisa que eu não tinha nenhuma dúvida...

—Eu sinto muito. —Ninguém devia está aquentando mais minhas desculpas e muito menos saber como , mas eu não sabia o que eu precisava fazer para que eu conseguisse demonstrar o quanto eu estava me sentindo mal. —Quando eu fui embora eu... —Não queria explicar aquilo pra ela principalmente porque eu não sabia se ela ia entender.

—Sei que sente. Não vou dizer pra você que te perdoou pelo que você fez com ele porque eu estaria mentindo. Racionalmente eu sei que você fez o que precisava ser feito e que ele fez coisas horríveis com você. Até hoje eu não consigo perdoa-lo cem por cento por ter colocado a mão em você naquela delegacia. Nada, nada nesse mundo justifica aquilo. E provavelmente pelo histórico de erros dele o abandono foi nada comparado. Mas ele é meu filho e eu que acompanho o sofrimento dele.

—Eu sei e não fico chateada na verdade é muito importante que alguém cuide dele. E por mais estranho que pareça eu o amo demais e vou fazer o que tiver no meu alcance para fazê-lo feliz. Agora eu preciso ir minha filha precisa almoçar. —Eu tinha escondido dela o fato de que eu tinha visto o Edward, mas eu não queria confessar que eu tinha abandonado ele e eu queria muito que as coisas fossem mais fácil e aquilo era entre eu e ele.

—Você já foi lá em cima? —Ela me perguntou e eu parei. Não, subir até lá necessitaria de muito de mim e eu não estava pronta. —Eu pensei que você viria no lançamento. —Não entendi. —Sua mãe não te contou e nem te entregou o convite né?

—Eu não faço ideia do que você está falando? —Soou como uma pergunta.

—Não sei como explicar suba lá e você vai ver do que eu estou falando. —Não estava pronta para pisar naquele andar eu não estava nem um pouco preparada.

Antes que eu conseguisse organizar meus pensamentos para responder alguma coisa o pager dela apitou e ela pegou conferindo.

—Eu gostaria de continuar a conversa, mas eu estou sendo chamada para uma emergência. Suba lá você vai gostar. —Ela se inclinou e depositou um beijo no meu rosto e saiu me deixando sozinha. As palavras dela ainda dançavam na minha cabeça, eu queria saber mais sobre tudo aquilo eu nem tinha conseguido me acalmar da revelação dela e ela me deixou ali só com as suas palavras e cheia de curiosidade. —E pense bem antes de ir até ele se você não confiar no que vocês dois sentem um pelo outro deixe ele em paz.

[Cont...]

Notas Finais

*Os erros nas falas da personagem Giovanna são propositais devido a idade dela.
Nem sei o que falar... Chorei tanto escrevendo o próximo capítulo e estou louca para ver o que vocês vão achar dele... Volto ainda essa semana.

STORM - CAPÍTULO 28

Isabella Swan

Saio do consultório depois de alguns muitos minutos, eu tentava colocar minha cabeça em ordem e tentar imaginar o que seria que tinha acontecido no sexto andar pra minha sogra ter mencionado aquele assunto. Porém não conseguia me concentrar o suficiente e sabia que só teria algum hesito quando eu parasse de tentar adivinhar e perguntasse ou fosse conferir com meus próprios olhos. Só que para essa última eu precisava de uma coragem que eu não possuía. Minha mãe me encarou notando meu estado, óbvio se aproximou de mim em claro sinal de preocupação.

—O que aconteceu com o sexto andar? —Fui direta, eu precisava saber e só tinha ali uma pessoa que eu podia perguntar.

—Foi isso que ela quis conversar com você? Foi para encher sua cabeça de merda.

—Ela não encheu minha cabeça de nada e eu quero saber o que você está me escondendo. —Minha mãe tinha mudado muito, se tornou uma pessoa chata e controladora. Era difícil manter um dialogo com ela nos últimos anos, principalmente quando o sobrenome Cullen está envolvido.

—Eu não vou entrar nessa Isabella se quer tanto saber suba lá. —Ela me encarou demonstrando bem como estava jogando comigo. Era de total conhecimento dela que eu ainda não estava tão bem assim e que subir lá seria como dá um passo maior do que minha perna e eu acabaria caindo. E mesmo tendo total consciência daquilo eu apenas virei as costas e entrei caminhei até os elevadores pronta para nada, mas disposta a entrar no jogo dela e mostrar que eu não era tão fraca quanto ela estava tentando me fazer parecer.

A Mirela se aproximou de mim com a minha filha, minha garotinha vinha andando sendo segurada pela mão da babá que a continha. Depois da chamada que eu tinha dado na Mirela ela não desviaria os olhos da minha princesinha por um bom tempo.

—Continue o passeio com ela, existe um parque em algum lugar por aqui. —Recomendei. Minha voz tremia, meu corpo parecia está entendendo o que eu faria e não estava nada preparado. Não queria minha filha perto de mim naquele estado. —Eu preciso fazer uma coisa e assim que eu terminar vamos embora. —Prometi.

Talvez algo na minha aparência ou expressão a fez nem perguntar nada. Mirela interrompeu seus passos e manteve minha princesa próximo a ela se abaixou ficando na altura da Giovanna e cochichou algo no ouvido dela que apenas deu um sorriso animado. Nem doeu saber que eu tinha sido trocada por alguns brinquedos. Naquele momento era o que eu mais queria, paz pra fazer o que eu precisava.

—Isabella. —Minha mãe tentou pegar meu braço assim que eu entrei no elevador que graças aos céus estava aberto. Como se só me esperando.

—O que foi mamãe? —Eu sentia meu corpo fervendo de raiva por ela está me obrigando a tomar aquela atitude.

—Eu te conto. Vamos pra casa que lá eu te digo tudo que você quiser saber. —As portas se fecharam e eu inclinei meu braço apertando o botão seis. Meu corpo inteiro doeu como se eu tivesse levado um choque de alta voltagem, era meu psicológico brincando comigo. Eu quase me encolhi, as lágrimas já banhavam meu rosto só que eu estava muito decidida a não dá pra trás, não agora. —Filha...—Ela parou na minha frente. Suas mãos quentes tocaram meu rosto. —Vamos pra casa. Ele fez um centro de referencia filantrópico para bebês que nascem com problemas no coração como o Antony. — A voz dela estava alguns tons mais alta e eu não me intimidei. Levei mais tempo do que o necessário para compreende o que ela tinha dito e respirei fundo buscando forças para não desmoronar. Precisava me manter firme. Ela tinha toda a razão eu não precisava fazer aquilo. Se era a informação que eu queria eu tinha tido não precisava me forçar aquele ponto. Não precisava correr o risco, me inclinei para apertar o botão que me levaria ao térreo quando a porta do elevador se abriu revelando o corredor onde eu tinha passado os momentos mais difíceis da minha vida. Era o mesmo lugar e eu sabia apenas por se tratar do mesmo hospital e do mesmo andar, fora isso aquele corredor em nada me lembrava do lugar que eu tinha passado tanto tempo. As paredes foram pintadas em um tom alegre de azul, era um azul vivo que trazia alegria só de olhar. Por cima da tinta vários desenhos feitos de forma bonita, flores, borboletas, corações, arco-íris, era tudo tão alegre. Os antigos bancos para acompanhantes foram trocados por cadeiras que estava na cara que era bastante confortável.

—Eu pensei que você sabia, na época em que ele lançou só se falou sobre isso. O quão generoso ele estava sendo em direcionar dez por cento de todo o lucro pessoal para caridade. —Me surpreendi ainda mais em saber que ele tinha usado o próprio dinheiro para isso. Dez por cento do nosso lucro pessoal antes quando eu me importava com isso era muita coisa.

Sai do elevador não conseguindo dar as costas aquilo, eu precisava ver com meus próprios olhos.

—Eu não sabia de nada. —Não menti. Antes eu era o tipo de pessoa que adorava me manter informada, durante o café da manhã fazia questão de ler todos os jornais que tivessem disponíveis e durante o dia eu tinha vários alertas que me mantesse sempre informada sobre tudo. Mas depois de tudo aquilo eu nem sabia mais o que era me interessar por notícias. Minhas lágrimas de dor foram afastadas e algo bom tomou conta do meu coração.

—Depois de alguns meses que você sumiu e depois de supostamente a mãe dele vender o hospital ele apenas apareceu lá em casa, como era de costume e eu pensei que seria mais uma noite em que ele ficaria implorando para que falássemos onde você estava ou desse seu número ao menos. Mas ele apenas me comunicou o que estava pretendendo fazer com o hospital e pedindo a nossa autorização. Afinal o dinheiro que ele queria usar também era seu. Eu e seu pai pensamos um pouco e chegamos a conclusão de que você iria querer isso e que era uma bonita forma de homenagear seu filho. Ele era o seu procurador e nem precisava vir pedir nada. Depois daquele dia ele nunca mais voltou a pedir pra falar com você ele ainda vinha querendo saber se você ao menos estava bem, mas não pedia mais do que isso. —Senti as lágrimas banharem ainda mais meu rosto, eu estava claramente recebendo mais do que eu queria e muito mais do que eu esperava. Durante todos esses anos a ideia de algo daquele nível jamais passaria pela minha cabeça, eu nunca teria controle o suficiente para administrar um projeto assim, principalmente naquele hospital e muito menos naquele andar. Mas eu não podia negar que tinha sido algo bonito, algo que só ele teria capacidade de fazer.

Eu não sabia descrever o que eu estava sentindo naquele momento. E seria muito errado culpar minha mãe por ter me omitido aquilo, eu fugi, eu escolhi me manter longe e quando eu entrei naquele avião com destino a Itália ficou bem claro que eu não queria saber.

—Eu pensei, passei noites e noites em claro pensando se eu devia ou não te contar. Você tinha acabado de ter a guarda dela garantida eu não queria que você voltasse a esse inferno. —Ela segurou meus ombros com força me impedindo seguir em frente. —Olha pra você. —Ela me virou me fazendo parar de olhar em voltar e a encarar. —Não tem nem vinte e quatro horas que você chegou e eu já estou vendo você nesse estado. —Eu não sabia o que dizer. Meu corpo inteiro doía e parecia que minha cabeça iria explodir de tanto que latejava. Porém em momento nenhum eu me sentia como antes, eu só estava triste por tudo aquilo que estava sendo jogado sobre mim sem o menor cuidado. —Estou te implorando que você volte pra Europa, seja feliz com a sua filha. Não fique aqui. Se divorcie. Conheça outro homem ou fique sozinha não importa, mas não volte pra esse homem, não volte pra essa cidade você não vai conseguir ser feliz com ele.

Paralisei não entendendo o que ela queria dizer com aquilo.

—Você acha que eu vou conseguir viver com outro homem? Que eu ao menos considero isso. O que eu sinto por ele não vai desaparecer. —Disso eu não tinha nenhuma dúvida. Depois de tudo que tínhamos passado eu não tinha nenhuma duvida do que eu sentia por ele. —Eu o amo e vou lutar com todas as minhas forças. Eu só consegui seguir em frente lá pelo amor que eu tinha pela minha filha, mas não teve um segundo que eu não queria que ele estivesse lá comigo.

Ela tirou as mãos do meu ombro em um movimento cansado.

—Então porque você foi embora? —Ela tocou no meu ponto fraco. Até hoje eu não sabia responder aquela pergunta. Ou talvez eu soubesse e apenas não queria confessar nem pra mim mesma. —Eu vou te responder o porquê você foi embora, na verdade você sabe que ele te faz mal, que a presença dele que deixava você daquele jeito. Na sua primeira semana na Europa você por conta própria procurou um psicólogo e começou a se tratar sozinha, sem que ninguém precisasse pedir. —Senti meu estomago embrulhar com a verdade sendo jogada na minha cara.

—Fiz aquilo pela minha filha. —Não era mentira, ela era a razão da minha vida e da minha cura também. Minha voz estava estranhamente viva. —Foi por isso também que me afastei, aquele médico encheu minha cabeça fazendo eu realmente acreditar que meu marido era o que me fazia mal quando a Bridger apareceu na minha vida eu apenas não pude correr o risco se aquele médico estivesse certo eu não podia expor minha filha. —Pela primeira vez eu estava me permitindo confessar aquilo. Meus pensamentos ainda era confuso e eu não sabia ao certo o que eu estava sentindo. —Mas longe dele e de tudo aquela dor não passava. Ele não estava lá, eu não estava aqui e eu continuava sofrendo. —Eu soluçava, mas não parei ela precisava entender. Agradeci pelo corredor está completamente vazio, não queria testemunhas para aquele momento. —Nunca passou, tinha vezes que eu fingia pra agradar vocês e depois que ela começou a crescer pra não preocupar ela, mas mamãe não teve um dia em que eu não chorei antes de dormir, chorei pelo que eu tinha perdido e pelo que eu estava perdendo porquê eu era a droga de uma covarde. Se eu estou melhor foi porquê eu me permiti me tratar e não por estar longe do Edward. Então pare de querer culpar ele pelo que aconteceu. Eu aprendi uma coisa muito importante no meu tratamento foi que eu devo parar de querer culpar os outros pelo que eu fiz. Se você quer culpar alguém me culpe porque foi eu que deixei tudo desmoronar, foi eu que surtei e não soube lidar com a morte do meu filho. Não é justo querer jogar toda a culpa em cima dele. Na maior parte do tempo tudo que ele fez foi tentar me ajudar. Teve seus erros e droga... Mas se quer culpar alguém culpe a mim. Vamos lá. —Pedi, sem o menor medo do que ela pudesse me dizer.

—Ele traiu você. —O argumento dela era estúpido. Ela aparentava tão cansada até para aquilo.

—Que burra eu vou está sendo de perdoar uma traição. —Eu disse deixando claro todo o meu deboche, eu só tinha descoberto que meu pai tinha perdoado uma traição dela há pouco tempo. Era algo antigo, mas que ainda estava ali. Ela se sentou em um banco de espera deixando todo o corpo jogado demonstrando todo seu cansaço. Dei as costas ao elevador encarando ela. —Eu também traí ele mamãe. Eu posso não ter ficado com outra pessoa mais eu quebrei cada promessa que fiz a ele. Quando eu embarquei pra Itália deixando tudo pra trás eu estava traindo ele e tudo mais que eu fiz sem ao menos consultar ele não deixou de ser uma traição. Quando eu parei de ser a companheira dele, aqui mesmo nesse mesmo corredor há quase nove anos atrás eu o traí, quando eu resolvi culpar ele por tudo o que estava acontecendo eu também trai ele. Foram tantas e diferentes formas de traição. Estamos tão acostumados com a traição ser apenas sexual que esquecemos de todas as outros meio de trair. Foi diferente minhas traições da dele e pra alguns o que ele fez foi muito pior do que eu fiz, mas não anula minhas atitudes e mesmo assim antes dele me trair ele me perdoava por tudo o que eu fazia, por cada vez que eu faltava. —Ela segurou meu rosto limpando minhas lágrimas. Não conseguia, porém eu precisava continuar. —Eu só quero tentar pelo amor que eu sinto por ele e se ele for capaz de me perdoar eu sou completamente capaz de perdoar ele. —Coloquei a mão por cima das dela tentando acalmá-la. Era meu primeiro dia de volta e eu jamais planejei está passando por nada daquilo, pelo menos não tão cedo. —Só quero uma chance, mais uma e se não dê certo eu prometo que sigo em frente vou dar o meu melhor e de forma nenhuma eu vou me permitir chegar naquele estado de novo, mas por tudo que nos vivemos eu preciso tentar e eu quero tentar. Eu o amo demais para apenas deixar ele ir.

Os olhos dela foram atraídos para trás de mim, no primeiro segundo ela parecia aterrorizada e depois ela apenas deu um sorriso triste que me fez encarar o que ela via. Meu coração parou ao ver o Edward ali parado atrás de mim de qualquer pessoa e qualquer situação eu não esperava ele. O rosto completamente coberto de lágrimas só provava que ele tinha ouvido pelo menos uma parte do que eu tinha dito e confessar meus pecados assim não era fácil e não saber como ele reagiria me deixava à beira do pânico. Aquele era meu limite eu não suportava mais, precisava de ar. Nem nos meus melhores dias eu podia lidar com dois embates seguidos, muito menos depois de tudo que eu tinha passado hoje. Eu ainda teria que descer e fingir por todo a caminho de casa para que minha filha não me visse chorar e muito menos naquele estado.

—Isabella... —Antes que ele conseguisse se aproximar eu ergui meu corpo ficando de pé e dando algumas passas para ganhar distancia dele.

—Eu quero muito ter essa conversa com você, mas não agora. Nesse instante eu não consigo. —Não fiz o menor esforço para esconder como eu estava a beira de uma crise. Quis tanto conversar com ele, mas não daquela maneira. Para nosso reencontro e nossa conversa eu tinha planejado completamente está no controle.

Ele me deu um sorriso calmo que contrastava completamente com seu rosto banhado em lágrimas e seus olhos inchados.

—Eu posso te pegar para um encontro hoje a noite? —Precisei de mais tempo do que de costume pra entender que ele estava propondo. Era o nosso recomeço. De uma forma tranquila. —Sem pressão apenas quando você estiver pronta. —Ele colocou a mão no bolso da calça em um conhecido sinal de nervosismo.

—Tenho uma filha pequena preciso ver, mas eu te mando uma mensagem. —Minha voz não falhou em nenhum momento e eu não conseguido evitar sorrir pra expressão dele. Era completamente irreal pelo estado que meus sentimentos se encontravam, mas aquela plenitude dele era contagiante.

—Estarei esperando. —Assenti e virei as costas precisando ficar sozinha para me encontrar dentro daquela bagunça de sentimentos.

[Cont...]

Notas Finais

Preciso confessar que adorei escrever esse capítulo e que chorei horrores. Espero que tenham gostado também. Estamos chegando ao final. Comentem, recomendem e indique a história (vamos ajudar ela a crescer).
Vim convidá-los a conhecer minha mais nova fanfic. É uma história que eu sempre gostei muito e que finalmente eu estou podendo escrever e adoraria ter você comigo nessa.
♥ Titulo: As filhas da minha noiva
♥ Gênero: Comédia Romântica (E uma pitadinha de drama)
♥ Sinopse: Eu juro que quando ela me disse que já era mãe, sei lá imaginei que fosse uma criança, que eu me livraria assim que eu casasse com ela. Mas nunca, nem nos meus piores pesadelos, eu poderia imaginar que eram 4 crianças, ou melhor quatro pestes que estavam dispostas a fazer tudo para acabar comigo.
♥ Link: https://morganasalvatore1.blogspot.com.br/p/fanfics.html
♥ Convido-os a conhecer meu site: http://morganasalvatore1.blogspot.com/
Capítulo não betado.
19/04/2019

STORM - CAPÍTULO 29

Isabella Swan

Encarei minha filha dormindo, ela tinha dado mais trabalho do que de costume para pegar no sono e o gesso no braço tinha atrapalhado bastante. Tínhamos tido choro porque ela queria tirar o gesso e depois muita manha porque ela queria dormir na minha cama e comigo. Mas agora ela estava ali deitada completamente apagada, uma hora mais tarde do que era a rotina dela. O fuso horário atrapalhava. No momento em que ela tinha que está dormindo ela queria está brincado e quando devia está acordada estava dormindo. Os dois primeiro dias foram complicados, mas ela estava se adaptando melhor do que o esperado.

—Dormiu? –Encarei minha mãe. Os olhos dela refletiam todo o medo.

—Sim. – Optei por não entrar naquele assunto de novo. Ela tinha seus motivos e eu jamais a julgaria por ter medo, eu mesma tinha. Mas não era justo ela querer ditar como eu viveria e o que era ou não permitido. —Tem certeza de que pode dá conta se ela acordar? –Aquela seria a primeira vez que eu sairia a noite e ela costumava dormir a noite toda, mas de vez enquanto ela acordava querendo dormir comigo e eu não sabia como ela iria reagir sem que eu tivesse ali. Eu não sabia como seria nossa noite e qual fim teríamos, por isso precisava garantir todas as possibilidades. —A Mirela vai ajudar quando chegar da faculdade.

—Eu acho que posso cuidar dela por algumas horas e se ela acordar daremos um jeito, qualquer coisa eu te ligo. – Prometeu.

—Okay.

Dei mais uma olhada na minha princesinha deitada completamente apagada no quarto que tinha sido preparado exclusivamente pra ela pela minha mãe. O ambiente era um misto de tons de rosa de muito bom gosto e que tinha como tema central as mais diversas princesas. Como era de se esperar minha filha adorou. Puxei a porta fechando-a um pouco deixando uma brecha para caso ela acordasse e quisesse sair, ela já tinha altura e sabia abrir as fechaduras, mas mesmo assim queria facilitar o máximo.

—Se ela estiver chorando muito dê uma mamadeira. –Eu não tinha conseguido excluir por completo a mamadeira da vida dela e mesmo que de dia priorizávamos os copos bonitinhos com canudos. Na madruga uma boa mamadeira resolvia a maioria dos problemas.

—Eu sei cuidar dela. –Minha mãe me repreendeu, mas era tão difícil deixar ela mesmo que fosse por apenas algumas horas.

—Obrigada. –Sabia o quanto aquilo significava com ela e mesmo não concordando com o que eu faria, ela não estava fazendo nada para me impedir.

—Sou sua mãe você pode contar comigo pra tudo.

Descemos as escadas da casa dela e meu pai me recebeu com um sorriso que me acalmou. Ele não estava me julgando, ao contrário, ele me dava forças para seguir o que eu quisesse. Como ele dizia “Era minha vida e eu podia fazer o que eu quisesse”.

—Tem certeza de que o Cullen merece tudo isso? –Não tinha nada demais. Eu estava em um vestido longo discreto – não sabia onde ele me levaria e optei por algo que ficasse bem na maioria dos lugares, meus cabelos como de costume estavam soltos e o único diferencial era que nas pontas estava um pouco ondulado. Apenas um batom tingia meus lábios, tinha dispensado a maquiagem por que sabia que eu choraria essa noite, de qualquer forma que fosse uma certeza era que teríamos lágrimas fossem de tristeza ou alegria.

—Me deseje sorte. –Pedi.

—Não será necessário. –Me garantiu. —Ele vai entender seus motivos. Como eu queria ter certeza de que ele me entenderia, as vezes nem eu conseguia acreditar nos meus motivos como eu tinha sido influenciada.

[...]

Ele dirigia com calma pelas ruas, foi estranho aquele primeiro momento, estávamos tão constrangidos um com outro que nem parecia que já tínhamos sido um casal um dia. Parecia nosso primeiro encontro e eu não conseguia entender todos os meus pensamentos, porque não era nosso primeiro encontro. Estávamos ali para ter uma conversa que definiria todo o resto, teríamos que cavar um buraco fundo e desenterrar um passado que estava seguramente enterrado e não tínhamos nenhuma garantia de quais monstros emergiriam junto e se conseguiríamos nos livrar deles.

—Eu pensei em um restaurante um pouco mais privado. –Explicou quando estacionou em frente a um pequeno restaurante, não era nada comparado ao que frequentávamos no passado, nenhum aspecto luxuoso e se fosse pra definir eu diria caseiro, sim aquele restaurante tinha uma aparência caseira. —É comida Italiana, as massas são incríveis e eu espero que você ainda goste. –Ele parecia inseguro, correu os dedos pelo cabelo. Dei um sorriso sincero a ele. Sim eu ainda gostava e como gostava dele. Meu coração batia disparado só de ter ele ali tão perto. Eu tinha escolhido a Itália pra ser o lugar que eu “recomeçaria” exclusivamente por amar a comida. Então poder comer uma comida Italiana naquele momento me daria a sensação da tranquilidade que eu tinha experimentado na Itália durante todo esse tempo e para aquela conversa nada seria melhor.

—Sim eu ainda gosto. –Minha afirmação o fez relaxar a expressão preocupada.

Ele saiu do carro e deu a volta abrindo a porta pra mim.

—Obrigada. –Agradeci a gentileza.

—Não por isso.

[...]

Já tínhamos feito o nosso pedido e um silêncio incomodo tomava conta da nossa mesa. Ele tinha pedido um local mais afastado, para garantir nossa privacidade. Era um restaurante que por dentro perdia a aparência caseira e ganhava um clima romântico, a iluminação baixa, mesa enfeitadas com velas e flores deixavam o ambiente com um clima romântico e ao mesmo tempo erótico. Foi impossível não ficar me questionando como ele tinha descoberto aquele lugar, se ele tinha vindo como outra mulher – aquele não era o tipo de lugar em que você come sozinho e muito menos com sócios. Era um lugar que esbanjava romance. Mordi meus lábios me punindo por está sentindo ciúmes, eu não estava aqui e ele podia fazer o que quisesse. Não sabia se eu devia puxar o assunto, não sabia se eu deveria apenas deixar as coisas acontecerem ou se devíamos jantar primeiro e depois começar a falar sobre aquilo.

—Fique calma eu não quero pressionar você se não estiver confortável pra falar sobre isso não precisamos fazer isso agora.

—Você deve está cheio de perguntas? Não é justo com você. Nunca foi – Eu não devia ter deixado ele no escuro durante sete anos da nossa vida, mas eu fiz eu omiti tanta coisa dele. —Vamos fazer logo isso, não quero me enganar com uma chance que eu não sei se eu vou ter.

—Eu sempre vou te dar uma chance. – Ele parecia está sendo sincero.

—Mas não devia. – Preferi não esconder o que eu sentia, não era justo com ele e eu estava ultrapassando a cota de abuso querendo que ele apenas perdoasse todas as minhas ações. Ele tinha todo o direito de me odiar, ficar com raiva ou ao menos perceber que entre nos dois as coisas não funcionava mais, eu não era mais aquela que ele precisava pensar em cada detalhe antes de agir. Eu queria e precisava que ele fosse sincero comigo. —Quando eu fui internada eu estava grávida, nossa ultima noite fomos irresponsáveis e bom eu engravidei. —Aquele assunto era delicado pra mim, era um dos piores eu nunca me perdoei por ter omitido dele e ter decidido fazer um aborto, quando era algo natural era, mas eu tinha escolhido e por mais que naquela época aquela fosse minha melhor opção hoje eu não conseguia deixar de pensar e se... E se aquele bebê que eu esperava fosse diferente dos outros, e se ele nascesse bem, e se eu conseguisse manter a gravidez. Mas quando eu fui informada os únicos e se eram negativos, e se ele nascer mal, e se eu tiver que passar pela mesma situação do Antony – eu não aguentaria de forma nenhuma, se fosse daquele jeito de novo eu desistiria de verdade.

—E fiz um aborto. – Já tinha escondido aquilo por tempo demais, ele não merecia nada disso, não merecia o que eu tinha escondido dele.

—Eu sinto muito. – Ele se inclinou e pegou minha mão.

Fechei os olhos com força. Eu não queria que ele sentisse muito por mim, queria que sentisse muito por ele por eu não ter dado nem a oportunidade dele participar daquela decisão.

—Você não entendeu EU fiz o aborto, eu decidi interromper a gravidez. – Não tinha feito nenhum exame além do que confirmou a gravidez, não quis correr o risco de ter a menor esperança de que aquele bebê pudesse ser diferente de todos os outros. —Nem dei uma chance. —E também fiz uma laqueadura, mesmo tendo muitos métodos contraceptivos eu não quis correr o risco.

—Eu entendi na primeira vez Isabella. – Ele apertou minha mão com delicadeza. —E sinto muito, não te julgo pelo que aconteceu e se eu tivesse sido consultado eu mesmo teria sugerido e insistido nisso. – Os olhos dele transmitiam uma calma que eu não merecia, nem mesmo quando ele falou sobre o fato de não ser consultado sobre aquela decisão ele manteve a calma e uma sinceridade que me doía. As primeiras lágrimas começou a escorrer pelos meus olhos e ele se inclinou e secou. —Eu não te julgo Isabella, você fez o melhor. Nenhum de nos dois podíamos lidar com ... – ele engoliu e não concluiu o que pretendia falar.

—Com? – Insisti.

—Outra gravidez. —Ele apenas disse e os olhos dele e sua postura deixava claro que ele estava com medo de como eu reagiria a fala dele. —Um filho, qualquer coisa. Nos estávamos no limite e qualqueroisinha nós não iriamos conseguir.

—Não se politize, por favor, eu não sou mais aquela mulher fraca eu aquento as coisas agora então apenas fale tudo eu preciso saber e se vamos tentar eu preciso que você seja sincero comigo.

Encarei ele torcendo para que ele entendesse que eu realmente precisava que ele fosse sincero comigo.

—Não sei o que te dizer. – Confessou. Soltou minha mão e suspirou encostando o corpo no encosto da cadeira. —Eu passei uma boa quantidade de tempo querendo odiar você, mas como eu faria isso depois de tudo. Eu quis que as coisas fossem fáceis. Imaginei que aquela clinica poderia realmente te fazer bem e fez, mas não significa que o seu bem era perto de mim.

—Não é bem assim.

—Eu não estou julgando. Nada me deixa melhor do que ver você assim de tudo o que você passou e de tudo que eu causei a você. A melhor coisa é poder ver você bem se eu pudesse desejar uma única coisa no mundo isso estaria no topo. – Fechei os olhos controlando as lágrimas. Aquela frase dele soava tão verdadeira que eu nem via como rebater. —Mas posso confessar que eu estou bem curioso de como tudo aconteceu, queria muito que você apenas tivesse falado comigo.

—Você não teria me deixado ir. – Não escondi o que eu pensei na época em que eu decidir parti eu tinha pensado em falar com ele e foi uma decisão cem por cento consciente ir sem comunicar ele.

—Só posso apenas dizer que não sei. Pensando agora eu só consigo chegar à conclusão de que iria fazer de tudo para entender seus motivos, mas olhando tudo o que eu passei depois que você se foi sei que estaria mentindo eu levei muito tempo pra entender e enxergar quais motivos a fariam partir assim.

—Aquele médico vivia ligando meu estado a você, na cabeça dele você era o grande culpado por eu não ter conseguido viver meu luto. Sua traição, ele dizia que eu tinha mudado o foco e por isso nunca consegui aceitar a morte do meu filho. – Evitei os olhos dele, eu tinha pedido sinceridade a ele e precisava ser sincera também. Mas não queria ver o estrago que fazer isso causaria. —Eu nunca acreditei naquilo sempre discutia com ele dizendo que ele estava louco, depois de muito recusar eu comecei a aceitar o tratamento, aquela era a única forma deu sair daquela clinica. Coforme o tempo ia passando eu fui me adaptando aos tratamentos e tinha alguns momentos que até eram legais. – Não resistir precisando ver como ele estava reagindo aquilo. Ele mantinha o semblante calmo. —Eu me ofereci pra ajudar com alguns tarefas comunitárias apenas pra poder sair de lá tomar um ar. Foi ideia de uma colega que eu fiz lá. Um dia nos fomos distribuir sopa na rua para os mais necessitados. O lugar onde fomos era bem perto do centro e mesmo de longe eu conseguia ver o prédio da Cullens e eu não resisti esperei o primeiro sinal de distração e fugi, eu não acreditava em nada do que aquele médico falava e queria ver você muito. Eu estava andando pelas ruas tentando achar qual era o caminho que me levaria ao prédio que eu conseguia ver do alto, quando eu acabei me confundindo e entrando em um beco o som de uma mulher pedindo ajuda atraiu minha atenção e escondida atrás de uma lixeira estava a mulher que mudou toda a minha vida. – Ele precisava saber daquela história. Tudo tinha mudado graças aquele dia. —Quando eu cheguei perto dela eu percebi que ela estava muito grávida, uma barriga imensa. Ela não estava muito consciente e seus braços deixavam claro o porque, ainda tinha uma agulha próxima a ela. Eu não tinha um telefone e não fazia ideia de onde era o prédio da sua empresa, eu conseguia ver ele toda vez que erguia os meus olhos, mas eu não conseguia chegar até ele. Sequer me lembrava do nome da rua para poder perguntar a alguém. Minha primeira reação foi parar alguém na rua e pedir por ajuda, mas ninguém ao menos teve a decência de ligar para o socorro, acho eu que eles imaginava que eu também era uma drogada. Todos com muita pressa nem se davam ao trabalho de me escutar. Eu voltei correndo até onde eu tinha fugido e pedi ajuda eles melhor do que ninguém saberia o que fazer. – Ele me olhava seu olhar refletia que ele estava trabalhando tentando registrar tudo e entender a conexão.

—Eu não acredito que você fugiu. —Quando percebeu que tinha minha atenção ele me deu um sorriso divertido.

—Precisava ver você e aquele médico não deixava não vi outra maneira. Já disse que nunca acreditei quando ele culpava você e queria provar a ele que não mudaria nada ter você por perto. – Apenas dei de ombros. —Eu vou pular toda a chatice, mas depois de levarmos ela para o hospital eu acabei gritando com ela e a chamando de inconsequente, eu ainda estava abalada pelo aborto e não entendia como ela podia continuar se drogando mesmo estando grávida e o médico tinha me afirmado que o bebezinho dela era perfeito. Ela me confessou que tinha tentado parar mais não conseguia então eu ofereci pagar para ela está na mesma clinica que eu estava, ali o povo era bem chato e se eu não tinha conseguido fugir ela poderia pelo menos concluir sua gravidez na paz. Ela estava com sete meses e aceitou minha proposta.

—Sua filha. —Não foi difícil pra ele chegar a conclusão.

—Sim minha pequena Giovanna. Quando eu socorri a mãe dela, Chelsea, eu não imaginei de forma nenhuma que aquela mulher iria mudar minha vida daquele jeito. Ofereci ajuda apenas porque eu não consegui deixar pra lá. Jamais imaginei que ela iria me dar aquele presente.

Ele me olhou com o típico olhar de quem não acreditava muito em mim.

—Estou falando sério quando eu a conheci eu nem considerei isso. Naquela época eu não achava possível amar como um filho um bebê que não era meu de sangue, principalmente depois do Antony eu achei que nunca conseguiria sentir aquilo de novo principalmente se não fosse meu filho de sangue. —Eu tinha sentido muito amor pelo Thomas, mas não foi parecido com o que eu senti pelo Antony e levei muito tempo pra entender que o que eu senti pelo Antony eu não voltaria a sentir por ninguém e que cada um teria um espacinho no meu coração de forma diferenciada.

—Nós nos tornamos muito amigas nos últimos meses de gravidez dela. —Fechei os olhos me recordando que eu realmente gostava da companhia dela, não tinha perdoado o que ela fez mais não anulava os bons momentos que tínhamos passado na clinica.

—O que aconteceu com ela?

Respirei fundo e buscado me acalmar antes de falar. Fomos interrompidos pelo garçom trazendo nossos pedidos, fomos servidos em um silencio confortável. O cheiro da comiga estava maravilhoso e eu me senti tentada a experimentar. Ele agradeceu ao garçom e eu peguei meu talher me servindo de um pouco da comida. Soltei um gemido aprovando completamente o sabor, ele tinha acertado em cheio. Assim que engoli ele estava me olhando com um sorriso agradável e limpo, mesmo com o peso da nossa conversa interrompida ainda pesando ele parecia calmo e transmitia isso em cada poro. Eu conseguia me contaminar pelo bom humor dele e não resisti abrindo um sorriso.

—Que foi? Não me olhe assim eu aprendi a apreciar as pequenas coisas. —E tinha mesmo aprendido. Uma comida boa, uma sorriso especial, um momento apena bom era coisas que agora eu costumava me apegar e valorizar. Já tinha dado muita confiança as coisas ruins.

—Eu fico tão feliz em ver você feliz assim.

—Obrigada por ser tão legal. —Agradeci verdadeiramente. Eu não fazia ideia de como ele estava verdadeiramente, tínhamos muita coisa pra conversar ainda.

Comemos nossa entrada aproveitando que estava quente ele ria vez ou outra quando eu soltava algum gemido enquanto experimentava o quão bom estava aquele prato e era só a entrada.

—Quer me contar o que você tem feito de bom? —Eu estava tão curiosa tinha passado tanto tempo off que apenas precisava saber.

—Não muito, aposto que minha vida não teve tanta emoção quanto a sua. —Pontuou e eu duvidava muito. —Eu depositei toda minha energia no projeto em homenagem ao nosso filho. —Percebi que ele queria dar as coisas por encerada ali.

—Eu quero detalhes e as coisas ruins também. —Ele revirou os olhos e eu levei outra colher de comida a boca aguardando pela resposta dele.

—No começo quando você foi internada naquele primeiro ano eu apenas me entreguei ao trabalho esperando que a atitude dos seus pais trouxessem bons resultados, quando o médico começou a falar que você estava ficando bem eu comecei a me desesperar e me entreguei ainda mais ao trabalho. Quando seu pai me comunicou que você foi embora eu apenas perdi a razão, meu maior medo tinha se concretizado e você tinha me deixado, não vou mentir e dizer que aceitei isso de forma fácil, porque não foi assim eu fiquei com muito ódio. Na minha cabeça você me devia ao menos uma conversa antes de desaparecer pelo mundo.

—E devia mesmo. —Interrompi.

—Então eu me demiti da empresa. —Encarei ele sabendo que ele devia ter ficado muito mal pra chegar ao ponto de pedir demissão. —No começo meu pai tentou me dissuadir da ideia, mas eu sabia que não teria cabeça e que acabaria fazendo merda de novo e não queria arriscar o patrimônio de toda a família. Nos primeiros meses eu fiquei enchendo o saco dos seus pais eu queria falar com você, mas eles não cediam então eu comecei a beber, beber muito para me livrar da dor. Quando eu estava bêbado não doía tanto. Acho que aquele foi meu fundo do posso, eu não conseguia mais ficar sóbrio doía muito e o tempo todo como eu bebia para aliviar a dor então eu bebia o tempo todo, não que isso fizesse a dor sumir, mas dava a sensação e difícil se concentrar em qualquer coisa quando tudo está fora de foco.

—Meu Deus Edward. —Senti meu corpo dolorido, era como se eu tivesse levado um soco. Eu realmente me propus a acreditar que ele iria ficar no mínimo normal.

—Eu tive um momento muito ruim e minha mãe teve muito esforço pra me trazer de volta a real. Não vou dizer que fiquei bem, eu ainda sofria muito e não via muito propósito em viver, voltei ao trabalho apenas pra agradar minha mãe – não voltei ao meu cargo por que não queria aquele tipo de responsabilidade então fiquei com um cargo menor e foi muito difícil largar a bebida, mas eu já estou a um ano sóbrio. —Ele me mostrou uma fichinha.

Só ali eu observei que ele estava bebendo apenas um suco.

—Eu nem sei o que dizer.

—Só não se culpe. Por favor. Foi uma decisão minha.

Como se fosse fácil assim.

—Por causa das minhas escolhas. —Não dava pra apenas para retirar minha culpa.

—E das minhas. —Pontuou. —Não quero que seja assim, já deixei isso para trás apenas quero as coisas que vieram o que passou já passou. —Ele pediu e novamente pegou minha mão.

—Quer que eu apenas deixe pra lá.

—Não quero que você não se culpe por isso.

Novamente fomos interrompido pelo garçom.

—Me conta o que aconteceu com a ... Chelsea? —Pediu assim que ficamos sozinhos de novo. Claramente mudando de assunto.

Respirei fundo buscando com calma pra lidar com aquele momento, eu mesma tinha um rio de duvidas sobre ela.

—Quanto ela completou nove meses de gravidez ela perguntou se eu queria o bebê. —O Edward me encarou e eu podia identificar a expressão que eu tive na época no rosto dele. Eu tinha ficado muito surpresa quando ela falou aquilo como se o bebê fosse uma coisa em que ela podia dar pras pessoas. —Depois ela explicou que o plano era dar para adoção, mas que se eu quisesse eu podia ficar pra mim.

A expressão no rosto dele demonstrava toda a indignação que eu senti na época, mas hoje reavaliando eu via de uma forma diferente. Ela não tinha condições de ter um filho não estava curada do vicio e nem tinha planos de se livrar, apenas estava fazendo o que podia para dar uma chance aquele bebê que estava dentro dela. Nunca quis me dizer o porquê e nem como as coisas aconteceram para ela chegar aquele ponto, mas eu sempre conseguia ver uma dor muito grande nos olhos dela e mesmo quando usava o humor pra tentar esconder na maioria dos momentos os olhos não escondia o verdadeiro sentimento.

—E você apenas aceitou? —Tinha um tom de julgamento que ele não conseguiu disfarça e eu gostei de saber de certa forma como ele se sentia.

—No começo não eu disse ela que não funcionava assim e que ela não podia me dar o filho dela. Preciso confessar que tentei dissuadir ela da escolha de adoção, eu disse que podíamos dar um jeito, eu poderia conseguir um emprego pra ela e ajudava nesse começo. Mas ela recusou. Dois dias depois de me oferecer o bebê ela entrou em trabalho de parto e eu como única pessoa próxima, já que ela se recusou na clinica a informar nome ou algum parente, fui com ela. O parto dela foi rápido e simples zero complicações e ela deu a luz a coisinha mais fofa desse mundo. Quando eu vi a Giovanna pela primeira vez eu senti algo que eu não sei explicar, não era o sentimento que eu senti pelo Antony na primeira vez que vi ele, nem de perto. Mas tinha algo ali que... Ficamos no hospital por alguns dias e eu ajudava ela a cuidar do bebezinho quando ela precisava. No dia que ela recebeu alta ela me comunicou que não voltaria a clinica e que o bebê ficaria o hospital saberia o que fazer com ele. Eu implorei para que ela não deixasse a menininha ali, mas ela não queria me ouvir, foi quando eu aceitei, sem pensar em mais nada eu apenas disse que ficaria com o bebê e que ela deveria me dar um tempo pra formalizarmos os papeis da adoção. Eu não podia virar as costas e deixar aquela menininha ali sozinha.

Encarei o prato principal, provavelmente já tinha esfriado e por melhor que aparentava estar falar daquele assunto me fez perder a fome por completo.

—A clinica não aceitava crianças então ficamos em um hotel discreto, óbvio que eu pedi ajuda dos meus pais. Meu pai depois de me perguntar cem vezes se era isso mesmo que eu queria deu entrada nos documentos de uma adoção direta, não queríamos de forma nenhuma que ela entrasse no sistema. Apenas algumas semanas depois ele consegui a guarda completa da menina pra mim.

—Charlie Swan. —Ele debochou do poder que meu pai tinha no seu meio. Óbvio que pra ele tudo seria mais fácil e rápido.

—Exatamente. Eu não queria deixar que ela ficasse sem pai no documento e meu pai te deu uns papeis pra você assinar que você abria mão de responder por ela eu ainda tinha copias do seus documentos no meu antigo escritório e meu pai conseguiu fazer milagre com aquilo. —Ele riu meio que ligando as coisas.

—Bem que eu estranhei muita coisa naquele papel, mas ele me garantiu que era apenas um documento legal no qual eu abria mão de responder por você e como já estava há mais de um ano naquela clinica eu apenas quis deixar você livre de mim se assim você quisesse que eu assinei sem nem dá importância as pequenas linhas.

—Você não estava abrindo mão de mim naquele documento. Desculpa por ele ter mentido pra você e por eu ter registrado ela no seu nome sem nem falar nada e ainda por cima mentindo pra você. —Pedi sabendo que aquilo tinha sido bem errado, mas eu apenas precisava de um respiro. Eu tinha feito muita coisa sabendo que teria que lidar com cada uma dela.

—Posso lidar com o fato de que legalmente eu tenho uma “filha?” que eu nem ao menos conheço. —Tinha um ressentimento no tom de voz dele que ele não fez nenhuma questão de esconder. —Só não posso dizer que eu vou ser o pai dela ou qualquer merda do tipo. Você sabe o que eu acho sobre adoção e mesmo que eu considerei isso por algum tempo quando a gente estava tentando, agora eu apenas não sei, se quer estamos juntos... E nesse momento eu não sei de nada. —Confessou e eu gostei de saber como ele se sentia, eu precisava disso.

Eu não quis lidar com aquilo agora, também não tinha o que ser dito não sabia o que tínhamos ou o que teríamos e nunca iria exigir que ele fosse o pai dela. Estava tudo bem eu e ela já éramos uma super equipe.

—Depois da mãe biológica dela garantir que eu ficaria com a guarda ela desapareceu sem deixar rastros. Nunca mais ouvi falar dela. Quando ela saiu da minha vida o máximo que eu dei foi um cheque apenas pra ter certeza de que ela ficasse bem. Ela tinha uma ligação com a minha filha que eu nunca conseguiria ter e por mais que naquela época eu não concordasse com as atitudes dela e nem a entendesse eu não podia virar as costas cem por cento. Passei muito tempo com medo de me entregar ao sentimento pela minha filha e ela voltar querendo a menina de volta então eu fiz o mesmo que eu fazia com o Thomas eu cuidava dela da melhor maneira possível, mas me repreendia por cada sentimento que eu tinha. —Ele reagiu melhor do que eu esperava quando eu falei do filho dele, apenas um sorriso saudoso.

—Eu nem consigo acreditar que você amava meu filho.

—Se eu não tivesse feito isso escondido muita coisa poderia ter acontecido diferente. —Garanti. Começando com aquele dia no julgamento se alguém mais além de mim e da Victoria soubesse o quanto eu amava aquele menininho as pessoas teriam entendido que eu jamais poderia machucar ele. Não gostava de voltar a esse assunto, não era porque agora eu conseguia lidar com minha dor que eu gostava de ficar cutucando as feridas que ainda estavam se cicatrizando. Ter sido acusada, percebido que pessoas que eu amava não acreditavam na minha inocência e conseguiam ver em mim um monstro daquele tipo não era o problema, ter perdido aquele menininho, não ter conseguido ser rápida o suficiente e nem boa (com os primeiros socorros) que me deixava mal. Apenas eu podia ter salvado ele e eu não consegui. Essa sensação me aterrorizava volta e meia. E ao mesmo passo que eu sabia que a culpa não tinha sido minha e que eu fiz tudo o que eu podia eu não conseguia evitar todo o ruim e a culpava que volta e meia me aterrorizava.

—Baby eu sinto tanto não ter acreditado em você eu sinto tanto que eu nem consigo dizer.

—Não vamos voltar nisso. —Pedi. —Não vale ficar se afogando em um mar de culpa, você errou eu errei e esses erros são grandes demais pra serem consertados, podemos seguir em frente e ir lidando com eles aos poucos ou querer enfrentar tudo agora e acabar não resistindo a tudo isso.

—Uau. —Ele não escondeu a supressa. —Você está tão madura.

—Sete anos e duas consultas com uma psicóloga e uma consulta com uma psiquiatra por semana faz a gente se conhecer melhor. —Dei meu melhor sorriso

Ele não resistiu e me acompanhou sorrindo.

—Só não se engane eu ainda tenho meus momentos ruins e são bem ruins. —Não podia engana-lo.

—Posso lidar com isso. —Garantiu com convicção.

Fomos novamente interrompidos pelo garçom que se aproximou perguntando se tinha algum problema com nossos pratos principais intocados até aquele momento. O Edward negou, enquanto me deixava absorver tudo aquilo, ele pediu ao garçom que retirasse os pratos e trouxesse nossas sobremesas. Acho que percebendo que estávamos ali mais pra conversar do que comer o garçom fez o que foi indicado. Eu tinha estado tão nervosa que eu nem lembrava se o rapaz de cabelos escuros e olhar simpático tinha se apresentado quando chegamos. Ele saiu levando nossos pratos intocados e o Edward me encarou se demonstrando apreensivo.

—Então como vai ser? —Não precisei de muito pra entender o que ele queria dizer.

—Não dá pra voltar ao que tínhamos antes...

—E nem quero. —Afirmou com convicção. Eu entendia o que ele quis dizer com aquilo, o que tínhamos foi bom durante algum tempo e depois ficou ruim, muito ruim mesmo.

—Podemos apenas deixar ir acontecendo e ver aonde vai dá.

[Cont...]

Notas Finais

Eu estava muito ansiosa pra vocês lerem esse capítulo. Espero ter esclarecido muita coisa e que tenham gostado! Essa é a primeira parte desse jantar a segunda vem em breve e eu sei que foi meio superficial e faltou ... emoção, mas esse não é o final (principalmente desse passado) e isso é tudo o que eu vou falar. #SEMSPOILER
Comentem! Recomendem! Estamos chegando ao final, sejam legais comigo...
Não betado.
01/05/2019

STORM - CAPÍTULO 30

Isabella Swan

—Que se acalmar. —Encarei minha mãe tirando a mão da boca, eu tinha desenvolvido essa mania horrível de roer as unhas quando eu estava nervosa.

—E se ela não gostar dele ou ele não gostar dela? —Não conseguia explicar o que eu andava sentindo. Eu e o Edward estávamos juntos a três meses e só agora eu me sentia pronta para apresentar ele a ela e ela a ele, ele já tinha visto algumas fotos e vídeos e eu sabia que eu tinha feito uma descrição detalhada dela, mas não era a mesma coisa de ter eles dois no mesmo ambiente.

—Não surte por antecipação, deixe as coisas apenas acontecerem. —Minha mão pegou minha mão apertando, nossa relação tinha melhorado tanto. Acho que depois que percebeu que mesmo tendo o Edward na minha vida isso não significava que eu ia despencar novamente. De alguma forma ela se convenceu que eu podia ficar com ele e ser feliz.

Olhei ao redor vendo como o meu apartamento estava impecavelmente arrumado, foi uma grata surpresa encontrar aquele lugar. Era perfeito e combinava demais com meu estilo novo principalmente na decoração. Dividindo o hall com a sala de estar tinha uma estante vazada na cor branca com diversos enfeites, porta retratos, acessórios e livros. Uma mistura quase que exata do moderno com o antigo. O chão de madeira de demolição polida clara contrastava com as paredes de vidro. Os moveis eram em sua maioria de mogno escuro, apenas a mesa de centro era em um ferro batido na cor preto fosco. As poltronas em um designer moderno, assinadas por um designer local da Itália que eu fiz questão de trazer da minha casa lá, combinavam quase que milimetricamente com o sofá branco (uma ousadia eu reconheço levando em consideração que eu tinha uma criança em casa). Mas tinha que ser algo muito neutro para não deixar a sala pesada já que as três poltronas pretas, mas a mesa de centro dava uma boa escurecida no ambiente.

—Se acalme seu pai acabou de mandar mensagem e já pegou ela. —Em vez de me acalmar aquela informação me deixou um pouco mais nervosa. Meu pai tinha ficado de buscar ela e acabaria dando uma carona a minha mãe, que só estava ali para me ajudar a preparar algo decente para o almoço. Tinha sido decisão minha não convidá-los para o almoço, seria mais fácil lidar apenas com o Edward e com a Giovanna.

—Ele está mandando mensagem enquanto dirigi? —Senti meu coração disparar só de considerar todas as possibilidades.

—Seu pai nunca sofreu um acidente de carro. —Me lembrou. —E respeita pacientemente as leis de transito. Se acalme. —Eu ficaria mais calma se ela parasse de me pedir calma.

Não podia dizer que eu tinha me apaixonado de novo pelo mesmo homem, porque não foi assim. Ele não era o mesmo homem e perceber essa mudança foi incrivelmente assustador. Não fui à única machucada naquela história, mas sempre achei que minha dor era maior, egoísta eu sei. Só que ele também tinha ficado tão machucado que não sobrou quase nada do homem que eu conheci. Ele ainda era muito amoroso e carinhoso, mas em nada era mais aquele homem confiante e dono de si de alguns anos atrás. Pra tudo ele pergunta/pede autorização, até mesmo para me beijar (mesmo estando juntos a quase cinco meses). Ele ganhou um senso de humor mais frio e mórbido que a maioria das vezes eu não sabia entender (então não achava graça). E aniquilando todo meu medo de não gostar tanto de quem ele tinha si tornado ele voltou a me conquistar nos pequenos detalhes e hoje eu podia dizer que era apaixonada pelo que ele era e não pela memória do que ele já foi.

—Seu pai já está na garagem. —Me sobressaltei ouvindo minha mãe eu estava tão distraída que tinha me esquecido por completo dela. Ele tinha sido rápido e eu nem gostava de pensar que significava que ele estava correndo com a minha filha no carro.

Eu estava melhorando sobre a super preocupação, conseguia deixar ela mais livre e não surtar a cada tombo que ela levava, mas ainda tinha meus momentos. O Edward de certa forma, mesmo sem conhecê-la estava me ajudando a lidar com meus sentimentos conflitantes tanto ou mais do que minha psicóloga nova (que era boa, mas que em nada se comparava com a antiga). Talvez faltasse um pouco de tempo para conseguirmos um maior nível de confiança e ela tinha tanta coisa para descobrir sobre mim e entender tudo que eu passei. Tanto que eu mantinha minhas consultas via vídeo chamada com a minha antiga psicóloga e funcionava tão bem quanto as consultas presenciais.

A campainha tocou e minha mãe se apressou em ir abrir a porta, fiz uma anotação mental sobre eu precisava dá uma copia da chave a eles. Não tinha sentido eles ter que tocar a campainha toda vez que chegavam sendo que era de casa e estavam ali o tempo todo.

Assim que eu ouvi a porta sendo aberta eu abri meus braços já esperando por ela e assim como todo dia ela veio correndo e se jogou nos meus braços.

—Que saudades eu estava da minha princesinha. —Apertei meus braços em torno dela recebendo-a, seu corpinho quente e seu cheirinho de bebe foi o suficiente para me acalmar. —Como foi na escola? —Ela riu se soltando de mim.

—Eu aprendi o número dez. — Ela ergueu as mãos balançando todos os dedinhos.

Eu não estava pronta para ela na escola, no primeiro dia invés dela chorar quem chorou foi eu e muito.

—Meu Deus como você é inteligente. —Apertei as bochechas dela entre os dedos provocando uma careta nela.

Minha mãe entrou na cozinha desligando o único fogo que ainda permanecia ligado.

—Vamos tomar um banho e trocar de roupa. —Ordenei. Eu não tinha falado com ela que teríamos visitas para o almoço apenas por considerar que ela não tinha idade suficiente para saber o que aquilo significava, óbvio que eu o apresentaria como amigo não tínhamos relação suficiente para conseguir nada, além disso, e um grande fato que nos deixava estacionados como amigos colorido é o fato dele não conhecer ela. Não podia ter algo com ele sem que ele a conhecesse.

—Bom está tudo pronto só você esquentar e servir. —Deu um sorriso grato a minha mãe ela tinha me ajudado demais. Ela deixou o avental em cima do balcão e deu a volta ficando na minha frente. O bom da cozinha americana era essa integração.

—Obrigada.

—E eu não ganho um abraço? —Perguntou puxando a trança da Giovanna. Eu já imaginava que ela tinha apenas vindo correndo até mim, ela era tão apegada a mim quanto eu era apegada a ela.

Ela foi e abraçou as pernas da avó.

—Estou indo embora, mas espero você lá em casa para ficarmos na piscina amanhã. —Amanhã era um daqueles dias que eu sabia que precisaria muito ficar sozinha, era aquele dia que não importava quanto tempo passasse eu jamais iria esquecer. Era mais um ano sem meu filho e eu tinha passado o dia todo apenas querendo esquecer amanhã e focar somente no hoje. Quando eu tinha marcado o almoço com o Edward nem tinha passado pela minha cabeça fazer a conexão dos dias, para mim era apenas mais uma sexta qualquer, só que não era e depois quando eu olhei a data e vi o que significava eu apenas fiquei sem jeito de mudar a data, era um almoço. E ele conhecer minha filha não tinha nada a ver com a morte do nosso filho, pelo menos era o que eu tentava me convencer.

—Isabella? —Tomei um susto com o toque inesperado. Encarei e deu o melhor sorriso tranquilizador a ela, sabia que ela estava tão ou mais nervosa do que eu. Ela vivia no limite esperando o momento em que eu cairia. E não era por maldade, ela apenas tinha medo. —Tudo bem?

—Sim, eu apenas me distraí.

—A Mirela vai chegar que horas? —Não gostei de como a pergunta soou e meu semblante fechou na hora, por trás daquela pergunta tinha uma insinuação nada legal. Eu podia cuidar da minha filha sozinha, nunca fiz nenhum tipo de mal a ela ou fui relapsa para justificar aquele comportamento. Ela podia até esperar que eu não aguentasse, mas duvidar que eu não pudesse cuidar da minha filha me tirava qualquer razão.

—Por quê? —Meu tom de voz não soou nada educado.

—Foi só uma pergunta. —Meu pai se adiantou tomando a frente. —Nos estamos indo. Tchau meu amorzinho. —Ele se abaixou ficando na altura da Giovanna e ganhando um beijo dela. —Tchau querida. Se precisar de alguma coisa apenas ligue.

—Tchau princesinha, te espero amanhã e leve seu biquine mais bonito.

—Ta bom. —Minha filha deu o sorriso mais doce do mundo a avó e automaticamente eu me senti culpada. Quando eu precisava minha mãe sempre estava ali e ela amava minha filha só estava preocupada e depois de tudo o que eu passei era uma preocupação com motivos.

—Meu amor por que você não vai lá dentro e separa uma roupa bem bonita que eu já estou indo. —Sugeri querendo poder apenas falar sem que ela ouvisse nada. No mesmo momento ela saiu correndo para dentro, sabia que se eu demorasse demais eu acabaria tendo muito trabalho em arrumar a bagunça que ela faria.

—Desculpe, eu não devia ter falado assim. —Fui sincera. Não tinha dito nada demais, mas o tom era o suficiente.

—Não falei por mal apenas sei que às vezes você precisa ficar um pouco sozinha, eu jamais duvidaria de você como mãe. Ninguém nesse mundo poderia duvidar basta olhar como você cuida dela.

—Desculpa e obrigada novamente pela ajuda. —Ela deu de ombros e se aproximou de mim me abraçando.

—Pare de ficar se desculpando. Já vamos qualquer coisa me ligue. —Assenti.

[...]

Meu coração batia disparado sem saber o que fazer naquela situação, era tão mais difícil imaginar aquele momento do que a forma como as coisas aconteciam. Eu tinha me torturado os últimos dias sem saber como ele iria reagir ou como ela iria reagir a um completo desconhecido. E ali estavam eles como se a presença de um não alternasse nada a perspectiva do outro. Ela tinha dado a ele um pouco de atenção – completamente ciente da novidade de ter um estranho dentro de sua casa e depois chegou ao fim com ela voltando sua concentração quase que por completo a televisão onde passava o desenho preferido dela.

—Eu vou ver o almoço. —Comuniquei me levantando do sofá. Eu sabia que ainda faltavam alguns minutos para a lasanha está na temperatura certa para sair do forno, mas eu precisava de um respiro. Eu estava dividindo o sofá com a Giovanna do meu lado esquerdo e o Edward do lado direito, os dois pareciam bem concentrados na animação que passava na televisão e eu ficava mais nervosa ainda porque sabia que minha relação com o Edward dependeria da interação deles que naquele momento era inexistente.

—Quer ajuda? —O Edward ofereceu enquanto eu começava a me afastar da sala.

—Não, eu apenas vou dá uma checada, já está tudo pronto. —Não menti, eu realmente iria ver só para confirmar que não estava bom. Ele deu de ombros e voltou a encarar a tela, eu não tinha chamado ele ali para ver televisão e sim para ver como ele iria reagir a minha filha.

Da cozinha eu tinha uma visão completa da sala e esperava que deixá-los sozinhos pudesse fazer algo no quesito aproximação.

[...]

Servi a Giovanna enquanto o Edward se servia. Nem deixar eles dois sozinhos foi o suficiente para que eles interagissem de qualquer forma que fosse. O silencio entre eles foi mantido até que eu desliguei a televisão notificando-os que o almoço estava na mesa. Já não sabia mais o que fazer para lidar com aquilo. O silêncio podia ser confortável pra eles, mas para mim era como uma tortura. Eu tinha imaginado todo o tipo de situação, mas nunca que teríamos algo como um jogo para competir qual deles ficava mais tempo em silencio.

Depois de servir a refeição a Giovanna eu mesma comecei a me servir sabendo que eu teria que comer enquanto eu a ajudava – já que ela comia sozinha, mas na maioria das vezes necessitava de auxilio.

—Está uma delicia. —O Edward elogiou e eu relaxei levando uma garfada a boca experimentando também a comida, realmente minha mãe tinha acertado (como sempre), ela não era muito de cozinha, mas aquele era o prato especial dela.

—Vou passar o elogio a minha mãe. —Ele me conhecia o suficiente para saber que nem mesmo seguindo a receita sairia algo daquele nível. Ter me tornado mãe não melhorou nem um pouco minhas habilidades culinárias.

—Eu adoro esse prato. —Assenti eu lembrava bem o quanto ele gostava daquele prato por esse motivo mesmo eu tinha pedido a ajuda da minha mãe.

—Eu sei. —Nossos momentos estavam ultimamente se resumindo em voltar ao passado e reconhecer o que ainda servia como agrado. Muito do que tínhamos desenvolvido pertencia apenas a nos mesmos. Queria dizer que tudo tinha sido fácil, mas eu ainda estava lidando com todas as descobertas, tinha aquilo que eu não queria saber – como, por exemplo, se ele tinha tido outra mulher na vida dele (era passado, eu tinha ido embora por sete anos e era tempo demais para querer exigir qualquer coisa dele). Mas tinha aqueles fatos que eu apenas não podia ignorar. O alcoolismo dele ainda era uma coisa que me deixava muito culpada, tudo na vida tinha consequências e ir embora sem olhar para trás deixaria sua marca, porém eu nunca imaginei que pudesse ferir tanto alguém que eu amava. Mesmo com tudo aquilo estava funcionando muito bem, cada dia tínhamos uma nova descoberta nova. Tocávamos no passado, contudo sem nunca deixar que ele nos consumisse. Houve coisas demais para apenas ignorar e recomeçar do zero, precisávamos dos mínimos detalhes, precisávamos conhecer o limite um do outro já que iríamos realmente tentar novamente.

Sorri para ele encarando nossa situação, os passos calmos mesmo que me deixassem maluca diante das expectativas e possibilidades ainda sim nos dava a segurança que precisávamos naquele momento.

Ele se virou para mim me dando um sorriso confortável, ali ficava claro que ele estava gostando do momento e aquilo me deu uma tranquilidade. Minha filha estava bem tranquila com tudo e comia alegremente como se estivesse em casa sem um completo estranho sentado ali do lado dela.

—Mamãe o Edwaud vai pa piscina com a gente amanhã? —Encarei minha filha sentindo minha bochecha esquentar.

—Infelizmente ele tem alguns outros compromissos. —Menti. Na verdade eu não fazia ideia dos planos dele para o dia seguinte, mas depois desse estresse hoje eu não estava pronta para ter ele na casa dos meus pais em um almoço, não por ele porque eu sabia que ele iria se comportar como sempre (um príncipe), mas sabia que minha mãe não estava pronta para aquilo. Ele me deu um sorriso mais aberto ainda, provavelmente chegando à mesma conclusão que eu.

—Que chato. —Ela tinha aprendido a palavra “chato” e vivia repetindo para tudo que não gostava, a grande culpada disso era minha mãe que ensinou a ela a palavra e o significado. Pelo menos tinha sido chato e não outra palavra pior. Eu apenas tinha parado de tentar repreendê-la e aceitado o chato na nossa vida.

—Mas podemos marcar para outro dia e assim você pode me ensinar tudo que você sabe. —Ela sorriu para ele de um jeito verdadeiro completamente inocente do jeito que só uma criança poderia sorrir.

—Eu megulho igual a seeia. —Uma sereia de boias e que tinha um monte de mãos para pegar ela quando ela cansava de ficar se debatendo.

—Aposto que sim.

[...]

O resto do almoço passou como um borrão, a Giovanna se manteve mais falante do que eu esperei, já que a primeira parte daquele encontro tinha sido um completo desastre. O Edward correspondia da mesma forma sempre atendo ao que ela dizia mesmo com sua língua enrolada e sua comilança dos r e estava sempre disposto a elogia-la ou concordar quando ela mesma o fazia. Quando eu já estava perdendo as esperanças às coisas simplesmente parecem dá certo. Eu estava começando a entender que talvez eu apenas devesse parar de pressionar tudo sempre e deixar o destino fazer seu próprio curso.

—Ei está tudo bem? —O Edward se aproximou mais de mim no sofá e pegou minhas mãos, apenas assenti e as lágrimas traiçoeiras começaram a escorrer eu não queria está chorando estava tudo certo. Para um primeiro momento ele e a Giovanna tinham se dado super bem, agora ela estava no quarto mostrando algo para a Mirela que tinha chegado a pouco então não tinha motivo para aquelas lágrimas. —Você está me deixando nervoso. Eu fiz alguma coisa errada? Disse algo? —Ele beirava o descontrole, ainda tínhamos muito que trabalhar.

Foi minha vez de negar inverti nossas mãos apertando-as dele com o máximo de força.

—Eu estou verdadeiramente bem. —Respirei fundo sentindo as verdades da minha afirmação. Eu tinha dito tanto aquelas palavras para tentar melhorar as coisas e agora apenas era real, eu estava mesmo bem. Não totalmente curada e depois do que eu passei acho que eu nunca estaria, aquela dor de perder – o luto, ele jamais me deixaria por completo, só que eu me sentia forte para conseguir lidar com ele. —Meu mundo parecia que tinha sido chocalhado e virado de cabeça para baixo sem me dá a menor chance e agora parece que ele está do jeito certo, eu voltei a ter o controle das coisas ainda está a maior bagunça, mas eu sinto que eu consigo colocar a maior parte das coisas no lugar.

Ele suspirou aliviado.

—Eu vou fazer o que eu puder para te ajudar com isso. —Prometeu.

—Mas vamos ficar apenas com o que serve certo? —Precisava saber.

—Sim, o que estiver estragado vamos apenas jogar fora. Nesses últimos anos eu aprendi que tem coisas que não tem conserto. —Ele me puxou para os braços dele e me abraçou retribui o contato aceitando que eu precisava daquilo mais do que eu imaginava.

—Eu amo você Edward. —O tempo em que eu fiquei ausente me deu muito para pensar, muito o que duvidar, mas eu nunca deixei de sentir aquilo por ele.

—Eu amo você Isabella e acho você completamente louca por me perdoar depois de tudo. —Não resisti rindo. Não tinha nenhuma certeza da minha sanidade, mas poderia lidar com aquilo.

Passinhos apressados batendo contra o assoalho me fizeram me afastar dele e usar o braço para enxugar minhas lágrimas.

—Mamãe Edward. —Quando o som da voz dela nos alcançou eu já me sentia completamente recuperada da minha crise de choro. —Olha o que eu fez.

Ela entrou a sala segurando um papel na mão.

—Vem cá e me mostra. —Chamei erguendo os braços para pegar ela no colo, nada me trazia mais paz do que ela. Graça aquele pedacinho de gente eu ganhei um propósito para reagir quando já não havia esperanças. Ela era o começo e o fim do meu final feliz.

[FIM]

Notas Finais

Finalmente chegamos ao fim de uma das experiências mais profundas que eu já me permiti compartilhar. Simplesmente foi um mergulho sem nenhuma segurança e no final eu sai a salvo. Espero que assim como eu vocês tenha aproveitado a experiência - não foi algo cem por cento feliz e teve ponto onde vocês apenas não aprovaram, porém essa é a história.
Façam essa autora feliz (meu aniversário é daqui a dois dias) é comentem a história, recomendem, indiquem ao amigos.
Obrigada as 223 pessoas que acompanharam, aos 633 comentários e as 8 recomendações - números importam e ao mesmo tempo não importam.
Não é o fim definitivo ainda falta o epilogo e se minha inspiração se manter eu trago ainda essa semana se não volto em breve.
Não betado.
20/06/2019

STORM - CAPÍTULO 31

Isabella Swan

Meus pés tocavam a grama bem cuidada delicadamente, eu simplesmente precisava daquele momento. Tinha certeza de que o Edward entenderia meus motivos e perdoaria meu atraso. Eu não precisaria realmente está ali, tinha vindo no começo da semana com o Edward e ontem com a minha filha mais velha, mas eu não queria fazer aquilo sem eles e de alguma forma estando ali naquele momento eu sentia que eles estariam comigo naquele dia.

Aproximei-me da tumba e toquei as fotinhas já fazia tanto tempo e meu peito ainda parecia sangrar da mesma forma a única diferença e que agora eu parecia forte o bastante para suportar e seguir em frente, muita coisa boa tinha acontecido na minha vida e isso compensava todo o esforço que eu tive que fazer eu jamais me perdoaria se eu tivesse deixado de viver aquilo e desistido.

—Oi filhos. —Dobrei meus joelhos na grama, bem entre os túmulos dos dois. Eu tinha desenvolvido a mania de ir ali e simplesmente contar toda minha vida para eles, falar mesmo que “sozinha” me ajudava a entender. —Hoje é o dia em que eu e seu pai vamos refazer nossos votos. —Não era um casamento já que nunca tínhamos verdadeiramente assinado os papeis do divórcio. —Estamos... não na verdade eu estou muito nervosa e tive que fugir e vir aqui porque de certa forma conversar com vocês me acalma de um jeito que eu nunca vou conseguir explicar. —Toquei o rostinho do Thomas na fotinha do tumulo. Deixando que os bons sentimentos e as boas memórias que eu tinha dele enchessem meu coração de coisas boas. Era quase instantânea a paz que apenas está ali me proporcionava. —Não vou poder ficar muito. As noivas só podem se atrasar um pouco e eu tenho certeza de que até fazer o caminho de volta eu já vou ter excedido minha cota, mas eu volto em breve. —Deslizei meus dedos pela fotinha do Antony e organizei as flores que o vento tinha movido.

Eu não consegui achar ruim o fato deu ficar indo ali de vez enquanto ver meus filhos, eu não me incomodava nem um pouco de chamar o Thomaz de meu, eu cuidei dele tanto quanto eu cuidei do Antony, eu tive uma ligação com ele muito poderosa e não dava apenas para esquecer o que vivemos. Eu tive muito tempo e muitas sessões com minhas psicólogas para aprender a aceitar que eu amava aquele menino como se fosse meu filho e por isso que eu fiz tanta questão de esconder ele, de esconder o que eu sentia por ele –por medo, eu apenas fui medrosa. Hoje eu reconhecia que eu o amava como meu e nenhum sangue seria capaz de mudar aquilo. Ele foi o maior afetado pela minha loucura. Okay se nada daquilo com o Antony tivesse acontecido provavelmente ele não teria existido, mas ainda sim eu não anulava minha culpa. Eu estava em um estado que fazia com que todos tivessem que focar em mim e está com toda atenção em mim e aquele menininho perdeu tudo que uma família como a nossa poderia proporcionar, éramos carinhosos ao extremo e eu dizia isso baseado em como minha família recebeu minha filha e todos nossos demais filhos.

—Eu infelizmente tenho que ir, mas prometo que volto o mais breve possível. — Toquei mais uma vez as fotinhas deles e me levantei. A necessidade de está ali era justificada, hoje era um dia importante para mim e mesmo tendo total certeza do que eu queria ainda sim eu estava tendo que lidar com todo o nervosismo da situação em que eu estava, era uma emoção de ansiedade boa e eu não conseguia afastar a vontade de ter meus filhos ali comigo, de ter todos eles. Dizer adeus não era fácil, aceitar que eles tinham partido não era nada fácil, mas eu tinha conseguido, tinha conseguido bem mais do que eu já achei possível.

[...]

Cheguei em casa e a movimentação da equipe de decoração estava a todo vapor, pessoas com arranjos de flores, moveis e tecidos. Por aquele estado eu não devia está tão atrasada o quanto parecia.

—Isabella onde você estava? —Tomei um susto com a minha mãe surgindo do corredor da cozinha, ela estava responsável pela comida. Assim como minha filha estava cuidando da minha roupa e eu deixei a Alice responsável por toda a decoração.

—Eu precisei sair por alguns minutos.

—Desistiu? —Ela me encarou temerosa, as mãos foram ao cabelo em um claro sinal de impaciência. Nos últimos anos o Edward não tinha reconquistado só a mim. Ele teve muito mais trabalho com ela do que teve comigo, mas ele conseguiu e voltou a ser o genro preferido dela (é único).

—O que? —Só tinha saído por alguns minutos, não era como se eu tivesse perdido a hora do meu casamento. —Claro que não. Foi só uma saída já estou de volta e vou me arrumar antes que realmente eu me atrase.

—Você já está atrasada. —Ela me repreendeu. —A Giovanna está ficando doida com a sua ausência.

Revirei os olhos. Era um completo exagero da minha menina mais velha, o trabalho que ela tinha feito criando o meu vestido (desenhando e o costurando) tinha sido impecável e a última prova, que tinha acontecido ontem, provava isso. Ficou um trabalho lindo, o vestido estava cumprindo todos os meus requisitos e tinha um tom de modernidade e excessos de detalhes que o tornava deslumbrante. Ela teria uma carreira solida com o universo da moda da forma que ela desejava.

—Vou até ela então.

—O cabeleireiro e a maquiadora chegaram há alguns minutos e já estão com as princesinhas.

—Elas se comportaram?

Minha mão balançou a cabeça negando. Já esperava por aquela resposta, elas duas era as crianças mais agitadas do mundo. Não eram muito aptas às ordens e entender o não era muito complicado o que deixava-nos sempre a um ponto de surtar. Mas já eram parte da nossa família e estavam melhorando aos poucos.

—O Edward teve que intervir e coloca-las no banho, mas tirando isso...

—Ele está aqui? —Perguntei temerosa. Não podia permitir que ele me visse antes do casamento, mesmo que já tivéssemos atingido nossa cota de azar para uma vida não queria correr o risco.

—Não ele foi embora depois de coloca-las sobre algum controle. —Sim com toda a certeza se existia alguém que conseguia o melhor delas era o Edward, nem mesmo eu tinha conseguido me aprofundar nelas como ele tinha o dom de fazer e mesmo sendo contra no começo pela quantidade hoje elas eram a vida dele.

Ele estava se arrumando na casa dos pais, ou melhor, do pai. A mãe dele tinha falecido há um pouco mais de seis anos atrás, o câncer dela tinha voltado mais agressivo e depois de uma metástase ela não aguentou muito e faleceu. Foi tempos muito difíceis e eu tive que ser forte ao extremo para dá todo o suporte ao Edward, aceitar que a mãe tinha assinado uma ordem de não ressuscite foi impossível. Eu de certa forma conseguia entender o porquê ela tinha feito aquilo, ela sabia que seu estado ficaria cada vez pior e que ela apenas ficaria vegetando em uma cama de hospital e não queria isso para si. Ouso a imaginar que ela tinha medo de ser o que o Antony foi para mim para a família dela, ela tinha visto tudo que eu fiz para manter o Antony vivo, mesmo quando já não tinha nenhuma esperança e ela não queria que a família dela passasse por isso. O Edward acabou cedendo ao álcool, mais de dez anos de sobriedade jogado fora por um único gole. Eu consegui chegar a tempo antes que ele bebesse mais do que aquilo, mas...

[...]

—Edward. —Meus olhos foram para a garrafa em cima da mesa de centro e eu não consegui esconder a decepção, desde que eu tinha voltado à vida dele eu nunca o tinha visto beber. Eu soube de algumas histórias, através da Alice, de como foi para ele a fase do alcoolismo e eu não conseguia conter minha culpa, o alcoolismo não foi algo que surgiu de uma hora para outra ele tinha sido construído desde a morte do Thomas e eu nem tinha percebido, quando eu fui embora que as coisas se tornaram mais grave e óbvias. —Não faz isso. —Pedi. Me aproximei dele e o abracei e mesmo quando ele tentou me afastar eu me mantive ali apertando os braços no pescoço dele com a maior força que eu tinha. —Por favor, eu sei o quanto dói e sei que você é forte para enfrentar isso. —Ele me apertou firme por um segundo e me soltou.

—Não sou não e eu pensei que tinha acabado que já tínhamos perdido tudo que aquentaríamos perder.

Balancei a cabeça entendendo exatamente o que ele queria dizer, eu tinha aqueles mesmo medos, mas eu tinha lidado com eles e ainda lidava.

—Ninguém é imortal, todos nós um dia vamos partir. —Lembrei. Eu precisava lidar com a dor antes dela se tornar real, eu já vinha me preparando em como seria perder mais gente. Eu sabia que um dia meus pais podiam não está mais ali e que se seguissem a ordem natural das coisas eles partiriam antes de mim, ninguém era eterno – por mais que quiséssemos. Devíamos aprender a lidar com a perca e não deixar que elas nos consumisse ou não restaria nada, e isso era de alguém que chegou a perder tudo antes de finalmente conseguir entender isso.

—Ela não devia ter morrido temos tanta coisa ainda... — Ele respirou fundo buscando alguma coisa. —Nos acabamos de adotar a Antonela e ela mal vai se lembrar dela.

—Nos vamos enchê-la de lembranças dela da mulher especial que ela foi. —Prometi. —Mas você precisa ser forte e você não pode seguir por esse caminho. —Apontei para a garrafa de vodka em cima da mesa de centro. —Assim não vai dá certo.

—Não sei se eu sou forte o suficiente.

—Claro que é. Olha tudo que já sobrevivemos eu sei que você pode aguentar mais essa. —Ele me apertou novamente dentro dos braços dele e chorou.

[...]

Ele tinha sido forte, naquela mesma noite ele decidiu parar e voltou às reuniões do AA e parou de beber. Era assustador como um gole podia jogar todo um tratamento fora ele teve que recomeçar do zero, não foi fácil e alguns momentos eu podia ver como ele ficava inquieto e envergonhado – como quando eu tirei todas as garrafas de álcool de dentro de casa ou quando nossa filha que na época tinha seus treze anos ouviu a conversa dele com a madrinha dele do AA e como foi difícil para ele explicar para ela o que aquilo significava e os motivos dele. Ela um anjo do jeito que era já entendia algumas coisas e apenas foi o mais amorosa possível abraçando ele e dizendo que o amava.

Como as coisas tinham funcionado com eles ainda me surpreendia, eu nem nos meus maiores sonhos imaginei que eles pudessem chegar naquele nível de relacionamento. Ele se tornou pai dela sem nem perceber, eu queria que eles ficassem próximos para que pudéssemos conviver só que eles se tornaram bem mais que isso e de forma nenhuma eu reclamava.

Entrei no primeiro quarto do corredor, que pertencia às gêmeas, Haila e Laila eram minhas caçulinhas. Tínhamos concluído o processo de adoção delas há apenas três anos e elas tinham aparecido na minha vida a quatro. Eu fazia um trabalho social em um orfanato e minha primeira experiência com elas foi um tanto engraçada e que já demonstrava todo o potencial que elas tinham para aprontar.

Eu estava responsável pelo tempo da leitura e eu tinha que garanti que quem entrava também saia e elas conseguiram me confundir e fazer parecer que as duas estavam ali quando na verdade uma delas perambulava pelo jardim brincando. Em minha defesa se eu soubesse que ela era gêmea eu podia apenas não ter passado por aquela situação era meu primeiro dia naquela parte do orfanato, com as crianças maiores e seria justo que eu tivesse sido avisada que deveria manter ainda mais minha atenção nelas do que nas demais crianças.

Depois do susto que eu levei ao saber que eram duas e que uma delas estava perdida eu fiquei desesperada e assim eu percebi que enquanto ficasse ali eu não podia tirar os olhos delas e assim eu me apaixonei por elas no final daquele ano eu estava fazendo de tudo para convencer o Edward a conhecer elas.

[...]

—Edward apenas dê uma chance eu tenho certeza de que você vai amar elas. —Ele revirou os olhos e continuou a atenção no que quer que ele estivesse fazendo no texto em que lia, ele marcava coisas demais para está realmente concentrado.

—Esse é o problema eu não quero dá uma chance. Já excedemos o limite. —Revirei os olhos. Só nos achássemos que não podíamos ter outros filhos. Ninguém tinha nada a ver com isso. —Não me olhe assim. Quatro é demais, seis não é nem considerável. —Ele me deu um olhar firme que indicava que para ele a conversa estava encerada. Mas eu ainda tinha muito a dizer. Ele tinha que parar de ficar olhando os números e ver como nossa família se amava e o quanto amávamos nossos filhos e o quanto eles nos amavam de volta.

—Por favor. Eu juro que nunca mais falo sobre adoção com você se apenas você der uma chance e conhecer aqueles anjinhos. —Ele largou o marca texto e me encarou me estudando. —Por favor.

—Eu vou lá conheço elas e até considero realmente a adoção. —Eu abri meu maior sorriso, tinha sido mais fácil do que eu achei que seria. O Miguel tinha sido uma grande coisa e eu tive muito trabalho para convencê-lo, já com Daniel foi totalmente coisa dele ele apenas durante uma das visitas ao Miguel deixou que o menininho franzino se aproximasse e saiu dali sem conseguir pensar em outra coisa. Naquele ano em vez de entrarmos com o pedido de adoção de uma criança entramos com dois. Nossos dois anjinhos (até no nome), eles eram os meninos mais calmos do mundo e extremamente amorosos. Normalmente eu fugia disso, eu morria de medo de acabar substituindo e quando aconteceu simplesmente aconteceu. Eu me apaixonei e não existia mais nada além dos meus dois filhos, eu não os confundia com os meus filhos mortos mesmo com algumas semelhanças como o Miguel ser apenas um ano mais velho do que o Daniel e os dois terem a mesma idade que os irmãos teriam se tivessem vivos. Eram crianças diferentes e eu nunca precisei me lembrar disso.

—Eu faço isso desde que você abandone o trabalho no orfanato. —Isso era um grande pedido e ele sabia o quanto estava pedindo da mesma forma que eu sabia o quanto estava pedindo a ele também. Ele se levantou e veio ficar na minha frente. Seus dedos pousaram levemente no meu queixo e ergueram meu rosto, buscando meus olhos. —Se você continuar lá daqui a pouco vamos ter umas cem crianças dentro de casa e não temos como coordenar isso. —Eu sabia que ele era bem rígido com isso e quando dizia sim aos meus pedidos ele levava a sério e era o melhor pai do mundo. —Eu gosto de cuidar dos nossos filhos, de educá-los e não vamos conseguir dá total atenção que eles merecem com uma criança nova a cada ano. —Ele tinha total razão. —Giovanna está entrando na adolescência e daqui a pouco vai nos deixar maluco. —Ele apontou para a hora no relógio, ela já era uma adolescente, mas ele gostava de pensar o contrario por ciúmes paterno.Ela tinha ido a uma festa e nos tínhamos dado a ela um limite que ela já tinha extrapolado a única coisa que fazia o Edward permanecer ali e não ter ido até ela era eu. Eu apenas tinha um sentimento tranquilo sobre ela, nunca fui muito de sexto sentido, mas Alice tinha me alertado que eu apenas devia soltar um pouco a mão em relação a ela. As vezes eu era muito intensa. E era isso que eu vinha fazendo. —Temos os meninos que não são fáceis e temos a Antonela. —Ele não precisava dizer mais nada, Antonela era um recém-nascida quando chegou a nos, apenas dois meses e ela veio apenas como provisória –foi a primeira e ultima vez que tentamos acolher “provisoriamente um bebe”. Ela chegou toda pequenininha, com seus dois meses, e quando eu vi ela já era completamente minha filha. Não teve nada de provisório quando entramos com o pedido de adoção dela. Ela sem duvida foi o maior desafio, porque eu, o Edward e nossos filhos já a viam como nossa então não tinha como ele se opor ao que o coração dele queria e ao mesmo tempo ele estava morrendo de medo porque ela tinha um grave problema no pulmão que minava as expectativas de vida dela. O que nos dava muito trabalho na época. Hoje ela era uma bailarina saudável, passamos por alguns momentos difíceis, mas conseguimos ela tinha conseguido. —E mais essas duas meninas tudo vai ficar muito puxado para todo mundo.

—Okay. —Não tinha como negar um pedido daquele.

[...]

Ele tinha razão seis era um numero bem expressivo. Principalmente porque a adaptação das minhas duas anjinhas não foi nada fácil e foi em um dos momentos em que a Giovanna estava mais rebelde o que nos deixava sempre no limite do cansaço. Eram as duas meninas aprontando a cada segundo sem atenção e a Giovanna se comportando de uma má forma e os meninos cada vez mais fechados.

Elas realmente me levaram ao limite e quando tínhamos apenas a guarda provisória eu realmente considerei não seguir com a adoção e até hoje eu agradeço ao Edward por ter circulado a situação e se mantido no controle não deixando que eu nem considerasse isso. Eram nossas filhas e iríamos conseguir elas só precisavam de um pouco de tempo. Se eu tivesse aberto mão delas eu nunca iria me perdoar. Hoje eu entendia o comportamento delas, elas passaram por coisas demais para menininhas e rebatiam isso com o mau comportamento, chamando atenção. Aqueles anos conosco já tinham feito um bem danado a elas.

Assim que entrei no quarto cumprimentei a todos.

—Meus amores vocês aprontaram enquanto eu sai? —Perguntei atraindo a atenção delas que estavam docemente comportadas sentadas cada uma na sua penteadeira enquanto Pablo, nosso cabeleireiro, cuidava do cabelo da Haila e Sabrine, a maquiadora, pintava os lábios da Laila com um batom rosa chiclete. Obvio que o Edward tinha passado por ali e feito seu milagre. Mesmo sendo idênticas eu conseguia diferencia-las sobre qualquer situação. Haila tinha uma postura mais ereta e segura, que em nada condizia com sua idade. Laila era mais sensível o jeito que ela se portava sobre tudo era delicado e gentil, até mesmo quando estava aprontando.

—Meu Deus vocês estão tão lindas. —Os cabelos caracolados brilhavam como nunca. O pablo tinha deixado-os soltos e apenas tinha os deixado armados e colocados algumas presilhas de borboletas para finalizar o penteado. A maquiagem era quase inexistente por se tratarem de crianças e eu já tinha deixado isso claro. Mas algo tinha sido passado nos olhos e a pele negra brilhava de uma forma ainda mais bonita e saudável para uma criança.

—Mãe cadê meu vestido? —Haila perguntou. Ansiosa. Eu nem tinha começado a me arrumar e elas queriam entrar nos vestidos. Nunca. Elas estariam completamente descompostas em pouquíssimo tempo.

—Sua irmã vai trazer daqui a pouco, quando vocês terminarem esperem aqui podem jogar vídeo game se quiserem.

—Vamos poder jogar vídeo game agora? —Os olhinhos da Laila brilharam em expectativa, elas adoravam jogar vídeo game e eu tinha que sempre manter um certo limite para que elas não passassem o dia inteiro com aquele controle na mão. —Quero festa todo dia.

—Sim, mas só hoje.

Me virei aos profissionais e deu um sorriso constrangido.

—Vou esperar vocês no meu quarto.

O Pablo riu:

—Pensei que tinha fugido e perdido um partido daquele.

Foi minha vez de ri.

—Nunca. —Ele tinha uma super queda pelo meu marido e mesmo com o passar dos anos meu marido ainda continuava impressionante fisicamente falando – nos outros quesitos também, mas fisicamente era apenas sem palavras. —Eu só precisei fazer uma coisinha, mas já estou totalmente disponível.

—Vá tomar um banho que já estou terminando aqui. —ele pegou um caixinho dela prendendo uma outra presilha. Não resisti e me aproximei beijando a bochecha da Haila e em seguida beijando a da Laila também, as duas eram ciumentas demais para que eu corresse o risco.

[...]

—Mãe, sério isso? —Ela me encarou enquanto mantinha a agulha firme sobre um ponto no meu véu, ela estava muito empenhada em se certificar que o perfeito realmente estivesse perfeito. —Nos fomos visitar eles ontem para garantir que hoje você se dedicaria completamente a si mesma e você foge de madrugada.

—Não fugi tenho filhos pequenos e eu precisava ser a responsável já que seu pai não está aqui e avisei sua avó que eu estava saindo e pedi-a para cuidar deles. —Ela largou o véu de lado e veio até mim parando na minha frente. —E eu a pedi para avisá-la que iria demorar um pouco mais do que o planejado.

Toquei o rosto dela vendo-a dá de ombros. Ela era inteligente demais para saber que não valia a pena discutir pelo que já tinha acontecido.

—Se você vai tomar banho eu aconselho fazer isso rápido que eu ainda preciso de você dentro do vestido para os últimos ajustes.

—Últimos ajustes? Nos não fizemos isso ontem? —Ela tinha passado o dia praticamente todo de ontem me espetando e marcando coisas no vestido que segundo ela precisava ser ajustado, mesmo que para mim já estivesse tudo perfeito.

—É só para ver se os ajustes ficaram bons.

—Você está começando a me fazer me arrepender de ter escolhido você como estilista. —Ela me deu a língua, não era brincadeira ela estava me deixando doida com todas aquelas provas, mudanças, tecido, cor e qualquer outra coisa que ela ache que era necessário alterar.

—Além de ser o vestido de casamento da mulher mais incrível do mundo esse vestido vai valer quase setenta por cento da nota final da faculdade então não encha meu saco ele precisa estar perfeito.

—Okay senhora universitária vou para o banho. —Ela estava mais nervosa do que eu, não era que a situação não fosse especial eu apenas tinha tanta certeza daquilo que até o nervosismo me deixava animada e feliz. Na primeira vez que eu me casei eu mal aproveite a experiência por está tão preocupada com a planejamento e execução que eu acabei mal desfrutando da ocasião quando eu me lembrava daquele dia tinha aquela nota de felicidade, mas o que ficou foi com tudo foi tão cansativo e como eu mal tinha me divertido para garantir que tudo estivesse perfeito para os outros esquecendo que aquele era o meu dia e que quem tinha que aproveitar era eu e o meu marido. Dessa vez eu apenas queria aproveitar, não era um casamento porque nunca tínhamos realmente nos divorciado então era algo como uma renovação dos votos. Ainda seguindo um modelo diferente da primeira vez a cerimônia seria bem intima deixando espaço apenas para família e amigos mais próximos.

Eu já estava dentro do meu banheiro quando ela falou comigo ainda do quarto.

—Você falou com o papai sobre o Caio?

—Sim, ele não está muito feliz por você não ter falado diretamente com ele, mas ele prometeu se comportar.

Ela estava namorando e tinha escolhido o nosso casamento para nos apresentar o menino. Eu já tinha ouvido muito falar sobre ele, mas ainda não tinha sido apresentada a ele. Ela não tinha falado com o Edward por medo de como ele iria reagir com a novidade, ele não escondia o quanto ele era ciumento com os filhos dele e tinha reagido muito mal quando descobriu que ela já beijava na boca e a conversa sobre sexo foi terrível ele mais reclamou do que agiu de forma esclarecedora o que me obrigou a ter meu momento sozinha com ela.

—Simples assim? —Ela apareceu na porta do banheiro.

Não me importei e tirei a roupa precisava tomar logo meu banho para ficar apresentável daqui a pouco meu quarto estaria cheio e eu realmente não teria privacidade.

—Sabe muito bem que ele vai falar com você sobre isso, mas ele te ama e só deve te encher um pouquinho.

—Você o conhece melhor do que ninguém e se está dizendo eu acredito. Obrigada. —Ele me jogou um beijo e voltou ao quarto, provavelmente de volta ao meu vestido.

[...]

Eu mal conseguia ouvir as palavras do padre, eu chorava de forma vergonhosa e só tinha a agradecer por toda a minha maquiagem ser a prova d’agua. Meus sentimentos hoje pareciam uma montanha russa, acordei muito nervosa e depois da ida ao cemitério eu tinha conseguido me acalmar, mas tudo voltou a acontecer de forma muito confusa e ali eu chorava de verdade, as lágrimas escorriam pelo meu rosto sem que eu pudesse me controlar. Todo o discurso que eu tinha feito sairia de forma muito estranha se eu não retomasse o controle.

O Edward tocou meu rosto enxugando meu rosto de maneira doce e cuidadosa para não estragar a maquiagem e apertou ainda mais a minha mão. Eu sabia que ele devia está surtando pelo meu estado e eu queria que de alguma forma ele entendesse que aquele era um choro de alegria. Eu realmente imaginei que minha vida tinha chegado ao fim e eu consegui ganhar tanta coisa. Eu tinha conseguido uma família maravilhosa, não iria romantizar o meu sofrimento e dizer que eu precisei passar por tudo aquilo para conseguir ser feliz não foi assim, eu devia ter aceitado quando foi me dito que eu não podia engravidar e não ter tentado todas aquelas alternativas, eu devia ter aceito quando foi me dito que meu filho não sobreviveria e não ter seguido todas as outras alternativas. Minhas decisões me levaram aonde eu cheguei, não as do Edward, dos médicos ou de Deus. Eu tomei uma decisão e não aguentei as consequências dela. Eu tinha me perdido e conseguido me reencontrar e finalmente estava feliz.

Olhei em volta vendo meus seis anjinhos sentados no primeiro banco ao lado dos meus pais, na primeira fila do outro corredor estavam meu sogro, meus cunhados com sua esposa e marido. Aquilo era o que importava, eu estava amando e sendo amada. Eu tinha uma família por mim quando eu precisava e sabia que sempre podia contar com eles para tudo.

Voltei à atenção ao meu noivo e deu um sorriso em meio as lágrimas, ele merecia saber que eu estava feliz, muito feliz. Aquelas lágrimas eram de felicidade. Ele retribui com o sorriso mais doce do mundo e que fazia meu coração se aquecer, era o mesmo sorriso que ele dava todos os dias quando acordava ao meu lado. O sorriso que indicava que ele estava ali e que ficaria ali independente da situação e mesmo com o passado e o histórico já eram mais de dez anos juntos e eu confiava nele. Eu tinha cometido erros e ele também, já tínhamos lidado com eles há muito tempo atrás e se ficássemos sempre vivendo diante do passado jamais conseguiríamos ser felizes e eu merecia a felicidade e ele também.

—Te amo. —Sussurrei. Não me importei que o padre ainda estivesse falando eu precisava que ele soubesse.

—Eu também te amo. —Era isso que importava no final.

Fim

Notas Finais

Espero que tenham gostado dessa experiencia tanto quanto eu. Foi prazeroso ao extremo compartilhar isso aqui com vocês.
Obrigada por todo o apoio e por tudo.
Não betado.
04/07/2019

Storm

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