Te amo porra!


Capítulos: 25 | Concluída: Não
Classificação: +18 | Avisos: Sexo, Linguagem Imprópria
Categoria: Twilight/Crepúsculo | Genero: Drama,Romance
Publicada: 06/12/2013| Atualizada: 26/02/2020 ás 14:07.

Sinopse: Um acidente e tudo muda.
Viver em uma cadeira de rodas nunca passou pela cabeça da adolescente Isabella Swan, até que um dia durante um "racha" ela e o namorado sofrem um acidente e ela se ver presa a uma. Aprender a lidar com as consequências do acidente se torna o seu maior desafio, não só pra ela, mas também pra todos o que a cercam.

Disclaimers - Avisos

• Personagens originalmente pertencem a Stephenie Meyer, mas enredo e alguns dos personagens e modificações em personagens originais são de minha autoria;
• Capa feita com imagens retiradas da internet, creditos de edição na imagem;
• Comentários são meus incentivos;
• Sem cronograma de postagens;
• Estória Original. Não copie, se inspire ou reproduza sem minha devida autorização. Plagio é crime!

Te amo porra! - PRÓLOGO


Isabella Swan


— Edward diminui.

O carro estava correndo muito, mesmo com ele estando com uma vantagem absurda dos outros competidores.


—Amor confia em mim, eu sei o que estou fazendo. —Sim, eu confiava que ele soubesse o que estava fazendo. Ele já estava acostumado em correr, mas o carro estava muito rápido bem mais do que o costume, eu nunca tinha o visto correr tanto e era impossível não sentir um frio na barriga. Ainda mantendo os olhos na estrada ele levou a mão até a minha perna, na parte que estava exposta pela curta saia, que eu usava e apertou de forma carinhosa.


Ele pisou mais firme no acelerador e meu coração acelerou ainda mais.


—Edward eu estou com medo. —Realmente estava muito assustada o carro estava correndo muito, estava chovendo e a rua estava molhada deixava tudo ainda mais aterrorizante.

Ele olhou para mim sorrindo torto.


—Deixa de ser fresca.


Ele me puxou para um beijo na verdade um rápido selinho já que eu interrompi pedindo pra ele manter os olhos na estrada.


Ele olhou para mim sorrindo e se possível aumentou a velocidade, meu coração batia rápido eu já tinha feito aquilo umas vinte vezes no mínimo, mas hoje estava diferente eu estava com um aperto no coração, um pressentimento ruim.


Fechei os olhos tentando me acalmar quando abri me arrependi tudo aconteceu muito rápido, quando vi estávamos fazendo uma curva bem fechada, totalmente fora do caminho combinado. A velocidade estava muito alta, eu vi o Edward tentando controlar o carro, ele acelerou mais para tentar evitar o derramamento, foi inútil o carro derrapou e depois bateu em alguma coisa. As luzes eram muito forte e eu não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo, nada parecia em câmera lenta como líamos nos livros eu pude ver e sentir o carro capotando várias e várias vezes, eu via a paisagem do lado de fora girando e não sabia o que fazer. Eu não conseguia sentir nada além de desespero. Alguns segundos mais naquela giro insano e o carro parou fazendo meu corpo se chocar contra o airbag, a dor era terrível, a pior era nas costas, era como se tivesse uma grande agulha sendo enfiada ali. Tentei me mexer mais a dor era alucinante e eu tive que me manter parada. Virei o pescoço que também doía buscando pelo Edward, assim que meus olhos encontraram o meu namorado um grito saiu da minha garganta. O airbag dele não tinha aberto e ele tinha o corpo sobre o volante, a cabeça dele estava coberta de sangue, era muito sangue. Entrei em desespero e comecei a grita, alguém precisava ajudar ele. Fiz um esforço horrendo para levar a mão ao braço dele.

—Edward. —Chamei como se minha vida dependesse disso. Balancei ele levemente com medo de machucá-lo ainda mais. —Edward, por favor, amor —Implorei em pânico, minha voz alguns oitavos mais alta do que o normal. Tentei me acalmar e sentir o pulso dele, mas meu coração não colaborava com o meu cérebro e era difícil dizer se aquela pulsação que eu sentia era dele ou minha, mas se eu tivesse que apostar eu com certeza diria que era a minha estava acelerada demais pra alguém que estava apagado.

Eu tossi e uma explosão de sangue saiu pela minha boca, a tossi continuou era como se eu tivesse me afogando, tentei limpar o sangue da minha boca, mas era muito. Uma ânsia de vomito forte tomou conta de mim e eu vomitei sobre meu próprio corpo, mais sangue...

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 01

Isabella Swan

—Mãe, pai, por favor, me deixa ir à festa vai estar todo mundo lá.

Pedi, eles estavam sendo cruéis em me proibir de ir à festa do ano.

—Já falamos que não. —Meu pai falou como sempre autoritário, meu pai me irritava quando falava assim, parecia que eu era uma criança e não uma mulher de quase de dezessete anos.

—Isso é injusto se eu fosse menino esse tipo de coisa não aconteceria. —Disse, sempre soube que não estava nos planos dos meus pais terem uma menina eles sempre quiseram um menino, mas o destino primeiro lhe deu apenas eu e a segunda tentativa foi um muito ruim, ruim o suficiente pra que eles desistisse de continuar tentando e assim eu me tornei filha única. Essa era a história que minha avó sempre me contou. Não que eu tivesse perguntado.

—Isso que você esta falando não tem sentido, amamos você de qualquer jeito. —Minha mãe acentuou, revirando os olhos como se eu tivesse sendo irracional.

— Ata nem tenta me enganar acha que eu não sei que se eu fosse um menino vocês me deixariam ir à festa de amanhã. —O machismo era estrutural.

Meu pai suspirou fundo e me olhou sério.

— Já falamos que não, e não quero mais ouvir falar desse assunto, fui claro?

— Chato.

Virei-me e sai correndo para o meu quarto, sabia que não podia discutir com meu pai ou eu sairia perdendo e ainda ficaria de castigo e se ele me colocasse de castigo eu tinha absoluta certeza de que ele cancelaria a viagem só pra garanti que eu realmente cumprisse o castigo.

Deitei-me na cama e peguei meu telefone, liguei para Victoria, minha melhor amiga, ela atendeu no terceiro toque.

— Fala sua safada.

— Meus pais não me deixaram ir à festa. —Reclamei.

— Seus pais são um saco, mas não liga, eles vão viajar essa noite, não vão? Ai você poderá ir, eles nem vão saber. — Eu sabia que o que ela falava dos meus pais era dá boca pra fora no fundo ela invejava o cuidado que eles tinham comigo e ela mesma já tinha dito isso e era evidente que ela sentia de falta de ter pais mais próximos e presentes mesmo que fosse só pra controla - lá. Os pais dela viviam viajando a trabalho e ela vivia praticamente sozinha cercada de empregados, mas sem ninguém que realmente estivesse ali por só por ela e não por um salário.

Ela tinha razão, meus pais viajariam hoje para a Suécia e só voltariam na outra semana, eu com toda certeza iria para essa festa, mesmo meus pais não autorizando, mas não gostava de fazer nada escondido e eu me sentia mal quando o fazia.

— É eu sei, mas não gosto de desobedecer eles. —Acrescentei. Ela suspirou do outro lado da linha.

— Só você mesmo, mas mudando de assunto você realmente pretende “dar” para o Edward amanhã? —Por isso eu gostava da Vic ela não tinha papas na língua falava o que pensava era sempre direta e sincera, o que às vezes era ruim ela conseguia nos mete em várias roubadas com seu jeito de falar sem pensar.

— Sim. —Respondi mesmo achando ruim ela usar o termo dar, eu preferia algo do tipo fazer amor ou até mesmo fazer sexo era melhor do que dar, mas não adiantaria tentar convencer ela. Eu realmente estava disposta a perde minha virgindade com meu namorado na noite da festa, como eu estaria em casa praticamente sozinha. De todos os empregados da minha família, só a Sue que è a governanta que dormia aqui em casa, mas hoje e amanhã ela tinha alguns compromissos pessoais e não dormiria aqui o que deixaria o caminho totalmente livre. O Edward viria dormi aqui em casa eu e já tinha tudo planejado para minha primeira vez, seria tudo perfeito, com o garoto perfeito.

— Tudo mesmo tem certeza que não esqueceu de nada? Camisinha? Lingerie? Tudo pronto? — As vezes eu achava que ela tinha alguns problemas de memória, ela mesmo tinha ido comigo compra essas coisas a alguns dias atrás.

— Claro que sim Vic, lembra você me ajudou a comprar essas coisas naquele dia no shopping. — Eu disse foi bem constrangedor eu e a Victoria em uma sex shopping para comprar todos os apetrechos para minha primeira vez, eu sai daquele lugar vermelha como um tomate.

— Claro que lembro, até hoje não acredito que você com três anos de namoro não sabe o tamanho do pau do seu namorado, com três meses de namoro eu já dei tudo pros meus namorado — ela disse.

—E por isso que seus relacionamentos não duram mais de três meses_ eu disse e era verdade para Victoria tudo era baseado em sexo ela não sabia o que era um relacionamento sem sexo, um relacionamento como o meu para ela era uma tortura. Não, eu não disse que os relacionamento dela acabava por fazer sexo e sim por não conseguir se controla e acabar traindo seus namorados e ai eles acabavam descobrindo e rompendo com ela. Pelo menos os últimos três relacionamentos dela terminaram exatamente por esse motivo eu até tive que consolar o último ex dela porque o garoto ficou transtornado ele realmente gostava dela.

— Não precisa magoar!— Ela exclamou, eu ri e meu celular vibrou.

— Espera um pouquinho, chegou uma mensagem. —Não esperei a resposta dela e tirei o celular do ouvido e abri a mensagem de texto "Estou na porta da sua casa. Vem cá" era do Edward, pra mim ele só iria vim mais tarde, pelo menos foi isso que nos dois combinamos quando ele me trouxe para casa depois da escola.

"Já estou Indo" respondi.

— Vic preciso ir, o Edward está aqui depois te ligo. — Eu disse.

— Nem vou reclamar já até me acostumei ser trocada por ele. — Ela disse eu apenas ri não tinha como eu negar.

— Eu prometo te ligar mais tarde. — Prometi.

— Tá amanha bem cedo eu vou para ai e nos iremos tomar um sol e depois irei te ajudar a arrumar tudo para grande noite. — Ela disse eu sorri eu estava fodidamente animada com o que iria acontecer amanhã.

—De manhã não Victoria temos aula e eu não vou faltar, mas depois do colégio serei toda sua.— Aquilo soava estranho, porém quando percebi já era tarde. A convivência com ela estava me levando para o mal caminho. Ouvi a risada dele e antes que ela falasse alguma bobeira desliguei. Joguei meu celular em cima da cama e corri para o banheiro, peguei minha escova de dentes e escovei meu dentes rapidamente, conferi se meu cabelo estava bom, depois de constatar que eu estava linda sai correndo, literalmente, do meu quarto. Quando eu cheguei na sala me obriguei a diminui minha velocidade, minha mãe não gostava que eu corresse dentro de casa e se ela visse iria ficar falar um monte.

— Aonde você vai com tanta presa? — Perguntou minha mãe, ou tinha funcionado e ela nem tinha reparado eu correndo, o que eu achava difícil levando em conta a expressão dela, ou ela preferiu nem falar nada por saber que não funcionaria.

— Eu vou encontrar o Edward. — Eu disse, e horrível quando você quer sair rápido e seus pais ficam te atazanado com perguntas.

— Eu não falei que alguém tinha chegado. — Disse eu pai para minha mãe.

— Por que ele não faz como um namorado normal e te espera aqui dentro? —Minha mãe perguntou.

— Por que o papai fica colocando medo nele. — Era verdade por mais que ele não confessa-se eu sabia que meu pai com as brincadeiras dele assustavam.

— Por minha culpa eu não faço nada de mais. —Meu pai disse com a maior cara de inocente.

—A não você não faz nada, só fica ameaçando ele falando que sabe atirar muito bem. — Eu disse.

—Mas querida essa e a verdade eu sou um ótimo atirador todo mundo sabe que eu só não virei policial, pois meu pai me mataria se eu o fizesse. —Ri eu não conseguia imaginar meu pai como policial na verdade imaginar isso era extremamente engraçado.

—Isso pode até se verdade só que e desnecessário você ficar ameaçando meu namorado com isso. —Eu disse, o Edward já devia estar inquieto por está me esperando a tanto tempo. —Fui. —Me inclinei sobre as costas do sofá e depositei um beijo no rosto da minha mãe.

—Vê se chega antes de viajarmos. —pediu minha mãe.

—E obvio que eu vou chegar antes de vocês saírem, eu necessito me despedir dos meus pais amados. —Minha mãe era a pessoa mais sentimental do mundo.

—Sua puxa saco. —Ela disse.

Sai, a entrada da minha casa era cercada de flores, um verdadeiro jardim o que sempre me fazia diminuir meus passos pra admirar. Mesmo com toda a obra que foi feita ali quando meus pais compraram a casa e todo o visual moderno que foi adquirido aquele espaço foi o único que minha mãe fez questão de preserva o que acabou fazendo a arquiteta ter que executar todo o projeto inspirado dele. As portas francesas de vidro davam um charme ainda maior ao ambiente, tirando meu quarto que era meu mundo, aquele lugar era o meu preferido de toda a casa. Adorava deitar na grama em um dia de sol e apenas ficar curtindo aquele espaço.

O Carro do Edward estava estacionado em frente ao portão, ele estava encostado na parte da lateral do carro mexendo no celular, assim que me viu guardou o celular no bolso e sorriu para mim.

—Por que guardou o telefone está escondendo algo de mim? —Perguntei indo até ele, odiava bancar a namorada ciumenta, mas era involuntário.

—Você sabe mais da minha vida do que eu mesmo. —A resposta dele foi boa o que me fez me aproximar ainda mais passando os braços pela cintura dele. Ele passou a mão no cabelo antes de me abraçar de volta.

—Acho bom senhor Cullen. —Brinquei, ele se inclinou e colocou a boca na minha me beijando. A mão que antes estava em volta de mim foi para a minha cintura me puxando para mais perto dele, aprofundando mais o beijo, me afastei um pouco para respira e rapidamente voltei a colar meus lábios nos dele, abri os lábios permitindo que ele aprofundasse o beijo, quando nos separamos estávamos ambos ofegantes.

—Eu te amo. —Ele sussurrou no meu ouvido, a boca fez um contorno perigoso no meu pescoço me causando arrepios e outras sensações que ultimamente eu tentava fugir.

—Eu também. —Afirmei, essa era uma das maiores certezas da minha vida atualmente.

—Vamos lá pra casa? —Perguntou, ainda estávamos abraçados.

—Vamos. —Aceitei não adiantaria eu convidar ele pra ficar aqui em casa, ele não conseguia ficar confortável na presença do meu pai.

Ele largou a minha cintura a pegou minha mão, abriu a porta do volvo dele e a manteve aberta enquanto eu entrava no carro, quando eu já estava acomodada ele fechou a porta e elegantemente deu a volta no carro e entrou pelo lado do motorista.

—Coloca uma musica. —Ele pediu, peguei meu telefone e comecei a procurar uma ideal para aquele momento. A escolhida foi "Sing" do Ed sherran.

—Gosto dessa musica. —Ele disse e começou a cantar junto com o Ed sherran, o Edward tinha a voz mais linda do mundo, eu sentia que a cada frase que saia da boca do meu Ed era direcionada diretamente pra mim;

I don't wanna know | Não quero saber

If you're getting ahead of the program |Se está seguindo as regras

I want you to be my lady |Quero que seja minha, senhorita

And to hold your body close |E para manter seu corpo mais perto

Take another step into the no-man's land |Dê mais um passo em direção ao proibido

For the longest time, lady |Já faz muito tempo que quero, senhorita

[...]

Paramos em frente a casa dele, a bela mansão, de vidro, no meio da floresta, a casa estava com pouco iluminação isso indicava que não tinha ninguém em casa.

—Cadê sua mãe? —Perguntei, eu sabia que naquele horário o pai dele deveria estar no trabalho.

—Ela e a Rose foram ao shopping. —Rose, ou melhor, Rosalie era a irmã mais velha dele. “Tinha 34 anos e era a “filha perfeita”: Trabalhava com o pai no escritório da família, advogada e casada com o também advogado Emmett, como disse “filha perfeita” e tinha o fato mais importante ela me odiava por um motivo que eu desconhecia”.

—Legal. —Eu sabia que não tinha conseguido disfarça meu incomodo muito bem. O problema não era ficar sozinha com ele, na verdade eu queria pergunta se existia alguma possibilidade da irmã dele aparecer, eu não tinha nada contra ela, mas ela literalmente não me suportava. E eu evitava ficar no mesmo ambiente que ela, o que só acontecia raramente já que ela morava em Seatle e eu em Forks, mas algumas vezes era impossível.

—Relaxa amor você sabe como mulheres são no shopping elas não vão chegar tão cedo, teremos a casa toda para nos dois hoje. —Tinha um tom de malicia na voz dele, mas eu sabia que ele jamais faria algo que eu não quisesse.

Eu não disse nada, eu não sabia se devia, eu sabia o que ele queria dizer com aquilo, eu sabia que ele queria sexo e que eu tinha prometido que nos o faríamos, mas eu tinha planejado tudo para amanhã, eu tinha planejado tudo para que fosse perfeito. Eu queria esperar mais a vontade de ceder ao que eu também queria era forte.

—Vem. —Ele pegou minha mão e me puxou para colar nossos lábios. —Vamos lá pra dentro.

—Vai deixar seu carro aqui? —Perguntei, ele tinha parado o carro de qualquer jeito em frente a garagem.

—Vou se eu colocar o carro para dentro com as rodas sujas do jeito que estão minha mãe vai fazer eu lava a garagem toda. —Eu apenas ri da preguiça dele, ele saiu deu a volta no carro e veio e abriu a porta para mim.

Sai do carro e enquanto caminhava até a porta principal e enquanto esperava o Edward abrir a porta, eu tomei uma decisão ia deixar as coisas rolarem. Eu entrei na casa ainda de mãos dadas com o Edward ele caminhou até a sala de estar ele tirou o sapato antes de pisar no tapete eu fiz o mesmo, a sensação de colocar meus pés descalços sobre o tapete macio era tranquilizante, ele se sentou no sofá e puxou ele para o seu colo, ele segurou meu rosto de forma carinhosa.

—Eu te amo.

Ele juntou nossos lábios, lentamente, um beijo calmo e doce, ele nos deitou no sofá sem desgrudar nossos lábios, o corpo dele sobe o meu causava um calor por todo meu corpo, e uma sensação de formigamento no meu baixo ventre. Ele colocou a mão na minha cintura e infiltrou um pouco as mãos por dentro da minha blusa, ele me olhou me pedindo autorização eu balancei a cabeça confirmando. Ele puxou minha blusa para cima levantei um pouco meu corpo para que ele retirasse, ele voltou a colar nossos lábios enquanto passava a mão pela minha barriga, lentamente ele foi subindo as mãos até chegar ao meu seio aonde ele me apertou provocando um gemido.

—Eu espero que vocês não façam isso no meu sofá. —Ouvir a voz da Esme, mãe do Edward, me deu um susto que fez com que eu empurrasse ele fazendo-o cair no chão. Sentia meu rosto pegar fogo, eu nunca me senti tão constrangida como naquele momento, eu sequer tinha coragem de levantar meus olhos do chão. Peguei minha blusa e vesti o mais rápido que eu consegui.

—Mãe você já voltou? —Perguntou o Edward na maior cara de pau não era possível que ele não ficasse nem um pouco constrangido. Eu tinha vontade de responder pela Esme, era obvio que ela tinha chegado, ela estava bem ali na nossa frente com aquela cara de que peguei vocês no flagra.

Ele levantou do chão e passou a mão no cabelo, ele tinha um problema muito serio com aquele cabelo.

—Que bom que eu cheguei agora se não posso imaginar o que vocês fariam no meu sofá de três mil dólares. —Senti meu rosto esquentar mais ainda.

—Mãe, pare, olha como você está deixando a Bella.

—A fala serio Edward a mamãe pega você e essa vadia ai quase trepando no sofá da sala e você ainda quer que ela manere no jeito de falar, por favor, né.

—Cala a boca Rosalie não estou falando com você. —Quase me levantei e sai, ninguém merecia os irmãos Cullen brigando.

—Quem você pensa que é para me mandar calar a boca, seu pirralho?

As bolsas que ela carregava foram colocados no chão e eu vi o momento em que eles brigariam de verdade.

—Vocês dois calem a boca, Rosalie em primeiro lugar eu não admito que você ofenda ninguém dentro da minha casa, muito menos a Isabella que e como uma filha para mim além de ser namorada do seu irmão. Edward a Rosalie e sua irmã mais velha e eu não permito que você fale assim com ela, agora os dois se peçam desculpa. —A Esme disse irritada, eu sorri com a consideração dela afinal eu também a tinha como uma segunda mãe.

—Mas mãe....

A Rosalie tentou argumentar, mas a Esme não permitiu.

—Eu disse agora. —Ela disse um pouco mais alto.

—Desculpa. —Disse a Rosalie contrariada.

A Esme olhou para o Edward esperando que ele pedisse desculpas.

—Desculpa. —Resmungou.

—Ótimo, agora eu e a Rosalie vamos subir para guarda nossas compras enquanto vocês se recompõem, depois vamos todos para a mesa que eu irei preparar um lanche para nos para que possamos comer como uma família._ Ela disse, a Rosalie pegou as sacolas do chão e sai na frente a Esme a seguiu, antes que chegasse as escadas ela parou, se virou e me olhou. —Querida sua blusa está do lado errado.

Eu queria um buraco para me enfiar, foram poucas vezes que eu me senti tão envergonhada como eu me sentia agora.

—Por que você não me avisou que minha blusa estava do lado errado? —Perguntei ao Edward assim que eu tive certeza que a Esme já não podia nos ouvir mais.

—Nem reparei. —Ele disse e me puxou para um abraço e grudou os lábios nos meus novamente.

—Edward para sua mãe ou pior sua irmã pode descer e eu não quero ser pega em uma situação constrangedora de novo. —Afirmei.

—Toda vez alguém nos atrapalha, já percebeu? —Ele perguntou.

—Sim, agora me larga eu ainda tenho que arrumar minha blusa. —Eu disse passando a mão pelo rosto dele.

—Ok. —Ele disse e antes de me afastar dei um selinho nele.

[...]

—Bom querida você já sabe para qual faculdade você vai ano que vem?_ perguntou a Esme a mim.

—Ainda não, fui aceita em algumas mais ainda estou pensando. —Disse, na verdade já estava quase decidido eu e o Edward iríamos para Califórnia, mas ainda não sabíamos como contar isso para nossos pais já que eles, tanto os meus pais quanto os pais dele, queriam que nos fossemos para Harvard.

—Bom o Edward vai para Harvard, pensei que você fosse também. —Ela disse e colocou uma jarra em cima da mesa, quando eu ia interrogar o Edward sobre isso meu telefone.

—Com licença. —Pedi e me levantei da mesa.

Era minha mãe, atendi:

—Mãe.

—Querida eu queria saber se você vai vim pra casa antes de viajarmos? —Ela perguntou, era incrível o quanto minha mãe era carente e ciumenta principalmente quando se tratava de Esme Cullen.

—Claro que vou. —Eu disse.

—Mas nos vamos sair daqui a aproximadamente uma hora e você ainda está ai na Esme.

—Eu já estou indo para casa chego ai em vinte minutos. —Realmente não sabia que eu tinha ficado aquele tempo todo ali.

—Ok, estou te esperando.

Desliguei e voltei a mesa.

—Esme obrigada por tudo mais eu tenho que ir. —Anunciei.

—Claro querida, e hoje que seus pais vão viajar não é? —Perguntou.

—Sim, daqui a pouco na verdade, por isso tenho que ir embora.

Assentiu.

—Se você não quiser ficar sozinha você pode ficar aqui. —Ofereceu.

—Obrigada, mas vou ficar em casa mesmo. —Ficar na casa dela jogaria um balde de água fria nos meu planos, afinal ficar ali não significava ficar com o Edward. —Vamos Edward?

—Claro.

—Não demore muito filho vai cair uma tempestade daqui a pouco não quero você dirigindo na chuva. —Ela disse, como sempre protetora.

—Como você sabe que vai chover virou vidente agora?—Debochou o Edward.

—Não eu acompanho a previsão do tempo. —Eu tive que ri a resposta foi totalmente merecida.

[...]

Assim que chegamos na minha casa os primeiro pingos de chuva começaram a cair.

—E parece que a Esme tinha razão sobre a chuva

—Ela sempre tem. —Ele estava com um biquinho lindo no rosto, já era a terceira vez que éramos interrompidos e isso deixava ele puto.

—Vai querer entrar? —Perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

—Não eu tenho que ir embora, você ouviu minha mãe

—Tchau. —Eu disse, me aproximei dele e o beijei, quando ele começou a se empolgar me afastei e sai do carro. De forma nenhuma eu iria perde minha virgindade dentro de um carro.

Sai do carro e corri da chuva até entrar em casa, assim que eu estava protegida da chuva pequei meu telefone e mandei uma mensagem para ele:

"Quando chegar em casa me avisa, Beijos!!"

Antes que eu terminasse de abri a porta ele me respondeu.

"Não vou avisar nada"

Alguns segundos e outra mensagem.

"Como você foge de mim assim"

Eu ri.

"Fugindo, lembrando que você que não quis entrar.”

Entrei em casa minha mãe estava andando de um lado para o outro na sala o que ela só fazia quando estava nervosa.

—O que houve mamãe?

—Ai que bom que você chegou Isabella eu já estava enlouquecendo. —Ela se aproximou de mim e me abraçou.

—Calma, o que aconteceu?

—Assim que você saiu eu tive um pressentimento ruim com relação a você, não sabe como estou aliviada em ter você em casa. —Me apertou mais.

—Mãe você está me sufocando.

—Desculpa, querida. —Ela afrouxou o aperto.

—Mãe pare de cisma eu estou bem. —Me afastei dela e encarei seus belos olhos azuis que eu não tinha herdado.

—Intuição de mãe não falha. —Ela se afastou e sentou no sofá.

—Já está tudo pronto para a viajem? —Mudei de assunto, minha mãe quando cismava com alguma coisa era impossível.

—Eu estava conversando com seu pai e estamos pensando em adiar essa viajem para o próximo mês assim você poderá ir também.

Revirei os olhos já esperando por algo assim, era a primeira viagem que eu ficaria pra trás e confiar em mim sozinha por duas dois, já que na terceira a Sue já estaria ali, parecia ser muito difícil.

—Fala sério não acredito que você vai adiar a viajem por causa de bobeira de pressentimento. —Não é que eu não acreditasse, mas....

—Meu amor eu não vou conseguir me diverti sabendo que pode acontecer alguma coisa com você.

—Mamãe, por favor, eu vou ficar bem. —Estava estampado nos olhos dela que ela não confiava muito nisso. —Pensa comigo, se algo tiver que acontecer comigo vai acontecer com vocês aqui ou não. —Fui até ela e me ajoelhei na frente dela.

—Querida eu...

—Mamãe se vocês ficarem além de estragarem seus planos vai estraga os meus também. —Minha mãe sabia que eu queria ter minha primeira vez com o Edward e que eu tinha tudo planejado pra esse final de semama, mas especificamente nessa sexta. Tínhamos tido uma longa conversa sobre o assunto além de ela ter me levado a ginecologista pra contar meus planos. Ela era perfeita e ainda mais perfeita por me apoiar, por entender que eu já estava pronta. A reação positiva que ela teve quando eu contei o que pretendia só fez aumentar mais minha confiança nela eu tinha a liberdade de contar tudo pra minha mãe e amava isso na nossa relação.

—Querida...

—Por favor, mamãe.

—Ok, ok você me convenceu, mas quero que me prometa que vai me ligar caso qualquer coisa aconteça, caso seja algo urgente que necessite da presença de um responsável ligue para Esme eu já a pedi que cuidasse de você. —Foi impossível não sorri.

—Eu te amo. —Exclamei animada, ergui meu corpo e a abracei. —Já está tudo pronto? Já fez as malas?

—Quase tudo arrumado, falta só algumas poucas coisas.

—Vamos eu vou te ajudar com as coisas que falta

Me levantei e ergui a mão pra ela em um convite.

—Você quer me ver longe de qualquer jeito. —Ela disse rindo.

Fui até ela e a puxei ela pela mão, ela levantou e seguimos para o quarto dela.

[Cont...]


Te amo porra! - Capítulo 02

Isabella Swan

Mesmo eu querendo muito, minha mãe não permitiu que eu os acompanhassem até o aeroporto. Segundo ela estava chovendo muito, realmente estava parecia que o mundo iria acabar do lado de fora da proteção da minha casa, então para evitar discussões eu simplesmente concordei.

Agora eu estava em casa sozinha.

Meu telefone apitou, tirei ele de dentro do bolso da calça, era uma mensagem do Edward.

"Seus pais já foram?” Sorri pra mensagem e digitei uma confirmação.

“Posso ir pra ir?” Hesitei antes de responder, eu sabia o que ele queria vindo pra cá e ficaríamos completamente sozinhos sem chance de alguém aparecer pra atrapalhar e seria definitivo, quando ele estava comigo eu dificilmente conseguia colocar minha cabeça pra funcionar e apenas meu corpo reagia.

"Tem certeza?” Olhei pra mensagem e senti necessidade de explicar. “Não é que eu não queira que você venha, mas e que está chovendo muito e ..."

Me arrependi da mensagem no segundo em que à mandei, seria mais fácil e simples mandar somente um pode ou venha, não queria parecer insegura, eu tinha prometido a ele que faríamos essa semana e por mais que eu quisesse esperar até amanha e fazer as coisas como eu tinha planejado, eu tinha certeza de que hoje seria tão bom como qualquer outro dia.

"E você tem razão está chovendo muito." Olhei a mensagem imaginando a cara que ele fez ao escrever.

"O que você está fazendo?"

Sentei-me no sofá antes de responder:

"Nada, meus pais já foram e eu estou sozinha. E vc?”

Levou mais tempo do que o necessário para ele me responder.

"Ouvindo musica e conversando com você. Meus pais saíram, foram jantar fora, estou sozinho."

Precisei de um segundo pra tomar coragem e mandei: "Vem pra cá."

"Não, daqui a pouco bate o sono e eu vou dormi."

Olhei a resposta dele com uma careta.

"Uau, não sabia que conversa comigo era tão entediante assim." Me fiz de ofendida, eu queria uma forma de convencê-lo a vir para minha casa, sabia que seria difícil já que ele tinha percebido minha hesitação na primeira mensagem.

"Você sabe que não é. Eu amo conversa com você."

Sorri involuntariamente diante da mensagem.

"Então vem conversa comigo pessoalmente."

"Eu estou tentando muito respeitar o que eu sei que você quer então Senhorita Swan para de me provoca."

Sorri diante da mensagem.

"Então se você quer respeitar o que eu quero você já devia estar aqui."

Eu estava sendo mais ousada do que de costume, mas eu dificilmente tinha coragem pra fazer tal ato, então eu só queria aproveitar.

"Baby, pare de me provocar."

"Vem logo seu chato."

"Eu não quero pressionar você a fazer nada que você não queira."

"E você não vai, não seja tão presunçoso. Só vou fazer o que eu quiser, se eu não quiser eu vou simplesmente dizer não e você como um cavaleiro irá respeitar minha decisão."

Eu ri da mensagem assim que eu a enviei, podia imaginar a cara dele lendo-a.

"Então ok, me aguarde chegarei ai em breve."

"Ok, mas não corra as ruas estão molhadas, cuidado.” Era um aviso invalido ele nunca dirigia devagar. Sabia que provavelmente ignoraria minha primeira mensagem, ele amava correr. No começo do nosso namoro, eu praticamente tinha que força-lo a dirigir devagar, com o passar do tempo eu fui me adaptando a forma que ele dirigia. “Te espero, beijos."

"Beijos."

Assim que eu tive certeza de que ele não me mandaria nenhuma mensagem larguei meu telefone em cima da mesa da sala e corri para o meu quarto eu precisava me certificar que estivesse tudo da melhor forma possível. O quarto estava arrumado então fui ao closet peguei as sacolas que continham as coisas que eu tinha comprado para a noite de amanhã e corri pro banheiro, tirei minha roupa e corri para de baixo do chuveiro...

Tomei um banho rápido, afinal não queria correr o risco dele chegar e eu está no banho, vesti a lingerie que eu tinha comprado para essa noite, ela era bem simples, em tons azul e rosa, com alguns detalhes em renda que era algo extremamente delicado nada muito safado, era algo que combinava comigo e com aquele momento.

[...]

Respirei fundo antes de abrir a porta, ele estava lindo, vestia um suéter azul escuro com uma calça jeans.

—Oi. —Meu cumprimento foi meio baixo, tímido.

—Oi.

Ficamos um tempo apenas nos olhando, eu não sabia o que dizer ou se eu tinha que dizer algo, era a situação mais estranha que eu já vivi. Eu sentia um frio na barriga e foi involuntário morder meu lábio inferior.

—Posso entrar?

Senti meu rosto queimar eu nem tinha percebido que ele ainda estava do lado de fora.

—Claro, por favor. —Dei espaço para que ele passasse em seguida fechei a porta. —Desculpa, eu nem tinha percebido que você ainda estava do lado de fora.

Eu estava muito envergonhada, eu estava me comportando como uma virgem, tudo bem que eu era virgem mais eu não precisava ficar corando por tudo e muito menos fazer isso na frente dele.

—Baby, relaxa se você não quiser tudo bem, mas se acalme, por favor. —Ele pegou minha mão e apertou tentando me acalmar ou algo do tipo.

—Não eu quero, só que sei lá e difícil não ficar nervosa. —Me surpreendi com a veracidade das minhas palavras.

—Eu nunca vi você assim, olha. —Ele me mostrou minhas mãos que estavam tremendo. —Você tem certeza?

—Me beija. —Pedi, eu sabia que a única coisa que poderia me acalmar era ele.

Ele colou os lábios nos meus, fechei os olhos, apreciando a sensação de formigamento que o toque dele me provocava, comecei a beija-lo de volta, nossos lábios estavam tão famintos, toda vez que nossas línguas se tocava uma onda de prazer se espalhava pelo meu corpo. As mão dele estavam na minha cintura, colando cada vez mais nossos corpos, minha mãos estavam no cabelo dele o puxando cada vez mais pra perto.

—Deus, eu te amo tanto. —Ele disse quando nos afastamos para tomar ar.

Antes que eu pudesse me declarar também ele voltou a colar os lábios nos meus. Senti as mãos dele descendo pelo meu quadril até a barra do meu vestido, senti ele subindo as mãos por dentro do meu vestido.

—Espera.

Eu disse, ele afastou os lábios dos meus e soltou um resmungo ou algo do tipo.

—Tudo bem eu já esperava por isso. —Ele falou quando se afastava de mim.

—Não, espera, eu não quis dizer pra você para é só pra irmos lá pra cima e mais confortável.

Eu estava mais do que envergonhada de pronunciar essas palavras em voz alta, eu esperava que ele tomasse o controle da situação, mas estava acontecendo o contrario, eu que tinha que dá cada passo aquilo me deixava mais nervosa. Ele era o experiente e eu não sabia o que fazer, mas com toda certeza não queria que fosse na sala de estar dos meus pais.

O sorriso dele se iluminou no momento em que eu pronuncie o convite para continuarmos no quarto, eu andei na frente ele veio caminhando atrás de mim, estávamos em um silencio desconfortável, mas eu não me arriscaria a abri a boca pra dizer mais nada.

Quando pisei no penúltimo degrau da escada tropecei em meus próprios pés, as mãos deles foram pra minha cintura impedindo que eu descesse escada abaixo.

—Ai meu deus. —Saiu mais como um sussurro. —Tudo que eu não preciso nesse momento e cair da escada. —Comentei mais pra mim mesma.

Ele riu e me puxou um pouco mais pra perto, senti um frio percorre minha espinha, não consegui decifra se de prazer ou de medo, afinal estávamos ainda na escada e com a minha falta de coordenação motora era bem capaz de eu fazer alguma coisa e acabar nos dois caindo o que não seria nada agradável.

—Como sempre, você é seus dois pés esquerdos. —Onde a mão dele estava, apertando minha cintura, já não mais pra me segurar, eu sentia o tão conhecido por mim formigamento que o toque dele provocava.

Existia uma tensão palpável no ambiente, a atmosfera tinha mudado drasticamente, a chuva permanecia do lado de fora, mostrando toda sua força e aquilo pela primeira vez em muitos anos não me assustava, parecia que a chuva estava só tornando o ambiente mais romântico.

—Consegue termina de subir as escadas sem nenhum possível acidente ou terei que carrega-la? —O tom de brincadeira ainda era presente na voz dele.

—Eu acho que posso subir sem cair, mas pra garanti. —Peguei a mão dele e subi o degrau que faltava.

Assim que abri a porta do meu quarto me arrependi, se fosse amanhã eu poderia ter preparado todo o ambiente deixado de uma forma mais romântica, eu nem tinha conseguido acender as velas que eu tinha levado tanto tempo pra encontra-las, por mas que eu tivesse que ter um certo cuidado para que a minha falta de equilíbrio e coordenação não colocasse fogo na casa, o meu quarto estava simples como sempre. Me virei pra ele querendo ver a reação dele, mas o rosto dele pouco revelava ele tinha uma expressão pensativa.

Quando eu ia abri a boca pra justificar a falta de decoração ele se aproximou de mim e me puxou para uma beijo, inicialmente tímido, como se fosse nosso primeiro beijo e estivéssemos apenas nos conhecendo, com o passar dos segundos o beijo foi se intensificando nossas línguas já aflitas por mais contato, as mãos dele na minha cintura me trazendo cada vez mais pra perto dele, boa parte do nosso corpo se encostava, minhas mãos estavam na nuca dele, o mantendo ali, perto de mim.

Quando a falta de ar se fez presente ele afastou os lábios dos meus, para em seguida depositar um beijo na minha bochecha, trilhando um caminho até minha orelha, ele depositou algumas mordidas ali que fizeram com que arrepios de prazer se espalhassem pelo meu corpo e depois sussurrou no meu ouvido "Eu te amo", não resisti a vontade e voltei a beija-lo dessa vez com mais afinco.

Começamos lentamente caminha, ainda nos beijando até a minha cama, fiquei supressa quando ele utilizando um pouco mais de força me empurrou fazendo com que eu caísse de costa em cima do colchão. Permaneci deitada da forma que eu tinha caído, ele ficou durante alguns poucos segundos apenas me observando, os olhos dele transmitiam um desejo impressionante desejo que me fez ficar mais excitada. Ele calmamente depositou o corpo sobre o meu, sem deixa que todo o peso dele ficasse sobre mim e voltou a me beija.

Levei minhas mãos a borda da camisa dele e puxei pra cima com a intenção de tira-la, ele prontamente me ajudou, ficou apenas alguns minutos focando nele sem camisa, ele tinha um corpo extremamente lindo aos meus olhos, o corpo dele era bem proporcional.

Permiti que as mão dele passeassem pelo meu corpo de uma forma bem mais ousada do que qualquer vez antes, ele começou com as mãos em minha cintura e foi subindo-a deixando-me cada vez mais ofegante, quando ele tocou meus seios mesmo por cima do vestido a sensação foi algo indescritível, assim não podendo controlar um gemido escapou dos meus lábios. Ele voltou a me beijar meus lábios, entre abri um pouco as pernas permitindo que assim ficássemos encaixo de uma melhor forma. Dessa vez usando os lábios ele vez o caminho contrario que anteriormente suas mão fizeram, começando pelo meu pescoço criando um caminho de fogo até o inicio do vale dos meus seios, aonde ele se afastou ficando de joelhos sobre mim:

—Posso? —Ele perguntou levando as mãos a barra do meu vestido, balancei a cabeça consentindo, me levantei ficando sentada na cama e levei a mão aos dois botões que prendiam na parte de trás do vestido, apoiei-me nele e fique de joelhos a fim de eu mesmo tirar meu vestido, fiz todo o processo sobre o olhar pecaminosos dele.

—Uau. —Foi a única coisa que saiu da boca dele assim que joguei meu vestido pra longe de meu corpo, era estranho ficar de calcinha e sutiã na frente dele, aquela era a primeira vez eu já tinha ficado de biquíni mas não era a mesma coisa. O jeito que ele olhava meu corpo me deixava orgulhosa, era um olhar tomado pelo desejo, pela luxúria. Senti ele com as pontas dos dedos tocar do meu umbigo até onde começava o sutiã, deixando um rasto de fogo sobre a minha pele, os arrepios se intensificaram.

Voltamos a nos beijar, ele nos deitou sobre a cama e voltou a refazer o caminho com os lábios sobre a minha pele, alguns gemidos escapavam dos meus lábios, ele começou com meu pescoço e foi trilhando beijos por todo meu corpo, agora sem o vestido atrapalhando, ele consegui alcanças bem mais de mim. Ele depositou beijos mais intensos sobre o vão dos meus seios, minha barriga, ele passou lentamente a língua pelo meu umbigo, quando chegou na minha calcinha ele deu dois beijos ali, por cima do tecido e se encaminhou beijando minha perna, na parte de dentro da minha coxa, arrancado gemidos mais altos de minha parte, ele foi beijando até meu pé e refez o caminho de volta. Quando ele chegou ao meu sutiã eu o ajudei a retirá-lo. Ele tocou meu seio, provocando sensações novas tanto em mim quanto nele, ele voltou a tortura dos lábios sobre a minha pele, arrancando gemidos cada vez mais alto de mim. Quando ele tomou meus seios em sua boca eu simplesmente senti como se ele estivesse pouco a pouco expulsando-me de meu próprio corpo, pra intensificar ainda mais a tortura ele levou os dedos para dentro de minha calcinha e começou a acariciar-me ali, depois de alguns segundos fui atingida por uma sensação ainda mais forte que ia crescendo conforme ele aumentava os movimentos na minha intimidade. Senti algo incrível crescendo em mim e não resisti me entregando ainda mais ao prazer daquele momento, meus gemidos eram altos e eu agradeci por estávamos completamente sozinhos. De repente senti como se algo explodisse dentro de mim, meus olhos reviraram e eu gritei sentindo meu corpo tremendo.

Foram alguns minutos fora do “ar” quando voltei a mim, ao que estava acontecendo a minha volta, parecia que tinha se passados horas em que eu estive sofrendo aquele delicioso torpor, mas eu tinha consciência de que não teria sido mais do que alguns poucos minutos.

—Uau. —Exclamei, pra logo em seguida sentir meu rosto esquentar de vergonha. —Eu amo você.

—Eu que amo você. —Ele disse e voltou a me beijar, senti ele se posicionando em cima de mim, abri as pernas para que permitisse que ele se acomodasse melhor, levei a mão aos botões de sua calça jeans e comecei a abrir, algumas vezes durante o processo pude sentir a ereção dele contra a minha mão através do tecido grosso do jeans que ele vestia. Assim que os botões estavam abertos com a ajuda dele retirei a calça dele, o volume dentro da cueca box era algo impressionante, ele se ajoelhou e pegou a calça que eu tinha jogado um pouco pra longe de nos, mais ainda em cima da cama e tirou de dentro de um dos bolsos um envelope prata, levou o mesmo aos lábios rasgando a embalagem.

—Quer me ajudar? —Ele perguntou, me ajoelhei também na cama e tomei a camisinha da mão dele, eu tinha aprendido como colocar uma camisinha em uma aula de ciências o desafio era colocar a camisinha de forma correta, era algo mais pra conscientização da importância daquele negocinho.

Meu rosto estava quente e minhas mãos tremiam um pouco quando eu puxei a cueca dele pra baixo, o pênis dele era algo ... estranho, não tinha outra palavra pra descrever aquilo. Era grande, bem mais do que eu esperava – senti meu rosto esquentar quando pensei sobre o tamanho dele. As veias eram bem evidentes e saltadas, deslizei a camisinha pelo comprimento dele da forma que eu tinha aprendido na escola. Assim que eu acabei ele me puxou pra mais um beijo e se deitou em cima de mim.

Diferente do que eu achei eu não estava com medo, apenas a expectativa tomava conta dos meus sentimentos, ele se posicionou entre as minhas pernas e levou a mão ao membro o guiando até o ponto certo. Ele me beijou antes de iniciar a penetração, no começo tudo o que eu senti foi um pequeno desconforto e uma forte ardência, ele levou a mão a minha perna um pouco a cima do joelho e vez com que entrelaçasse minhas pernas em torno da cintura dele ele forçou um pouco mais. Ele repousou o rosto contra o meu pescoço e voltou a força ainda mais a penetração.

Um gemido de dor escapou alto dos meus lábios assim que ele rompeu minha virgindade, finquei minhas unhas contra as costas dele, ele ficou alguns segundos parado, tentei relaxa afinal eu sabia que iria doer já estava preparada pra aquilo, mas esperava sentir mais do que dor na minha primeira vez.

Ele começou lentamente a se mover dentro de mim tentei ignorar o desconforto que aquilo provocava, ele me puxou para um beijo cheio de luxuria ali eu podia sentir o quanto ele estava gostando, fechei os olhos tentando me contagiar com o que estávamos fazendo e no prazer que aquele ato poderia proporcionar, ele aumentou um pouco mais a velocidade das estocadas aumentando meu desconforto, ele começou a beijar meu rosto e sussurra que me amava, só percebi que uma lagrima tinha escapado do meu rosto quando ele a limpou com a ponta do dedo.

Abri os olhos quando ele cessou os movimentos.

—Você quer que eu pare?

Ele perguntou, no fundo eu podia ver que aquela pergunta só sai pelo extremo nível de cavalheirismo do meu namorado, caso contrario...

Não era só por ele eu queria continuar, estava doendo isso era obvio, mas mesmo assim eu queria continuar, já estávamos ali para naquele momento seria uma puta infantilidade minha e não resolveria nada.

—Não continua.

—Você está sentindo dor baby.

Quando ele iria sair dentro de mim eu apertei mais minhas pernas ao redor dele, só assim eu notei que ele ainda não estava completamente dentro de mim, meu movimento fez com que ele fosse todo de uma vez, e por mais que eu quisesse controlar o gemido foi impossível.

O Gemido dele foi algo extremamente prazeroso, me aproveitei do momento e falei:

—Continua, por favor.

—Tem certeza?

Balancei a cabeça confirmando, ele voltou se movimenta tentei deixar a dor de lado e me permiti senti algo diferente, os movimentos se tornaram cada vez mais forte e ritmados. Levei minha mão pro nosso meio e comecei a tocar no meu clitóris, eu tinha visto alguns filmes e na maioria deles as mulheres faziam isso. Ajudou, eu já tinha me masturbado antes e sabia como sentir prazer, alguns movimentos e gemidos suaves de prazer escaparam dos meus lábios, nada comparado ao que eu senti quando ele tinha feito aquilo. Consegui ignorar a ardência dele dentro de mim e sentir prazer com o meu toque no ponto mais sensível do meu corpo.

Em um certo momento ele conseguir atingir um ponto especifico dentro de mim que me fez estremecer de prazer, comecei a corresponder os movimentos dele com entusiasmo, a cada invertida dele eu gemia e rebolava ainda mais querendo ditar o ritmo, minha mão abandonou meu clitóris e foi para as costas dele, minhas curtas unhas arranhavam as costas dele, enquanto aquilo ficava cada vez melhor. Eu já não tinha controle do meu corpo e rebolava e gemia coisas desconexas. Ele pressionou a boca dele contra o meu pescoço e os movimentos diminuíram consideravelmente. Levei alguns segundos pra entender que ele tinha gozado.

Respirei fundo tentando controlar as sensações que tomavam conta do meu corpo, estava sentindo um turbilhão de emoções.

—Amor você está pesado. —Reclamei em certo momento que eu já não aquentava mais o peso dele sobre mim. Minha voz saiu rouca era estranho.

Ele jogou o corpo do lado do meu, e eu peguei uma das cobertas para cobrir minha nudez.

[...]

—Desculpas.

Levantei a cabeça pra olhar pra ele, eu estava deitada com a cabeça apoiada no corpo dele e não tinha entendido o pedido de desculpa.

—Por quê?

Ele passou a mão no cabelo, estava nervoso.

—Por ter gozado antes de você.

Senti minhas bochechas queimarem, escondi minha cabeça no ombro dele morrendo de vergonha.

—Por favor, Edward... —Pedi não queria conversa sobre aquilo. —Não iremos conversa sobre isso.

Afinal ele queria que eu disse se que "não tudo bem eu te desculpo."

—Por que é tão difícil conversa comigo, amanhã você irá contar tudo para a Victoria e com direito a detalhes sórdidos então por que não fala comigo que sou seu namorado, futuro marido.

—Futuro marido?

Nunca tínhamos falado nada sobre isso, eu nunca se quer tinha cogitado casamento, obvio que eu queria passar o resto da minha vida com ele, mas casamento não, afinal ainda éramos muito jovens.

—Sim, pretendo me casar com você assim que terminamos a faculdade.

Eu ri.

—Faculdade?

Se fosse assim só casaríamos daqui aos cinco anos.

—Sim ou você prefere que cassemos assim que você completar 18?

O jeito que ele falava realmente fazia parecer que ele estava falando serio.

—Acho que depois da faculdade perfeito, mas eu espero um pedido oficial senhor Cullen. —Brinquei.

Ele caiu na gargalhada e rolou por cima de mim.

—Claro que vai haver um pedido oficial só que dessa vez você não planejará nada, será uma surpresa. —Ele disse é logo em seguida roubo-me um beijo rápido.

—Nem sei por que ainda perco meu tempo planejando, nunca sai como o esperado. —Reclamei.

—Claro que não, as vezes é até melhor ser surpreendido. —Ele mordeu meu pescoço, senti a ereção dele contra a minha perna. Meu corpo ainda estava tenso do não orgasmo e a mão dele deslizando por ali me deixou acessa muito rápido

—Amor.

—O que foi? —Ele perguntou da forma mais inocente do mundo.

Sinalizei em direção ao pênis dele.

—Você está muito dolorida?

Sinalizei com a cabeça que não.

Ele puxou meu rosto para ele e possuiu minha boca de forma voraz, momentaneamente ele separou seus lábios da minha pele para logo em seguida colados contra a pele em chamas do meu pescoço, com as mãos ele afastou meus cabelos, assim que teve espaço beijo da minha orelha ao meu ombro, e assim voltamos a nos amar...

Te amo porra! - Capítulo 03

Isabella Swan

Eu acordei com batidas delicadas na porta e antes que eu pudesse despertar o suficiente pra poder dizer algo a porta foi aberta e uma Sue completamente surpresa entrou pela porta, a cara que ela dez ao reparar que eu não tinha dormido sozinha foi impagável, mas seria mais impagável ainda o castigo que meu pai me daria porque dona Sue era completamente fiel a ele e eu tinha absoluta certeza de que aquela história chegaria ao ouvidos dele. Ajeitei o lençol no meu corpo e deixei meus olhos irem ao lado esquerdo, conferindo que meu namorado estava coberto.

Eu devia ter colocado o meu celular para despertar e mandado ele ir embora antes da Sue voltar do seu dia de folga ou a menos trancado a porta. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela se recompôs da surpresa e disse:

— Já está na hora de você acorda pra ir para a escola. — Só podia ser coisa de minha mãe designar a Sue para ser meu despertador, já que minha mãe que me acordava quando ela estava em casa porque sozinha eu não acordava mesmo.

—Ok já estou levantando. —Afirmei bastante constrangida. Eu realmente não esperava que ela entrasse no meu quarto.

Ela se virou e saiu com a mesma rapidez que tinha entrado, me virei para o meu namorado que repousava ao meu lado e fiz um carinho no cabelo dele, arrastando os dedos pelo coro cabeludo sentindo a maciez dos fios. Ele resmungou aproveitando o carinho, mas não abriu os olhos.

—Sabe fingir que está dormindo para não enfrentar a Sue e covardia senhor Cullen.

Eu sabia que ele estava fingindo no momento em que eu olhei pra ele.

— Você sabe bem que a Sue não e minha fã não queria ter que enfrentar a ferra.

Ri alto ele é essa cisma absurda que todos na minha família, tirando minha mãe, tinham algo contra ele.

—Deixe de ser paranoico e vamos levantar porque eu já vou ficar de castigo por você ter passado a noite aqui não quero ferrar com tudo por não ir a escola.

—Sua mãe não vai deixar você muito tempo de castigo. —Eu contava com isso. Ele riu e se virou ficando por cima de mim, era estranho estávamos juntos há tanto tempo e aquele grau de intimidade era muito assustador pelo menos pelo primeiro momento, mas também era tão bom. Levei a mão aos braços dele sentindo os músculos firmes.

—Espero e é bom que eu não perca minhas férias por sua causa. —Eu não via hora do verão chegar e finalmente podemos ficar longe da escola. Ainda tínhamos o fato de que eu viajaria com os meus pais e isso significava ficar longe do Edward, mas eu ainda estava vendo se eu conseguia levar o Edward conosco.

—Se perder eu prometo que fico aqui de castigo com você. —Ele se aproximou me beijando e eu não precisava de muito pra saber que chegaríamos atrasados.

[...]

Três vezes? —Ela me olhou com o olhos azuis brilhando de animação. —Você é mais safadinha do que eu achei que fosse. —Ela brincou jogando o cabelo na minha cara.

Olhei pro outro lado do campo vendo o Edward correr atrás de uma bola, ele estava completamente suado e sem camisa e aquilo era sexy demais. Eu até gostava de futebol, porém preferia que meu namorado estivesse ali comigo ao invés de está correndo com aqueles outros cinco meninos atrás de uma bola.

—Não imaginava que fosse tão bom assim. —Depois do desconforto da primeira vez tudo tinha ficado realmente muito bom e o que fizemos hoje de manhã, fechei os olhos contendo o gemido que queria sair dos meus lábios só de me lembrar.

—Eu avisei que você estava perdendo tempo. —Ri e deixei meu corpo cair no gramado aproveitando o sol que estava esquentando minha pele. Já tinha acabado a aula e estávamos oficialmente de férias então podíamos nos dá ao luxo de ficar o dia todo ali apenas vendo os meninos jogarem.

—Eu combinei de sair com um gato hoje a noite. Mais velho. —Ela suspirou. —Tudo de bom.

—Nossa noite vai ser agitada então. —Comentei rindo. Não pediria mais detalhes por que eu sabia que esse provavelmente não duraria nem o suficiente pra que eu conseguisse gravar o nome dele. Ela gostava bastante de diversifica.

—E ele já falou com os pais que vai aceitar a proposta? —Mordi o lábio inferior nervosa. Ele vinha adiando isso já há bastante tempo e eu estava começando a me convencer de que iríamos pra faculdade e ele ainda não teria dito nada, faltava apenas mais um ano de escola antes que realmente as coisas pra faculdade precisassem realmente serem decididas. Porém ele precisava se decidir logo, se fossemos mesmo pra Califórnia havia muito o que ser feito.

—Que eu saiba não, ontem a mãe dele disse que ele iria pra Havard o que significa que ele nem mesmo falou que vamos pra Califórnia muito menos que vai virar piloto. —Eu queria muito não me estressar com isso, mas só de pensar eu sentia uma pontada de nervosismo. Nos éramos namorados da escola e eu queria confiar que nossos planos pra vida adulta nos levaria ao próximo patamar, só que com ele escondendo dos pais a decisão que tínhamos tomado nesses últimos meses tornava tudo bem mais difícil de manter.

—Você acha que ele está dando pra trás? —Balancei levemente mostrando o sinal de confusão.

—Sinceramente espero que não. —Senti necessidade de completar. —Eu reorganizei todos os meus planos pra funcionar junto com os dele, então é bom que ele não foda com tudo por medo de enfrentar os pais.

—Não acredito que você vai me deixar sozinha aqui. —Ela não tinha planos de ir para a faculdade esse ano, os planos dela era terminar a escola e ter um ano de férias antes de ter que tomar uma decisão que definiria toda sua vida essa era a desculpa que ela usava, mas eu sabia que no fundo ela só não queria nada daquilo. Abandonar a escola, a cidade e com essas coisas toda sua “popularidade” pra enfrentar um lugar completamente novo era o desafio real. Quantas vezes eu não vi ela se perguntando o que faria se não fosse popular na faculdade. Eu sempre respondia que dificilmente ela não se enquadraria no quesito popular e que se não acontecesse ela devia fazer igual aqueles filmes teans e dá o jeito de roubar toda a popularidade dos populares ou desenvolver um sistema de igualdades o que só fazia ela ri e dizer que eu era louca. Não dava pra dizer que os medos dela eram bobos, éramos populares (mais ela do que eu) desde sempre e ser caloura em uma faculdade seria um difícil recomeço eu teria o Edward e minha adaptação seria melhor que a dela já que ela não queria ir pra Califórnia com a gente ela acabaria tendo que lidar com tudo aquilo sozinha.

—Você devia ir pra faculdade Victoria. —Alertei. Foi a vez dela revirar os olhos. —E vou voltar sempre pra visitar vocês. —Lembrei, eu não sabia como viveria sem meus pais.

—Quero só vê. —Ela fez um biquinho se lamentando.

—Vamos logo pra minha casa que eu quero está perfeita essa noite. —Me levantei e estendi a mão para ajudar ela a se erguer também.

[...]

—Uau. —Dei um sorriso satisfeito ao meu namorado, aquela era a reação que eu queria. Ele também não estava nada mal com aquela calça jeans escura e uma camisa com mangas curtas preta, a jaqueta de couro finalizava a maravilhosa escolha do look dessa noite.

Eu estava sendo um pouco mais ousada essa noite e vestia uma saia bem mais curta do que o normal quase no limite (criando aquela sensação que eu poderia mostrar de mais a qualquer momento, mas não mostrando tanto assim) e uma blusa transparente escondendo meus peitos apenas com um cropped estilo lingerie, bem rendado e maravilhoso também na cor preta. Nos pés eu coloquei um salto bem alto que era até difícil de andar, mas aquele momento era valido.

—Não sei se quero sair com você assim. —Ele levou a mão a barra da minha saia e puxou um pouco pra baixo. —Isso está muito curto.

—Então eu saio sozinha. —Odiava ciúmes e ele sabia bem disso.

—Vem aqui sua chata. —Ele me puxou levando seus lábios aos meus em um delicado beijo. —Você acha que vai ter algum problema com o Sebastian se eu correr hoje? —Perguntou quando desgrudou os lábios dos meus. Eu senti meu coração se aquecer por perceber que nossos planos ainda estavam de pé e mesmo que ele ainda não tivesse contado aos pais ele ainda pensava e se preocupava com nosso projetos. Apertei mais os braços em torno do pescoço dele aproveitando aquela sensação.

Sebastian era o cara, olheiro ou coisa do tipo, que queria levar ele pra formula 1, ele tinha conhecido o Edward em um racha que os dois disputaram a alguns anos atrás e com o contrato quase firmado ele estava querendo manter o Edward dentro da lei para evitar problemas futuros.

—Provavelmente sim, mas quem liga? —Perguntei rindo. Meu namorado era realmente talentoso e desde que ele não fosse preso não tinha problema algum. Não era como se o Sebastian fosse contra corridas ilegais ele só queria proteger seu futuro investimento, ou como ele mesmo chamava o menino de ouro.

—Você tem razão eu só estou sendo bobo. —Mas tinha algo mais algo no fundo dos olhos dele mostrava que ele tinha outras preocupações e se ele não queria dividir comigo naquele momento eu respeitaria. Ele riu e voltou a me beijar dessa vez com mais afinco, as mãos desceram pelo meu corpo com intimidade e eu sabia que se não parássemos naquele exato momento iríamos não sairíamos daquela casa hoje.

[...]

Eu olhei meu reflexo no espelho retrovisor vendo como meu cabelo estava todo bagunçado, minha primeira rapidinha da vida tinha sido no sofá dos meus pais (não era algo que eu me orgulharia futuramente, mas eu repetiria sem pensar duas vezes.). Meus lábios estava inchados e o batom todo borrado, peguei um lenço dentro minha bolsa e tentei limpar um pouco meu rosto, mas não estava funcionando muito bem, saiu um pouco, mas ainda estava um pouco manchado então apenas peguei meu batom e repus o que tinha sido tirado. Inclinei e passei o lenço pelo rosto dele retirando um pouco do que estava ali.

—Estamos muito atrasados pra festa. —Ele sorriu de forma aberta os olhos iluminado mostrando que ele realmente estava se divertindo, deslizou os dedos pelo cabelo de forma desleixada. O Cabelo dele era o que mais demonstrava o que tínhamos feito a pouco, era uma bagunça completa o que só o deixava ainda mais sexy. —Eu queria muito ir com você hoje. —Fiz um biquinho quando ele riu mais ainda, eu não era uma boa motorista, mas adorava a adrenalina de está com ele no carro enquanto ele apostava, era perigoso e eu sabia bem disso, mas ao mesmo tempo tão prazeroso.

—Não perdemos a corrida. —Ele disse depois de conferir as horas no celular.

Abri um sorriso empolgada ele revirou os olhos e acelerou o carro ganhando muita velocidade.

[...]

—Qual é o nome dele? —Olhei pra Victoria esperando a resposta dela o cara era gato tipo muito gato mesmo e pelo jeito que eles estavam se pegando eu podia jurar que eles já tinham passado da terceira base no mínimo.

—Não faço a menor ideia. —Ele gargalhou virando o liquido rosa do copo dela. Eu ri junto, no começo eu tinha muito problema em lidar com esse lado vadia dela, mas depois de um tempo eu apenas deixei de me importar ela era assim e eu como melhor amiga só me restava aceitar.

—Pega leve. —Pedi indicando a bebida ela ficava louca muito rápido, nos duas na verdade e por isso eu estava só na cerveja.

—Não estou dirigindo e pretendo não voltar pra casa pelo menos não antes de umas três bem dadas então. —Ela se inclinou e pegou uma garrafa em cima do balcão, imitei uma ânsia de vomito ela nem sabia de quem era aquilo e estava bebendo. —Cadê o Edward?

—Lá fora vendo algo do carro. —Apontei pro outro lado da rua, estávamos na casa de um dos nossos colegas de escola, Riley ou Mattew, não fazia ideia e também não importava muito, mas aquele lugar estava muito bem posicionado com uma pista incrível que bem fechado tornava o lugar perfeito para o racha. Antigamente eles corriam sem fechar as pistas, mas quando três dos corredores foram presos todos ficaram com medo e pararam de correr foi assim que o Edward com alguns outros meninos começou a organizar dessa forma. A corrida durava poucos minutos tempo o suficiente para fingir que tinha acontecido um acidente

—Espero que ele ganhe por que eu apostei uma nota nele. —Ri muito eu ainda não tinha feito uma aposta e nem iria fazer, mesmo que eu soubesse quem iria ganhar, não era muito a fim de deixar meu dinheiro em apostas. —Fale isso pra ele

Tomei um susto com braços rodeando minha cintura, tinha muita gente bebea em volta e os caras adoravam tomar liberdades que eles não possuíam, mas me acalmei quando reconheci a voz do meu namorado.

—Vamos?

—Já vai começar? —A Victoria questionou.

—Sim. —Ele me virou pra onde uma menina subia em cima de uma mesa, ela obviamente com aquele vestido brilhoso e decotado daquele jeito chamaria a atenção de quem ela quisesse.

—Que peitos. —Comentei ouvindo ela gritar anunciando que a corrida já iria começar.

Ele gargalhou mordiscando meu ouvido.

—Nem tinha reparado. —Belisquei a mão dele tendo certeza de que ele estava mentindo, até um cego olharia para aqueles peitos.

—Acho que vou colocar silicone. —Afirmei.

—Nem pensar. Gosto dos seus peitos. —Senti a barba dele roçar no meu pescoço. —Vamos? —Chamou novamente.

[...]

—Tem certeza de que quer fazer isso? —Ele perguntou. Já estávamos dentro do carro e só estava faltando o sinal de okay das meninas que iriam fingir o acidente que fecharia um as ruas.

—Sim. —Meu sorriso foi de orelha a orelha, aquela sensação de pré adrenalina era emocionante e incrível.

—Vamos terminar isso daqui e ir pra sua casa. —Ele me olhou com os olhos cheios de malicia e foi impossível não me sentir excitada também. Apertei meus joelhos um no outro tentando conter a vontade de mandar aquela corrida a merda e ir com ele para um lugar onde pudéssemos ser apenas nos dois.

—Não sei se lá em casa vai ser a melhor opção a Sue está dormindo lá.

—Não estou nem ai pra Sue. —Revirei os olhos com o jeito dele.

O radio no colo dele alertou que a corrida iria começar. Uma menina se posicionou na frente da linha que os carros e começou a fazer a contagem...

[...]

— Edward diminui.

O carro estava correndo muito, mesmo com ele estando com uma vantagem absurda dos outros competidores. Tinha começado a chover e mesmo que fosse uma chuva fraca ainda sim era o suficiente para deixar as ruas molhadas.

—Amor confia em mim, eu sei o que estou fazendo. —Sim, eu confiava que ele soubesse o que estava fazendo. Ele já estava acostumado em correr, mas o carro estava muito rápido bem mais do que o costume, eu nunca tinha o visto correr tanto e era impossível não sentir um frio na barriga. Ainda mantendo os olhos na estrada ele levou a mão até a minha perna, na parte que estava exposta pela curta saia que eu usava e apertou de forma carinhosa.

Ele pisou mais firme no acelerador e meu coração acelerou ainda mais.

—Edward eu estou com medo. —Realmente estava muito assustada o carro estava correndo muito, estava chovendo e a rua estava molhada deixava tudo ainda mais aterrorizante.

Ele olhou para mim sorrindo torto.

—Deixa de ser fresca.

Ele me puxou para um beijo na verdade um rápido selinho já que eu interrompi pedindo pra ele manter os olhos na estrada.

Ele olhou para mim sorrindo e se possível aumentou a velocidade, meu coração batia rápido eu já tinha feito aquilo umas vinte vezes no mínimo, mas hoje estava diferente eu estava com um aperto no coração, um pressentimento ruim.

Fechei os olhos tentando me acalmar quando abri me arrependi tudo aconteceu muito rápido, quando vi estávamos fazendo uma curva bem fechada, totalmente fora do caminho combinado. A velocidade estava muito alta, eu vi o Edward tentando controlar o carro, ele acelerou mais para tentar evitar o derramamento, foi inútil o carro derrapou e depois bateu em alguma coisa. As luzes eram muito forte e eu não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo, nada parecia em câmera lenta como líamos nos livros eu pude ver e sentir o carro capotando várias e várias vezes, eu via a paisagem do lado de fora girando e não sabia o que fazer. Eu não conseguia sentir nada além de desespero. Alguns segundos mais naquela giro insano e o carro parou fazendo meu corpo se chocar contra o airbag, a dor era terrível, a pior era nas costas, era como se tivesse uma grande agulha sendo enfiada ali. Tentei me mexer mais a dor era alucinante e eu tive que me manter parada. Virei o pescoço que também doía buscando pelo Edward, assim que meus olhos encontraram o meu namorado um grito saiu da minha garganta. O airbag dele não tinha aberto e ele tinha o corpo sobre o volante, a cabeça dele estava coberta de sangue, era muito sangue. Entrei em desespero e comecei a grita, alguém precisava ajudar ele. Fiz um esforço horrendo para levar a mão ao braço dele.

—Edward. —Chamei como se minha vida dependesse disso. Balancei ele levemente com medo de machucá-lo ainda mais. —Edward, por favor, amor —Implorei em pânico, minha voz alguns oitavos mais alta do que o normal. Tentei me acalmar e sentir o pulso dele, mas meu coração não colaborava com o meu cérebro e era difícil dizer se aquela pulsação que eu sentia era dele ou minha, mas se eu tivesse que apostar eu com certeza diria que era a minha estava acelerada demais pra alguém que estava apagado.

Eu tossi e uma explosão de sangue saiu pela minha boca, a tossi continuou era como se eu tivesse me afogando, tentei limpar o sangue da minha boca, mas era muito. Uma ânsia de vomito forte tomou conta de mim e eu vomitei sobre meu próprio corpo, mais sangue...

Te amo porra! - Capítulo 04

Edward Cullen

Abri meus olhos sentindo meu corpo e minha cabeça dolorida, precisei de um segundo para perceber o que estava acontecendo a minha volta. A memória do acidente veio com tudo, em um estalo eu me virei encarando a minha garota. Tive que me controlar pra não perder o controle, ela estava coberta de sangue. Estiquei minha mão a fim de alcançar o rosto dela tentando encontrar de onde vinha aquele sangue todo. Tateei com cuidado o rosto dela e não consegui ver de onde o sangue vinha. Ela estava desacordada, mas respirava de forma irregular.

—Baby. —Chamei ela. Minhas mãos tremiam. —Por favor, eu preciso que você acorde. —Eu não sabia se podia mexer nela, já tinha lido e visto na TV diversas vezes que em caso de acidentes era recomendável não mexer na vitima. —Isabella. —Peguei no meu bolso o telefone e disquei o numero da emergência, mas meu celular não tinha sinal. Eu sentia muito cheiro de gasolina e sabia que mesmo que não fosse recomendado mexer nela não tínhamos muito tempo, estávamos no meio da pista e podia vir outro carro e não teria tempo o suficiente pra parar e se batessem em nos provavelmente o carro iria explodir. —Isabella. —Gritei. Eu precisava ter certeza de que ela estava bem. Levei meus dedos ao pescoço dela conferindo se ela tinha batimentos, os batimentos estavam bons e isso me tranquilizou um pouco.

Era difícil ficar de cabeça pra baixo e eu já me sentia tonto, eu tentei me apoiar pra não perder a consciência. Eu estava quase ficando fora de mim quando eu ouvi o barulho das sirenes, pelo menos alguém tinha ligado para a emergência, sabia que mesmo que os caras que estavam participando do raxa comigo não ficariam ali para serem presos eles ao menos tiveram a consideração de chamar o socorro.

—Senhor. —Tomei um susto quando senti mãos em mim.

Em algum daquele momento eu tinha desmaiado, forcei meus olhos a minha volta e percebi que tinha muitos policiais, bombeiros e paramédicos a nossa volta, assim como curiosos.

—Ela. —Tentei dizer, mas era difícil formar alguma frase.

—Senhor não se mexa.

—Eu quero que tirem ela primeiro. —Pedi. Ergui a mão e voltei a levar pro rosto dela, deixei meu dedo tocar no pescoço dela e conferi que ainda tinha batimentos.

Tentaram colocar algo no meu pescoço, mas eu me debati e voltei a insistir. Eu estava sendo segurado pelo cinto de segurança e aquilo doía de mais.

—Eu só saio desse carro quando ela estiver fora. —Senti meu rosto molhado com as lágrimas eu nem tinha percebido que eu estava chorando. Se ela estava naquela situação era por minha culpa se eu tivesse sido mais atento eu teria conseguido desviar do caminhão a tempo, se eu tivesse escutado ela e parado na primeira vez que ela pediu nada daquilo teria acontecido.

O paramédico se afastou de mim e eu fiquei olhando pra minha garota, ela ainda estava desmaiada e eu não sabia o que fazer, eu meio que torcia pra que aquilo fosse só um desmaio e não uma coisa mais grave.

Observei a porta do lado dela ser arrancada, ainda estávamos de cabeça pra baixo e só quando os bombeiros começaram a trabalhar que eu realmente entendi porque eu sairia primeiro. Ela estava muito mal, pelo que eu consegui ouvir e entender as pernas dela estavam presas em alguma parte do carro.

—Senhor. —Me permiti olhar para a paramédica que tinha voltado. —Deixe-me ao menos colocar o colete cervical.

Concordei com um movimento da cabeça, mas virei meu pescoço pro lado da Isabella. Eles poderiam imobilizar meu pescoço, mas eu continuaria encarando ela eu não podia deixar ela sozinha.

[...]

Acordei com fortes luzes sobre meus olhos, levei alguns segundos para me adaptar e reconhecer que eu estava em um hospital. Provavelmente eu tinha apagado de novo enquanto ela estava sendo socorrida. A última coisa que eu lembrava era dos bombeiros colocando um casaco para proteger nos dois das faíscas da serra, eu pegando a mão dela e depois disso nada mais me vinha.

Ergui meu corpo com dificuldade, eu sentia todos os ossos do meu corpo doerem a cada movimento, consegui colocar minhas pernas pra fora da cama e respirei fundo tentando conter a dor que eu sentia e me equilibrar. Além dá dor nos ossos eu sentia minha cabeça doendo muito, o suficiente para provocar em mim ânsia de vomito a cada pontada que eu sentia na cabeça. Fiquei de pé, mas precisei me apoiar na cama para me manter. Puxei aquela agulha do meu braço e me apoiei na parede andando para a porta, eu precisava encontrar a Isabella, precisava saber se ela estava bem. Abri a porta e antes que eu conseguisse atravessar a soleira minha mãe me chamou.

Minha mãe era uma mulher que aparentava ser bem mais nova do que realmente era. Óbvio que algumas plásticas a ajudavam, mas a maior explicação era sua excelente genética. Só que aquilo não era muito visível naquele momento, longas olheiras contornavam seus olhos inchados, seus lábios estava brancos e ela tinha uma expressão doente que me deixou ainda pior por saber que provavelmente ela estava naquele estado por minha culpa.

Assim que viu o que eu estava fazendo ela interrompeu sua conversa com uma enfermeira e correu até mim e me pegou tentando apoiar meu corpo fragilizado.

—O que você está fazendo? Volte para a cama.

—Eu preciso...ver a Isabella. —Só ali que eu vi que a minha garganta estava completamente ressecada. Minha voz saiu rouca e só quando eu falei que eu senti uma forte ardência.

—Você precisa ficar deitado. Você acabou de acorda depois de muitas horas apagado e precisa ser examinado.

—Cadê a Isabella?

Não resisti quando ela me forçou a voltar para a maca, sabia que ela não me deixaria discutir muito e eu não tinha a menor força para um confronto.

—Ela está em lá em cima. —Olhei pra ela implorando mais. —O caso dela é bem mais grave que o seu. —Não contive as lágrimas. —Ela está nas melhores mãos, eu te garanto que o melhor vai ser feito por ela. —Não precisava que ela falasse com todas as letras para entender o que ela quis dizer. A Isabella estava muito mau.

—Ela está em uma cirurgia agora, uma cirurgia que já dura muitas horas e... —Quando minha mãe não conseguiu conter e uma única lágrima escorreu pelo rosto dela eu desmoronei. Ela não disse nada e nem diria, mas eu sabia minha garota estava entre a vida e a morte e eu era o culpado daquilo.

—Ela vai morrer por minha causa, ser eu não tivesse....

—Não fala isso vamos rezar e ela vai sair dessa. —Fechei os olhos e chorei, chorei muito. —E depois vamos conversa sobre o que estava passando pela sua cabeça em participar de um racha.

Apenas abaixei a cabeça constrangido eu tinha total consciência do quanto eu escutaria e não poderia dizer nada já que eu estava completamente errado só que naquele momento aquilo parecia tão insignificante, ela poderia me tirar tudo: carro, celular, mesada, férias qualquer coisa que ela quisesse desde que minha garota ficasse bem.

[...]

—Ela saiu da sala de cirurgia. —Encarei minha mãe e senti um alívio imenso. Não fazia ideia de quantas horas tinham se passado naquela agonia e muito menos quanto tempo ela tinha aguentado naquela cirurgia. —Ela foi muito forte e está indo melhor do que qualquer médico nesse hospital estava esperando. Agora vamos acompanhar esse pós operatório e torce pra que ela não tenha nenhuma complicação.

—O que aconteceu com ela?

—Ela teve uma hemorragia interna e alguns outros percalço, mas está tudo tratado agora só precisamos ver como o organismo dela vai reagir ao pós.

Eu via algo nos olhos dela que eu não conseguia decifra, mas eu podia afirmar que ela estava me escondendo algo.

—Eu quero ver ela. —Insisti, eu precisava ter certeza de que eu não estava sendo poupado e que ela realmente estava “bem” se é que essa opção existia diante de tudo aquilo.

—Só depois que o médico voltar e me garanti que não vai ser um problema você sair dessa cama. —Ela me encarou do melhor jeito “isso não está em negociação e não quero mais discussão”. Eu sabia que se eu quisesse sair dali é ir até a minha garota eu precisara fugir dela.

—Em que andar ela está?

—Na UTI. —Olhei pra ela assustado como assim UTI. —Ela está se recuperando de uma longa cirurgia e de um gravíssimo acidente é meio lógico que ela iria para a UTI e isso não quer dizer nada. Por favor, Edward se comporte eu sei que é um momento difícil, mas eu vou te informa tudo que eu souber. Não cause mais problemas.

[...]

—Então? —Perguntei assim que minha mãe voltou ao meu quarto. Eu até pensei em fugir, mas ela tinha colocado uma enfermeira para me vigiar e eu não tive como. O medico deixou ela preocupada sobre algo na minha ressonância, algo grave já que eu tive que repetir o exame e até agora os médicos não tinham dito nada.

—Querido eu preciso que você fique calmo. —Quando ela me pediu isso eu já sabia que eu podia esperar o pior.

—Ela morreu? —Fui direto contendo as minhas lágrimas.

Ela tinha saído dali para buscar noticias da Isabella já que eu ficava fazendo ela subir a cada dez minutos para ir atrás de qualquer alteração no caso, ela tinha feito aquilo a noite inteira.

—Não, mas o estado dela é mais grave do que os médicos estavam esperando e ela tem chances muito grandes de ficar Tetraplegia. —Ela não deu volta e foi bem direta não me poupando. —Ela teve uma lesão na medula e os médicos ainda não tem certeza sobre o estado dela, mas... Só quando ela acordar vamos ter certeza. Muitos exames estão sendo feitos e nada é definitivo ainda.

—É tudo culpa minha. —Pisquei os olhos sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. —Eu acabei com a vida dela. —Não conseguia imaginar minha garota presa a uma cama se poder se mexer.

—Ela é forte Edward, todos nos vamos superar o que vier. —Prometeu, mas eu sabia que não. —Vamos rezar quem sabe isso não possa ser revertido, não vamos perder as esperanças. —Ela tinha os olhos muito vermelhos o que indicava que ela só não estava chorando naquele momento porque já tinha chorado muito antes. Possivelmente quando meu pai tinha contado a ela o caso. Eles tinham sido notificados logo que chegamos ao hospital e eles tinham se dividido, meu pai ficou no andar de cima aguardando as informações sobre ela e minha mãe ficou comigo me esperando acordar. Se eu tivesse alguma voz naquela situação eu iria dizer pra ela subir e ficar com a Isabella, iria ser ela que precisaria de todo o apoio do mundo. Senti os braços da minha mãe em volta de mim de forma desajeitada e me permiti ser consolado. —Não se culpe.

[...]

—Os pais dela já chegaram? —Perguntei. Já estávamos no segundo dia naquele hospital e eu ainda não tinha sido autorizado a ir ver ela, eu estava a ponto de enlouquecer só com as informações que minha mãe me passava. Eu queria só ver ela nem que fosse através de um vidro. Eu não fazia ideia da extensão dos ferimentos dela e se ela já tinha acordado, segundo minha mãe os médicos ainda não tinham total certeza da gravidade da lesão e ainda estavam esperando ela acordar.

—Ainda não, o voou deles pousa daqui a pouco. Pedi ao nosso motorista para ir buscá-lo.

Eu não lembrava onde eles tinha ido e não fazia ideia do porque a demora pra aparecer. Mas eu tinha certeza de que baseado na gravidade da situação eles já teriam estado aqui a muito tempo.

—Você devia ir lá. Eles devem está desesperados. —Justifiquei. A verdade era que eu queria ela fora daquele hospital pra que eu conseguisse fugir e ir ver a Isabella. Meu pai era bem mais fácil de convencer do que ela e eu sabia que por causa disso que meu pai tinha sido destinado a ficar com a Isabella e ainda não tinha decido pra me dá o meu merecido esporo.

—É você tem razão eu nem consigo imaginar como ela deve estar, ter recebido essa noticia por telefone e ainda está longe durante uma tempestade e não conseguir voltar pra casa. —Então tinha uma explicativa.

—Então vai.

—Não quero deixar você sozinho hoje o médico disse que vai fazer, mas uma bateria de exames pra ter certeza de que o inchaço no seu cérebro está mesmo diminuindo. —Todo dia eu fazia uma bateria de exames para ter certeza de que o inchaço no meu cérebro estava diminuindo sozinho, o médico tinha explicado o que tinha acontecido, mas eu só conseguia pensar na Isabella. A única coisa que eu tinha pegado era que eu tinha um inchaço no cérebro e que se não diminuísse sozinho eu teria que passar por uma cirurgia. Eu não tinha sentido nada além de uma forte e constante dor de cabeça, mas diante de tudo aquilo eu podia perfeitamente sofrer um pouco com aquilo.

—Nada diferente da última vez eu posso lidar com isso sozinho. —Afirmei. —E qualquer coisa que eu precise eu posso contar com as enfermeiras.

Ela me encarou, me sondando, tentando descobrir o que eu estava planejando por trás daquela insistência. Esse era o ruim de uma pessoa te conhecer a vida toda era difícil manter uma mentira, principalmente quando ela me encarava daquele jeito, porém fiz a melhor cara de inocente. Eu já não estava aquentando mais aquela situação.

—Se eu não tivesse preso a essa cama eu mesmo iria ao aeroporto, mas... —Apontei pra mim mesmo naquela cama deixando obvio que eu não tinha muita escolha. Mesmo não gostando da forma que meu sogro constantemente me ameaçava ainda sim se eu tivesse como eu mesmo iria até eles. Não adiantaria nada me esconder eu era um homem e lidaria com todas as consequências das minhas atitudes.

—Okay você me convenceu. —Ela se inclinou sobre mim e beijou o topo da minha cabeça. —Vou indo, comporte-se.

Esperei ela sair pela porta pra respirar aliviado. Sabia que eu não teria muito tempo, um pouco mais de uma hora. Apenas daria tempo dela não está no corredor e eu iria correr pro andar de cima, eu precisava ver o dano que eu tinha causado com os meus próprios olhos e implorar a ela perdão, eu não saberia viver se ela não me perdoasse. Senti as lágrimas escorrerem pelos meus olhos e não me importei, aqueles dias naquele hospital tinha me transformado, quem dizia que homem não chorava provavelmente nunca passou por um terço do que eu estava passando. A pior parte não era a culpa que eu sentia, ou até mesmo a possibilidade de que ela não me perdoasse, o que mais me doía era nem ao menos poder ver ela, tudo que eu sabia era as coisas editadas que minha mãe me contava e eu sabia que ela me dava a melhor versão, querendo me proteger e eu não precisava de proteção naquele momento eu se quer merecia.

Quando considerei o tempo suficiente para não topar com ela no corredor eu me sentei na cama, antes que eu conseguisse colocar meus pés no chão a porta foi aberta e o médico, que estava cuidando do meu caso passou pela porta. Assim que me viu sentado ele abriu um sorrio.

—Estamos sincronizados Senhor Cullen. —Brincou. —Que bom que já está pronto, hoje temos alguns novos exames porém necessários.

Olhei pra ele não fazendo o menor esforço pra disfarça meu descontentamento com aquela entrada. Nunca fazíamos os exames naquela hora e eu podia apostar que tinha dedo da minha mãe naquela mudança.

—Podemos fazer os exames mais tarde estou me sentindo um pouco indisposto. —Menti a única coisa que eu sentia era ansiedade eu estava tão perto.

—Melhor ainda, assim podemos ver o que está causando sua indisposição. —Eu sabia que aquele filha da puta era amigo dos meus pais e que independente do que eu dissesse ele iria me convencer ou recorreria aos meus pais, ainda não ter dezoito anos era um saco.

—Claro se puder ser rápido eu quero dormir.

[...]

Os exames nunca demoraram tanto e não era exagero, eu tinha feito exames que eu não tinha feito nas outras sessões. Eu tinha sido examinado em cada canto do meu corpo. Então eu só podia agradecer quando a enfermeira me empurrava naquela ridícula cadeira de rodas de volta ao meu quarto. Era inevitável torcer pra que minha mãe ainda não tivesse voltado, mas eu sabia que era difícil pela quantidade de tempo que eu tinha passado fora, porém eu estava decidido a enfrentar ela se preciso daquele dia não passava. Eu ia ver a Isabella a qualquer custo. Não aguentava mais aquela sensação eu estava a ponto de explodir.

A porta estava aberta e não me surpreendendo em nada minha mãe ocupava seu lugar na poltrona ao lado da cama.

—Oi querido. —Ela tinha algo próximo a um sorriso no rosto, mas não chegava aos olhos e a falta de maquiagem no rosto já magoado pelas noites mal dormidas naquele hospital denunciava que ela tinha chorado e muito. —Como foi os exames.?

—A mesma coisa de sempre. —Fui frio. Não tinha nada pra acrescentar os resultados só sairiam mais tarde e só saberíamos depois do médico verificar tudo. —E eu quero ver a Isabella. —Falei logo.

—Você pode nos dá licença por favor. —Pediu minha mãe a enfermeira que concordou, o olhar que ela trocou com a minha mãe mostrava que as duas sabiam de algo que eu não sabia. A mulher assentiu e saiu do quarto fechando a porta atrás dela.

—Eu estou falando sério mãe.

—Edward. —Ela me chamou atenção. Os olhos dela transbordaram.

—O que aconteceu com ela? —Era bom está sentado porque eu sentia no fundo do meu ser que eu sabia o que ela iria dizer, aquilo que eu me recusava a pensar e ela não podia dizer aquilo eu jamais resistiria em um mundo em que ela não existisse. —Ela não pode ter morrido. —Gritei com raiva. Eu sentia todo meu corpo doer e minha garganta fechar, o ar entrava com muita dificuldade em uma velocidade sufocante. Independente do quanto eu inspirasse não parecia o suficiente.

—Não ela não morreu. —As mãos dela seguraram meu rosto me encarando. —Eu juro pra você que ela não morreu, ela está até aparentemente bem. Ela acordou agora a pouco e está passando por alguns novos exames.

—Então eu quero ver ela agora. —Falei entre lágrimas de confuso e alivio, muito mais alivio do que a primeira opção.

—Esse é o problema...

Precisei de quase um minuto inteiro pra compreender o que estava acontecendo.

—Ela não quer me ver? —Perguntei inseguro sem conseguir acreditar naquilo. Ela tinha dito que a Isabella tinha acordado e mesmo que os pais dela tivessem um bilhão de motivos pra me querer longe se ela estava acordada e me quisesse eu já estaria lá.

Eu tinha culpa e reconhecia que por minha causa tudo aquilo estava acontecendo, mas eu precisava ao menos ter a chance de me desculpar, de consolar ela ou qualquer merda que ela precisasse.

—Eu sinto muito querido. —Ela me abraçou e eu desmoronei...

Te amo porra! - Capítulo 05

Edward Cullen

—Com licença. —Chamei a atenção da recepcionista. Pelo reflexo dos óculos dela era possível identificar que ela estava jogando paciência no computador, totalmente desatenta ao que acontecia ao seu redor. —Você poderia me informar qual é o quarto em que Isabella Swan está? —Aquela não era a melhor saída e nem estava nos planos, mas depois de muito andar eu percebi que aquele hospital era grande demais e que “é lá em cima” podia ser muito longe. Devia ter conseguido ao menos a identificação de qual era o numero do quarto ou ao menos o andar com a minha mãe, mas em todos aqueles momentos eu não imaginei que eu precisaria fugir para finalmente ter a oportunidade de ver ela.

—Não estamos em horário de visitas. —Ela estava bem concentrada no jogo e nem ao menos se deu o trabalho de tirar os olhos do computador pra olhar para minha cara ao falar.

—Eu sei, assim como sei que seu chefe não vai gostar nada de saber que uma de suas funcionária está mais preocupada em ficar jogando do que fazendo seu trabalho direito e dando atenção aos pacientes do hospital. —Ela finalmente tirou os olhos do jogo e me encarou. —Eu fui internado aqui junto com a minha namorada, soube que ela acordou e quero vê-lá se você fizer o favor de informar em qual quarto ela está eu posso ir lá e fingir que nunca a vi, agora se não eu posso deixar meu pai, que é advogado do hospital e amigo intimo de um dos principais acionistas sabendo de como eu fui tratado e eu tenho certeza de que a informação vai chegar longe. —Não gosta muito daquilo, mas eu estava realmente disposto a qualquer coisa pra ver a Isabella, pra confrontar ela e entender o quanto ela me culpava e implorar que ela me perdoasse.

—Nono andar, quarto de UTI número 906. —Ela disse depois de digitar alguma coisa no computador. —Mas você não vai conseguir chegar lá isso não é horário de visitas e nem adianta me ameaçar porque eu estaria pedindo demissão se fizesse um cartão de visitas pra você fora do horário e você vai ter que passar por muitos seguranças pra conseguir chegar ao nono andar.

—Vou dar meu jeito. —Afirmei e sai dando as costas pra ela. Eu realmente levei o alerta a serio, mas sentia ainda muita dor no meu corpo e não podia simplesmente fechar os olhos e subir tudo aquilo de andares pela escada. Eu tinha conseguido descer sem nenhum impedimento iria tentar subir e contar com mais um pouquinho de sorte.

Aproveitei o elevador aberto e entrei apertando o número nove no teclado automático. O elevador subiu sem surpresas e sem parar em nenhum outro lugar, possivelmente aquela enfermeira estava mentindo pra mim sobre a segurança. O corredor do andar da UTI era bem mais obscuro do que do andar em que eu estava, assim como era mais escuro era também mais vazio. Só tinha uma enfermeira basicamente no meio do corredor.

Sai da pesada caixa de metal e caminhei de forma descontraída, minha cabeça estava doendo muito, mas eu tinha que me manter firme. Os remédios direto na veia funcionavam bem, apenas algumas horas sem e eu voltava a sentir minha cabeça latejando se pisassem sobre ela com pontudos saltos agulhas. Senti minha mão soando conforme eu me aproximava da enfermeira, se ela estranhasse minha presença ali tudo podia dar errado e eu ser expulso de volta pro meu quarto.

903, 904, 905... Não encarei a enfermeira e passei por ela apresando um pouco o passo. Ela parecia concentrada no que lia na prancheta que tinha em mãos e nem notou minha presença ou preferiu me ignorar. Quando cheguei em frente a porta 906 senti meu coração disparar, era impressionante o tanto de coisa que podia mudar em alguns segundos, eu levaria isso pra abrir a porta e quando acontecesse eu iria ter que encarar ela de frente e confessar toda minha culpa e implorar para que ela me perdoasse.

Respirei fundo até finalmente conseguir levar minha mão a porta e bati três vezes, não ouvi uma resposta então levei a mão até a maçaneta e girei, o clique me atingiu me deixando mais nervoso ainda. Abri a porta e passei, entrando no quarto, ela estava deitada em uma grande cama, suas pernas cobertas com um pesado coberto branco. Ela dormia de forma bem tranquila e não resisti me aproximando dela. Deixei meus dedos correrem pelo rosto dela devagar, queria conversa com ela, mas não era justo interromper um sono que parecia tão tranquilo.

Lágrimas grossas deslizaram pelo meu rosto e eu não precisava me importar de esconder o que era o bônus dela está dormindo. Seu rosto tinha alguns arranhões que não pareciam muito profundos, tinha um grande curativo na testa e outro na bochecha esquerda que quase chegava no queixo. Seu braço também tinha alguns outros arranhões e o esquerdo estava envolto de uma tala, da mão até um pouco acima do cotovelo. Ela tinha se machucado muito mais do que eu, muito mais.

Ela se mexeu na cama e eu trouxe minhas mãos pra mim. Os olhos pesados no tom chocolate se abriram e me encararam, esperei pelo ódio que eu imaginei que viria, mas não veio ela abriu um sorriso pra mim, um doce e constrangido sorriso.

—Edward. —Ela disse surpresa. —Você já ganhou alta? —Ela perguntou baixo e eu não entendia o que estava acontecendo, como ela podia está se comportando assim depois de ter dito que não queria me ver. —Sua mãe disse que levaria alguns dias ainda.

—Não eu fugi. —Fui sincero. —Eu não aguentava mais não ver você, eu precisava me desculpar por ... —Senti mais lágrimas deslizarem pelo meu rosto.

Ela se mexeu desconfortável e bufou desistindo.

—Eu esqueço que não posso mexer as pernas, aperta esse botão ai do lado pra cama subir um pouco. —Ela me mostrou e eu controlei a cama fazendo ela ficar quase sentada.

—Eu sinceramente peço desculpas eu devia ter parado e...

—Você está se culpando? —Ela arregalou os olhos. —Não me diga que você realmente está sendo estúpido a esse ponto.

—Eu sei que a culpa é minha, eu entendo que você possa estar me odiando e que não queira me ver, mas eu preciso muito me desculpar. Eu não acho que você deva me perdoar eu só precisava deixar você saber que eu sinto muito e que eu devia ter parado... se eu tivesse parado nada disso teria acontecido. —Eu estava desesperado e o choro tornava muito mais confuso tudo o que eu estava tentando fazer.

Ela ergueu a mão direita e tocou meu rosto.

—Baby eu não estou entendendo nada. Pare de se culpar eu juro pra você que eu não estou com raiva e nem nada...

—Você não quis me ver eu pensei que você estivesse sei lá me odiando.

—Não Edward eu só não quero que você me visse nesse estado. —Ela bufou e aquela conversa era tão doida que eu nem tive muito o que fazer a não ser escutar. —Olha o meu cabelo? —Ri não acreditando no que ela estava falando. —Um passarinho pode fazer dele seu ninho. —Não aguentei e gargalhei. —Pare de ri Edward eu estou falando sério, eu não queria que você me visse assim, minhas pernas já não são mais uteis pra nada eu não queria que você visse meu rosto assim todo zoado e se visse que ao menos meu cabelo estivesse penteado.

—Eu não acredito nisso. —Não resisti e me aproximei dela colando meus lábios nos dela e quando ela me beijou de volta eu realmente me senti tranquilo, a sensação de alivio era maravilhosa.

—E agora estou beijando você depois de todos esses dias sem escovar meus dentes. —Ela se afastou de mim rindo. —Eu realmente estou querendo que você fuja de mim.

—Deixe de ser boba você não faz ideia de como eu fiquei quando minha mãe disse que eu não você não queria me ver. —Eu voltei a beijar ela, era difícil imaginar que ela tinha sido apenas boba e que realmente aquilo era real. —Eu imaginei tanta coisa. —Mais uma vez optei por ser sincero. Voltei a dar outro selinho nela.

—Você estava chorando. —Ela riu, gargalhou na verdade. —Edward eu não acredito que você estava realmente chorando.

—Não ria. —Levei a mão as costelas dela fazendo cócegas. —Você não tem ideia de como eu fiquei preocupado e com medo de que nunca mais poderia ficar com você.

—Coitado. —Ela continuou debochando e me abraçou. —Deita aqui comigo. —Chamou. —Só me ajuda a chegar um pouco pra lá porque é difícil fazer isso sem sentir minhas pernas. Eu segurei o lençol e puxei pra mim arrastando ela para a beirada com delicadeza tendo o maior cuidado para não machucá-la ainda mais.

—Isso não vai causar mais problemas? —Perguntei com medo de acabar piorando a situação dela.

—Acho que não o médico não falou nada sobre eu não poder me mexer ou coisa do tipo. Vem logo Edward.

Ignorei toda a minha preocupação e dei a volta na maca e me deitei ao lado dela fazendo o menor movimento possível morrendo de medo de machuca-la de alguma forma. Ela nem ligou e passou o braço pela minha cintura se apoiando de forma desajeitada sobre mim. Levantei o coberto dela e me surpreendi em ver que ambas as pernas estavam engessadas, fingi que aquilo não tinha me deixado ainda mais nervoso e me cobri também.

Eu tinha tanto a perguntar a entender e ao mesmo tempo eu não queria estragar aquele momento.

[...]

Senti uma mão no meu braço me sacudindo devagar e abri meus olhos assustado.

—Oi querido, desculpa te acordar. —Era a Renée. —E que daqui a pouco a médica dela vem aqui. —Assenti encarei minha garota ainda na mesma posição da noite anterior, a cabeça descansando de forma desajeitada sobre meu peito e um dos braços sobre mim. Puxei ela delicadamente para longe de mim, fazendo o mínimo de movimentos não querendo acordá-la.

—Desculpa ter passado a noite aqui. —Encarei minha sogra constrangido.

—Tudo bem, mas você deu um bom susto nos seus pais e médicos até que ficou obvio que o único lugar que você poderia está era bem aqui.

—Devo pedir desculpas de novo? —Brinquei, mas eu não estava nem um pouco arrependido, se eu não tivesse feito aquilo provavelmente eu ainda estaria me remoendo achando que ela estava me odiando quando na verdade ela apenas estava sendo ela, boba até o ultimo fio de cabelo.

—Acho que pro seus pais seria bom, sua mãe queria te acordar assim que chegamos aqui. —Eu tinha fugido aproveitando o fato de que eles tinha ido em casa tomar banho e trocar de roupa e não era difícil imaginar como minha mãe tinha ficado louca quando chegou ao hospital e eu não estava no meu quarto.

—Como ela está? —Não tinha perguntado nada disso a ela ontem com medo de estragar nosso momento, mas eu precisava entender a última vez que eu tinha tido coragem de perguntar minha mãe tinha dito que ela estava tetraplegia, mas ela estava mexendo os braços e eu não consegui entender mais nada.

—Aparentemente bem. —Mas os olhos dela não indicavam isso. —Ela chorou com você?

Encarei ela não entendendo o porque da pergunta.

—Não, por que?

—Ela está muito tranquila sobre a possibilidade de ficar paraplégica quando ela acordou e disse que não conseguia sentir as pernas eu imaginei que ela fosse desmoronar, mas ela se manteve brincando e eu estou com medo de que ela ainda não tenha entendido realmente o que está acontecendo.

—Ela ficou brincando o tempo inteiro ontem e me zoando porque eu estava chorando. —Não me senti mal em confessar que eu tinha chorado.

—Ela está assim fica fazendo brincadeiras e rindo, eu não consigo entender e tenho medo de quando a ficha cair.

—Depois eu posso voltar e tentar conversar com ela. —Propus, eu sabia que não poderia ficar ali quando os médicos entrassem e que o mais certo seria voltar ao meu quarto e esperar a minha própria visita. A dor na cabeça tinha voltado e provavelmente eu teria que refazer todos aqueles exames novamente.

—Seria muito bom.

Caminhei até a porta e antes de sair me voltei a ela.

—Você pode me explicar o que aconteceu com ela e o quanto ela está ferida.

—Claro. Ela teve um trauma na vértebra por causa do impacto. —Vi a Renée controlando o choro. —O exame inicial mostrou que tinha sido na c6 e por isso os médicos nos prepararam para a paralisia completa, mas quando ela acordou ela conseguia mexer os braços então todos os exames foram refeitos e descobriu que na verdade a lesão estava na c7 que é responsável pelos movimentos dos membros inferiores, ainda não sabemos se é reversível ou a extensão já que ela não consegue mexer a mão do braço esquerdo então temos que esperar, ela faz fisioterapia e testes de sensibilidade todos os dias, mas é uma coisa que requer paciência. O Charlie está trazendo um dos melhores especialistas no caso pra cuidar dela e é provável que ela passe por outra cirurgia, mas por enquanto não tem muito o que fazer.

—E o rosto dela. —Aqueles curativos ainda me preocupavam.

—Apenas cortes superficiais.

Antes que eu pudesse fazer mais alguma pergunta a porta foi aberta e uma equipe de médicos, residentes e enfermeiros entraram pedindo licença.

—Volto mais tarde.

—Sem fugir dessa vez avise seus pais que você está vindo.

—Claro.

[...]

Toquei na mão da minha mãe que empurrava gentilmente a minha cadeira de rodas, meu destino era o quarto da Isabella. Eu podia sentir que ela estava preocupada, o tal inchaço não tinha diminuído e os médicos estavam falando em precisar operar pra descomprimir sei lá o que ela não tinha ficado nada satisfeita e estava desde então com aquela cara feia.

—Mãe relaxa eu estou bem.

—Não me agrada nada você ter que passar por outra cirurgia.

—Só que se for necessário não a o que ser feito.

—Você vai passar a noite aqui? —Ela perguntou já estávamos chegando no quarto da Isabella, era bem mais confortável chegar ali sabendo o que me esperava. Sabendo que minha garota provavelmente estaria me esperando de braços abertos.

—Sim? —Não tinha a intenção de pedir autorização, mas não havia muito o que ser feito.

—Okay vou pra casa qualquer coisa me ligue. —Ela me entregou meu celular, eu nem tinha dado a atenção a ele até aquele momento.

—Os médicos me entregaram estava no seu bolso quando você chegou. —Desbloqueei e vi que a bateria estava completamente carregada.

—Eu levei pra casa ontem pra carregar.

—Obrigada. —Eu estava realmente agradecido, seria muito bom ter meu celular ali.

[...]

—Eu ainda não acredito que você foi embora e me deixou dormindo. —Encarei ela rindo, hoje era mais fácil ficar de bom humor perto dela. Eu tinha esperado horrores ela enquanto voltavam a colocar ela no gesso, pelo que a mãe dela tinha me dito ela tinha que fazer aquilo toda noite algum tratamento novo que eles iriam testar com ela. Eu estava sentado de frente a ela enquanto dividíamos a maca em que ela estava.

—Sua mãe me expulsou me acordou super cedo. —Fiz biquinho fazendo charme.

—Vem aqui e me de um beijo. —Ela exigiu. Me inclinei sobre ela e a beijei. —Isso é bom. —Reclamou quando eu me afastei.

—Gosto quando você está aqui eu sinto que as coisas podem facilmente voltarem a serem o que eram e que esse acidente não mudou nada. —Pela primeira vez durante nosso tempo eu vi algum sentimento negativo transparecer nos olhos dela e eu sabia que aquela era a deixa que eu estava esperando pra tocar no assunto e cumprir a promessa que eu tinha feito a mãe dela.

—Mas mudou é obvio que mudou. —Voltei ao meu lugar encarando ela que bufou diante da minha frase não precisava de muito pra ela saber sobre o que iríamos conversar.

—Não vamos conversar sobre isso.

—Vamos sim. Você precisa conversar sobre o que aconteceu e o que está acontecendo.

—Eu converso todo dia com a psicóloga, “nada de esconder o que eu estou sentindo”. —Ela debochou da frase final e eu só pude chegar a conclusão de que a psicóloga que falava isso pra ela.

—Bella.

—Edward. —Ela me encarou e eu olhei pra ela demonstrando que não deixaria o assunto morrer tão fácil. —Olha eu sei o que aconteceu e o quão grave isso é e eu realmente não faço ideia de como vai ser quando eu sair daqui, quando as coisas começarem a se mostrar realmente complicadas e todos os problemas que eu vou ter que enfrentar com a minha adaptação. Só que eu não sei de nada agora e sinceramente estou tentando não pensar nas coisas ruins, porque eu sei que eu vou poder contar com os meus pais e com você. —Os olhos dela se encheram de lágrimas e eu me inclinei enxugando-o. —Nossos amigos —ela hesitou— e eu não vou ter opção a não ser fazer o meu melhor pra que tudo fique mais fácil.

—Eu vou te ajudar. —Prometi segurando a mão dela que estava fora do gesso.

—Te amo. —Ela me encarou e voltou a me puxar pra perto dela me beijando novamente.

—Agora será que podemos parar de falar sobre isso e falar sobre algo mais legal. —Pediu.

—Como?

—Hum... Sabia que eu vou perder todas as minhas férias aqui nesse hospital, eu perguntei ao médico e ele disse que é possível que as aulas voltem e que eu ainda não tenha recebido alta. —Encarei-a preocupado, mas tinha dito que eu deixaria pra lá então não voltei a fazer perguntas relacionadas ao acidente deixaria isso pra outro momento.

—Pelo menos você não vai ter que aturar o senhor Burnner. —Lembrei-a do nosso professor de física que era o mais chato da carga horária, ele tinha regras bem chatas para um professor.

—Sinto que daqui a um mês eu não me importarei se ele me der aula em todas as matérias. —Ri sabendo que ela tinha total razão, me dava nervoso só de imaginar ficar um mês inteiro preso ao hospital. Mas ela não precisava saber disso então comecei a provocá-la mudando discretamente de assunto, eu faria o que estivesse no meu alcance pra deixá-la o melhor possível.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 06

Isabella Swan

Olhei para minhas pernas e tentei move-las, mas nada aconteceu me permiti chorar, eu estava sozinha pela primeira vez em muito tempo. Eu tinha conseguido convencer minha mãe a ir fazer um lanche, meu pai tinha ido passar a noite em casa e ela passaria a noite ali comigo mesmo que fosse completamente desnecessário. Amanhã eu receberia alta, o Edward tinha sido liberado com apenas duas semanas de internação, ele teve que passar por outra cirurgia e tinha raspado completamente a cabeça para a cirurgia e eu nunca tinha imaginado ver ele completamente careca e até que ele não ficou nada feio como se fosse possível ele ficar feio.

Eu sentia meu coração disparar só de me imaginar sentada naquela ridícula cadeira de roda, podia ser a mais cara do mundo e cheio de tecnologia legal ainda era a porra de uma cadeira de rodas.

Passei todos os dias ali tentando ao máximo não pensar naquilo, ver as coisas boas. Eu estava viva e isso que deveria importa, mas não era bem assim quando eu olhava vendo a situação completa. Para mim estava claro que eu só tinha ficado viva para ser punida e ao mesmo tempo nada estava realmente claro. Sabia que aqueles pensamentos não me fariam bem e nem fariam bem a todos que estava comigo naquele.

Eu tinha perdido os movimentos das pernas e era ruim isso, mas minha mãe teria que lidar com isso e meu pai e o meu namorado que eu via o tempo todo como se culpava. Pensar no Edward me deixou ainda mais emotiva e senti meus olhos cheios de lágrimas. Ele estava sendo o mais fofo dos caras, mesmo quando eu não passava de uma cadela. Mesmo com ele passando por outra cirurgia eu tinha sido covarde e não encarado a merda da cadeira de rodas para ir até ele, nem no pré e muito menos no pós, eu o deixei sozinho e eu sabia que se a situação fosse contraria ele teria vindo se arrastando pelo chão se necessário, mas eu? Fui covarde e passei o tempo todo ali encarando aquela cadeira como se a qualquer momento ela fosse me pegar, um monstro ali enfurnada no mesmo quarto que eu pronta para me atacar a qualquer momento.

Usei as costas da mão enxugando as lágrimas que tinha escorrido, sabia que meu tempo de me lamentar por aquilo tinha acabo e que eu precisaria enfrentar, amanhã quando eu recebesse a tão desejada alta eu teria que atravessar metade do hospital sentada naquilo e quando finalmente estivesse fora ainda teria que contar com ajuda para entrar na porcaria do carro, nada seria mais humilhante do que ter um estranho me pegando no colo pra fazer uma coisa que antes era tão simples.

As lagrimas voltaram com mais intensidade e eu comecei a soluçar conforme o choro se tornava ainda mais violento, sabia que não teria muito tempo e que em breve minha mãe voltaria ao quarto e eu não queria de forma alguma deixar ela me ver naquele estado. Puxei o lençol enxugando meu rosto e comecei a fazer o exercício que a psicóloga tinha me ensinado, inspirar por uns bons segundos e respirar e me concentrar só na minha respiração. Não valeria a pena sofrer por antecedência eu deixaria para lidar com os meus futuros problemas quando fosse o momento certo pra isso.

[...]

Eu tinha sido a porra de uma escrota ao fazer minha mãe sair para comprar um vestido longo pra mim, mas eu não conseguia me ver em nenhum daqueles curtos vestidos ou saia que ela tinha feito meu pai trazer. Não existia nada de bonito pra mostrar, eu não queria que ninguém ficasse olhando pra elas e vendo que se tornaram apenas um enfeite, que não serviam de nada e para piorar ainda estava cheia de arranhões.

O gosto da minha mãe era perfeito e ela trouxe um vestido lindo, com uma estampa que funcionava pela mistura de cores vivas e alegres. Ela me ajudou a me vestir sem dizer nada sobre como eu tinha surtado pelas mini-saias, mas eu conseguia ver nos olhos dela uma tristeza que só tinha aparecido por causa do meu comportamento.

—Desculpas. —Pedi, mesmo morrendo de vontade de chorar eu consegui segurar as lágrimas.

—Não se desculpe se você não estava a vontade não tem problema nenhum dizer.
Ela se aproximou tocando meu rosto fazendo um carinho.

—Eu só imaginei que seria desconfortável na hora de entrar no carro, não queria que todo mundo visse minha calcinha. —A mentira era evidente na minha voz, nem precisava de muito para saber que aquilo era uma desculpa e das mais esfarrapadas.

—Você está certa foi muito bem pensado. —Ela se abaixou e deixou um beijo no topo do meu rosto. —Não se preocupe com isso foi ótimo fazer uma visita ao shopping o difícil é comprar apenas uma peça.

Ri sabendo que ela estava falando aquilo somente para melhorar um pouco meu humor se ela quisesse ela podia comprar todo o shopping. Batidas na porta nos fizeram olhar, eu só queria que fosse meu pai com os papeis devidamente assinados para que assim eu pudesse ir pra casa, a porta foi aberta e o Edward colocou a cabeça pra dentro me dando um sorriso doce.

—Posso entrar. —Mesmo surpresa com a presença dele ali, imaginei que eu só veria ele quando eu chegasse em casa. Mesmo que a distancia dele me desse um pouco de nervoso, morria de medo de chegar em casa e ter uma festa surpresa ou qualquer coisa assim, eu tinha pedido e pedido pra que nada fosse feito, porém de qualquer forma eu estava morrendo de medo.

—Claro querido. —Quem respondeu foi minha mãe e ele entrou exibindo seu melhor sorriso, ele tinha uma áurea de alivio que era contagiante eu quase ficava feliz em ter que finalmente ir pra casa.

Ele se aproximou e me deu um selinho.

—E aí ansiosa para ir pra casa? —Perguntou se sentando no banco que tinha ali ao meu lado destinado ao acompanhante.

—Vou ver porque seu pai está demorando tanto. —Anunciou minha mãe antes que eu conseguisse mentir. —Comportem-se crianças. —Revirei os olhos. Ela achava que iríamos fazer o que ali dentro.

—Porque você aparenta está tão mal humorada? —Ele pegou minha mão brincando com os meus dedos ignorando completamente a pergunta anterior. —Você devia está soltando fogos.

—Não estou mal humorada só nervosa com tudo eu não sei como vai ser quando chegarmos em casa, eu meio que me acostumei com a rotina do hospital. —Resolvi ser sincera com ele.

—Você vai arrasar. —Se inclinou sobre mim e voltou a colar os lábios aos meus, esperei ele logo se afastar, mas não aconteceu. Ele aprofundou o beijo abrindo meus lábios e impondo sua língua dentro da minha boca. Sua mão foi ao meu cabelo me mantendo próxima dele. Eu estava completamente surpresa, durante todo aquele mês não tínhamos passado de breves selinhos e agora ali estava ele enfiando a língua dentro da minha boca com muito afinco. —É nesse momento em que você devia me beijar de volta? —Ele parecia bem envergonhado e um tanto preocupado só assim eu percebi o quanto eu estava sendo estúpida, era um beijo, já tínhamos feito isso tantas e tantas vezes que devia ser automático e não cheio de neuras. Então aproveitando que a boca dele estava ainda bem próxima a minha me aproximei e comecei a beijá-lo, ele retribuiu se aproximando ainda mais de mim.

Nos afastamos quando a porta foi aberta de forma abrupta, era meu pai e pela sua falta de educação ele devia ter visto bem mais do que queria. E por mais que não estivéssemos fazendo nada demais em uma situação normal ele falaria um monte.

—Aqui é lugar para ficar de agarramento? —Senti meu rosto esquenta diante da chamada de atenção e uma felicidade inexplicável. Nada era mais legal do que ele está me tratando como uma garota normal.

—Desculpe papai. —O Edward me olhou não conseguindo conter o sorriso

[...]

O Edward empurrava minha cadeira com delicadeza pelo solo completamente estável do hospital. Ele tinha tomado frente antes que minha mãe ou meu pai se quer pensasse sobre o assunto. Eu conseguia me locomover sozinha, eu tinha “treinado” com a cadeira na fisioterapia, era engraçado que alguém tivesse que me ensinar a usar aquilo, mas de uma forma geral foi bom eu pude demonstrar todo meu pânico para um especialista, sem minha mãe, meu pai ou o Edward por perto. A cadeira ainda me enchia de medo, mas não havia muito o que ser feito e se eu quisesse sair pra qualquer lugar aquela era a única maneira.

Eu me senti extremamente grata pela total acessibilidade do hospital, conseguimos chegar ao estacionamento sem nenhum problema o que me deu uma sensação de alivio. Seria vergonhoso se a cadeira não entrasse no elevador ou se as pessoas tivessem que esperar eu passar para continuar seu caminho por que a cadeira ocupava todo o espaço do corredor.

Mas quando chegamos em frente ao carro do meu pai eu senti meu coração aperta e uma forte vontade de chorar, eu não fazia ideia de como eu conseguiria entrar no quarto, pra sair da maca os enfermeiros ajudaram, mas como seria agora que eles tinham sido dispensados. Eu com meus sessenta quilos era pesada demais para meu pai sozinho me pegar então o Edward teria que ajudar e seria completamente constrangedor a total prova de que eu era uma total incapaz e meu namorado perfeito iria presenciar tudo isso.

Minha mãe abriu a porta de trás do carro e eu conseguia ver que ela estava tão perdida quanto eu. Antes que qualquer coisa fosse feita ou dita o Edward deu a volta ficando parado ao meu lado. Ele abriu um sorriso completo e anunciou

—Deixe que eu faço as honras. —Antes que eu pudesse protestar sobre meu peso ele já tinha passado os braços em baixo das minhas pernas e me erguido como se eu não pessasse nada.

Meus pais não ficaram dando audiência para aquele momento e apenas começaram a assumir suas posições, meu pai no volante e minha mãe ao lado dele.

—Já estamos testando para o casamento. —Cochichou o Edward no meu ouvido, eu não disse nada até porque não havia o que ser dito.

Ele me colocou sentada no banco do carro com o máximo de delicadeza, tendo todo o cuidado para que eu não batesse em nada.

Assim que eu estava prontamente sentada ele fechou a porta e eu observei ele dá a volta com a cadeira e guardá-la no porta malas

Tinha sido fofo e não vergonhoso como eu tinha imaginado que seria e isso fez uma lágrima de felicidade escorrer pelo meu rosto. Observei que meu pai me encarava através do espelho retrovisor e enxuguei as lágrimas não querendo causar um espetáculo. Ele levou um segundo a mais do lado de fora do carro como a mão na maçaneta como se pensasse sobre e entrou pelo lado direito do carro e se sentou ao meu lado, meu pai colocou o carro em movimento e começou a sair do hospital.

[...]

Todo o caminho até minha casa foi feito em um silencio incomodo, apenas minha mãe falava uma coisa ou outra, mas nada que pudesse formar uma real conversa. E eu fiquei feliz pelas minhas pernas ou a falta de utilidade delas, não serem a responsável por aquilo. Aquele tipo de coisa era residos do passado e da inexistente relação entre meu pai e meu namorado, os dois sempre ficavam nervosos na presença um do outro. Eu quase ri de como o Edward parecia a ponto de abrir a porta e pular do carro a qualquer momento e eu não entendi se era por causa de ser o carro do meu pai ou por ser um carro. Não iria puxar aquele assunto naquele momento por que ele sabia que deixaria ele ainda mais desconfortável.

Encarei a enorme casa a minha frente morrendo de medo de sair daquele carro e encarar minha nova realidade. O corredor até a porta de entrada possuía um total de seis degraus sem falar no gramado verde que não deveria funcionar nada bem com aquela cadeira, mas levando em conta aonde meu pai tinha estacionado iríamos usar a entrada dos fundos que não possuía escadas e tinha um longo corredor. Era minha entrada favorita, o caminho era mais curto e já deixava a gente em frente as escadas, normalmente sempre usávamos aquela entrada. Porém era ruim saber que aquela era a minha única opção.

Eu não tinha o menor senso de espaço, por isso era uma péssima motorista, mas eu podia apostar que mesmo aquele corredor sendo grande não era grande o suficiente para a cadeira passar.

—Eu acho que a cadeira não passa ali. —Falei sabendo que seria melhor do que tentar.

—Relaxa. —Pediu o Edward. Ele me deu um selinho e abriu a porta do lado dele dando a volta no carro, em pouquíssimos minutos ele estava do meu lado abrindo a minha porta. —Um ensaio só não é o suficiente. —O sorriso dele era muito verdadeiro e contagiante que foi impossível não retribuir. Ele me pegou no colo, minha mãe foi na frente abrindo o portão e em seguida a porta que ficava normalmente destrancada. —Então quer ficar onde? —Ele perguntou e deu uma leve girada comigo para ver todas as minhas opções. Ao nosso lado esquerdo tinha a grande sala de TV e a que mais usávamos, no lado esquerdo caminhando mais um pouco tinha a espaçosa sala de jantar e logo a frente a imensa escada de quarenta e cinco degraus.

—Pode ser ali no sofá. —Apertei meus braços em torno do pescoço dele com medo de cair, quando chegamos perto ele se sentou comigo no colo. —Edward meu pai não vai gostar nada disso.

—Aproveite um pouco dessa situação. —Ele pediu rindo.

Não vi meus pais e sabia que provavelmente minha mãe tinha convencido ele a deixar nos dois sozinhos.

—Se eu soubesse que ia ser fácil assim eu teria te levado pro seu quarto. —Ele brincou e eu dei um tapa de leve no peito dele.

—Você sabe que isso não é mais viável? —Perguntei constrangida. Eu tinha perguntado aos médicos. O lance do não sentir nada da cintura pra baixo. E eu tinha tentado, depois de uma vez em que eu e o Edward tinha saído do meu quarto de hospital, eu realmente tinha tentado me masturbar, mas eu não sentia nada era como se ... —Que provavelmente leve muito tempo para eu sentir qualquer coisa isso é se eu sentir. —Os médicos tinham sido bem sinceros com minhas chances e eu não queria enganar ele.

—Nos vamos dá um jeito nisso. Nós namoramos vários anos sem sexo podemos namorar mais alguns.

—O medico disse que depois de muitas sessões de terapia eu possa voltar a sentir nesse aspecto, mas Edward minha vida vai mudar muito e eu quero que você me prometa que não está comigo por causa de culpa ou qualquer merda dessas. —Pedi sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. —Eu não quero que você fique comigo por pena.

—Eu amo você, antes dessa loucura toda estávamos fazendo planos de casamento e não é um acidentezinho de merda que vai mudar o que eu sinto por você. —Ele me encarava tão serio que nem tinha como duvidar. Ele segurou meu rosto e aproximou os lábios dos meus e me beijo com intensidade. Tinha tanto sentimento que me dava ainda mais vontade de chorar. Ele se afastou para mais uma vez me encarar. —Vamos enfrentar isso juntos.

Concordei com um movimento da cabeça e me inclinei beijando ele. Diante daquela declaração tão sincera, não tinha como duvidar do que sentíamos um pelo outro.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 07

Isabella Swan

Eu ainda me sentia completamente deslocada. Quando cheguei do hospital fui surpreendia com meu quarto que provisoriamente tinha sido transferido para o primeiro andar, uma sala sem utilidade foi transformada em um quarto. Subir aquela escada era difícil principalmente comigo no colo. Minha mãe estava planejando uma grande obra para tornar a nossa casa mais acessível para mim, me dando mais autonomia para ir e vir. Elevadores, rampas, alinhamento de piso e corredores mais longos estava no atual planejamento de mamãe. Com toda certeza era um exagero, mas nem era algo que eu podia negar e dizer que não precisava, porque precisava. Meu caminho ultimamente se limitava a sala de TV, sala de jantar e meu novo quarto me obrigando a sentir saudades de coisas que eu nem imaginava.

Uma coisa que eu gostava no meu novo quarto era o tamanho, duas vezes maior que meu antigo e a enorme cama de casal que estava sendo bem usada já que o Edward estava praticamente morando ali. Obvio que não passávamos dos beijos, mas era gostoso dormir sentindo o corpo dele tão próximo ao meu. Claro que vez ou outra ele se empolgava nos nossos amassos, porém ele mesmo se freava e voltava a razão. Era bom de toda forma aqueles momentos com ele na minha nova confortável cama se tornava o mais próximo da normalidade. Tinha sido bem estranho aquele tempo de adaptação, mas a rotina tinha se tornado as coisas bem fáceis e todas as sessões de fisioterapia tinham sido bem uteis a minha adaptação e o treino de lideres de torcida deixou meus braços bem preparados para aquela cadeira de rodas.

O Edward tinha voltado à escola e o final da tarde tinha sido designado nosso horário de estudar, ele me passava toda a matéria que eu perdia. Devo confessar que como professor ele estava surpreendendo de forma bem positiva. Mas ainda sim ele me mantinha longe dos acontecimentos da escola e de tudo que estava sendo falado de mim, eu tinha perdido meu celular no acidente e meu pai não conseguiu recuperar meu numero então eu estava com um numero novo e completamente fora dos grupos da escola o fato dele não querer me emprestar o dele para que eu ficasse por dentro das fofocas deixava claro que eu devia ser o alvo delas e que as coisas não iam bem, por mais que eu tivesse minhas duvidas ainda sim era completamente obvio.

Victoria era a única dos meus “amigos” da escola que tinham aparecido para me ver, ela vinha de dois em dois dias e nos falávamos por telefone, mas ainda sim eu a sentia diferente. Não consigo entender o que mudou, já que ela vinha aqui falávamos sobre os mesmos assuntos de sempre com a mesma boca suja, mas faltava algo além dos movimentos das minhas pernas. Ela era outra que estava me mantendo totalmente de fora sobre o que acontecia na escola, toda vez que eu tentava ir por aquele caminho ela desconversava e uma vez até chegou a ir embora quando eu insistir. Como eu gostava da companhia dela e não queria ser uma chata eu apenas comecei a deixar pra lá, sabia que se eu forçasse o Edward um pouquinho mais ele me contaria, contudo em contra partida eu não tinha certeza se eu realmente queria saber tanto que estava evitando o facebook e outras redes sociais.

—Oi. —Nem tinha visto-o chegar. Olhei o relógio constatando que ainda estava bem cedo para ele já estar ali, principalmente por que hoje tinha treino.

—O que aconteceu? —Perguntei preocupada quando notei o canto da boca dele machucado, quando chegou mais perto de mim eu percebi que o olho esquerdo estava com um coloração rosada. Ele tinha brigado.

—Fui suspenso do time. —Ele falou como se não fosse nada demais.

—Você está louco? —Queria me aproximar dele e examinar de perto aquele olho quando ele sentou aos pés da cama, mas eu não ia ficar me arrastando na cama. —O que aconteceu?

—Eu dei uma surra no Carlos.

—Por quê? —Fiz um sinal, usando o dedo indicador e o do meio, chamando-o para perto de mim, um sinal que em outro momento poderia até ser sexy.

Ele nunca foi o melhor aluno da classe, mas eu não esperava nada daquilo.

—Pra ele aprender manter as opiniões dele pra si mesmo. —Então eu entendi tudo, eu tinha sido o motivo da briga, provavelmente aquele babaca do Carlos tinha dito algo sobre minha nova condição e sendo como era o Edward não iria deixar barato. Antes que eu pudesse pensar em algo pra dizer minha mãe entrou no quarto trazendo um saco de gelo.

—Coloca nesse olho. —Foi a única coisa que ela disse quando entregou o saco a ele. Estava muito irritada e era visível. —Tome um banho que já vamos almoçar.

Ela saiu do quarto da mesma forma que entrou sem dizer nada além do essencial.

—O que ele falou para você reagir com violência? —Sem me importar se a resposta dele poderia minar ainda mais o pouquinho de animação que eu tinha para voltar à escola, o que aconteceria na próxima semana.

—Nada demais eu que fui irracional. —Se levanto deixando o saco de gelo sobre a cama.

—Edward você quer me contar o que aconteceu de verdade? —Pedi.

—Já disse que nada demais, ele foi um babaca e eu quebrei a cara dele. —Estava bem obvio que eu não conseguiria nada dele.

—Esse gelo vai molhar a cama. —Eu nem mesmo podia ir ali e pegar para tacar nele. —E você pode ir para sua casa, não quero você aqui me escondendo as coisas. —Não olhei pra ele com medo de como ele reagiria as minhas palavras e por saber que conforme fosse eu provavelmente daria pra trás e retiraria tudo o que tinha dito.

Puxei a cadeira pra perto e usando os suportes que tinham sido instalado eu comecei a me transporta, a cama era na altura ideal e os suportes facilitavam muito o único problema era que meus braços ficavam doendo muito no final do dia. Senti ele me puxando e me colocando na cadeira com mais facilidade do que eu conseguiria sozinha.

—Você que me deixa fazer as coisas sozinha? —Pedi com raiva eu me esforcei mais do que tudo para conseguir passar da cadeira para a cama e da cama para a cadeira sem precisar de ajuda de ninguém.

—Só estou tentando te ajudar. —Ele se afastou tencionando o corpo e entrando no meu enorme banheiro recém construído. Não deixei aquilo me afetar, fazendo o maior esforço para me lembrar que ele estava escondendo coisas de mim.

Comecei a fazer o esforço movendo a cadeira para fora do quarto. A nova posição do meu quarto me deixava muito mais próxima da sala de jantar e da sala de TV, então eu mal tinha que fazer esforço para meus novos lugares favoritos e único. Minha casa era tão grande e eu tinha ficado completamente limitada a três únicos ambientes. Nem outro banheiro eu podia usar por que a casa era completamente não adaptada para uma cadeira de rodas, vários degraus espalhados por cada cantinho.

—Oi, cadê o Edward? —Meu pai perguntou. Desde que meu namorado tinha meio que se mudado para ali, meu pai estava gostando dele, gostando muito. Ele agora tinha companhia para assistir jogos e falar sobre esporte e sinceramente ele estava adorando isso, adorando tanto que nem se importava em saber que estávamos dividindo o quarto e o banheiro.

—Tomando um banho por que ele vai embora. —Minha raiva ainda estava ali borbulhando pronta para explodir. —Vocês sabem porque ele brigou? —Perguntei.

Minha mãe parou no meio do que eu estava fazendo e me encarou.

—A Esme disse que ele se envolveu em uma briga com um menino do time, não quis mais detalhes. Você sabe muito bem que eu odeio violência. —Ela parecia ser bem sincera.

—Eu nem sabia de nada até sua mãe me contar a poucos minutos. Acabei de chegar do trabalho. —Se justificou erguendo as mãos ao alto em defesa.

Nenhum deles dois disse nada sobre ele ir embora e eu quase bufei irritada porque eu queria muito comentar sobre aquilo e sobre o quanto ele estava sendo imaturo em não me contar a verdade.

[...]

Eu passei o almoço inteiro em um completo silêncio. E o principal motivo disso era que o Edward me ignorando por completo se sentou a mesa para almoçar com a gente e sentado na minha frente ficava muito difícil não ficar encarando aquele olho que a cada minuto estava ficando mais escuros e me deixando com mais pena dele.

Senti a escova delicadamente deslizando pelo meu cabelo eu podia facilmente deixar que minha mãe sempre penteasse meu cabelo. Ela tinha acabado de me ajudar a tomar banho e agora delicadamente cuidava das minhas madeixas.

—O Edward já foi embora? —Não resisti. Passei a tarde inteira fugindo dele, ficando ali trancada no meu quarto lendo e estudando com os cadernos dele que estava na mochila que ele tinha deixado ali no chão quando chegou da escola.

—Não e ao que tudo indica nem vai. — Mordi os lábios confusa sobre o que eu devia realmente fazer, não queria de forma nenhuma brigar com ele, mas também não achava justo que ele ficasse me escondendo as coisas. —Ele me pediu uma coberta para dormir no sofá.

—Tem outros quartos na casa. —Sabia que minha mãe era educada demais para não ter oferecido.

—Eu disse a ele, mas ele me respondeu que quer ficar perto de você. —Bufei contrariada, sabia que ele ainda se culpava pelo acidente e mesmo que já tivéssemos conversado muito sobre aquilo não era um sentimento que sumiria tão rápido.

—Quando você terminar com meu cabelo você pode dizer a ele que eu estou chamando. —Eu sempre tinha um plano B e eu só precisava abrir minha boca e deixar as palavras saírem para tornar tudo ainda mais real. —E eu quero ir para a escola amanhã. —Aguardei em silencio enquanto ela recebia a informação. Eu já tinha recebido alta na semana retrasada, mas eu sempre inventava alguma desculpa para não ir e meus pais conseguiam um atestado com o médico. Nada físico me impedia de ir a escola, apenas meu medo bobo. Se eu queria saber o que estava acontecendo nada mais justo do que está na escola.

—Você tem certeza? —Ela tinha tanto medo quanto eu. Sabia que os adolescentes da minha escola podiam ser bem cruel e esse era meu maior medo assim como eu. O bom de está de costas para ela era que eu podia fugir do medo dela, o meu já era o suficiente.

—Sim. —Afirmei. Eu tinha muito medo de nunca mais conseguir voltar ao normal, principalmente por causa da bolsa de colostomia, nada mais constrangedor do que ficar com minhas fezes e xixi em um saquinho pelo lado de fora do meu corpo. Porém depois de alguns dias no hospital eu conseguir controlar minhas vontades e quando eu pedi ao médico para ir ao banheiro ele apenas me olhou orgulhoso. Eu sabia que aquele era um grande passo e foi graças aquilo que ele pode me dar esperanças de que eu pudesse voltar a sentir prazer (sexual) de alguma forma. Eu não fazia ideia de como seria ir ao banheiro na escola, nem me lembrava se os banheiros era adaptados, mas tinha certeza de que se eu permanecia naquela escola meus pais tinha feito o favor de checar.

—Seco e desembaraçado. —Dei um sorriso agradecido.

—Obrigada mamãe.

—Vou chamar seu namorado.

Ela deu um beijo no topo da minha cabeça e se afastou saindo do quarto.

[...]

Quando ele entrou no meu quarto eu já estava deitada prontinha para dormir.

—Oi. Eu posso dormir no sofá se você se sentir incomodada com a minha presença. —Dei de ombros ele levava tudo muito a serio.

—Sua presença não me incomoda o seu silêncio sobre algo que eu tenho certeza de que me afeta sim. Eu sei que ele deve ter dito alguma coisa sobre mim e por isso esse olho roxo. —Ele me deu um riso sem graça e se jogou ao meu lado na cama.

Levei minha mão ao rosto dele acariciando devagar a marca roxa em volta do olho. Ele gemeu quando eu usei um pouquinho mais de força.

—Ele te acertou com força. —Não consegui deixar de dá um riso imaginando o quanto aquele ferimento deixava ele irritado, não gostava nem um pouco de perder.

—Deixei ele bem pior. —Resposta muito obvia.

—Vou para a escola amanhã. —Apenas comuniquei, minha decisão já estava tomada e eu não voltaria atrás.

—Amor. —Ele me puxou para o peito dele. —Por favor, não faz isso. —A voz dele transmitia toda culpa.

—Edward eu não posso ficar a vida inteira trancada no quarto com medo do mundo. —Senti meus olhos pesados tendo muita vontade de chorar. Aquela reação era a confirmação de todos os meus medos, provavelmente amanhã na escola seria um inferno, mas eu lidaria com tudo de cabeça erguida eu era uma Swan e não deixaria um bullying me destruir. —Eu já vou ficar presa nessa cadeira pelo resto da minha vida eu não quero ficar presa dentro dessa casa também.

—E o que eu devo fazer? Apenas ficar olhando aqueles babacas... —O peito dele subia e descia de uma forma muito rápida demonstrando todo o estresse dele com aquela situação.

—Me apoiar, ficar do meu lado e não entrar em mais nenhum tipo de briga a escola já vai ser um inferno com você do meu lado imagina se você for suspenso? Eu vou ficar lá sozinha. —Apelei para o lado protetor dele.

—Okay você tem razão. —Ele me apertou ainda mais nos braço dele.

—Você ainda não me deu nenhum beijo hoje. —Reclamei morrendo de saudades dele. Ele me deu um riso safado e inclinou segurando meu corpo e voltando a me deitar na cama e colocando o corpo sobre o meu. Antes que eu tivesse qualquer chance ele beijou minha boca e eu beijei ele de volta aprofundando ainda mais o contato. Ele mantinha a mão na minha cabeça e a outra longo de mim. Quando estávamos naquele momento eu normalmente mantinha minha cabeça longe e me concentrava só nas sensações que o beijo provocava, mas naquela posição eu só queria sentir as pernas dele na minha, sentir aquela parte do meu corpo pulsando querendo muito mais contato do que aquele momento. Antes que eu conseguisse raciocinar minhas mãos já estava no peito dele afastando-o. —Eu acho melhor a gente dormir. —Respirei fundo com muito medo de chorar na frente dele, se eu continuasse me comportando daquela forma ia ficar tudo muito ruim. Devia apenas ter retribuído e deixado às coisas acontecerem da forma mais normal possível.

Ele se afastou e eu mantive meus olhos no teto morrendo de vergonha.

—Tudo bem. —Ele pegou minha mão e ficou brincando com meus dedos.

—Desculpa. —Pedi. Uma única lágrima escorreu no meu olho esquerdo e eu me mantive quieta com medo que ele percebesse.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 08

Isabella Swan

—Qual roupa você vai querer vestir? —Encarei o guarda-roupa aberto sem saber do que fazer. Já era estressante demais saber que aqui a pouco minutos eu teria que enfrentar escola, agora ainda tinha a duvida de como eu teria que ir vestida. Na nossa escola o uso do uniforme não era obrigatório, uma conquista do grêmio estudantil.

—Pegue uma calça qualquer e uma blusa mamãe. —Pedi, sabia que eu podia ir nua que não importaria o grande destaque iria ir para minha cadeira que não era nada estilosa.

Ela veio até mim com minha calça nova, eu tinha comprado na minha última visita ao shopping, ela era vermelho e tinha alguns rasgos no joelho a blusa era a mais simples de mangas longas cor sim e cor não.

—Vai me ajudar? —Não queria pedir, mas ...

—Claro que sim. —Ela se virou e se sentou na cama ficando de frente para mim. —Mas antes de eu deixar você fazer essa loucura eu quero que você me prometa de que vai me ligar se qualquer coisa acontecer, qualquer coisa mesmo. Se sentir e se quiser ir embora apenas me fale. —Eu confirmei com a cabeça e ela se aproximou deixando um beijo no meu rosto. —Eu te amo querida. —Ela estava se comportando como uma mãe no primeiro dia de aula da filha, e mesmo que eu garantisse a ela que eu ficaria bem ainda sim ela se comportava cheia de medo.

Ela tinha insistido para me levar na escola e eu reclinei a proposta. Queria muito que as coisas voltassem ao normal então eu iria para a escola com meu namorado, mas tinha sido uma surpresa quando o Edward aceitou a carona do meu pai. Assim que paramos em frente a escola eu encarei com medo, tive que respirar fundo algumas vezes para poder me acalmar.

—Me ajude a sair pelo outro lado. —Pedi normalmente ele me tirava pelo lado esquerdo só que isso me deixaria exposta a toda escola me ver.

Observei ele dá a volta no carro e pegar minha cadeira no porta malas. Mantive meus olhos na rua me recusando a ver o momento em que eu me tornaria o centro das atenções.

—Se você quiser ir para casa... —Interrompi meu pai e sua tentadora proposta.

—Eu vou para a aula.

Assim que o Edward abriu a porta para mim, meu pai saiu do carro indo segurar a cadeira, meu namorado me pegou no colo me colocando sentada no lugar certo. A cadeira era bem mais confortável do que eu esperava e até alivia um pouco a dor que eu sentia quando estava sentada em outros lugares.

—Pronta? —Ele perguntou me dando um sorriso encorajador. Mais de dois meses longe e nenhum pouco pronta para enfrentar nada daquilo, mas já tinha chegado até ali e não daria para trás.

—Sim. —Retribui com o melhor sorriso que eu consegui.

—Qualquer coisa me liga. —Meu pai deixou seu posto como coadjuvante e veio planar na minha frente, ele se abaixou para ficar na minha altura. —Você está sendo muito corajosa e eu me orgulho muito disso.

Meus olhos se encheram de lágrimas era uma emoção muito boa, felicidade pura, porque nada além daquilo me importava. Meus pais estavam do meu lado, meu namorado estava do meu lado e eu podia lidar com todo o resto.

—Te amo papai. —Me despedi dele com um beijo no rosto. O Edward colocou minha estilosa mochila roxa no meu colo e pegou a sua própria colocando nos ombros.

Quando a cadeira começou a entrar em movimento eu senti todo o pavor voltando com força, era mais difícil lidar com os meus pensamentos do que com a realidade, na maioria das vezes nada era aquele bicho de sete cabeças que meu cérebro gostava te tentar me convencer.

Eu só percebi que não tinha sido nenhum pouco calculado pedir para descer pelo outro lado quando eu olhei a calçada, a merda de um degrau cercava quase a rua toda, eu conseguia ver a rampa de acessibilidade quase no fim do território escolar, respirei fundo eu sabia que eu teria que dá uma puta volta apenas porque não tinha a droga de uma rampa mais perto e porque eu quis ficar ali na entrada dos alunos mais jovens, os que costumavam vir de carona, se eu tivesse deixado meu pai entrar no estacionamento dos estudantes nada daquilo teria acontecido, ou melhor ainda, se eu tivesse deixado meu namorado me tirar do carro pelo jeito de sempre.

—Vou ficar o dia inteiro te atrasando. —Resmunguei, outra exigência minha tinha sido chegar o mais em cima do horário possível. Assim eu conseguiria evitar o papo de corredor e todo o papo na sala enquanto esperávamos o professor.

—Como se eu fosse o aluno mais pontual. —Ele brincou puxando meu rabo de cavalo. —Mas tenho que te preparar para ficar o dia inteiro grudada em mim.

—Grande sacrifício. —Fiz drama. Eu tinha descoberto hoje de manhã que ele tinha pedido aos pais para mudar algumas aulas dele para que nossos horários batessem cem por cento.

Foi mais rápido do que eu esperava chegarmos a rampa e finalmente estarmos na calçada.

—Você pode usar seu poder como presidente do grêmio e mandar construírem outra rampa mais perto. —Não sei se eu já tinha dito o quão popular na escola eu era, única em toda aquela escola de todas as gerações que conseguia comandar o grêmio estudantil e as lideres de torcida eu só não era a capitão do time de futebol porque eu não queria. Sempre fui criada com a seguinte frase “eu era uma Swan e uma Swan podia fazer o que quisesse”. E eu levava aquilo muito a serio.

—Boa, mas para isso eu precisaria de um abaixo assinado e tirar dinheiro dos novos uniformes para uma obra e não acho que a rampa seja mais importante do que uniformes novos. —Ele gargalhou sabendo que eu tinha total razão, a rampa seria útil para uma única pessoa enquanto os uniformes era uteis para muita gente. —Ou eu poderia pedir ao meu pai uma generosa doação.

—É uma rampa. —Ele continuou rindo. —Não é necessário uma generosa doação apenas uma humilde doação é o suficiente, provavelmente com a minha mesada do mês eu poderia bancar a doação.

—Provavelmente se você não estivesse de castigo e se estivesse recebendo uma mesada. —Lembrei-o.

Tivemos que dá outra volta para entrar na escola, eu nunca tinha reparado quantos degraus tinham no meu caminho até eles serem a porra de um impedimento. Pelo menos a rampa para subir até dentro da escola era bem perto e só tivemos que ir alguns poucos metros.

Quando passamos pela porta eu já senti alguns olhares em mim, mas mantive meus olhos quieto e ao máximo não tentei me acovarda encarando o chão. Mantive meus olhos alto, encarando em frente e fiz o maior esforço para colocar um sorriso no rosto.

“Ela já voltou para escola?” Escutei alguém cochichando de um lado. “Pensei que ela nunca mais ia aparecer.” Comentou outro. Um longo corredor se abriu para minha passagem, todo mundo encostou no canto e apenas ficaram me encarando como se fosse um grande evento. Tentei levar aquilo para o melhor ângulo me sentindo ainda mais popular, agora a escola toda parava para me receber. “...ela continua muito bonita.” Foi meu primeiro sorriso genuíno. Meu namorado também ouviu e puxou meu rabo de cavalo atraindo minha atenção a frase, algo como quem confirma o que está escutando.

—Biologia? —O Edward perguntou para confirmar, essa seria uma das aulas novas dele.

—Sim.

Entramos na sala de aula e eu não aquentei manter meu olhar quando os poucos alunos que estavam na sala se calaram quando entramos, o Edward não deixou a situação se abalar e continuou empurrando-o a minha cadeira até a primeira filheira no lado esquerdo em frente a mesa do professor.

—Edward aqui é o lugar da Macailar e do Denon. —Não que a escola tinha lugares específicos para ninguém, mas como eles já sentavam ali a algum tempo ficava meio que sub entendido.

—Agora é nosso. —Ele me deu um sorriso que parecia ser o suficiente para salvar o mundo. —Ele se aproximou do lugar e tirou uma cadeira colocando no meio do corredor. —Canto ou beirada? —Perguntou ainda com aquele sorriso lindo que fazia as coisas parecerem muito mais fáceis do que realmente eram.

—Beirada é melhor. —Seria muito trabalhoso sentar no canto, ele sempre teria que ficar tirando a cadeira para que eu pudesse passar.

—Okay. —Ele me ajudou ajustando a minha cadeira em frente a mesa. E só ali vendo como a cadeira se ajustava perfeitamente, sem necessidade de empurrar a mesa de trás que provavelmente ele tinha sido aconselhado a me colocar naquele lugar, possivelmente o diretor tinha sido informado da minha vinda a escola e organizou todo o lugar. Ele passou por trás de mim e se sentou no seu lugar virando completamente o corpo para ficar de frente pra mim.

—Pare de pensar tanto. —Ele voltou a pegar meu rabo de cavalo e ficar balançando.

—Pare você de ficar fazendo isso com meu cabelo daqui a pouco está cheio de frizz.

—Cheio de frizz. —Debochou do frizz, não duvidava nada de que ele nem ao menos soubesse o que significava frizz. Ri achando realmente engraçado, até ali a escola estava sendo bem mais fácil do que eu imaginei.

—Seu palhaço.

Ele encarou o quadro lendo bióloga avançada II e fez uma cara feia.

—Com certeza vou levar bomba nessa matéria. —Revirei os olhos sabendo que era bem difícil ele levar bomba no que quer que fosse, ele era inteligente demais pra isso só ia precisar de um tempo para se ajustar a matéria. —Eu nem sei o que se estuda aqui.

Abri minha mochila e peguei meu caderno de biologia abrindo na última matéria que a Victoria tinha me passado.

Ele olhou os desenhos de genética e fez uma cara feia, estávamos pela segunda vez estudando aquele assunto e eu meio que já me sentia tão confiante sobre o tema que eu podia dar aula se o professor quisesse o que era meio o objetivo da escola, eles queriam a gente tão por dentro do assunto que seriamos capazes de dar aula sobre.

—Vou levar muita bomba. —Riu ainda mais. Pegou um lápis tirado não sei de onde e desenhou três corações na borda da folha, um perto do outro, respeitando somente a margem e escreveu o nome dele no do meio. —Seu caderno entrega todo o seu amor por mim. —Revirei os olhos sabendo que o senhor Barney, nosso professor daquela disciplina não ficaria nada feliz com o meu caderno cheio de declarações.

—Bobo. —Inclinei a parte perfeita do meu corpo e beijei ele, sabia que provavelmente causaríamos um espetáculo, mas nada que eu não pudesse lidar e naquele momento eu queria muito beijar ele.

[...]

—Amanhã eu não vou poder vir a escola. —Ele me disse do nada me pegando completamente desprevenida.

—Por que? —Perguntei mantendo o meu tom de voz baixo. Estávamos agora em uma aula de química na qual o professor mandou que apenas lêssemos um texto gigante, eu tinha certeza de que passaríamos todo o tempo apenas lendo aquele conteúdo.

—Amanhã vai ser o julgamento. —Ele não precisava entrar em detalhes para eu entender. Eu tinha prestado meu depoimento ainda no hospital e sabia que o Edward responderia pelo acidente, eu tinha sido inocentada. Uma noite eu tinha escutado meus pais conversando que eu nem seria levada a julgamento, meu novo estado e todo o processo de adaptação já era punição o suficiente.

—Meu pai disse que não tem chance deu ser preso o que pode acontecer é eu pegar um serviço comunitário, pagar uma multa e com certeza minha carteira vai ser suspensa por alguns meses, mas eu preciso ir ao julgamento. —Então estava explicado o porque ele não estava dirigindo.

—Você não teve culpa do acidente. —Foi uma constatação eu estava lá e pelo que eu me lembrava foi o caminhão que apareceu na nossa frente.

—Sim o motorista do caminhão estava drogado, mas eu estava competindo em um racha. —Ele aumentou um pouquinho o tom de voz.

—Senhorita Swan e Senhor Cullen. Querem compartilhar o assunto com a turma.

Encarei o professor de química sentindo meu rosto esquentar e abaixei o olhar morrendo de vergonha, eu nunca era chamada atenção.

—Não senhor Olivier. —O Edward ainda teve a audácia de responder, todo mundo sabia que esse professor era insuportável. Levei minha mão ao abdome dele beliscando para ele manter a boca fechada.

—Se eu tiver que chamar atenção de vocês dois mais uma vez eu vou separá-los. —Ele odiava que namorados, amigos sentavam juntos e nem tinha entendido como ele tinha permitido que sentássemos juntos.

—Desculpa senhor Olivier não vai se repetir.

—Espero mesmo que não se repita.

[...]

—Obrigada por me fazer ser chamada atenção. —Fui sarcástica meu tom de voz era acido, deixando bem claro que eu não estava brincando. Sabia que a culpa do meu mal humor era única e exclusivamente que a fofoca de que eu estava de volta já devia ter se espalhado e que até então, mesmo estando ali na escola –não no hospital e nem na minha casa, mas ali no nosso território nenhum daqueles que eu considerava amigos tinham vindo falar comigo. Eu estava sendo ignorada, até aquele momento eu tinha tentado não me importar arrumando um zilhão de desculpas para nem mesmo ter recebido um telefonema daqueles que se diziam ser meus amigos, mas agora estava bem claro. Eu só servia quando eu era popular e eles não gostavam de mim realmente, gostavam do status que andar com Isabella Swan significava.

—Eu só queria que você soubesse. —Bufei com mais raiva de mim por está agindo daquele jeito do que qualquer outra coisa.

—Nos ficamos vinte e quatro horas do dia juntos você podia ter me falado em qualquer outro horário. —Foi a vez dele virar os olhos. Ele já estava ficando impaciente com meu comportamento arrisco.

—Você quer ir para casa? —Ele mudou de assunto.

—Para de ficar perguntando essa droga eu já disse que não quero ir para casa.

Ele assentiu e se levantou pegando a mochila e colocando-as nas costas, se moveu manobrando a cadeira me tirando de trás daquela mesa.

—Vamos almoçar no refeitório?

—Claro. —“Quer que almoçamos aonde? No banheiro?” Pensei, mas me controlei muito para não falar meu pensamento, eu sabia que estava sendo grossa com ele sem o menor motivos, minha raiva era direcionada a mim mesmo e a minha ingenuidade forçada, porque naquela época se eu não via o que estava na minha frente era porque eu não quis.

—Bella. —Tomei um susto com ela surgindo na porta da sala do nada.

—Oi Vic. —Dei um sorriso pra ela me sentindo mais calma, eu sabia que podia contar com a amizade dela, pelo menos até aquele momento ela ainda não tinha me decepcionado. Bem não completamente, já que eu tinha mandado uma mensagem pra ela avisando que eu estaria na escola e ela nem tinha se dado ao trabalho de me responder.

—Eu preciso falar uma coisa chata com você. —A última pessoa além de nos três que estava na sala saiu nos deixando sozinhos. Eu sentia como se todo mundo soubesse de algo e aquele seria o momento em que eu seria informada o que era meio verdade. —Nos tivemos, quer dizer nos fizemos uma nova votação para a nova capitã. —Eu já esperava por aquilo, mas ainda doía saber que eu tinha sido substituída tão facilmente elas nem tiveram consideração de falar comigo antes de votarem, eu ainda fazia parte do time e meu voto devia contar algo.

—Eu já sabia que seria substituída só seria legal se estivessem falado comigo antes de escolherem outra para o meu lugar eu ainda era a capitã e eu devia poder opinar sobre quem devia assumir meu posto. —Não escondi meu rancor.

—Sinto muito, mas todas elas acharam melhor escolher logo. —Bufei. Me dava mais raiva ainda saber que tudo tinha acontecido pelas minhas costas e que ela podia ter sido a droga da minha amiga e ao menos me avisado que eu estava sendo passada pra trás.

—E porque você não me disse nada?

—Eu sei lá não queria deixar você triste. —Ela se quer olhou nos meus olhos.

—Quem ficou no meu lugar? —Quis saber. Meu melhor tom zangada estava bem explicito.

Ela manteve os olhos nos próprios pés e eu quis não pensar nada do que eu pensei, mas pensei. Bem obvio ela tinha sido a escolhida, ela sempre quis aquele posto.

—Vá assumir seu novo posto Victoria espero que você faça um bom trabalho. —Quase rosnei. Por baixo de toda aquela raiva eu me sentia feliz em ver ela conseguindo o que queria, possivelmente aquele seria o maior feito da vida dela eu nem ligava muito para aquilo e não teria me incomodado nem um pouco em sair, o que me incomodava era saber que eu tinha sido traída por alguém que eu considerava uma irmã.

Ela me deu um último olhar antes de sair da sala. Eu conhecia bem ela para saber como era o temperamento dela e que se eu pressionasse só um pouquinho ela explodiria comigo.

Um silêncio absurdo tomou conta da sala e eu usei meus braços nas rodas da cadeira fazendo-a se locomover.

—Ou me espera. —O Edward saiu do seu momento digestivo e segurou minha cadeira para me empurrar.

—Não quero conversar sobre o que acabou de acontecer. —Fui logo ao ponto.

—Okay posso respeitar isso, mas... —Claro que ia ter um mas. —Eu preciso dizer que ela foi uma vadia com você.

—Ela sempre foi uma vadia. —Não aquentei rindo, ela era a minha vadia e aquilo não podia ser o fim da nossa amizade. —Mas ela ainda é ... minha amiga então não fale assim dela. —Hesitei na palavra amiga, porém não alterou a verdade daquela frase. Ela não tinha nem pensando em mim antes de tomar meu lugar e eu estava ali defendendo ela.

Chegamos ao refeitório e ele parou bem na entrada e quando o refeitório todo ficou em silencio eu quase me senti mal, mas foi quase. Não tinha feito nada de errado para ela ter que ficar me sentindo mal pelo preconceito dos outros.

—Vamos sentar no lugar de sempre?

—Vamos pegar algo para comer e eu te explico porque não. —Ele me empurrou para entramos na pequena fila da cantina, só tinha duas pessoas na nossa frente que eu reconhecia como sendo do clube de xadrez, eles tinham matemática avançada com o Edward quando ele ainda estudava aquelas matérias. —Aquela é a mesa das lideres de torcida e do pessoal do time, eu não sou mais líder de torcida e você está suspenso do time e depois de bater no Carlos quando você sentar lá vai deixar o clima muito chato então acompanhe sua namorada em uma pizza.

—Grande almoço. —Brincou fazendo nossos pedidos. —Trocando a comida super gostosa da Sue por pizza requentada. —Ri vendo como o tempo na minha casa tinha servido para deixar ele mais próximo da minha família. Antes de tudo aquilo eu não via ele fazendo brincadeiras com a Sue.

Assim que escolhemos nosso almoço, eu e minha pizza quatro queijos e um refrigerante ele com um prato de algo grudento que estava sendo chamado de lasanha ele pagou e eu olhei ao redor observando que só tinha uma mesa vazia e era lá no fim do refeitório, onde normalmente só os fracassados sentavam.

—Lá. —Apontei antes que ele pudesse perguntar já tinha entendido que eu ia tomar todas as decisões do dia.

—Eu sou Edward Cullen podemos expulsar aqueles inúteis da NOSSA mesa. —Ele disse alto o suficiente para que no silencio do auditório todos conseguissem ouvir e eu podia apostar que era a intenção dele.

—Prefiro sentar ali tenho certeza que aquele lugar está contaminado. —Não acreditei que eu só precisei de um incentivo para ser uma completa vaca, mas gostei de ver os queixos caindo em falsa surpresa. Ajustei o meu prato e o dele em cima da bandeja e usei os braços para equilibrar quando ele começou a me empurrar para o meu novo lugar.

—Espero que você esteja satisfeito agora elas realmente vão me odiar. —Não consegui esconder meu sorriso, foi bom dá o troco.

—Você é um bilhão de vezes melhor que elas baby, deixa-as te odiarem o quanto quiser.

—O professores deviam usar nos dois para motivar o silêncio da turma. —Um ou outro aluno tinha voltado a suas conversas normais ignorando nossas presenças, mas a maioria ainda estava encarando nos dois como se fossemos animais de circo.

Ele posicionou minha cadeira de frente virada para o refeitório e se sentou na minha frente dando as costas para o refeitório.

—Eu estava pensando e eu posso aquentar algumas aulas sozinhas você não precisa mudar seu currículo escolar agora que estamos tão perto de nos formamos.

—Baby eu posso aquentar algumas aulas de biologia.

—Você não pode esquecer de literatura. Ninguém vai me morder durante as aulas e eu posso ficar sozinha em algumas dela. —As turmas de humanas era muito mais calmas do que as de exatas eu realmente podia lidar com elas sozinhas.

—Não sei.

—Como vai ser na faculdade? Você vai fazer o mesmo curso que eu só para não me deixar sozinha? Volte para suas aulas Edward. —Ele era o queridinho da turma, amava aquelas contas difíceis e os professores amavam a facilidade que ele tinha com números.

—Okay eu vou pensar sobre isso.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 09

Isabella Swan

Tirando toda a merda a escola foi bem melhor do que eu esperava. Ninguém falar comigo foi melhor do que ser zoada –pelo menos ninguém tinha me zoado na minha frente e se zoaram tiveram a sensibilidade de não me deixar ouvir. O Edward tinha passado a aula toda reclamando de ter que ler os capítulos indicados pelo professor e pela primeira vez eu vi ele com medo de ter fazer alguma coisa quando o professor mandou ele ir na frente da turma ler o resumo que ele devia ter feito sobre o que lemos. O trabalho dele estava bem pobre e eu discretamente troquei a folha dele pela minha. Se o professor quisesse ler a minha eu podia jogar a carta da cadeira de rodas, eu tinha acabado de sofrer um acidente e podia muito bem afetar meu desempenho escolar.

Quando o Edward concluiu a leitura o professor me olhou nos olhos como se soubesse o que eu tinha feito e a frase seguinte dele confirmou que ele sabia o que eu tinha feito.

—Bom trabalho senhorita Swan, mas a próxima vez que eu quiser o seu trabalho eu a chamo. —Senti minhas bochechas esquentarem de vergonha ao ser descoberta, mas o professor tinha um olhar tranquilo então percebi que eu não estava encrencada.

—Pode voltar ao seu lugar senhor Cullen e quero seu trabalho na minha mesa antes da saída. —Olhei para meu namorado me desculpando. Mas ele apenas me deu um sorriso carinhoso e veio andando calmamente até seu lugar, nem mesmo ser exposto em frente toda a turma o fez me tratar diferente do que muito bem e carinhoso. Meu coração se aquecia com ele me tratando daquela forma. Mas minha cabeça não parava de dá voltas e mais voltas, pensamentos ruins me faziam me sentir culpada – eu não queria acreditar que ele só estava comigo e me tratando tão bem assim só por causa do acidente, eu buscava me lembrar que ele era um excelente namorado bem antes daquilo.

—Desculpa. —Pedi e eu sentia que não era única e exclusivamente por causa de ter trocado os trabalhos, mas pelo que mesmo não querendo eu ficava pensando.

—Parece que sua escrita é única. —Ele brincou pegando meu rabo de cavalo e eu nem me incomodei, já tinha entendido que ele não deixaria meu cabelo em paz.

—Posso ser bem critica? —Perguntei me apoiando no braço dele assim que ele se sentou ainda mais perto de mim já tínhamos feito a tarefa e faltava alguns poucos segundos até que já estivéssemos livres do ambiente escolar. Ele assentiu com um movimento. —Seu texto é muito ruim, se você não melhorar você reprova em escrita criativa. —Ele conseguia o mais difícil, escrever corretamente respeitando pontuações, gramática e ortografia, mas seu texto era meio bagunçado. Dava para perceber que ele tinha uma boa ideia, mas na hora de passar para o papel não funcionava muito bem. —Isso porque você é teimoso e não volta as suas aulas normais.

—Baby.

—Edward. —O bom daquela aula e que podíamos falar o quanto quiséssemos o professor achava que discussões eram bem vindas para estimular a criatividade. —Por favor, volta ao seu curso normal. Eu vou me sentir muito culpada se seu currículo escolar for manchado por minha causa. —Ali na escola todo mundo faria tudo por causa da pena que sentiam por causa do meu acidente. Os professores iam perdoar nossas notas ruins, trabalhos não entregues e até o mau comportamento na sala. Mas a faculdade seria completamente diferente, ninguém ia está nem ai para nossa história de vida o que iria importar e o nosso histórico escolar. —Se você quiser eu posso fazer suas aulas, vai ser mais fácil pra mim. —Realmente era bem mais fácil aprender aquelas contas difíceis que eu já tinha alguma noção do que ele ter que trabalhar com uma criatividade que eu já tinha percebido não ser muito o forte dele.

—Vou ligar para minha mãe mais tarde e pedir ela para me colocar nas minhas aulas normais. —Dei meu melhor sorriso a ele e me inclinei roubando um selinho. —E você permanece nas suas. Mas preciso que você me prometa que vai ficar bem e que vai me contar se alguma coisa acontecer com você? Se alguém fizer uma piadinha ou qualquer merda que seja. —Ele me encarou de uma forma tão firme que eu sentia como se ele pudesse ver minha alma. Não desviei o olhar e concordei com ele, era um pedido simples. Eu sabia que ele estava querendo me proteger do que quer que ele tenha enfrentado quando veio as aulas sozinho. Eu ainda teria que fazê-lo falar sobre isso, se era sobre mim eu tinha o total direito de saber do que se tratava, mas eu tinha que ir com calma, para não deixar que ele ainda mais nervoso e para não me deixar ainda mais assustada.

O sinal tocou nos alertando sobre o final da aula. Ele não me afastou no primeiro momento parecia nem está com pressa de ir para casa, eu estava bem confortável ali então nem me importei.

Seu aparelho celular tocou e ele teve que me afastar um pouco para pegar o celular dentro do bolso, ele voltou a me apoiar nele. Era uma mensagem no whattsap da mãe dele alertando que já estava esperando por ele do lado de fora da escola.

—Bom parece que nossa carona para ir embora está vinda da família Cullen. —Ele brincou.

—Será que podemos ficar um pouco na sua casa? —Perguntei. Já tinha passado muito tempo “presa” dentro da minha casa e ia apreciar muito uma mudança de ambiente.

—Aposto que minha mãe não vai se importar. —Peguei o telefone dele e naveguei até achar o nome da minha mãe entre os contatos. Abri e digitei uma mensagem avisando que iríamos para a casa da Esme. Ela com toda certeza sabia que minha sogra tinha vindo nos pegar então não precisava me explicar muito.

Ela mandou uma carinha feliz. Sabia que pra ela também seria muito saudável me ver voltando ao máximo possível a minha rotina e nada mais rotineiro do que passar minhas tarde na casa dos Cullens.

—Vamos ou vai querer passar a noite aqui?

—Vamos. —Ele disse fazendo um bico, ele estava muito mais sentimental do que eu estava acostumada.

[...]

Eu ria muito das bobeiras do filme, nada melhor do que uma estúpida comedia romântica para fazer a vida parecer muito mais fácil. Até o Edward que tinha inicialmente reclamado da minha escolha estava se divertindo horrores. Só naquele momento eu tinha observado que a casa dos meus sogros era muito adaptada para pessoas cadeirantes, tinha até uma rampa (que passava completamente despercebido antes. Eu nunca se quer tinha reparado que era para acessibilidade e não só enfeite, obvio que a arquitetura deixou tudo muito discreto, mas... As portas eram do tamanho certo e o lavabo também era completamente acessível. Eu evitava ir ao banheiro na escola por medo, eu não me lembrava se era ou não adaptado e não queria passar nenhum tipo de vergonha, mas depois de muitas horas me contendo eu tive que ir e minha maior surpresa era toda a adaptação do banheiro (o que me poupou do constrangimento do meu namorado ter que me ajudar a fazer xixi). Não podia dizer o mesmo do segundo andar porque eu não olhei e pelo que eu me lembrava nunca tinha visto nenhuma rampa.

—Você perdeu uma piada muito ruim. —O Edward chamou minha atenção de volta ao filme.

—Desculpa, eu estava pensando como eu nunca tinha reparado que sua casa era tão acessível. —Ele riu.

—Coisas da minha mãe. Você acha que aquele elevador é pra que? —Ele apontou para o corredor que levava para a cozinha.

—Tem um elevador aqui? —Ele gargalhou de forma escandalosa diante da minha pergunta.

—Claro que tem é e é impossível que você nunca tenha visto. —Ele me olhou nos olhos me sondando e quando viu que eu estava falando serie voltou a gargalhar.

—Não ria. Se tem elevador por que a gente usa escada? —Perguntei.

—Sei lá costume e também é mais perto. —Me acomodei no peito dele, seu coração batia de uma forma tão ritmada e suave que eu sentia que eu podia ficar ali pra sempre.

—Crianças o que vocês tanto riem? —Encarei minha sogra envergonhada de está deitada quase completamente em cima do filho dela. —Querem algo mais para comer?

—Não obrigada.

—Eu já pedi uma pizza. —Eu e o Edward dizemos ao mesmo tempo. Ri sabendo que ele provavelmente colocaria na minha conta a mãe dele não ficaria nada contente dele está trocando a janta que desde o momento em que chegamos ali ela estava fazendo por uma pizza. —Ela está pedindo desde a hora do recreio que comemos uma pizza horrível.

—Você pode cancelar essa pizza agora principalmente se já comeu pizza no almoço. —Com a Esme não tinha muito que ser feito, ela era bem chata controlando a alimentação dele.

—Mãe.

—Nada de mãe cancele logo isso.

—Eu vou pagar uma multa.

—Problema é seu. —Ela nos deu as costas e voltou a fazer seu caminho para a cozinha. —A janta está quase pronta.

—Se deu mal. — Provoquei. Ele não tinha feito pedido nenhum, eu fiquei ao lado dele o tempo todo.

—Pensei que fosse funcionar.

—Eu ainda não entendi porque sua mãe fez a casa toda acessível.

—Eles tinham um amigo e uma vez quando ele veio na nossa casa antes da obra minha mãe se sentiu muito mal por não ser acessível, a cadeira dele não passava nas portas, ali na frente às escadas e tudo mais então ela acabou usando como argumento para uma nova reforma completa. —Entendi completamente os motivos dela, sabia que normalmente não era só a pessoa sentada na cadeira de rodas que se sentia constrangida, todo mundo em volta acabava ficando sem graça também. Eu podia dizer isso por experiência própria, porque eu já tinha estado nas duas situações.

Ele apertou mais os braços em torno de mim e voltamos a nossa atenção ao filme não querendo mais tocar naquele assunto.

[...]

Eu me sentia muito constrangida sentada naquela mesa, só conseguia desejar que aquele jantar acabasse logo e eu pudesse voltar para minha casa. Foi planejado e eu podia dizer isso pelo olhar culpado da minha sogra. Ela provavelmente sabia que sua filha iria se juntar para o jantar e optou por não dizer nada, por que ela sabia que se eu soubesse que Rosalie Cullen iria está ali eu teria recusado o convite para ficar para jantar e nem teria ido para ali pra começo de conversa. Mesmo que o dia tenha sido completamente feliz e tranquilo como eu não me sentia a muito tempo.

—Como está sua adaptação? —A pergunta foi feita pelo marido da minha cunhada, Emmett era um cara muito grande fisicamente falando e muito bobo, sua forma física não condizia com sua personalidade – que eu podia facilmente classificar como infantil.

—Normal. —Eu não gostava de falar das partes difíceis, não gostava nem um pouco de toda merda e de como tinha difícil. Tirando minha mãe para todo o resto eu sempre respondia que estava bem e que tudo tinha sido normal, mas não foi nada normal e pior ainda bem.

—Normal? —O ruim de conversa com o Emmett era que ele sempre conseguia me deixar constrangida e pior ainda sempre conseguia a resposta que queria talvez isso fizesse dele um excelente advogado, pelo menos foi isso que meu pai disse uma vez.

—Emmett? —Apoiei minha mão sobre a mão do meu namorado e encarei o grande homem a minha frente.

—E normal como deve ser toda adaptação. —Presumi. —No começo foi complicado, mas depois foi ficando mais fácil. —Aquela era a primeira vez que eu me aprofundava naquele assunto e eu nem tinha dito nada demais ainda sim eu me sentia terrivelmente exposta.

—Okay entendi que você não quer falar sobre isso. —Apenas fiquei em silencio esperando que ele entendesse o recado.

—Bom isso que dá entrar em um carro para competir em um racha. Burra eu sei que você não é então sabia bem das prováveis consequências agora sem reclamar ao te que lidar com elas. —Ninguém tinha me dito aquilo de forma tão direta, mesmo que todo mundo pensasse só uma pessoa teria coragem pra dizer isso na minha cara. Quase ri por que no fundo aquele “elogio meio torto sobre minha inteligência” era o único que ela já tinha me feito na vida e eu não duvidava nada que acabasse por ai.

—Rosalie. —Eu vi a cara da minha sogra em um vermelho vivo, o que ela sentia naquele momento era algo muito próximo a raiva e eu jamais pensei que pudesse ver aquilo vindo dela. —Peça desculpa a ela agora.

—Não, por favor, ela só disse a verdade. Foi o que aconteceu mesmo. —Obvio que nunca eu se quer cogitei aquela hipótese, nunca na minha vida eu pensei que seria condenada a viver em uma cadeira de rodas. Mas...

—Vamos eu vou te levar pra casa? —O Edward se levantou e deu a volta se posicionando atrás da minha cadeira, usei minhas mãos para travar as rodas.

—Eu quero terminar de jantar. —Fugir parecia uma boa alternativa e muito mais fácil, mas depois de tudo que eu tinha enfrentado e tudo que ainda viria era uma boa ideia começar a enfrentar tudo em vez de recuar e fugir como uma covarde.

—Bella... —Ele deixou a frase morrer, mas não era nada difícil imaginar todos os argumentos que ele poderia ter para tentar me convencer.

—Edward, por favor, senta. —Ele bufou irritado mais se jogou na cadeira ao meu lado fazendo bico, ele parecia uma criança contrariada agindo daquele jeito. Voltei a encher o garfo e levei a boca, tendo certeza de que estava sendo observada por todos ali. A comida desceu com dificuldade, estava gostosa antes, mas agora com todo mundo me olhando e aquilo que a Rosalie tinha dito martelando na minha cabeça eu apenas iria fazer meu melhor para parecer que estava tudo bem.

—Pode me passar a jarra de suco? —Pedi ao meu sogro que ainda encarava a filha com um sentimento estranho estampado no rosto, ele que estava mais perto da jarra levou mais tempo do que o necessário para entender meu pedido e me passar à jarra. —Obrigada!

Queria chorar, porque o dia tinha sido bom a medida do possível, a escola não tinha sido tão ruim, o filme e a tarde tinham sidos ótimos e até o jantar silencioso estava confortável e agora por causa da vaca da irmã do meu namorado eu me sentia um lixo e pior ainda extremamente culpada pelo que tinha acontecido comigo. Sentia-me responsável pelo meu estado. Meus olhos desceram para a cadeira de rodas e eu só quis está em casa na minha cama, com os meus pais ao meu lado. Meus olhos estavam doendo e pesados com o esforço que eu estava fazendo para não chorar e eu não faria aquilo, não ali, não daria esse gostinho a essa piranha loira que ainda me encarava como se eu fosse um bichinho de circo.

—Desculpe Isabella. Eu não quis te magoar eu apenas... —Aquilo não me surpreendeu, era sempre assim. Ela me atacava e depois era obrigada pelos pais a se desculpar. Não concluiu a frase e eu fiquei curiosa sobre o que ela conseguia falar sobre si mesmo, se ela fosse sincera teria muitos adjetivos (nada legais) para se referir sobre si mesmo, mas não achava que ela tinha

—Okay. —Só disse isso não ia fazer nada para aliviar ainda mais a culpa dela.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 10

Esme Cullen

Encarei minha filha esperando pela resposta dela. Ela tinha ultrapassado todos os limites com o que disse a Isabella, aquela não tinha sido a educação que eu deia ela.

—Eu apenas disse a verdade mamãe. —Ela apelou para o lado fofo, só usava o mamãe quando queria me dissuadir de algo. —Todo mundo pensa exatamente o que eu disse só que ninguém tem coragem.

—Muita gente pensa muita coisa, imagina se todo mundo começasse a dizer o que pensa? —Fui bem sugestiva, ela não precisava de muito para saber exatamente sobre o que eu estava me referindo. Não gostava de usar aquilo, porém tinha momentos como aquele que era necessário trazê-la de volta a realidade. —Somos seres racionais por um motivo, raciocinamos antes de tomar decisões e não vem com essa querendo justificar suas atitudes. Você precisa o deixar viver a própria vida se você continuar com esse tipo de comportamento eu tenho certeza de que a única coisa que você vai conseguir vai ser o ódio dele e ainda mais distancia. —No começo eles eram muito próximos, mas ele foi crescendo e ela não sabia lidar com a independência dele.

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—Eu tenho direito de fazer o que eu acho certo pra ele. —Sua voz falhou demonstrando toda a emoção daquela declaração. Não ela não tinha mais direito nenhum sobre ele, ela mesmo tinha aberto mão.

—Não, você não tem. —Me doía demais precisar ser firme assim com ela. —Eu sou a mãe dele. —Sentia ainda pior vendo ela daquela forma tão exposta e sensível, aquele era um ponto difícil de se voltar. —A menos que você queira contar a verdade e mesmo assim você não tem terá nenhum direito. —Eu odiava ter omitido aquilo a vida inteira ele tinha o direito de saber. Mas antes dele ser meu filho, ela era e eu faria de tudo para proteger os dois e contar a ele naquele momento sobre a verdade não estaria protegendo nenhum dos dois. Aquela mentira tinha durado dezessete anos poderia durar mais.

Observei a surpresa dela diante das minhas palavras, eu também nunca pensei em fazer aquilo, mas desde que a Isabella tinha surgido na vida do Edward ela estava perdendo o controle. Eu conseguia entender os motivos do medo dela, mas mesmo assim isso não dava o direito dela agir da forma que ela andava agindo e se eu precisava lembrar ela da pior maneira eu o faria.

—A Isabella não fez nada para que você tenha esse tipo de comportamento com ela.

—Você consegue ver como ele age com ela por que eu vejo e consigo ver todas as semelhanças. —Ela soltou com ódio, já tínhamos tido aquela conversa antes e eu realmente pensei que ela tinha entendido. —E se você acha que só por ela ser mulher eles não podem está em um relacionamento abusivo você está sendo preconceituosa.

Revirei os olhos identificando todos os sinais de um momento ruim dela e eu precisava ter calma para que ela continuasse falando e escutando.

—Querida eles não estão em um relacionamento abusivo, não compare as história. —Pedi. Me aproximei acariciando os cabelos dela. —Eles só estão apaixonados, são adolescentes e se amam. Não a nada de abusivo nisso.

—Ele não vai pra Harvard por causa dela. —Comentou. Eu não tinha certeza, tinha me recusado a perguntar com medo da resposta, mas os indicativos estavam bem ali. —Ele vai abandonar todos os sonhos por ela e você ainda acha que não tem comparação.

—Quando que ele sonhou com Harvard? Quando era um menininho e ficávamos colocando isso na cabeça dele? —Eu sabia que ele ainda estava se conhecendo e vendo o que queria para o futuro, eu via como aquelas corridas de carro que ele assistia na televisão faziam os olhos dele brilhar e meu maior medo era que ele seguisse por aquele caminho, eu tinha visto o contrato e tinha visto os papeis da inscrição da faculdade e sabia que ele iria para Califórnia por ele mesmo e não pela Isabella e eu queria muito contar aquilo para a Rosalie, mas eu precisava esperar o tempo do Edward e deixar que ele mesmo falasse quando tivesse certeza do que faria no futuro.

—Mãe...

—Rosalie se você continuar se intrometendo na vida dele ele vai odiar você. —Levei a mão ao rosto dela erguendo e encarando os olhos dela cheios de lágrimas, usei minhas mãos para secar delicadamente a lágrima que escorreu. —Eu prometo a você que ele não está em um relacionamento abusivo.

—Mas se ele tiver nunca vai a deixar ir não depois do que aconteceu, ele vai aceitar tudo que ela fizer por causa da culpa. —Era muita coisa para a cabecinha traumatizada dela.

—Eu acho que você precisa voltar à terapia e conversar isso com a sua psicóloga. —Ela tinha melhorado muito com o passar dos anos, a presença do Emmett depois de todo o susto inicial fez muito bem a ela. As consultas tinham diminuído para apenas uma vez no mês e vendo o jeito que ela estava eu sabia que ela precisava voltar a ter ajuda profissional mais vezes.

—Eu estou bem não é necessário.

—Qual foi a última vez que você conversou com a Sue? —Perguntei. A cara que ela fez deixou muita coisa clara.

—Rosalie.

—Mãe a Sue mesmo disse que eu estava bem e se eu estou bem não tinha necessidade ficar falando com ela.

—Quanto tempo? —Eu realmente não sabia que ela tinha abandonado a psicóloga.

—Quase um ano. —Senti vontade de gritar com ela por causa de toda aquela merda, porém eu sabia que as coisas não se tornariam mais fáceis se eu gritasse.

—Seu marido sabe disso? —Ela apenas balançou a cabeça negando. Eu realmente achava que ela estava bem.

—Por favor, não conte a ele. —Ela basicamente implorou e eu sabia que não podia fazer isso.

—Eu preciso que ele saiba Rosalie, ele toma conta de você e eu preciso ter certeza de que ele está atento a tudo. —Eu não mentiria pra ela, eu apenas tinha confiado a ele minha filha e ele não estava fazendo aquilo direito. Mas eu jamais poderia culpá-lo, não conhecendo a peça que eu tinha em casa, quantas vezes eu mesma tinha sido enganada.

—Ele vai me odiar e a culpa vai ser sua.

—Não, ele não vai odiá-la. —Afirmei e cerquei-a com meus braços tentando confortá-la. Aquela atitude era apenas para disfarçar o quanto sofrimento ela tinha dentro de sim. —Ninguém vai odiar você. —Eu tinha absoluta certeza disso, não podia dizer isso sobre o Edward quando ele descobrisse, mas o Emmett era completamente apaixonado pela Rosalie e depois de toda luta que ele teve pra ficar com ela eu duvidava muito de que uma mentira como aquela seria o suficiente para afastá-lo. —Mas preciso que você me prometa que você vai voltar a terapia e vai tratar a Isabella melhor. Tente conhecer ela e você vai ver que ela é uma menina incrível.

—Mãe...

—Rosalie, por favor. Se você não quer que o Edward te odeie pare de implicar com a namorada dele.

—Eu prometo que vou tentar. Vou ligar amanhã mesmo para o consultório da Sue e marcar uma consulta e vou manter minha boca fechada em relação a Isabella.

Eu suspirei aliviada.

—Só quero que você seja feliz meu anjinho.

—Eu te amo mamãe.

Te amo porra! - Capítulo 11

Isabella Swan

—Olá. —Saudei animada, dei um sorriso tranquilo para os componentes do grêmio estudantil. —Eu ainda faço parte ou vocês também esperaram minha ausência e me tiraram do cargo? —Perguntei abusando do deboche, sabia que mesmo que isso tivesse acontecido nenhum deles teria coragem de dizer aquilo na minha cara, principalmente por que eu intimidava a maioria deles.

—É... Voc.ê. —Fiquei encarando ela e quase ri do seu jeito nervoso de falar comigo, Mackenzie Alburqueque era tão ou mais rica do que eu, porém seu comportamento era mais contido o que significava que ela era bem mais tímida do que alguém do nível social dela deveria ser.

—Kenzie respire. —Eu ainda não entendia como minha imagem na escola era algo distorcido da realidade, eu a alguns anos atrás poderia dizer que éramos amigas. Nossas mães eram amigas e quando crianças vivíamos uma na casa da outra, mas a adolescência chegou e enquanto eu me dedicava a saias e pompons ela se entregou completamente aos livros e não era atenciosa com sua aparência, ai a Victoria apareceu e de repente ela não sabia mais como chegar a mim e eu não me importei muito com a nossa distancia. Não tínhamos mais sintonia então eu apenas a deixei com seus novos amigos (clube do livro, projetos de escritas) e fiquei com os meus novos amigos (lideres de torcida e meu namorado e consequentemente os amigos dele).

—Eu sinto muito. —ela abaixou os olhos e recuou os ombros em uma típica atitude constrangida. —Pelo que aconteceu com você. —Por dois exatos segundos os olhos dela focaram na minha cadeira de rodas antes que ela os desviasse.

—Eu também sinto. —Ela transmitia uma paz e tranquilidade tão grande que eu sentia que eu poderia apenas entregar todos os meus segredos sem querer nada em troca. —Mas então o que vocês estão fazendo? —Perguntei me aproximando melhor da mesa onde eles trabalhavam em o que eu podia afirmar ser o jornal da próxima semana pela bagunça que se encontrava até onde meus olhos podiam ver.

—Estamos debatendo sobre o que escrever e distribuindo tarefas.

Quando eu cheguei perto da mesa eu percebi que aquilo era péssimo e que o melhor a ser feito seria apenas virar as costas e evitar ainda mais constrangimento, mas eu tinha prometido a mim mesmo que não fugiria de nada daquilo e encararia as coisas de frente. A mesa onde as decisões eram tomadas era alta, o tamanho ideal para ficar de pé. Aquilo tinha sido uma mudança que eu fui responsável. Eu li em alguma revista besta que trabalhos criativos funcionavam melhor quando estávamos de pé, então a mesa de discussões (onde espalhávamos inspirações, notas e rascunhos, fotos) era na altura ideal para que as cadeiras não funcionassem ali.

—Bom se eu não tiver expulsa do grêmio acho que vamos precisar substituir essa mesa. —Comentei rindo, não ia deixar uma simples mesa me dizer o que fazer, se eu tivesse expulsa assim como eu fui da animação eu apenas deixaria pra lá caso contrario iríamos precisar de algumas reformas. Aquele ambiente me deu saudade da casa da minha sogra toda adaptada.

—Você foi eleita com 99,9% dos votos. É uma democracia. Com base em quais argumentos iríamos te expulsar? —Quem disse foi um menino, chamado Caio, eu sabia muito pouco sobre ele, mesmo que já estivéssemos naquela função (trabalhando lado a lado) já a três anos. Contudo o jeito que ele falava me lembrava muito de um político o que me fazia desconfiar que os pais dele deviam está envolvido nesse meio.

—Sei lá eu não poder mais mexer minhas pernas. —Ele revirou os olhos e ajeitou os óculos fundo de garrafa usando o dedo indicador, com certeza ele usava aquele tipo de óculos para disfarça sua beleza. Os cabelos pretos, os olhos grandes e expressivos, a boca bem desenhada e o rosto totalmente harmônico reproduzia uma beleza clássica, não era como o Edward que tinha uma beleza exótica e agressiva – o tipo que todo mundo virava pra olhar. Não, ele era de traços mais delicados, porém igualmente belo.

—Quer para de ficar me encarando assim. —Pediu e eu só não ri das bochechas dele corando porque eu entendia como era constrangedor quando nosso rosto demonstrava toda a nossas emoções. —E nós não precisamos de pernas aqui e sim do seu cérebro se você puder garantir que ele não foi afetado no acidente você é bem vinda.

—Okay. —Ergui as mãos em defensiva para debochar do tom de voz dele. —Bom se não for pedir muito vocês podiam trazer aquelas mesas pra cá e podemos todos trabalhar sentados.

—Amém. —Encarei o outro menino, o mais baixo de todos nós, ele era muito calado e só tinha ouvido a voz dele pouquíssimas vezes. Ele não era tão bonito como o gatinho político, mas tinha sua beleza – obvio que realçaria ainda mais se investisse em uns produtos pra pele (principalmente para a espinha) e fizesse uma harmonização facial e cuidasse daquela oleosidade do cabelo, porém não era de se jogar totalmente fora.

—Olha a preguiça. —Falei alto.

—Podemos trabalhar na biblioteca vai dá muito trabalho tirar tudo isso do lugar. —Ele tinha razão, as mesas individuais ficavam na parede do fundo, lado a lado, no todo seis estavam conectadas a paredes por fios dos computadores e muitos papeis, versões antigas de jornais e outras tralhas. Mexer ali com toda certeza causaria um grande transtorno.

—Pode ser. —Eles começaram a juntar as coisas e a Mackenzie colocava algumas coisas no meu colo. Minha mochila tinha ficado no meu armário e eu só estava com meu planner do jornal ali então tinha bastante espaço. —Vou falar com o diretor sobre a doação que o grêmio ganhou para uma nova mesa e uma novas reformas, vou pedir ao meu pai para arrumar uma com um design genial e quem sabe uma nova tinta nas paredes para marcar essa nova etapa.

—Você só ficou paraplégica e isso não afeta em nada o jornal, não há uma nova etapa. —Não me lembrava daquele caio ser tão falante antes.

—Claro que há. Antes eu dividia meu tempo entre a animação e o jornal, agora como eu fui expulsa da animação eu vou dedicar todo o meu tempo extra ao jornal então, mas tempo aqui então eu posso achar que é uma nova etapa e se vou ficar aqui por uma hora e meia durante dos os dias da semana essas paredes azuis são cansativas. —O Caio apenas deu de ombros e deixou pra lá.

—Quem fez uma doação ao grêmio? —Vi uma menina baixinha de cabelos rosas perguntar diretamente a Mackenzie, tinha que admitir que ela tinha muito estilo para alguém do grêmio. Só que aquela timidez dela era um problema para conseguir mais participação no ciclo social da escola.

A Mackenzie apontou pra mim como se a reposta fosse obvia e sendo sincera realmente era.

—Você sabe que pode recorrer a expulsão das animadoras né? Você foi eleita por votação e não há nenhum motivo real para você ser expulsa e muito menos tirada do cargo. —Ele provavelmente estava se referindo ao grosso livros de regras e normas que ninguém da escola nunca tinha se quer perdido tempo lendo –pelo que parece alguém perdeu.

—Aquele livro não dita regra alguma, se eu forçasse minha presença só deixaria todo mundo mais irritado e elas não me respeitariam e eu destruiria tudo que eu construi com muito esforço. Não vivemos em um autoritarismo para que eu imponha as coisas, eu gosto e respeito muito a democracia então se elas votaram e acharam melhor eu sair eu saio de cabeça erguida.

—Eu ficaria puta se me tirasse da forma que você foi tirada. —A voz da bonitinha de cabelos rosa era tão baixinha que eu quase não a ouvia, a voz era tão baixa quanto ela que não devia ter mais de um e sessenta.

—Você tem quantos anos? —Perguntei curiosa se ela tivesse mais de treze ela quase podia ser considerada anã.

—Dezessete. —Surpresa era tudo que me definia, mas eu fiz o melhor para conseguir disfarça. —E se você não quiser que eu fale das suas pernas, não fale das minhas. —Senti pena dela, ela devia ter sofrido muito pela altura para ficar tão arrisca assim então resolvi dá de ombros e logo quis me bater por está fazendo com ela o que eu não gostava que fizesse comigo, pena era um péssimo sentimento para sentir.

—Bom. —Olhei sugestivamente para a Mackenzie perguntando o nome da menina, ela respondeu “Milly”. Dei um sorriso constrangido por ficar todo aquele tempo e não saber o nome dela. —Milly, respeito não se impõe. Eu poderia ficar lá pelas regras da escola, mas ninguém iria me respeitar eu iria acabar pedindo para sair de qualquer jeito. A forma que foi doeu, mas já passou. E eu nem ia dizer nada.—Mas uma vez eu estava sendo completamente sincera com aquele grupo que não eram tão próximos de mim. Nem mesmo da altura dela, eu podia ter pensado, mas tinha consciência e ia guardar pra mim. —Agora vamos que temos muita coisa pra fazer.

[...]

Nossas gargalhadas já eram aceitas pela bibliotecária, ela nem mandava mais ficarmos em silêncio. E nem tinha por que fazer isso já que éramos os únicos ali. Me arrependi de não ter me permitido conhecer eles antes, eram pessoas bem divertidas e saudável. Eu conseguia me enxergar amigas deles pelo resto da vida de tão legal que eles podiam ser.

Quando todos os detalhes da próxima edição do jornal já estavam detalhadas e bem distribuídas e o sinal tocou alertando o horário do intervalo eu comecei a ajudar a organizar a bagunça que a mesa principal da biblioteca tinha se tornado, pelo menos eu ajudava onde meu braço alcançava. Queria concluir a tarefa rápido, eu não tinha avisado ao Edward sobre a mudança da tarefa e meu celular estava no armário dentro da mochila, não queria que ele ficasse preocupado.

—Tudo bem? —Olhei para a Kenzie sem me preocupar em disfarça.

—Me empresta seu celular? —Pedi.

—Claro.

Ela tirou um aparelho igual ao meu de dentro da mochila e me passou, peguei o aparelho e estranhei não ter nenhuma segurança, nada de senha. Mas depois entendi que ela era certinha demais para ter motivo de esconder algo. Desbloqueei o aparelho e fui ainda mais surpreendida ao ver a imagem de uma gota escorrendo como tela de fundo, aquilo era muito impessoal.

Digitei o numero do Edward e no quinto toque ele atendeu.

—Alo. O que você quer Mackenzie? —A respiração dele estava arrastada e cansada, o que significava que ele devia está fazendo algum exercício físico.

—Edward.

—Isabella. —Claramente surpreso, eu não fazia ideia de que ele conhecia a Mackenzie, muito menos que eram íntimos o suficiente para ele usar aquele tom de voz com ela.

—Estou na biblioteca. —Desliguei sem nem esperar por mais nada, odiava saber que ele me omitia coisas. Respirei fundo e ajustei minha coluna buscando me acalmar para não tacar o telefone dela no chão, não sabia o que aquilo significava e nem qual era o grau de intimidade deles então não podia surtar antes do tempo.

[...]

—Não estou entendendo o bico. —Ele se ajoelhou na minha frente e se inclinou roubando um beijo rápido. —A irmã mais velha da Mackenzie e amiga da minha irmã e teve um tempo em que a Rosalie achava que faríamos um bonito casal. Só que eu já tinha namorada e não estava nem um pouco interessado nela. Então apenas deixei isso pra lá.

Revirei os olhos ficando ainda mais irritada com aquela puta loira da irmã dele.

—Deixou tanto pra lá que salvou o número dela.

Ele se levantou e com o dedo indicador ergueu meu rosto fazendo-o encarar?

—Eu tenho o número da escola toda. —Não duvidava nada, normalmente todos os compromissos/festas passava pelo olhar cauteloso dele. —E não gosto quando você desconfia de mim. Minha irmã colocou na cabeça da menina que eu queria algo com ela e só não sabia como me aproximar então ela veio falar comigo e eu expliquei que isso era coisa da cabeça da minha irmã e que eu não correspondia. Ela se desculpou e eu deixei pra lá, não vi utilidade em te contar principalmente por que isso foi no começo do nosso relacionamento, ninguém se quer sabia que estávamos juntos ainda.

—Você promete que não teve nada com ela?

Abaixou os olhos antes de passar a mão pelo cabelo de forma impaciente.

—Prometo e me magoa de mais você ficar duvidando da minha palavra.

Não me abati pelo papel de menino magoado.

—Então podemos sentar com ela no almoço? —A bonitinha de cabelo rosa tinha me convidado para sentar com eles antes de sair da biblioteca, ela era bem legal até tinha se oferecido para esperar o Edward comigo, mas eu recusei querendo desfrutar da minha raiva em paz.

—Claro, posso sentar do ladinho dela se isso servir para você acreditar que eu não tive nada com ela. —Sabia que antes de mim a lista de relacionamento/ficada dele era bem extensa, mesmo na época ainda sendo uma “criança” de quatorze anos.

—Não precisa ser do lado dela. —Eu tinha meu grau de ciúmes.

—Então vamos que eu estou morrendo de fome. —Ele se posicionou atrás da minha cadeira e começou a empurrar minha cadeira pelo movimentado corredor.

—Conseguiu voltar ao time? —Ele claramente tinha tomado banho e quando eu liguei estava ofegante então as chances eram boas.

—Não completamente, mas o treinador me deixou fazer alguns exercícios físicos para manter a forma. —Dei um sorriso torto, era melhor do que nada.

—Vê se não faz mais burrada. —Pedi, se ele não tivesse batido em ninguém ainda estaria no time.

—Prometo que eu vou me manter calmo. Mas você tinha que vê o que treino das suas amiguinhas. —Bufei nem um pouco interessada em como tinha sido o treino.

—Passo.

—Não sério a tempos eu não me divertia tanto. —Ele gargalhou atraindo ainda mais atenção para nos dois. —Sem você elas são um completo desastre. —Não levei a sério sabia que ele podia apenas está falando aquilo para me deixar melhor.

[...]

Todo mundo da mesa reagiu muito bem a nossa presença, bem melhor do que eu achei provável, diante das novas que eu tinha descoberto, mas conforme o almoço ia acontecendo todos interagiam de uma forma muito saudável e tranquila. O Edward se enturmou muito rápido, ele tinha um verdadeiro dom, ele e o bonitinho da política claramente se deram muito bem. Me surpreendi em como eles eram falantes e quase quis me chutar por não ter permitido conhecer eles melhor antes.

—Isabella Swan a coitadinha da escola. —A voz anasalada do Matheus me atingiu em cheio. —Teve que chorar para conseguir ser aceita em um grupo. —Meus olhos encheram de lágrimas e eu não fui capaz de me controlar pela surpresa do momento. Antes que eu conseguisse retomar o controle e formular uma frase o Edward reagiu e puxou a cadeira dele para baixo fazendo ele cair com tudo de costas no chão.

—Edward. —Meu grito surpreso foi o único som ouvido no refeitório.

—Relaxa Cullen que eu ainda não estou falando com você. —O menino disse ainda no chão, ele era um dos atacantes do time e jogava com o Edward. Nunca fomos próximos, apenas sentávamos todos juntos e eu nunca tinha dado motivos dele agir assim. —Ou devemos lembrar que por sua culpa sua namoradinha vai ficar a vida inteira sentada nessa cadeira. O grande piloto Edward Cullen quase mata sua namorada em um acidente. E o grande contrato que você ia assinar em? —Debochou, e eu sabia que estava perdendo algo. O Edward acertou um chute certeiro na coluna do menino que permaneceu no chão, de repente ficou obvio ele queria exatamente aquele tipo de reação, o problema dele não era comigo, era com o meu namorado. Ele só jogava quando o Edward estava fora.

—Edward, por favor. —Pedi manobrando a cadeira e segurando a camisa dele. —Não faz isso lembra o que você me prometeu. —Meu rosto estava banhado em lágrimas e eu não sabia o que fazer.

—Ande covarde levante. —Voltou a acertar ele com o pé dessa vez com muita mais força, o corpo daquele menino chegou a levantar do chão.

—Meu Deus. —Gritei ainda mais horrorizada.

—Cara controle-se. —Finalmente alguém fez algo, o Caio se levantou e passou os braços pela barriga do Edward puxando ele para trás. Eles empatavam na altura, mas o Edward aparentava ser muito mais forte. Os outros atletas do time se levantaram e fizeram uma barreira entre o menino no chão e meu namorado. —Você quer ser expulso? —A voz do Caio soou ainda mais alta sobre todo aquele burburinho que tomou conta do ambiente. O Edward ainda tentou se soltar do aperto, mas o Caio surpreendeu se mostrando bem mais forte. —Se não por você olha o estado que você está deixando ela. —Por um segundo o Edward desviou os olhos do Matheus que ainda estava no chão e me encarou, eu não consegui a descrever como era a confusão de sentimentos por dentro, tudo parecia muito lento e eu não fazia ideia do que eu aparentava por fora. Ele se acalmou instantaneamente e percebendo isso o Caio o soltou, ele se abaixou me encarando com pesar.

—Me Desculpa, eu não queria fazer isso.

—Se eu fosse você eu tomava cuidado cadeirante, se você deixar ele irritado ele vai acabar batendo em você. —Antes que ele voltasse a reagir eu prendi a mão dele entre as minhas com força.

—Por favor, me tira daqui. —Ele voltou a tentar reagir, mas eu voltei a puxar a mão dele. —Se você não me tirar daqui agora eu vou sair sozinha e não precisa mais falar comigo. —Minha voz era muito doente e fraca, exatamente como eu me sentia. Era um misto de dor, vergonha e medo (principalmente por ele – eu jamais me perdoaria se ele fosse expulso da escola e perdesse a vaga na faculdade). O refeitório todo ficou em silêncio aguardando a resposta dele.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 12

Isabella Swan

Ele não tinha hesitado por nenhum minuto em me levar para fora do refeitório, antes que conseguíssemos dar três passo o Matheus fez questão de provocar mais um pouco.

—Ela deve só está buscando um pretexto para dar um pé na sua bunda, mas ninguém a culpa porque eu também não conseguiria ficar com alguém que acabou com a minha vida.

Mas felizmente ele se conteve e continuou me conduzindo pra fora, porém não conseguimos chegar muito longe, demos três passos e o diretor da escola junto com alguns seguranças estavam vindo de forma apressada na nossa direção.

—Edward Cullen para minha sala agora. — O Edward apenas tirou as mãos da minha cadeira e se abaixou ficando na minha altura.

—Baby ligue para os seus pais e peça para um deles vim te buscar. —Ele passou os dedões em baixo do meus olhos de forma delicada secando meu rosto. —Eu te amo. —Ele me beijou meus lábios e por mais que eu quisesse e achasse que ele merecesse eu não podia deixar ele sozinho. Afastei meu rosto não querendo dá um espetáculo para o diretor da escola.

—Eu vou com você eu também estou envolvida nessa confusão.

[...]

Estávamos todos reunidos na sala de espera do diretor enquanto o mesmo conversava com o Edward e o pai dele. O doutor Cullen tinha chegado a escola a poucos minutos e eu confesso que congelei ao ver a expressão sempre gentil do senhor Cullen direcionada ao filho e eu já estava ficando maluca com todo aquele tempo ali do lado de fora, eu não devia ter sido impedida de entrar na sala.

—Se ele for expulso e o Matheus não, eu vou pedir meu pai para me transferir para uma escola mais justa. —Olhei para a Milly sem entender o porque ela estava gritando aquilo, sim, porque ela estava literalmente gritando e estávamos do lado dela. Não tinha a menor necessidade de falar tão alto. —O que esse babaca fez. —Ela apontou para o Matheus que estava sentado do outro lado da sala ao lado do pai e um advogado. —E tão violência quando o que o Edward fez, ou até pior, ou os dois são punidos ou nenhum dos dois são. —Eu nem sabia que ela era tão amiga do Edward a ponto de pedir transferência só por uma injustiça que acontecesse com ele. Obvio que eu concordava completamente com ela, o Matheus tinha sido tão ou mais violento do que o Edward, contudo violência física sempre pesou mais.

A Mackenzie se aproximou de mim e cochichou no meu ouvido.

“A loira que acabou de entrar é a assessora de market e imagina o que vai acontecer se a escola de uma hora pra outra perde sobrenomes como o nosso de uma vez só, principalmente se fomos para o concorrente.”

—Eu vou junto com ele de qualquer forma. Pra onde ele for eu vou junto. —Entrei no jogo falando bem alto também. A loira olhou pra nos atenta, eu nem tinha visto ela entrar na sala de espera. Era uma mulher jovem, alta e magra que com certeza poderia está desfilando em qualquer passarela que quisesse.

—Idem. —Falou a Mackenzie, obvio que no caso dela era mentira o pai dela era um dos sócios do colégio e não a deixaria sair. —Posso até não conseguir me mudar para o concorrente por causa do meu pai, mas eu garanto que aqui eu não fico.

—Crianças acho que os ânimos de vocês estão muito agitados. Não a necessidade desse tipo de conversa, pelo que eu sei todos vocês estão prestes a se formar e não querem uma mancha dessas no currículo. —Ela sabia jogar.

—Eu estou pouco ligando para a mancham no currículo, sou totalmente contra todos os fatores de injustiça e se meu namorado for expulso eu vou junto com ele. E outra já temos notas para se formar podemos apenas já iniciar alguns cursos extracurriculares, já podemos ingressar em Harvad e espalhar por lá a má fama desse colégio. —Não hesitei por nenhum segundo, a maior parte das coisas eram verdades tanto eu e ele sempre mantemos o nível alto em relação às notas tanto que já tínhamos até recebido nossas cartas de admissão da faculdade, naquele ponto faltava pouquíssimos meses para finalmente nos forma. Ainda teríamos as provas finais e não fazer ou ser expulso naquele momento seria uma grande mancha e obvio ameaçava diretamente Harvard só que a grande questão era que não estávamos nem ai para Harvard e se ele fosse expulso eu iria junto com ele, mesmo que pra isso eu tivesse que entrar em conflito com meus pais. Meu comportamento recente era muito ruim e eles deviam está no limite, eu não tinha ficado de castigo e sabia que isso se devia apenas ao meu novo estado. Aquilo já era castigo demais. Porém se eu forçasse principalmente algo daquele tipo eu acabaria arrumando problemas. Mas eu não o deixaria enfrentar aquilo sozinho, se ele fosse eu também iria.

—Viu ela é bonita e inteligente. Se formar com créditos extras em Harvard aposto que meu pai não iria reclamar. —A Mackenzie estava usando todo seu poder, ser filha de um dos donos da escola, para manipular toda aquela situação. E eu podia ver pelo rubro no rosto dela e pelos olhos brilhando de lágrimas contidas que não estava sendo nada fácil. Ela sempre foi doce demais e não via com bons olhos usar o dinheiro da sua família para ganhar qualquer tipo de vantagem então aquilo era um gesto de muito significado pra mim. Eu seria grata por toda a minha vida a ela.

—Harvard parece muito bom. —Olhei para o Caio e deu um sorriso agradecido, quanto mais, melhor.

—Essa conversa ainda é precipitada. —Nos olhos dela estava claro que ela não ia rebater, não quando estávamos falando de fazer alguns cursos em Harvard.

Ela suspirou, irritada e deu de ombros se voltando a secretária do diretor, elas conversaram algo em tom baixo e a responsável pelo market sorriu satisfeita e bateu na porta entrando logo em seguida na sala.

—Vocês acham que deu certo? —Olhei pro Caio sem saber, só saberíamos quando eles finalmente saiam daquela sala.

—Eu preciso avisar que independente do que aconteça eu não vou para Harvard e nem deixar a escola. —Encarei a Mackenzie e deu um risinho nervoso, obvio que o pai dela não deixaria ela sair. —E eu nem pretendo ir para Harvard nem me inscrevi pra lá, na verdade eu vou pra Londres.

—Londres é muito frio. —Comentei, meu sonho era sair daqui para um lugar quente.

—Nada que não posso ser superado com um bom casaco. —Encarei ela não entendendo o que Londres tinha de tão especial, okay era uma cidade bonita e eu tinha ido lá uma vez ou outra, sediava em praticamente todos os meus livros clássicos e alguns dos meus escritores favoritos vinham de lá, mas mesmo assim ainda não era o suficiente para que eu enfrentasse aquele frio. Para Londres eu precisaria de um motivo melhor. —Não me olhe com esses olhos curiosos que isso é o máximo que você vai conseguir de mim. —Ela tinha o típico olhar de que estava aprontando.

[...]

Exatos trinta e seis minutos depois a porta foi aberta e eles saíram. Primeiro passou o Carlisle e a expressão dele não era nada legal e me tirava todas as esperanças. Logo depois saiu o Edward ele tinha o semblante completamente fechado e também não me deixava saber muito sobre qual tinha sido o destino dele. Atrás dele estava um diretor completamente atordoado, depois de um embate com Carlisle Cullen eu também estaria daquela forma. O senhor Cullen apertou a mão do diretor e agradeceu de uma forma seca antes de dar completamente as costas.

—Você vai querer uma carona pra casa Isabella? —Assenti com um movimento na minha cabeça. —Então vamos. —O Edward se aproximou de mim e me deu um longo selinho antes de instalar atrás da minha cadeira.

—O que aconteceu? —Não ia conseguir conter minha curiosidade até estarmos sozinhos e não seria justo com meus novos amigos sair e deixá-los sem saber o desenrolar de tudo aquilo.

—Não fui expulso. —Pelo tom de voz dele eu sabia que devia ter mais porém deixei para conversar com ele depois.

—Obrigada. —Ele agradeceu ao Caio, possivelmente por ter segurado ele.

—Vamos Edward. —Eu ainda não estava acostumada com aquele tom de voz vindo do meu sogro.

—Tchau e obrigada. —Agradeci novamente aos meus novos amigos. —Nos vemos amanhã.

[...]

O caminho até o carro foi feito em profundo silencio até a mais profunda respiração dava uma sensação de profundo tormento. As aulas tinham voltado ao normal como se nada tivesse acontecido e os corredores estavam completamente vazios. Seguimos o Carlisle a alguns passos de distância. Eu sentia que teria que ser a responsável pela quebra daquele clima e não estava me sentindo nada confiante.

Quando finalmente estávamos dentro do carro, nos três dividindo o banco de trás, do grande carro preto de um modelo que eu não fazia ideia de qual era, mas que eu podia apostar que era muito carro. O motorista conduzia o carro com uma pratica já habitual.

—Doutor Cullen. —Me virei um pouco para encarar ele. Foi estranho chamá-lo de doutor, mas aquela postura era a postura do doutor e não do meu sogro. —Me desculpa eu não queria ... —Eu sabia que tudo aquilo só tinha acontecido por mim culpa.

—Já disse que você pode me chamar de Carlisle Isabella e pelo que eu saiba você não se envolveu em nenhuma briga na escola então não há motivos de se desculpar.

Eu até poderia rebater mais meu namorado pegou minha mão e apertou delicadamente atraindo novamente minha atenção. A cara dele demonstrava claramente que era pra mim deixar pra lá.

[...]

Finalmente conseguimos chegar a minha casa, assim que o motorista do Carlisle estacionou o clima dentro do carro se tornou ainda mais pesado se é que isso era possível.

—Você vai pegar suas coisas Edward. —Encarei meu sogro entendendo muito bem o que aquilo significava.

—Pai.

—Eu disse que não quero ouvir um pio Edward, sua mãe me convenceu a deixar você ficar aqui por causa de toda a situação mesmo que você estivesse de castigo, mas eu avisei na última vez que não ia aturar mais esse tipo de comportamento e que se voltasse a acontecer eu não ia colocar panos quentes. —Senti meus olhos cheios de lágrimas e não fiz muito para impedir que as grossas lágrimas escorressem pelo meu rosto. —Agora se despeça da Isabella e vá pegar suas coisas.

—Você está dizendo que eu não vou poder ver ela? —O tom de voz era mais alto que o normal, principalmente falando com o pai, o qual ele sempre demonstrou muito respeito.

—Você vai ver ela na escola e no final de semana ela está convidada para passar algumas horas lá em casa já que você está de castigo e não pode sair. —Pelo menos eu teria aquilo, contudo depois de todo aquele tempo nos vendo quase vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana me contentar com o tempo que nos víamos no intervalo das aulas e algumas horas no final de semana não seria nada agradável.

—Carlisle... —Segurei o braço do Edward antes que ele acabasse se excedendo com o pai. Ele já estava chamando ele pelo nome.

—E me dê o seu telefone? —Meu sogro estendeu a mão aguardando, eu vi que o Edward não ia ceder e enfiei a mão no bolso dele pegando o celular entregando.

—Obrigada Isabella e saiba que eu não tenho nada contra você, tenho-a como uma filha. —Era impossível duvidar das palavras dele quando tinha aquele nível de verdade envolvido. —E um dia você vai ser mãe e vai entender o porquê eu estou fazendo isso.

Apenas assenti e antes que eu pudesse dizer mais algo o Edward abriu a porta com força e saiu do carro reclamando. “Balela” foi a única palavra que eu consegui entender.

[...]

—Edward você precisa se acalmar.

—Sério? —O Edward parou em frente ao portão dos fundos, já tínhamos ganhado distancia do carro do pai dele e estávamos sozinhos. Quando ultrapassássemos aquele portão eu sabia que minha mãe já devia ter sido informada e estaria uma fera então perdiriamos qualquer privacidade e eu precisava falar com ele principalmente por que sem telefone acabaríamos sem outro momento como aquele.

—Sim, completamente sério. Ele é seu pai e só nessa semana ele já foi chamado duas vezes na escola por que você bateu em alguém, você nunca foi agressivo e agora... —Respirei fundo acalmando minha respiração e colocando os pensamentos em ordem para não dizer nada que o deixasse ainda mais irritado.

—Você ouviu as coisas que ele disse? O que você queria que eu fizesse? Apenas deixasse pra lá? —Ele falou gesticulando em um tipo comportamento exagerado. As mãos passaram com força pelos fios, parecia que ia arrancar.

—Sim, nos poderíamos agir de uma outra forma com a cabeça fria. —Garanti.

—Pelo amor de Deus eu jamais vou deixar que qualquer pessoa fale aquele tipo de coisa. Eu posso ser expulso da escola e até mesmo preso eu não estou nem ai. —Encarei ele não entendendo o porque do preso, okay que a audiência que era hoje foi adiada porque a acusação queria averiguar uma nova informação e o meu pai tinha me alertado que eu podia acabar sendo chamada pra depor. Tudo antes parecia fácil demais e agora nem tanto. Mas ninguém disse nada dele correr o risco de ser preso.

—Como assim preso?

—Eu não fui expulso da escola por um milagre divino, mas se aquele idiota do Matheus resolver prestar queixa contra mim eu corro serio risco de ser preso. —Ele abaixou os olhos não me encarando, eu não entendia nada de leis e naquele momento aquilo foi um grande inoportuno, de repente eu me senti tentada a pegar a constituição e ler lei por lei apenas para conseguir ajudar ele. —Eu já estou sendo processado por direção perigosa com vitimas. —Ele apontou pra mim e recuperou o fôlego antes de começar. —E o motorista do caminhão morreu ontem a noite no hospital. —Mordi com força meus lábios não querendo me desesperar, eu não podia perder o controle naquele momento ele precisava de mim e não seria justo não está do lado dele. O gosto amargo de sangue na minha boca me fez afrochar a mordida.

—Amor a culpa não foi sua, ele estava bêbado e drogado. Os exames de sangue comprovaram isso.

—Isso não importa. —Quase gritou. —Ele morreu porque EU resolvi apostar uma corrida, porque EU peguei meu carro e resolvi sair por ai em alta velocidade sem me preocupar com as consequências e se fosse o carro de uma família? E se tivesse uma criança naquele caminhão? —Ele estava em completo desespero, suas lágrimas eram grossas e constantes, enxarcando seu rosto.

—Mas não foi e não é justo você ficar se torturando com isso. O que aconteceu foi um acidente.

—Olha o que eu fiz com você. —Os olhos dele estava cheios de pena o que me fez recuar por alguns instantes.

—Vem aqui, por favor. —Pedi. Minha garganta estava seca e dolorida pelo choro contido, eu queria gritar, gritar muito, gritar até toda aquela sensação ruim saísse do meu corpo. —Por favor. —Implorei, naquele momento aquela cadeira de rodas me deixou com mais ódio ainda.

Ele se ajoelhou na minha frente ergui minhas mãos enxugando os olhos dele.

—Você não fez nada comigo, Okay?—Perguntei mesmo sabendo que dificilmente eu teria uma resposta. —O que aconteceu foi um acidente, um grave acidente. Sua quantidade de culpa é a mesma que a minha. Eu também escolhi entrar naquele carro, eu também sabia que o que estávamos fazendo era grave e mesmo assim eu fui, eu escolhi ir. Aquele motorista quando pegou o volante bêbado também sabia do risco e mesmo assim fez, ninguém é mais ou menos responsável. Foi uma fatalidade e nos vamos ter que lidar com ela. —Minhas mãos no rosto dele tremiam. —Não se culpe porque eu não sei lidar com isso. —E não sabia mesmo, quanto mais culpa ele mostrasse sentir mais mexia com a minha cabeça e me fazia duvidar de tudo que sentíamos pelo outro, eu não queria que ele ficasse comigo ou continuasse comigo por que ele se sentia culpado, eu só aceitaria ele se tivesse certeza de que ele me amava. —E pare de dizer que você acabou com a minha vida, olha pra mim eu estou viva, bem viva. —Só naquele momento aquelas palavras começaram a soar verdadeiras dentro de mim, eu nunca tinha percebido o milagre daquela situação. —Eu não morri naquele acidente e a minha vida não acabou e nem a sua, nos ganhamos uma segunda chance então ou a gente pode aproveitar ela ou era melhor ter morrido naquele acidente. —Eu peguei a mão dele e apertei entre as minhas. —Você queria ter morrido?—Nada saiu dos seus lábios, mas seus olhos diziam tudo. Não, ele não queria ter morrido. —Eu vivi, mesmo com todas as possibilidades dizendo que não, eu sobrevivi e quero viver minha vida e você devia querer o mesmo. Então pare de ficar socando as pessoas, deixem as falar o que quiser, você está vivo e essa é a sua vida, viva sem se importar com o que os outros achem, falem ou queira. Porque eu vou fazer isso e mais do que qualquer coisa nessa vida eu quero que você faça isso. Eu quero que você viva, sem culpa, sem magoa e sendo o máximo possível feliz.

Te amo porra! - Capítulo 13

Bella Swan

Já estava de noite e eu não conseguia sentir sono. Escutei passos de alguém entrando na sala e não me dei o trabalho de me virar. Eu tinha quase absoluta certeza de que era o meu pai, eu tinha tido minha vida inteira para conhecer seu modo de andar. Sentia-me estranha estando sozinha, depois de tanto tempo. Eu tinha me acostumado de uma forma muito positiva a presença do Edward e de uma hora para outra isso foi tirado de mim sem nem me dar tempo de me preparar.

O dia tinha sido muito agitado e eu tinha muita coisa para pensar. O ruim de ficar sozinha era a mente vazia e toda a quantidade de tempo e espaço que eu tinha pra pensar. A maior parte dos pensamentos que vinham nesse momento não era pensamentos bons e saudáveis.

—Oi querida. —Não me surpreendendo nem um pouco meu pai se sentou ao meu lado no enorme sofá. Quase me senti culpada por manter ele acordado, mas a luz do meu celular chamou a atenção e eu vi a hora gritando em enormes letras garrafais. Ainda era bem cedo. Se fosse para chutar antes eu diria se tratar já dá madrugada, porém o relógio me dizia outra coisa. —Sem sono? —Ele me puxou delicadamente para os braços dele. Descansei minha cabeça no ombro dele. Minhas pernas continuaram da mesma maneira que eu tinha colocado assim que minha mãe tinha me ajudado a me sentar ali.

—É.

—Eu também estou com saudades do nosso ex hospede. —Ri não esperando aquele tipo de confissão do meu pai. —Já estava até gostando da presença dele.

—Faço questão de deixar ele saber disso. —Provoquei.

—Espertinha, depois que ele descobrir o que eu fui submetido ele com certeza vai entender. —Ele apontou para a TV onde passava uma serie qualquer que eu tinha colocado, mas não tinha conseguido me concentrar verdadeiramente. O que eu podia dizer da programação era que se tratava de algo sobre sereias. —O que você está assistindo a final?

—Não faço ideia. —Estiquei meu braço e peguei o controle passando para ele. —Vai eu te faço companhia para assistir o jogo.

—Você é péssima telespectadora Isabella. —Ele não estava totalmente enganado, futebol de qualquer espécie não era muito minha praia. Eu tinha um vasto conhecimento sobre as regras, times e até surpreendia como alguma novidade sobre determinado time (obrigada twitter), mas eu não era fã e com certeza não conseguia sentir a mesma emoção que eles.

—Quer continuar assistindo a série de sereias? —Ele tomou o controle da minha mão colocando em um canal onde passava um jogo de futebol americano, meu pai não tinha muito critério e gostava de qualquer esporte, por mais que sua preferência fosse o futebol. Podia ser de qualquer tipo desde que tivesse um monte de homens correndo atrás de uma bola já o agradava.

—Cadê a mamãe? —Me mexi ajustando meu tronco sobre o dele.

—Está lendo, ela me dispensou mandando eu buscar outra companhia. —Eu gargalhei. Nada era mais sagrado para a mamis do que seu momento de leitura e meu pai estava sendo bem corajoso em está o interrompendo. —Não ria. —ele me repreendeu. —Dei a ela mais uma hora e depois eu vou dormi e nem quero saber de que parte ela parou e se é o ápice de nada. —Eu até tinha uma piadinha suja sobre o ápice, mas guardei pra mim sabendo que meu pai não ia receber bem minhas piadas relacionadas ao sexo. As vezes está com ele era tão tranquilo e calmo que eu até esquecia que ele era meu pai.

—Coitado, pelo que ela me disse era ia terminar de ler o livro hoje. —Coloquei mais lenha na fogueira.

—Não sei para que ela ler tanto, acredita que durante nossa viajem ela conseguiu concluir cinco livros diferentes e comprou mais outros. Tive até que pagar pela bagagem extra. —Eu tinha sido uma filha bem relapsa, nem tinha buscado saber sobre como tinha sido a viagem deles. Okay que aconteceu muita coisa, mas eu também tive muito tempo extra.

—Falando nisso como foi a Suécia? —Além da real curiosidade seria bom mantê-lo falando para tirar minha mente do Edward. Quando nos despedimos mais cedo eu o tinha feito prometer que iria lidar com o seu castigo da forma mais calma e procurar não ficar ainda mais nervoso e tinha me prometido também que ia usar todo seu charme para convencer a mãe a ajuda-lo a no mínimo conseguir o telefone de volta.

—Você ia amar o país, principalmente Estocolmo. A cidade é realmente muito bonita e eu me culpo por não ter levado sua mãe antes lá. Podemos ir novamente nas férias. Você vai amar a praça Sergels Torg*.

Uma praça que fica no coração de Estocolmo e possui dois andares acessíveis: no piso superior, um enorme obelisco de vidro de 37 metros, instalado no interior de uma fonte, marcando o ponto central da cidade. Já no piso inferior que os pedestres conseguem acessar um shopping Center, e as lojas dividem a atenção dos visitantes com os artistas de rua mostrando seus talentos.

—Bom não iria me opor a conhecer. —Meu pai sabia exatamente como eu era e se ele dizia que eu ia gostar eu sabia que ia. —Mas vai ser bem difícil sair do país agora.

Ele se alterou erguendo o tronco um pouco.

—Não deixe que essa cadeira te impeça de fazer nada. Nos vivemos no século XXI e os aviões são perfeitamente adaptados para cadeirantes. —Quis me manter por ter feito aquilo eu não queria chatea-lo de forma nenhuma.

—Eu sei que sim. —Não sabia não. Nunca antes eu tinha me importado de verificar se os lugares eram ou não acessíveis a nenhum tipo de deficiência.

—O doutor Aro estava conversando comigo sobre seus planos para depois da faculdade? —Não entendi onde ele queria chegar e nem o que meu médico tinha a ver com minha faculdade. E cheguei a conclusão que talvez fosse meu pai curioso sobre o que eu ia fazer e eu não tinha uma resposta, já iriam abrir o período de matriculas e eu precisava saber o que fazer e para onde ir, precisava saber se meus planos e do Edward ainda estavam de pé. Eu tinha esquecido completamente de perguntar ele mais cedo sobre aquilo que aquele ridículo do Matheus tinha dito sobre o contrato dele, ele não podia ter perdido e se tivesse eu teria que fazer algo para pelo menos tentar.

—Sendo sincera eu ainda não sei, não mais. —Fui sincera.

—Ele falou comigo e com a sua mãe sobre uma clinica que está com um projeto experimental de terapia intensiva que pode aumentar um pouco sua sensibilidade. —Ninguém me dava nenhuma esperança de voltar a andar e isso era melhor do que me encherem dela e depois eu me decepcionar. Eu sabia que o máximo que eu conseguiria seria sentir um toque, mas nem isso era garantido. Todos os médicos deixavam bem claro que eu jamais teria forças novamente para ficar de pé e muito menos andar novamente.

—Onde fica essa clinica?

—Londres. —Eu realmente esperava um lugar pior. —Eu sei que você não gosta muito do frio de lá, mas só considere. Ele disse que você seria perfeita para esse experimento e que o tipo de terapia feita lá poderia ajudar a diminuir suas dores. —Doía demais, principalmente onde teoricamente eu não deveria sentir nada.

—Eu realmente nem considerei Londres eu queria algo mais quente. —Resolvi ser sincera, algumas lágrimas escorreram no meu rosto e eu não me senti mal por está chorando. Eu não queria jogar todos os meus planos no lixo apenas por que eu não conseguia mover minhas pernas.

—Não se sinta obrigada é só um experimento e pode nem dá certo. Eu só achei que você já tem idade de decidir por conta própria e para decidir precisa conhecer todas as suas opções.

Não sabia o que dizer a ele, as dores que eu sentia não eram muitas e nada do que um analgésico não resolvesse – pelo menos na maior parte do tempo. Eu guardava minhas dores pra mim não querendo preocupar eles, eu só contava aos fisioterapeutas e ao meu médico e ele não devia ficar espalhando a informação.

—E eu estou muito triste por ter que ficar sabendo que você anda sentindo dores pelo seu médico. —A expressão dele me fez me sentir culpada.

—Eu só não queria preocupar vocês.

—Nos somos pais de uma adolescente, estamos sempre preocupados. —Ele depositou um beijo no meu rosto. —Não esconda nada de nos para nos poupar, vamos acabar descobrindo de um jeito ou de outro. Agora me fale sobre essa dor. —Pediu.

—Não é nada demais. —E não era mesmo, eu totalmente podia lidar. —Só quando eu fico muito tempo sentada. —Burra você sempre fica sentada agora. Respirei fundo organizando como eu ia explicar aquilo. —Em uma mesma posição ai dói. O doutor Aro disse que eu apenas preciso está está me alongando de vez enquanto, ele pediu ao fisioterapeuta de amanhã para me ensinar alguns exercícios que eu posso fazer sozinha. —Eu jamais iria confessar a ele que eu me mantinha muito tempo na mesma posição com medo de cair da cadeira ao tentar me arrumar, aquilo não tinha nenhum cinto de segurança que me mantivesse presa na cadeira e que me desse algum tipo de apoio. Então todo momento que eu ficava sentada na cadeira eu permanecia na posição que tinha me colocado com medo de perder o controle e cair. —O doutor me explicou que eu preciso ganhar mais um pouco de força nos músculos da barriga para conseguir manter uma melhor postura e assim que eu conseguir isso eu vou sentir menos dores. —Optei mais uma vez de guardar pra mim que ele queria me prender mais um pouco aquela coisa que deixava minhas costas retas. Eu tinha esquecido o nome mais parecia uma tábua que mantinha minhas costas completamente alinhada, eu tinha usado aquilo no hospital e era muito desconfortável. —E meus braços no final do dia, mas é algo que com o tempo melhora. —Eu só precisava de costume, não era nem um pouco acostumada a pegar peso e agora eu tinha que usar meus braços para me locomover – fosse empurrando a cadeira ou saindo e voltando pra ela. —E as vezes minhas pernas ficam doendo. —Confessei

—Como assim? Você está sentindo dor nas pernas? —A reação dele era bem parecida com a que eu tive quando senti a dor pela primeira vez, pena que era apenas um leve engano.

—É só que não se anime minha sensibilidade não está voltando. —Cortei logo. —O doutor Aro acha que é uma coisa chamada dor nos membros fantasma.

—Eu já ouvi falar disso, mas não é algo que dá nas pessoas que tiveram seus membros amputados. —Quis revirar os olhos, porém me contive. Suas duvidas eram as mesmas que eu tive e ouvi-lo me fazia parecer idiota agora que eu sabia.

—Ao que parece não, pessoas que perderam os movimentos também podem ter e o médico disse que temos que tomar cuidado com essa dor. —Eu tinha tido uma recuperação bem rápida e o médico tinha se surpreendido quando eu contei que eu tinha voltado a escola, ele não esperava que eu tivesse voltado tão rápido a minha rotinha.

—Eu vou te levar amanhã a fisioterapia e quero entender um pouco mais disso.

—Okay. —Eu me senti ainda mais triste em constatar que eu não veria o Edward amanhã, a fisioterapia era na hora da escola. —Que droga. Nos podemos mudar a hora da fisioterapia? —Perguntei ao meu pai.

—Sua mãe já tentou por causa da escola, mas a agenda está cheia. —Droga, porque tanta gente tinha que fazer fisioterapia no mesmo dia.

—Mas posso ligar pro Carlisle e damos uma carona ao Edward pra casa na hora da volta. —Abri o meu maior sorriso para meu pai. Não era uma carona já que o trajeto do hospital para a minha casa não tinha nada a ver com o caminho para a escola e muito menos para a casa dos Cullens.

—Eu te amo papai.

—Eu também te amo querida. —Ele se levantou com cuidado para não me machucar e me ajudou a apoiar as costas no sofá. —Eu vou dormir vai querer ajudar para ir pra cama?

—Não eu consigo fazer sozinha. —Já estava ficando especialista até meus braços já estavam ficando acostumados com o meu peso.

—Se precisar de ajuda só gritar. —Eu ri sabendo que eu podia gritar o quanto quisesse que eles não iriam me ouvir no andar de cima. —Ou melhor me ligue. —Ele entendeu perfeitamente o significado da coisa.

Como o Edward tinha ficado ali nos primeiros dias não foi necessário nenhum deles abandonar o quarto pra ficar mais perto, mas agora eu estava sozinha.

—Você quer que venhamos pra cá pra baixo? —Obvio que só naquele momento aquilo passou pela cabeça dele estávamos tão acostumado com o Edward ali.

—Não precisa prometo que ligo se eu precisar de algo. —Ele me olhou desconfiado, mas algo em mim o fez dá de ombros e deixar pra lá.

—Então boa noite.

—Boa. —Fiquei observando ele se retirar da sala quando de repente ele parou e se virou pra mim.

—Tenho certeza de que não está muito tarde e se você ligar para os Cullens, o Carlisle e a Esme não vão se incomodar de passar a ligação para o Edward. —Não tinha muita certeza disso.

—O Carlisle disse que ele estava sem telefone e não que não podia falar ao telefone. Ligue para o fixo e não vai está interferindo no castigo dele. —A lógica do meu pai era boa e ele era pai devia saber o que estava falando.

—Obrigada. —Me inclinei e peguei meu celular procurando o número da casa do Edward, eu nunca tinha ligado pra lá, mas tinha certza de que eu tinha o número.

Assim que eu achei o número eu liguei e no terceiro toque alguém atendeu:

—Boa noite! Residência dos Cullens. —A voz doce da Rosalie se fez presente e eu quase desliguei o telefone, mas eu queria muito falar com o Edward e se eu tivesse que enfrentar a bruxa pra isso eu faria.

—Oi. Boa noite eu poderia falar com o Edward. —Minha voz era baixa e eu tinha certeza que todo o meu medo era completamente detectável.

A ligação ficou mudo e eu precisei de alguns verificar pra ter certeza que ela não havia desligado na minha cara. Depois de alguns instantes do mais completo silencio eu conseguia a ouvir contando baixinho. Quase ri ao constata que minha presença irritava ela naquele nível, mas não queria mais ódio direcionado a mim. Principalmente naquele momento em que entre mim e o meu namorado estava ela.

—Eu vou chamar. —A voz dela tinha um ódio disfarçado e eu agradeci pela ligação ter voltado a ficar muda.

Esperei sem ter certeza se ela tinha mesmo ido chamá-lo ou só me deixaria ali de castigo, mas depois de alguns poucos minutos a voz do Edward preencheu todo o ambiente e melhorou muito minha noite.

—Oi amor.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 14

Edward Cullen

—Estou morrendo de saudades de você. —O dia tinha sido um completo tormento, eu tinha escutado um monte do meu pai no caminho depois que a deixamos em casa, e quando finalmente chegamos e eu pensei que estava livre teve a minha mãe e a insuportável da Rosalie. —O dia foi tão longo. —Reclamei fazendo charme.

—Culpa sua se você não tivesse bancado o lutador de vale tudo você estaria aqui. —Ela me acusou. —Seus pais estavam sendo super bonzinhos e você tinha que ferrar tudo.

—Por favor, não vamos voltar a esse assunto. —Pedi e a escutei bufar podia imaginar a carinha fofa que ela devia está fazendo.

—Amanhã eu não vou à escola, mas passo para te dar uma carona na hora de ir embora. —Eu fiquei em silêncio absorvendo as palavras dela e tentando me lembrar se ela tinha me contado o motivo, mas não consegui.

—Por quê?

—Fisioterapia. —Ela resmungou alguma coisa incompreensível.

—Quer que eu vá com você? —Ofereci.

—Até parece que seu pai vai deixar ele foi bem especifico sobre seu castigo. —É eu tinha ouvido aquilo algumas vezes, ele podia ter me tirado qualquer coisa e não ela. Porém pensando bem do que eu gostava só tinha restado ela, meu carro foi completamente destruído no acidente e meu pai já tinha me dito que eu nem devia sonhar com um novo, minha mesada tinha ido no mesmo tempo do carro. Eu não ligava muito para meu celular então...só sobrava ela.

—Se você pedir ele não vai recusar. —As chances dele não recusar era grande, meus pais amavam ela.

—Nem vem não vou usar essa carta agora. —Ri da teoria. Ela achava que tinha uma ganhado uma carta em que todo mundo faria o que ela queria só por causa do acidente. —Mas mudando de assunto. Para quando foi remarcado o julgamento.

—Semana que vem, segunda.

—Quer me contar o que aconteceu com o seu contrato? —Revirei os olhos não querendo voltar a falar do Sebastian, mas sabia que ela não me deixaria escapar tão fácil.

—Não tem mais contrato. —Fui direto ao ponto. Não foi surpresa nenhuma pra mim o Sebastian ter me procurado enquanto eu ainda estava no hospital para me comunicar a decisão dele e dos investidores que atuavam por trás. —Ele e os patrocinadores não querer o nome deles ligado ao meu, não depois do acidente e do processo.

—Eu sinto muito.

—Não sinta. De qualquer forma isso não ia dá certo mesmo. Até parece que meu pai ia deixar eu me tornar um piloto. —Eu não sabia como lidar com aquilo, o direito estava no sangue de um Cullen. Pelo menos foi isso que eu ouvi minha vida inteira várias e várias vezes. Seria muito difícil pra ele enfrentar que eu não iria seguir os passos dele e agora depois desse acidente ai que ele não aceitaria o caminho que eu tinha escolhido mesmo.

—Seu pai não pode decidir sua vida e eu tenho certeza que assim que esse julgamento terminar o Sebastian vai voltar atrás e te procurar.

—Se por um milagre isso acontecer eu não vou aceitar Isabella. —Fui sincero não ia confessar a ela minha covardia e que eu sentia como se meu coração fosse parar toda vez que eu entrava em um carro, nem iria confessar como minhas mãos ficavam suadas e só de imaginar pegando a direção de novo eu me sentia a ponto de desmaiar.

—Edward?

—Por favor, aceite minha decisão sem questionar. —Pedi. Sabia que aquilo poderia ser muito para ela que estava acostumada a rebater tudo.

—Okay. Mas só por enquanto. Depois vamos voltar a esse assunto.

—Tudo bem.

—Antes de entramos em um assunto mais calmo preciso que você me prometa que vai se comportar amanhã na escola. —Fechei os olhos pensando sobre aquilo, não era muito de mim apenas escutar e ficar calado, mas eu não queria ser expulso e sabia que se eu fizesse mais qualquer coisa errado não teria sobrenome que me manteria naquela escola. E uma expulsão podia me tirar das maiores faculdades e eu não queria diminuir nossas opções para faculdade, eu já tinha tirado muita coisa dela e não tiraria isso também.

—Eu prometo. —Eu me faria de surdo na escola se fosse necessário para ter cumprir aquela promessa.

—Você vai cumprir certo?

—Sim.

—Te amo sabia. —Eu ri gostando de ouvir aquilo.

—Eu estava pensando em esperar todo mundo dormir e fugir para ficar com você. —A risada dela era tão gostosa que eu gargalhei junto. Mesmo que a ideia de ir caminhando até a casa dela não fosse tão convidativa.

—Ande na linha senhor Cullen. Acho que você pode pegar seu notebook para conversamos em uma vídeo chamada quero ver você e pelo que eu me lembro das palavras do seu pai ele tirou seu celular não seu notebook.

—Você é um gênio. —Eu nem tinha pensado em usar meu notebook para falar com ela, tinha ficado todo o jantar perturbando meu pai para que ele ao menos devolvesse meu telefone. —Vou desligar aqui e já te ligo de volta.

—Okay.

[...]

Passamos uma boa parte da noite conversando via vídeo chamada e acordar para ir para escola foi uma tarefa um tanto chata para minha mãe que teve que passar três vezes pelo meu quarto até que ela ameaçou tirar o notebook de mim se eu não levantasse naquele momento e como eu não iria perder a única fonte de comunicação com a Isabella eu apenas levantei. Passei o caminho inteiro com os olhos fechados dormindo enquanto ela dirigia calmamente pelas ruas pouco movimentadas de Forks. Pegar carona com a minha mãe era péssimo ela não provocava nenhum tipo de emoção como condutora e ainda por cima andava abaixo do limite permitido.

—Estava falando com seu pai dele abrir uma exceção apenas para você vir à escola e te emprestar um dos carros dele. —Abri meus olhos realmente surpreso com a proposta, eu esperava que nem tão cedo eu voltaria a pegar no volante de um carro e muito menos sendo um dos carros do meu pai.

—Por quê? —Nem me dei o trabalho de fingir que eu estava empolgado.

—E perceptível que você não gosta de pegar carona e você sempre gostou tanto de dirigir. —Encarei ela tentando ver o que tinha atrás daquela generosa abertura.

—E melhor manter a carona. —Busquei na minha mente um motivo e a mentira se formou rápido. —Eu ajudo a Isabella a entrar e sair do carro se eu tiver que fazer isso e ainda estacionar/tirar o carro não vai ser nada pratico e vai requerer muito mais tempo e ela não vai gostar nada disso.

Eu conhecia minha mãe o suficiente para saber que ela me conhecia melhor do que eu mesmo e não ia cair nessa tão fácil assim, mas eu apenas ignoraria.

—Edward. —A cara dela demonstrava que ela iria entrar em um assunto bem chato.

—Mamãe, chegamos. —Nunca pensei que eu ia ficar tão feliz de ver a Forks School na minha frente. —Não quero me atrasar, você ouviu o relato do Carlisle sobre o que o diretor falou, nem mais uma infração. —Usei isso para fugir, ainda tínhamos bons minutos, porém ela era mãe.

Ela estacionou e me encarou, seus olhos diziam tudo.

—Eu te conheço Edward, sei exatamente o que está acontecendo. —Revirei os olhos. —E vamos conversar sobre isso.

—Só preciso de um tempo. —Optei por não mentir e nem falar totalmente a verdade. —Te amo. —Me inclinei e depositei um beijo no rosto dela antes de sair do carro para enfrentar aquela porcaria, felizmente era apenas mais alguns meses e eu estaria completamente livre.

[...]

A escola foi um completo tormento, eu parecia um animal de zoológico onde todos ficavam me encarando e alguns outros mais corajosos faziam uma gracinha ou outra. Mas eu consegui manter minha promessa e não reagi nenhuma vez apenas fiquei quieto na minha e me concentrei nos deveres aquilo iria me dá muito mais do que socar alguém, pelo menos era isso que eu tentava me convencer. Na hora do intervalo eu estava pronto para ficar sozinho e até preferia isso, mas os amigos da Isabella do grêmio estudantil me convidaram e eles tinham sido legais no dia seguinte que eu apenas não vi como recurar. Sentei-me com eles, mas era difícil manter minha atenção na conversa quando minha mente estava na conversa que eu tinha tido com a minha mãe no carro. Ela era muito atenciosa e perceptiva e eu tinha muito receio do que ela faria com a informação que tinha arrancado de mim mais cedo, não queria que de maneira nenhuma que aquilo se tornasse um espetáculo. Eu apenas não me sentia muito bem para dirigir e isso depois do que aconteceu não devia ser grande coisa.

—Mackenzie. —Chamei a menina que estava sentada na minha frente. —Depois você pode me emprestar as matérias de hoje para que eu leve para a Isabella. —Ela era a única dali que fazia as mesmas aulas que ela.

—Eu mando pra ela por e-mail e scaneio as minhas anotações.

—Obrigada.

[...]

—Não estou entendendo o porquê desse bico. —Era errado, mas eu sentia um prazer gigantesco em vê-la assim cheia de ciúmes, o biquinho lindo que seus lábios involuntariamente formavam e seu rosto vermelho de raiva. Se os pais dela não tivesse no carro eu juro que estaria dando um beijo de verdade nela que a faria ficar sem fôlego. —Eu achei que você fosse querer.

—Eu sei pedir Edward e a Victoria que fica de me passar as matérias que eu perco. —Isso só deixava ainda mais claro o ciúmes dela.

—Pensei que depois do que aconteceu você não ia querer mais falar com a Victoria.

—Pensou errado, nossa amizade só está ... suspensa momentaneamente. —Meu sorriso estava enorme e ninguém poderia me culpar.

—Eu posso mandar uma mensagem pra ela dizendo que não precisa mais. —Sim eu estava provocando-a. Os olhos dela ficaram ainda maiores e eu quis muito que estivéssemos sozinhos naquele carro.

—Vou te bater se você continuar. —Ela riu e eu percebi que estava completamente consciente sobre o que eu estava fazendo. Não resisti e me inclinei sobre ela beijando seus lábios, em um selinho. Ela jogou seus braços sobre meus ombros e me manteve próximo enfiando a língua dentro da minha boca. Eu queria ser respeitoso por causa dos pais dela, mas ela não colaborava nem um pouco.

—Amor. — Com as mãos na cintura dela eu a afastei delicadamente.

—Meus pais sabem que a gente se beija. —Ela reclamou e voltou a me puxar pra perto me beijando novamente, não resisti e deixei minha língua acariciar a dela. Foi impossível me conter e me puxei ela um pouco mais pra perto encostando meu corpo no dela, sentindo nossa temperatura subir.

—Ai já ultrapassou o limite. —Eu me afastei quando a voz do meu sogro se fez presente e voltei ao meu lugar me sentindo constrangido.

—Como foi a fisioterapia. —Ela se mantinha com um sorriso inalterado, como se não tivéssemos acabado de ser repreendido pelo pai dela.

—Normal. —Ela perdeu o sorriso. —Vamos parar de se referir aquela sessão de tortura como fisioterapia porque o que eles fazer lá é me torturar.

Eu a trouxe para perto a apertando nos meus braços, como era de se esperar ela relaxou. Sabia que as coisas na fisioterapia a deixavam cansada e dolorida se eu pudesse transferir a lesão dela pra mim eu faria sem nem pestanejar.

—Deixe de drama Isabella. —Eu ri da mãe dela a repreendendo.

—Drama porque não é com você.

[...]

—Tchau. —Eu voltei a beijar minha garota novamente sem me importar com os pais dela. Ela retribuía meu beijo com intensidade. Puxei-a para mim com desejo não contido. Me afastai antes que o pai dela voltasse a chamar a minha atenção.

—Te ligo mais tarde.

—Te amo. —Roubei mais um selinho antes de sair do carro e entrar em casa. Eu até tinha tentado trazer ela pra dentro, mas a mãe dela negou dizendo que não iria descumprir o castigo que meu pai tinha me colocado e que deixaria ela vir no final de semana.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 15

Isabella Swan

O almoço em família tinha sido mais legal do que eu imaginei que poderia ser, principalmente com a presença da Rosalie. Mas ela estava estranhamente silenciosa e contida e quando abriu a boca não foi pra me atacar e nem falar bosta. Tínhamos passado pelo almoço em família e uma conversa depois. Agora estava no quarto dele eu estava deitada na cama dele enquanto ele ajustava a televisão para que conseguíssemos ver.

—Por que a tela está assim? —A televisão era suspensa no teto e de forma automaticamente ele controlava a posição dela graça aos trilhos que a sustentava.

—Eu estava jogando videogame ali. —Ele apontou para o sofá.

Quando finalmente as coisas estavam do jeito certo ele veio e se jogou na cama ao meu lado.

—Faz tempo que não jogamos. —Nem conseguia lembrar da última vez que tínhamos feito aquilo.

—Outro dia, hoje eu quero ficar aqui agarrado em você. —Ele me puxou e me abraçou. Descansei minha cabeça no peito dele curtindo o momento. Nossos pais estavam lá embaixo conversando sobre qualquer coisa enquanto nos davam privacidade.

—Eu quero bater em você por ter aprontado Cullen. —Brinquei tocando o ombro dele e inspirando o cheiro dele que era maravilhoso.

—Porque você não me falou sobre Londres? —Ele perguntou. Meus pais tinham jogado esse assunto na mesa. Por mim eu teria deixado aquele assunto pra lá. Não gostávamos de Londres.

—Nos descartamos Londres.

—Foi em outro momento às coisas mudaram e se lá existe uma equipe médica que pode te ajudar de alguma forma porque não consideramos isso.

Suspirei com raiva.

—Eu posso fazer fisioterapia em qualquer outro lugar do mundo não preciso ir pra Londres pra isso.

—Isabella o doutor Aro disse.

Impedi-o.

—Não importa o que ele disse é a clinica da família dele obvio que ele iria fazer uma publicidade.

—Seus pais pareceram gostar do que o médico apresentou a eles. —Bufei e ele me apertou ainda mais nos braços em torno de mim. —Por favor, baby vamos apenas considerar.

—Não nos inscrevemos para nenhuma faculdade em Londres e agora a maioria dos prazos devem ter se esgotado.

—A maioria não todos.

—Edward. —Ele depositou um beijo no meu pescoço.

—Só vamos tentar. Seus pais falaram que é um tratamento diferencial e que pode aumentar muito a sensibilidade das suas pernas.

Odiava aquela sensação de que ele estava abandonando as coisas por minha causa. Eu queria nossa vida de volta, mesmo sem pernas funcionando eu só queria as possibilidades de antes. Odiava me sentir tão limitada e principalmente a sensação de está limitando ele.

[...]

Acordei com um grito dele me assustando, ele estava tendo um pesadelo. Ergui meu tronco e sacudi ele querendo acordá-lo, chamei por ele e tornei a sacudi-lo usando um pouco mais de força. Ele acordou assustado.

—Baby. —A voz dele estava afetada. Me puxou me abraçando. A respiração dele estava ofegante e ele estava muito suado. Alisei o couro cabeludo dele que estava molhado de suor tentando tranquilizá-lo.

—Está tudo bem? —Perguntei. —Me conte o que você estava sonhando? —Pedi mesmo sabendo que ele não iria querer me contar. Vez ou outra quando ele dormia lá em casa ele tinha pesadelos que o deixavam naquele estado. —Conversa comigo, por favor. —pedi. Eu tinha a leve sensação de que aquele estado dele era por causa do nosso acidente.

—Não me lembro. —Ele afirmou e me soltou voltando a se deitar no travesseiro, encarei o relógio ao lado e constatei que era de madrugada, provavelmente meus pais e os dele nos deram um descanso do castigo e me deixaram passar a noite ali. Eu nem tinha visto eles irem embora. O encarei e voltei a deitar não querendo insistir naquele assunto, o pesadelo tinha deixado ele abalado e ele aparentava está tão cansado que eu só queria consolar ele da melhor forma possível.

—Desculpa ter te acordado.

—Deixe de palhaçada Edward. —Deixei um beijo no peito dele. Ele desceu a mão até meu quadril e me apertou. Eu senti meu corpo ficar rígido sem que eu pudesse me controlar, eu precisava tirar todas as minhas duvidas eu estava morrendo de medo de dar aquele passo sem saber o que esperar. Eu não queria transar apenas pra satisfazer ele, não seria justo comigo apenas desenvolver o papel de boneca inflável. Eu sabia que minhas pernas estavam paralisadas e eu podia não sentir nada da cintura pra baixo, mas eu não sabia como seria internamente e eu tinha muitas duvidas e precisava de um minuto sozinho com aquele velho do doutor Aro pra me sentir mais tranquila para tirar todas as minhas dúvidas.

[...]

—Aonde nos vamos? —perguntei novamente sentindo a cadeira, saltar levemente graças a uma pedra daquele terreno irregular.

—Um lugar que eu descobri a pouco tempo. —Olhei para a floresta e fiz uma cara feia. Meus sogros moravam em uma área afastada e tinha uma floresta em volta. O que devo resaltar não me agradava muito. Aquele ponto hoje era o mais perto da floresta que eu já tinha chegado.

—E nos vamos entrar na floresta? —Perguntei alarmada.

—Não é muito longe apenas alguns quilômetros.

—Quilômetros? —Perguntei ainda sem acreditar, ele não me convencia a entrar na mata nem quando eu andava imagina agora que eu estava presa em uma cadeira de rodas. —Não sei se você percebeu mais eu estou em uma cadeira de rodas e não movo minhas pernas. —Falei pra ter certeza de que ele não estava ficando maluco.

—Bela observação. —Constatou rindo. Queria poder chutar ele.

—Se algum bicho me atacar eu não vou conseguir me defender. —Expus meu medo, eu odiava essa coisa de mato e a possibilidade de ser atacada por algum animal.

—Eu defendo você fique tranquila. —Ele continuou empurrando a cadeira sem se abalar pelas minhas palavras.

—Como é que a cadeira vai passar por aí? —Perguntei tendo certeza de que o espaço na trilha improvisada era curto demais para que eu conseguisse passar com a cadeira, não que eu tivesse esperando por acessibilidade no meio do mato.

—Já tinha pensado nisso. —Ele abandonou as costas da minha cadeira e caminhou até mim se abaixando e antes que eu raciocinasse o que ele fazia ele passou os braços em baixo das minhas pernas e me ergueu me pegando no colo.

—Edward. —Não tinha como negar que eu adorava ficar no colo dele. Ele estava se mostrando bem forte ultimamente e depois que tivesse algum problema na coluna eu esperava que não me culpasse. —Você não está pensando em me carregar no colo por sabe-se lá quantos quilômetros né? —Perguntei mesmo já sabendo a resposta.

—Deixe de ser reclamona.

—Só estou sendo realista.

—Não quero saber de realismo.

Resmunguei sabendo que ele não me escutaria e que ele ia acabar fazendo o que queria. Adentrou a mata com conhecimento e eu preciso confessar que teci reclamações ao perceber que ele não iria seguir a trilha. Ele apenas me respondeu que sabia o caminho de co e que aquele era o quintal da casa dele e não tinha a menor possibilidade de se perder. Já eu só conseguia pensar em tudo de ruim que poderia acontecer estando dentro da floresta que eu não conhecia, já que antes eu me recusava a qualquer passeio desse tipo que ele viesse a oferecer, sem poder andar e podendo a qualquer momento ser atacada por algum animal. Ele só ria de todo o meu surto quando alguma folha molhada me atingia ou pingava alguma gosta de água da copa de alguma daquelas arvores altas ou quando eu ouvia algum barulho que ele dizia ser normal da floresta. Eu só queria está no quarto dele jogando vídeo game no ambiente aquecido e não em uma floresta úmida.

Depois de alguns quilômetros chegamos ao lugar mais lindo do mundo, era uma clareira em forma irregular que indicava ter sido feito pela própria natureza e escondida ali dá maioria das pessoas. O gramado era baixo o que indicava que tinha sido recentemente aparado e eu só pude chegar a conclusão de que era obra do meu namorado, algumas flores pequenas cresciam entre a grama deixando o ambiente em uma profusão de perfume e cores.

—Gostou? —Encarei ele observando seus olhos com toda a apreensão do momento, ele já tinha tentando me convencer a está ali antes e eu me arrependi amargamente de não ter aceitado enquanto eu poderia aproveitar muito mais daquela beleza.

—Por que você não usou melhor do seu poder de convencimento pra me trazer aqui? —brinquei dando a ele um sorriso tranquilo, mostrando que mesmo com o caminho difícil tinha valia muito a pena.

—Você vai ter que sentar no chão. —Anunciou. —Eu até trouxe uma coberta, mas vai ser difícil forrar e segurar você ao mesmo tempo então você vai ter que ficar no chão por alguns minutos.

Eu até poderia me oferecer pra forrar, só que a mochila estava nas costas dele e não teria como tirar com ele me segurando.

—Eu posso lidar com isso. —Tentei disfarçar ao máximo a dor no meu tom de voz. Era muito ruim aquela sensação de inutilidade.

Ele me colocou no chão delicadamente e mesmo com o short jeans eu pude sentir o gelado do sereno da noite anterior.

—Por favor, não se sinta mal se quiser podemos voltar. —Garantiu e eu me senti mal por não ter disfarçado melhor. Não era justo, ele devia ter planejado tudo com o máximo de cuidado e eu estava estragando tudo por causa de uma coisa que eu não podia mudar.

—Não eu gostei daqui e não caminhamos isso tudo atoa. —Tentei usar o meu melhor tom brincalhão. —E ande logo com isso o chão está úmido e vai molhar minha bunda isso sem falar dos bichos que podem ter aqui e me atacar.

Gargalhou e abriu a mochila pegando uma toalha de mesa, estilo piquenique, e abrindo sobre o chão. De modo perfeccionista ele me ajeitou até ficar o máximo possível esticado e se voltou a mim me erguendo para me colocar sentada em cima da toalha de mesa.

—Eu realmente não sou pesada? —Expus minha curiosidade, na última pesagem que eu me lembrava de ter feito eu estava com cinquenta e cinco quilos e isso era peso pra caramba para ele ficar erguendo toda hora.

—Não tanto quanto você acha que é.

Ele se sentou de frente pra mim e começou a mexer na mochila tirou uma garrafa térmica e depois algumas vasilhas e uma outra garrafa térmica.

—Vamos fazer um piquenique? —Perguntei entusiasmada. Não me lembrava de já ter feito um piquenique antes e me parecia uma experiência legal.

—Esse é o plano.

Me inclinei pegando a primeira vasilha, tinha frutas: Banana, maça, uva, morango e laranja(que já estava sem casca e cortada em cubos). Abri a outra vendo um bolo que tinha um aroma delicioso. A terceira é ultima tinha alguns pães e biscoitos caseiros que minha sogra costumava fazer. Peguei um levando a boca e aprovando o gosto.

—Sua mãe é uma cozinheira maravilhosa. —Gemi me deliciando em como o biscoito derretia na boca.

—Vou a deixar saber disso.

—Pode deixar que eu mesmo comunico. —Levei o último pedaço à boca.

[...]

Ele tinha pensado em tudo e agora estávamos deitado sobre a toalha assistindo um episodio que ele tinha baixado da série que costumávamos assistir.

—Eu disse que isso ia acontecer. —Me gabei, mas nem era pra tanto estava na cara que aquilo iria acabar acontecendo. O que acaba estragando um pouco a série. Mudou para uma cena erótica e eu senti meu rosto esquentar, mas mantive meus olhos fixo na tela séria apenas alguns minutos e aquilo acabaria e poderíamos apenas deixar pra lá. Eu sabia que não seria tão fácil assim, tínhamos ficado tanto tempo antes sem transar e quando aconteceu, só durou uma única vez e depois teve todo o acidente que me deixou naquela condição e cheia de dúvidas.

—Baby. —A voz dele estava um pouco mais alta e eu percebi que ele devia ter falado algo que eu perdi por completo.

—Sim.

—Quer ir embora. —Meu olhos foram atraídos novamente para a tela do ipad que já mostrava outro momento. Balancei a cabeça negando.

—Podemos ficar mais um pouco? —Realmente tinha gostado da tranquilidade dali por mais que eu sabia que só ficaríamos mais alguns minutos, ali não tinha um banheiro e eu não aguentava mais segurar por muito tempo o xixi.

—Quanto tempo você quiser. —Ele depositou um beijo no topo da minha cabeça. —Te amo.

—Eu amo você.

[...]

Não fazia ideia do que tinha desencadeado aquele momento. Ele estava deitado em cima e mim me beijando com um animo assustador, suas mãos mantinham meu rosto próximo ao dele e eu retribuía o beijo com a mesma ou mais energia. O ar se fez necessário e ele desceu os lábios pelo meu pescoço nos dando um momento, suas mãos subiram pelo meu corpo adentrando minha blusa. Era estranho eu sentia desejo, eu queria ele, só que quando ele esfregava o corpo no meu eu não conseguia sentir nada, quando ele passava as mãos pelas minhas pernas e eu não sentia nada.

Quando as mãos tocaram meus seios eu usei minhas mãos para afastá-lo. Eu sentia meus olhos arderem com a vontade de chorar, mas eu não podia obrigar ele a presenciar isso. Ele já se culpava, não precisava que ele dissesse pra que eu soubesse e ele não precisava de mais merda em cima dele.

—Nos podemos ir embora. —Pedi. Minha voz demonstrava tudo que com muito esforço eu tentava esconder.

—Claro. —Ele se levantou de cima de mim e me estendeu a mão. Ele parecia confuso e abalado.

Deixou-me sentada e começou a recolher as coias que ele tinha trago. Eu me mantive em silencio com os meus próprios pensamentos tentando descobrir o que eu devia fazer, mas era tudo tão confuso e parecia tão difícil apenas ser sincera com ele e deixar saber o que me incomodava.

—Vamos? —Ele colocou a mochila nas costas e se abaixou dobrando minhas pernas para passar os braços por baixo, quando ele fazia isso eu me sentia uma boneca de pano sem direito a nenhuma vontade e mesmo que na maioria das vezes ele me alertasse do que iria fazer, fosse com palavras ou com gestos, eu ainda me sentia sem escolha. Também o que eu iria dizer não me pegue eu vou sozinha? Óbvio que não. Como eu iria sozinha? Me arrastando sobre os braços.

—Pega a toalha do chão. —Indicou enquanto me levantava. Peguei e enrolei colocando do meu colo. Ele caminhava rápido parecendo tão constrangido quanto eu e por mais que eu soubesse que o melhor seria ficar com a boca fechada eu não conseguia aquentar aquele clima entre nos dois.

—Desculpa ter parado. —Pedi, sabendo que eu tinha beijado ele primeiro. Tudo bem que tudo que se seguiu depois do beijo foi obra dele, mas eu comecei. —Eu só ando um pouco confusa. —A verdade era sempre o melhor caminho. —E não me sinto pronta para um passo tão grande assim. —Fiz um bom trabalho controlando as lágrimas.

—Tá tudo bem. —Levantei meu rosto encarando sua barba por fazer, o queixo bem firme ficava ainda mais bonito com aqueles pelos dando sinal. Era estranho ver ele com barba era o sinal claro que por mais que tivesse momento que ele fosse o mesmo menino que eu tinha namorado quase a vida inteira ele também já era um homem. Não queria que tivesse tudo bem, queria que ele me dissesse o que verdadeiramente estava sentindo e me deixasse saber o quanto aquilo o frustrava.

—Então tá. —Não, não tava, mas iria ficar. Tinha que ficar.

Te amo porra! - Capítulo 16

Isabella Swan

—Eu sinto muito. —Me apertei ainda mais nos braços dele. As palavras que a irmã dele tinha despejado sem nenhum cuidado sobre ele, por mais cruéis que fossem, não deixavam de ser verdadeiras. Ele estava abrindo mão de tudo por minha causa e mesmo que ele garantisse que podia sobreviver com aquilo eu tinha muito medo. Sim, medo. Medo de que um dia ele acordasse e se desse conta de tudo e percebesse que ele tinha aberto mão de toda a vida por minha causa e que já era tarde pra voltar a trás e seguir seu próprio caminho. —Não queria causar nenhum tipo de briga na sua família. —Por mais que na maioria das vezes a Rosalie fosse uma cadela arrogante eu conseguia enxergar perfeitamente o quanto ela o amava e isso ficava evidente em cada atitude estúpida dela.

—A culpa não é sua minha irmã que precisa para de se meter na minha vida. —Nisso ele tinha razão, ela queria controlar mais a vida dele do que os pais.

—Então vamos mesmo fazer isso? —Perguntei apontando para a pilha de papeis que o formulários de inscrição formava. Surpreendendo-me tinha muitas faculdades ainda dispostas a receber inscrições. Nos ficamos tão focados nas que antes eram nossas primeiras opções que nem olhamos ao redor.

Ele tinha feito toda uma pesquisa sobre a clinica do irmão do Aro e assim chegou a conclusão de que a melhor pra gente séria a West Lond ela era a mais próxima da tal clinica estúpida e se comprássemos um apartamento ali perto séria mais fácil a locomoção. Nossa, ou melhor dele, única dúvida era se a faculdade era acessível a minha deficiência, as informações no site não eram muito claras e ele estava planejando uma viajem pra lá apenas para checar. Eu achava uma grande loucura ele viajar apenas para ter certeza pro mim, mas eu não estava em condição de negar. E por esse motivo iríamos nos inscrever em todas e torcer para que fossemos aceitos. Obvio que na minha ficha de inscrição eu deixava claro minha deficiência e tinha dito a ele que a universidade não iria me aceitar se não pudesse me receber. Só que ele era teimoso e queria se certificar de tudo.

Não iríamos ficar no campus e nossos pais já tinham dito que dividiriam nossos gastos, por mais que nosso plano inicial era conseguir um emprego. Mas minha nova condição me fazia questionar tudo, okay que eu estava sendo preconceituosa e era fato de que uma cadeira de rodas não podia me impedir de trabalhar, mas eu precisava está lá primeiro e viver aquilo antes de me encher de planos que eu não sabia se eu conseguiria executar.

—Claro. —Ele me devolveu a caneta e me passou um novo papel.

[...]

Entrei no ambiente pouco iluminado do meu quarto desejando poder ficar mais alguns minutos com o Edward. Meus pais e os pais dele tinham sido bem legais permitindo que eu ficasse lá com ele durante todo o final de semana e mais hoje depois que voltamos dá escola enquanto preenchíamos os formulários de inscrição. Mas o motorista da minha mãe estava prontamente na porta da casa dos meus sogros as cinco em ponto – horário que eu tinha combinado com a minha mãe. Só que eu realmente pensei que ela entenderia que eu queria ficar lá e que deixaria e a cara dela quando eu cheguei mostrava que sim ela sabia o que não significava que ela permitiria que eu passasse mais uma noite lá.

O nosso final de semana tinha sido muito bom em um todo, mesmo que tivéssemos brigado uma ou duas vezes ainda sim compensava. Eu precisava aprender a pensar um pouco mais antes de falar, principalmente pra não ser grossa com ele como de vez enquanto eu era. Como quando ele ofereceu ajuda para que eu tomasse banho. Fechei os olhos me lembrando de como tinha sido eu ainda estava remoendo aquilo me sentindo muito culpada.

—Quer que eu te ajude, eu posso te dá banho

—O que claro que não. —Já tinha sido muito ruim precisar contar com a ajuda dele pra tirar minha roupa o que eu ainda não conseguia fazer sozinha, ele não precisava também ficar ali enquanto eu me banhava e pior ainda me dá banho.

Meus pais, mas precisamente minha mãe, já prevendo que eu iria querer passar a noite ali trouxeram também minha cadeira de banho que era a mesma que eu usava para os chamados da natureza.

—Eu realmente acho melhor eu ficar aqui.

—Sai daqui. —Não tinha a menor graça e eu estava me sentindo extremamente constrangida.

—Mas se você precisar. —Ponderou. —Eu posso pedir minha mãe.

—Que inferno será que você não escutou o que eu falei. Eu não vou precisar. —Me exaltei na última frase aumentando muito meu tom de voz. —Só o que eu preciso é paz e privacidade para tomar meu banho sozinha. Será que pelo menos durante um momento eu posso fazer algo só e diminuir um pouquinho a sensação de não servir pra nada? —Perguntei muito envergonhada e morrendo de arrependimento de não ter aceitado a ajuda quando minha mãe propôs antes de ir embora.

Eu não tinha sido grossa apenas falei demais e como sempre ele ficou magoado, no fundo eu sabia que ele ainda se culpava muito pelo que tinha acontecido e se agia daquele jeito super protetor era apenas por querer cuidar de mim e quando eu agia daquele jeito eu só o fazia se sentir ainda mais culpado. Só que em contra partida eu estava na droga de uma cadeira de rodas, precisando de ajuda para as coisas mais simples do mundo e não queria que de forma nenhuma fosse ele a me ajudar e muito menos a irmã dele.

Ele tinha saído do banheiro com uma cara péssima e passado o resto da noite meio triste e distante, mesmo com meu pedido de desculpas não era o suficiente. Parecia que a cada frase mal colocada ele se afastava mais e se fechava junto com sua culpa. Queria que houvesse um jeito de fazer ele entender que de forma nenhuma eu o culpava, nós dois fomos culpados pelo que aconteceu. Ele está dirigindo não anulava a culpa minha culpa, foi a minha decisão de entrar no carro e não importava quantas vezes eu dissesse isso ele só parecia não ouvir.

Era difícil entender o que estava acontecendo com ele quando ele se recusava a conversar, por mais que eu tentasse, ele sempre arrumava um jeito de mudar de assunto ou apenas dizer que não queria conversar sobre.

Não sabia mais o que fazer e já estava considerando ir falar com a mãe dele, mas eu sabia que ele iria ficar muito bravo se eu fizesse isso. E se continuasse nesse ritmo não teria escolhas e mesmo sabendo que o quanto ele poderia ficar chateado eu iria conversar com ela e contaria tudo até mesmo sobre os pesadelos. Eu já tinha tentando convencer ele a ir comigo na terapia, com a minha nova condição eu tinha ido a todos os médicos possíveis e minha cabeça mesmo sem lesão nenhuma não tinha ficado de fora. Já com meu acidente eu tinha a impressão de que toda a atenção tinha sido voltada a mim e que esquecemos completamente de cuidar dele.

Me deitei na cama sabendo que ficar me torturando com aquele assunto não iria melhorar nada, apenas me deixaria mais confusa e cansada. Eu precisava começar a agir e se eu visse novamente aquele olhar nele eu iria até a Esme e nem o medo da reação dele iria me impedir.

[...]

—Nos podemos ir ao cinema esse final de semana. —Propôs a Mackenzie animada.

—Os vingadores. —Gritou os meninos, com exceção do Edward que estava com a boca ocupada com as batatas fritas.

—Com certeza. —Molly respondeu animada. O ruim de se andar com nerds era que eles se comportavam o tempo inteiro como nerds e eu ficava completamente deslocada. Eu sabia quem era os vingadores, mas nunca me aprofundei e muito menos estava ansiosa com a estreia do filme como eles pareciam.

—Perai, vocês estão querendo nos arrastar para uma estreia de um filme super esperado no primeiro fim de semana? —Não precisava de muito pra saber como estaria um inferno o cinema.

—Claro. —Respondeu a Molly.

—Prefiro ficar agarradinha com o meu namorado, na casa dele de forma super confortável. —O Edward se inclinou e beijou o topo da minha cabeça.

—Não posso discordar. —Riu o Edward e a Mackenzie revirou os olhos.

—Por que mesmo que estamos andando com os populares? Eles não entendem de nada. —Eu ri sabendo que ela só estava perturbando.

—É o sonho de toda essa escola sentar com nós dois. —Debochei do nosso antigo status.

—Vocês são os excluídos. —Lembrou rindo e deu um tapinha na minha perna.

—Aí. —Zoei.

O silêncio se instalou na mesa e todos me encaram com típicos olhares esperançosos e logo eu vi que a brincadeira não teve graça.

—Eu estou brincando. —Me apressei em dizer. —Eu realmente não senti isso. Eu nunca mais vou voltar a andar gente e nem sentir nada, eu até mandaria vocês sei lá me bater com um taco, mas isso poderia me machucar mesmo sem que eu sentisse. —Lembrei de um episodio onde uma menininha ficava mandando as pessoas bater nela pra provar que não sentia dor e no final ela estava com uma hemorragia interna.

Mordi os lábios muito culpada pela brincadeira.

Antes que qualquer um pudesse dizer mais qualquer coisa o sinal tocou anunciando o fim do intervado. O clima tinha ficado claramente pesado e todo mundo se levantou nos deixando sozinho.

—Isso não teve graça.

—Porque vocês não tem senso de humor.

Não era justo aquele clima todo apenas por causa de uma brincadeirinha.

—Só não teve graça. —O tom de voz dele deixava claro que ele não iria insistir no assunto. Ele me puxou manobrando a cadeira para nos tirar do refeitório que já estava quase vazio, ninguém querendo chegar atrasado.

—Edward você precisa parar de ter esperança de algo que nunca vai acontecer. Você estava lá quando o médico falou e eu nunca vou voltar a andar, nunca. E se eu voltar a sentir qualquer coisa nas minhas pernas vai ser depois de muita fisioterapia e não depois de alguns meses.

[...]

Tirei meus fones em encarei minha mãe, eu estava tentando me concentrar nos estudos mais minha cabeça ainda estava no Edward e no comportamento dele. Ele mal tinha falado comigo durante todo nosso tempo na escola e eu queria muito que as coisas fossem mais fáceis e que eu apenas pudesse fazer uma brincadeira sem ele surtar.

—Rosalie Cullen está aqui querendo falar com você. —A expressão dela deixava claro que assim como eu ela não via o que a irmão louca do Edward queria comigo. Nunca escondi dela como a Rosalie me tratava e mesmo querendo falar umas verdades pra minha cunhada eu sempre consegui convencer a minha mãe a deixar as coisas quietas.

—Tudo que eu precisava hoje. —Resmunguei. —Pode pedir pra ela vir aqui? Por favor?

—Sim precisando grite que eu expulso aquela loira daqui a tapas se preciso.

—Pensei que fosse contra a violência?

—Desde que não mexam com você.

—Vai lá dona briguenta. —Ela revirou os olhos e bufou reclamando sobre algo que eu não consegui ouvir. Afastei o notebook e o meu caderno arrumando as coisas da melhor maneira possível pra receber ela já não tinha a melhor impressão sobre mim não queria que ela achasse que eu era bagunceira.

Ouvi batidas ritmadas na porta e respirei fundo buscando coragem antes de soltar um tímido entre.

Eu estava dentro do meu quarto e aquilo de alguma maneira deveria significar algo, mas só a presença da loira de quase um e noventa de altura e olhos azuis que davam a ela uma aparência boazinha e gentil – de boazinha ela só tinha a aparência mesmo devo acrescentar, fazia o ambiente parecer completamente dela. Como se tudo aquilo fosse dela e ela mandava ali. Ela caminhou em minha direção e os olhos dela um pouco inchado me chamou a atenção, de longe a armação moderna dos seus óculos de grau disfarçavam bem, mas estando perto eu conseguia ver bem o sinal do choro recente. Meu cérebro só conseguiu pensar no Edward, só ele a faria vir aqui falar comigo e pelas lágrimas eu só podia chegar a conclusão de alguma coisa tinha acontecido.

—Está tudo bem com o Edward? —Me apresei perguntando, sentia meu coração bater de forma apressada dentro do peito enquanto meu cérebro criava várias teorias, uma pior do que a outra.

—Fisicamente sim. Ele está bem. —Com um suspiro meu coração pareceu aceitar a informação dela e eu senti ele desacelerando. —Mas eu preciso conversar com você um assunto sério que provavelmente vai me transformar ainda mais na vilã dessa história, mas eu não posso apenas ficar quieta diante do que vai acontecer.

Estranhei não entendendo onde ela queria chegar com aquela conversa.

Ela caminhou até a porta e fechou pegando pra si a privacidade que queria.

—Eu amo meu irmão, mas do que tudo nessa vida e sei que na maioria das vezes eu não sei demonstrar isso da forma correta. Mas não anula que eu o amo demais. — Ela se aproximou da cama ficando estranhamente próxima de mim. —E sei também que a maioria das vezes eu não te trato de uma forma decente, mas eu consigo perceber que você ama o meu irmão e que assim como eu quer o melhor pra ele e só por ter certeza disso que eu vim aqui hoje.

Ela parecia desesperada e diante de cada palavra dela era possível sentir um monte de verdade.

—Vai direto ao ponto, por favor. —Não iria conseguir lidar com toda aquela enrolação.

—Eu quero te pedir pra você deixar meu irmão livre. —Eu ri devia saber que devia ser algo daquele tipo, ela me odiava claramente e me odiava ver perto dele. —O que eu estou dizendo é que o Edward está deixando toda a vida dele de lado pra tornar a sua confortável, eu sei que ele foi um dos responsáveis pelo acidente e se culpa demais por isso e que nunca vai conseguir viver tranquilamente pelo que causou a você então vai sempre está fazendo de tudo para te compensar da maneira que for. Mas não o puna pelo acidente.

—E o que você tem a ver com isso? —Nem liguei de está sendo grossa. E não eu não iria nunca na vida punir ele, tinha sido a droga de um acidente.

—Eu o amo e pensei que você também o amava. —Senti meus olhos ficarem pesados com as lágrimas, ela não tinha o direito de está fazendo aquilo. —Antes do acidente quando conversávamos sobre a faculdade ele parecia está bem decidido e com tudo planejado para seguir seus sonhos na Califórnia e agora ele vai abandonar tudo por Londres.

—Ele já tinha perdido o contrato, e o contrato que nos levaria para a Califórnia.

—Ele não te contou? —Ela me encarou em dúvida. —Aquele tal de Sebastian foi lá em casa na sexta-feira oferecendo um novo contrato para a próxima temporada, ele começaria no card. E eu nem sei o que significa isso. E eles investiriam em uns cursos eu não entendi bem. Mas aquele homem disse que ele podia aspirar competições maiores e não descartasse a formula 1 porque esse era o objetivo. —O Edward não me esconderia aquilo. —Aqui. —Ela remexeu a bolsa e pegou um grupo de papel me entregando. —O novo contrato ele deixou com o meu pai para o caso de o Edward mudar de ideia.

Eu não entendia muito e nem precisava estava tudo bem claro já nas primeiras linhas, o valor ali oferecido era bom.

—Ele vai abri mão de uma carreira por você. E uma carreira que ele seria muito bem sucedido.

—Eu posso ir pra Califórnia com ele. —Ela fechou a cara. O que ela queria? Eu não deixaria ele, eu podia apoiar ele eu já ia apoiar ele antes podia fazer isso agora.

—E transformar ele no garoto que namora a cadeirante. —Ela não tinha nenhum cuidado com as palavras, ela nem ligava sobre o quanto aquilo podia me machucar. —Olha tudo que ele já perdeu por continuar a namorar você? O time de futebol, os amigos, nem pras festas ele é mais chamado.

—Eles não eram amigos dele de verdade.

—E isso importa? Aquele é o nicho social que ele vai sempre se encaixar e estará cercado ou se encaixaria se não tivesse namorando a garota presa em uma cadeira de rodas. —As lágrimas transbordaram e eu me senti ainda pior por está chorando na frente dela. —Se você amar ele tem que deixar ele livre pra ser o garoto que ele está destinado a ser. Ele vai pra faculdade, vai se tornar popular, vai em festas, quanto mais quando descobrirem que tem uma marca importante de carros patrocinando uma futura carreira ai que ele vai ser queridinho por todo mundo. Vai tirar excelentes notas e vai ganhar o mundo com aquele carisma. —O que mais me doía era que as palavras dela eram reais, sem mim aquilo tudo seria muito possível. —Agora se ele continuar com você, vocês não vão passar de mais um naquele lugar isso se não sofrerem bullingy e ele resolver espancar todo mundo que mexer com você. —Os últimos acontecimentos voltaram com tudo, as duas brigas que ele se meteu foram por minha causa e ele quase tinha sido expulso da escola, na faculdade, principalmente tão longe, o pai dele não teria a mesma influencia e ele seria facilmente expulso e uma expulsão na faculdade estragaria pra sempre a vida dele. —Ele nunca vai abandonar você porque se culpa pelo que aconteceu isso vai está pra sempre nas suas mãos.

Solucei alto. Que ódio eu sentia dela, que ódio eu sentia de tudo aquilo.

—Desculpa se eu preciso ser cruel com você, sei que você não escolheu isso e nem tem culpa, mas eu preciso fazer algo pelo meu irmão e isso também vai ser bom pra você. No fim seria terrível passar o resto da sua vida com alguém que você não sabe se te ama ou só se culpa.

—Não finja que isso é para o bem dele ou pior ainda para o meu, isso é só pra você sua cadela egoísta. —As palavras dela ainda fariam o estrago que tinham sido programadas pra fazer, mas eu não daria esse gosto a ela. —E sai do meu quarto e nunca mais volte a falar comigo, nem educação precisa ter. —Afirme entre lágrimas. —Sai do meu quarto. —Taquei um bloco de notas nela que conseguiu desviar.

—Eu sinto muito.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 17

Emmett Cullen

—Rosalie querida o que aconteceu? —Deixei o livro que lia e me levantei correndo até ela. Seu estado era preocupante. Ela estava toda molhada, as roupas encharcadas e sujas e sem um dos sapatos. —Querida o que aconteceu? —Segurei o rosto dela entre minhas mãos. Sentindo uma paralisantes sensação de medo.

—Eu quero deitar, estou muito cansada. —Sua voz estava falha e triste. Algumas lágrimas transbordaram se juntando ao rosto molhado.

—Eu preciso que você me diga o que aconteceu? —Implorei. Verdadeiramente preocupado. Ela tinha saído cedo para trabalhar, mas não apareceu no escritório e não atendia minhas ligações. Eu apenas deixei porque imaginei que era ela tirando um dos seus momentos sozinha, mas aquele estado que ela se encontrava demonstrava que era bem mais do que isso.

—Eu preciso dormir. —Ela se livrou dos meus braços e me ultrapassou seguindo para o corredor que nos levaria ao nosso quarto.

Segui ela de perto tentando ao máximo acompanhar os passos dela, ela entrou no quarto e tirando o vestido e entrando sobre as cobertas. Ela se cobriu até o pescoço e fechou os olhos.

Me sentei na cama, ocupando a ponta e corri os dedos pela bochecha dela capturando uma lágrima.

—Rosalie baby converse comigo, você está me assustando.

—Ele nunca vai me perdoar? —Eu não precisava perguntar pra saber que ela estava se referindo ao Edward, não tinha um único dia que ela não se culpasse pelo que tinha acontecido.

—O que aconteceu? —Sabia que era uma péssima semana pra ela, mas ela nunca tinha caído tanto. —O que você fez? —Perguntei.

—Ele vai me odiar, se já não me odeia. —Ela soluçou e eu tentei puxar ela para os meus braços, normalmente tudo que ela precisava era de um abraço. —Eu sou um ser terrível. Não tem porque ele me perdoar.

—Você é uma mulher grandiosa apenas passou por muita coisa. Conte a ele e eu te juro que ele vai entender, vai ser um choque no começo, mas eu te prometo que ele vai entender.

—Eu dei ele para minha mãe criar e o que eu fiz hoje... —Me senti ainda mais perdido.

—Tenho certeza que não teve ter sido nada grave só me conte que vamos consertar. Eu mesmo prometo que vou dá um jeito.

—Me deixe sozinha Emmett. —Ela puxou a coberta e cobriu o rosto o que indicava que independente do quanto eu tentasse eu não conseguiria mais nada dela.

Sai do quarto apagando a luz e deixando ela sozinha, depois que ela dormisse eu tentaria mais dela.

[...]

—Esme eu estava tentando controlar a situação, mas eu já não sei mais o que fazer ela já está há três dias sem sair da cama. —Ela tinha convivido com a filha nos piores momentos e aquilo estava muito ruim.

—Como assim? Porque você não me ligou antes? —Eu podia ouvir ela se movendo muito rápido. Se fosse pra chutar eu diria que ela estava se arrumando. —O que aconteceu?

—Não sei, ela saiu falando que ia trabalhar e voltou completamente transtornada. Eu pensei que fosse somente o momento e que iria passar, mas...

—Eu estou indo aí. Só cuide dela, por favor. —Como se fosse preciso pedir.

—Eu a amo e estou fazendo o meu melhor.

—Sei que sim.

Ela finalizou a ligação e eu voltei ao quarto seria bom se eu conseguisse convencer ela ao menos a tomar banho antes da mãe chegar. Estava sendo tudo tão difícil qualquer tipo de contato com ela.

—Baby. —Chamei entrando no quarto querendo a atenção dela. E mesmo que os últimos dias o máximo que eu conseguia dela eram palavras monossílabas. —Eu liguei para sua mãe ela já está vindo. —Acariciei o rosto dela. Querendo de alguma forma confortá-la.

—Você não devia ter ligado para ela. —Aquela era a primeira frase que ela dizia em dias.

—Me conte o que aconteceu? —Sabia que estava forçando e que podia ser demais pra ela, mas eu queria ajudar e só teria como ajudar se eu soubesse o que estava acontecendo e para saber ela precisava me falar.

—Eu quero ver o Edward você pode ligar pra ele por mim? —Estranhei o pedido. Quando decidiram deixar o menino no escuro elas escondiam tudo dele, inclusive os maus momentos da Rosalie. Acho que nunca ele tinha visto ela naquele estado.

—Tem certeza?

—Sim.

Peguei o aparelho no bolso sem intenção nenhuma de ligar, ela precisava está bem para ter qualquer tipo de conversa com ele principalmente se ela queria ser ouvida. Naquele estado não era o momento e nem poderia ser considerado. Fingiria se fosse preciso e quando minha sogra chegasse eu decidiria com ela qual caminho seguir.

—Você pretende falar o que com ele?

—Eu só quero dá conforto a ele. —Não entendi o que ela quis dizer com aquilo.

—Como assim? Por que ele precisaria ser confortado? —Sabia que devia ter algo a ver com o que ela tinha feito e se culpava.

—Se eu contar o que eu fiz até você vai me odiar Emmett.

Me aproximei mais ainda e acariciei o rosto dela.

—Eu jamais poderia te odiar.

—Só fiz aquilo porque é o melhor pra ele. —Mesmo sem saber do que ela estava falando eu precisava tentar colocar algum juízo na cabeça dela.

—Melhor na concepção de quem? Sua ou dele? Você precisa parar de querer tomar decisões por ele. —Fui firme. Mesmo que na maioria das vezes ela conseguisse ser a mulher tinha momentos que ela se comportava como uma menina mimada. E nesses momentos eu precisava trazer ela de volta, não era a primeira vez nem seria a última.

—Só estou tentando cuidar dele. Sei que não fiz isso quando devia, mas... —Ela pestanejou, fazendo grossas lágrimas deslizarem pelo seu rosto. Sua pele mais pálida que o normal depois de três dias na cama tinha uma aparência nada saudável, seus lábios estavam em um tom branco de arrepiar, os olhos inchados depois de todo aquele choro, seu nariz vermelho e cabelos em uma completa bagunça refletia bem o seu estado emocional. Mesmo já tendo se passado quase vinte anos a dor dela ainda estava ali fervendo sobre a pele, esperando o menor sinal de fraqueza para tomar o controle e dissolver qualquer misero grau de felicidade. E parecia não importar o quanto ela lutasse para tirar aquilo, tudo continuava queimando sobre ela. —Eu o amo e não quero que meu menininho se machuque.

O grande problema estava ali no fato dela não ter sido a mãe dele quando devia, seu estado na época não permitia. Era até crueldade alguém querer que ela cuidasse dele depois de tudo, mas ela tinha crescido, aprendido a amar o menino como irmão. Mas jamais esqueceria que o laço que os ligava era ainda mais forte do que a fraternidade. Hoje ela se arrependia da decisão e tentava contorna de qualquer forma.

—Ele não é mais um menino e mesmo que fosse ele precisa cometer erros, cai, se machucar e levantar. Você nunca ouviu o ditado que filho se cria para o mundo. Se você colocar ele dentro de uma bolha protetora ele pode até nunca se machucar, mas ele também não vai viver Rosalie.

Ela soluçou, o bom de conversar com ela era que na maioria das vezes ela ouvia e sabia reconhecer quando errava. O ruim era afastar o orgulho e se desculpar.

—Ele podia ter morrido naquele acidente.

—Mas não morreu, ele saiu ileso e está bem. Então deixe o viver sem interferência.

Ela se sentou me encarando.

—Eu não consigo. —Confessou em um sussurro simples.

—Você tem duas opções: você aceita que não é mãe dele e segue em frente parando de querer agir como tal ou conta a verdade e lide com seu filho. —Era estranho chamá-lo assim, ele era apenas quatorze anos mais velho do que ela.

Ela se curvou apoiando a cabeça nas pernas.

—Ele vai me odiar.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa que pudesse encorajá-la a campainha tocou.

—Deve ser sua mãe eu já volto. —Deixei ela sozinha e sai do quarto indo abrir a porta.

Por ter passado pelo porteiro sem ser anunciada só podia significar que era minha sogra. O estranho mesmo era ela ter tocado a campainha já que tinha a chave para casos de emergência e aquele sem sombra de dúvidas podia ser classificado como tal.

Abri a porta e ela passou por mim esbaforida.

—Eu vim o mais rápido que eu pude.

—Se acalme. —Pedi tocando o ombro dela tentando trazer ela para a realidade, a situação era ruim, mas não tanto. Por isso eu tinha evitado ligar, ela acabava sendo afetada também pela situação. —Vai ficar tudo bem.

—Conseguiu descobrir o que aconteceu? —Perguntou.

—Não, ela desvia o assunto quando eu pergunto. Porém está insistindo demais em dizer que fez o melhor pro Edward e que só queria proteger ele então eu acho que tem alguma coisa a ver com a namorada dele, sabe ela é a única coisa que deixa a Rosalie fora de si ultimamente. Esse ciúme que ela sente do Edward com essa menina não é normal e nem saudável. —Eu conhecia muito pouco da namorada do Edward, o comportamento da Rosalie com ela era ruim e eu não queria piorar as coisas me tornando nem o minimamente próximo dela, então a tratava com o máximo de educação, contudo sempre usava um tom mais profissional com ela.

—Não é só o ciúmes na cabeça dela a Isabella é igual ao Royce, ela acha que a garota manipula o Edward e que estava fazendo com ele o mesmo que aconteceu com ela. —Baixei a cabeça controlando a raiva. Sempre fui mais explosivo e aprendi que isso a deixava apavorada. Uma cena em questão nunca saia da minha cabeça principalmente naqueles momentos em que eu só queria aliviar a raiva. Uma discussão e eu soquei a mesa no calor do momento mesmo estando a mais de 2 metros longe de mim, parecia que o soco tinha sido nela. Eu nunca a vi tão transtornada na vida, a partir daí eu passei a me conter ao máximo evitando a todo custo deixar minha raiva explodir. Se aquele desgraçado não tivesse morrido eu mesmo faria questão de matá-lo, mesmo que isso significasse passar o resto da minha vida na cadeia.

—O Edward está bem?

Ela suspirou.

—Sinceramente não sei, ele não está querendo falar muito esses dias. Acho que tem algo de errado entre ele e a Isabella.

—Será que ela tem algo a ver com isso? —A expressão dela já me dava a reposta.

—Pelo que tudo indica sim. Mas eu vou conversar com ela é vou tentar descobrir o que ela fez e vou consertar antes que seja tarde.

—Okay.

Observei ela pegar o caminho que levava ao quarto, ela tinha muito mais experiência do que eu e saberia lidar melhor com a Rosalie.

Já fazia quase uma hora que minha sogra estava no quarto com a Rosalie e eu não sabia se continuava dando privacidade a elas ou se ia ver como estavam. Tentei focar meus olhos nos documentos que eu lia e na defesa que eu devia apresentar amanhã, mas eu só conseguia pensar nela.

[...]

—Emmett? —Me levantei e encarei minha sogra. Eu estava tão distraído pensando nelas que nem percebi. —Você sabia que ela abandonou as visitas a psicóloga? —O tom de voz dela estava cheio de acusações.

—O que? Como assim? —Ela não tinha me dito nada, ela sempre dizia que ia nas consultas, eu sempre ficava ligando para ela para lembra-la.

—Já faz meses? E sobre a psiquiatra ela disse que não vai a anos. —Isso explicava muito o seu comportamento nos últimos tempos. —Você devia ficar atento. —Me acusou.

Balancei a cabeça não aceitando aquilo.

—Ela não é uma criança e você não pode exigir que eu tome conta dela. Ela me disse que ia as consultas e mentiu pra mim. Toda quinta as duas eu ligava para lembra ela e ia buscar ela na porta do consultório as cinco. Ela me conta como tinha sido. —Eu odiava quando minha sogra enxergava a filha como uma menininha que precisava ser protegida de tudo. Um ódio imenso se apossou do mim vendo que ela tinha passado meses mentindo pra mim, me fazendo de palhaço. Fazendo eu planejar toda a minha agenda para apenas dá todo o suporte que ela precisava enquanto ela só mentia pra mim.

—Você devia ter percebido.

—Eu? Pelo que eu saiba você se encontra com ela toda semana porque você não percebeu? —Passei a mão pelo rosto querendo espantar aqueles sentimentos, não adiantaria nada ficar brigando e culpando ela, porque não mudaria nada. —Eu sinto muito sou o marido dela e devia realmente ter percebido, mas eu não percebi. Apenas preferi confiar no que ela dizia. —Assumi minha culpa era o melhor jeito.

—Desculpa eu não devia ter falado desse jeito com você. Você não tem nenhuma obrigação.

—Claro que tenho ela é minha esposa e eu me importo demais com ela. —Eu sabia no que eu estava me metendo quando eu comecei a namorar com ela, quando noivamos e principalmente quando eu a pedi em casamento. Ela era muito machucada pela vida, machucada demais e não tinha sido nada fácil, mas valia a pena. —Vou ligar para a psicóloga dela e vê se eu consigo uma consulta domiciliar.

—Tenta o mais rápido possível. —Não seria fácil. A médica dela era uma das melhores e mais requisitadas da área e eu teria muito trabalho.

—Eu fiz pra ela tente convencer ela a comer algo, por favor. —Apontei para a bandeja com o sanduíche preferido dela e um suco de laranja.

—Vou levar pra ela. —Assenti e peguei o telefone do bolso para conseguir o impossível.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 18

Isabella Swan

Encarei minha mãe querendo que ela conseguisse me ler e me deixasse sozinha, aquela cadela loira tinha me dado muito que pensar e mesmo tendo um lado meu que dizia que eu apenas deveria jogar tudo o que ela tinha me dito fora, um outro lado o menos emocional me fazia encarar aquela merda. Era uma bagunça completa.

—Querida o que aconteceu? O que ela te disse? —Minha mãe se aproximou de mim e se sentou na beira da minha cama, eu queria tanto um pouco de espaço e ao mesmo tempo não queria e sabia que não podia ficar sozinha. Tudo desmoronaria se eu ficasse só.

—A verdade. —Parecia que tinha algo obstruindo minha garganta, me dificultando falar e até mesmo respirar. Eu estava fazendo meu melhor para me controlar e não perder o controle na frente da minha mãe eu já estava me acostumando a disfarçar para poder sofrer sozinha. —Ela só veio aqui jogar toda a verdade que eu tenho me recusado a ver na minha cara. —Fiz o maior esforço para tentar me manter sobre controle. “Ela não tem culpa alguma.” Eu pensava o tempo inteiro para apenas deixar que as coisas mais contidas e controladas, minha mãe não tinha culpa de nada daquilo que estava acontecendo.

—Saia, por favor. —Pedi. Sabendo que eu não aguentaria mais do que alguns segundos. As lágrimas já rompiam o bloqueio e escorriam de forma grossa encharcando meu rosto. —Eu preciso ficar sozinha. —Quase gritei. Eu estava sentindo o controle se esvair de dentro de mim, pouco a pouco.

—Não querida, fale comigo, me conte o que aquela vadia falou eu tenho certeza de que tudo não passou de um grande mal entendido e vamos dá um jeito. —Não aguentava esse jeito de tudo vai ficar bem, eu estava no meu limite, tinha lutado contra tudo apenas pensando em todo mundo, tentando deixar todo mundo bem. Só que naquele momento eu não conseguia manter a mente calma o suficiente para pensar em alguém além de mim e do Edward, o que ela tinha dito com todas as letras era que ele ficaria melhor sem mim. E droga eu não tinha nenhuma duvida sobre isso, foda-se os planos que tínhamos antes do acidente, foda-se que já falássemos de casamento. Isso foi antes quando minhas pernas funcionavam e eu não era a droga de um peso morto, um fardo que ele tinha que carregar e não só na forma teórica, fisicamente também. Quantas vezes nesses últimos dias ele apenas teve que me carregar no colo. Nosso passeio veio à mente e toda a dificuldade que tinha sido apenas uma coisa simples como aquela e que como seria fácil com qualquer outra menina. Foi impossível não ver o quanto ele estava perdendo o quanto eu já tinha tirado e o quanto eu ainda iria tirar dele. A constatação me atingiu como um punhal afiado, espalhando dor por todo o meu corpo. Me curvei não aguentando nada daquilo, eu tinha me escondido, disfarçado e me recusado a sentir, a sentir a dor por tudo que eu tinha perdido. Fui sonhadora compensando o que eu tinha perdido com as coisas boas. Eu tinha perdido os movimentos das pernas, mas ainda era rica e podia comprar o maior nível de conforto para alguém na minha condição, meus pais eram os seres mais amorosos do mundo e eu tinha o cara perfeito como namorado. Mas nada disso alterava o fato de que eu tinha perdido muito também e iria ter que perder mais, eu nunca mais voltaria a dançar, seguir os passos criados por mim, sentir aquela dose maravilhosa de endorfina enquanto meu corpo se movia no ritmo da dança. Eu nunca mais iria poder dançar na vida. Mais uma forte onda de dor percorreu meu corpo, doía tanto que parecia físico. Senti os braços da minha mãe em torno de mim me apertando, me consolando e doeu ainda mais o fato dela está presenciando tudo aquilo. Nem sabia o que eu queria ser da vida, eu tinha muitas possibilidades só que eu nunca tinha realmente decidido e agora eu teria que fazer minha escolha baseada em todas as minhas limitações. Minha vida inteira estava limitada e não tinha mais o que fazer.

—Querida, por favor, você está me assustando. —Ergui meu rosto tentando me acalmar e poupar ela daquilo, mas doía demais e eu não conseguia controlar meu choro dolorido. A dor vinha em ondas como se para garantir que eu sentiria por completo e não teria escapatória.

Tentei puxar minhas pernas e dobra-las para apenas me abraçar da melhor forma possível, me consolar, mas não consegui. O tremor das mãos e o estado abalado não me deram energia suficiente e aquilo me fez querer socar algo. De forma irracional fechei os punhos e comecei a socar minhas pernas, elas eram a grande culpada por tudo aquilo. Elas me tiraram tudo e me condenaram pra sempre.

Senti as mãos da minha mãe nos meus pulsos tentando me parar eu conseguia ouvir a voz dela de fundo, afogada por toda aquela merda me pedindo para parar, falando que eu iria me machucar, mas a única coisa que eu conseguia sentir era raiva e a raiva me dava ainda mais força. O fato de não importar o quanto de força eu usasse eu ainda não sentir nada me deixou ainda mais desestabilizada. Podia ser assim, eu podia apenas não sentir nada, no resto do corpo também, podia apenas ter morrido naquele acidente teria sido mais fácil pra todo mundo.

—Para. —Ela me puxou demonstrando mais força do que eu imaginei que ela pudesse ter e me abraçou, forte e apertado. Não deixei me deixando escapar por mais que eu tentasse. Após alguns minutos eu apenas perdi minha energia. Minha respiração se tornou lenta e ritmada enquanto ela me abraçava, acariciando meu cabelo e dizendo que iria ficar tudo bem, a dor não passou só que eu apenas a deixei fazer o estrago dela, a raiva não mudaria nada.

—Eu não vou andar nunca mais mamãe. —Por mais louco que isso parecesse só naquele momento aquelas palavras pareceram fazer sentindo, eu tinha repetido elas diversas vezes para todo mundo e eu nunca tinha parado para sentir o que elas significavam. As lágrimas continuavam deslizando pelo meu rosto como uma cachoeira.

—Sinto muito meu amor. —Ela me apertou ainda mais, era tão forte que chegava a machucar, mas era exatamente o que eu precisava.

—Minha vida acabou. —Insano que só depois de quase três meses eu tivesse me dando conta daquelas coisas. —Esse acidente vai me levar tudo.

—Não, claro que não. —Ela se afastou e puxou delicadamente meu rosto para encarar ela, seu toque no meu rosto parecia como se ela tivesse segurando uma boneca extremamente delicada. —Você tem dezessete anos sua vida começou agora, você vai viver tanta coisa ainda.

Não discuti, ela nunca ia entender. Apenas voltei ao braço dela precisando de algum conforto.

[...]

—Querida. —Mantive meus olhos focados na parede evitando meu pai, não queria desmoronar de novo. Ontem depois de muito tempo chorando nos braços da minha mãe e depois de presenciar um momento de raiva eu apenas a fiz prometer que ela não iria até Rosalie Cullen querer consertar aquilo de alguma maneira depois de conseguir a palavra dela eu apenas tinha apagado. Acordei somente agora a pouco e tudo que eu não queria era começar a chorar novamente. —Está na hora de você ir para escola.

Puxei a coberta sobre minha cabeça apenas querendo que aquilo fosse o suficiente para ele entender que eu queria ficar sozinha e que enfrentar a escola hoje estava completamente fora de questão.

Senti o lado da cama se afundando enquanto ele se sentava ali na ponta, no mesmo lugar que minha mãe tinha ocupado ontem.

—Somente hoje eu vou permitir que você fique em casa, você já perdeu aula demais. —Ele estava tentando se manter firme, eu podia reconhecer isso tão facilmente por que era o mesmo jeito que eu agia. Quando tudo estava desmoronando eu me fingia de forte e aguentava tudo como se não fosse nada, mas era e tinha coisas que eu não era forte para aguentar.

—Você vai fazer o que? Me agarrar e me levar a força se eu não quiser ir amanhã? —Debochei e não me reconheci naquela atitude. Eu não era assim, pelo menos não era com meus pais. Me senti fora de mim me deixou ainda mais abalada e uma lagrima traiçoeira escapou dos meus olhos. Fazendo-me desejar ser só um pouquinho mais forte para conseguir parar de chorar por tudo. Senti a mão do meu pai tocando meu cabelo por cima da coberta de forma delicada, eu me sentia a beira do precipício pronta para me jogar sem ter ninguém para me segurar ou apenas me convencer a fazer diferente. Não seria justo jogar aquela merda em cima dos meus pais, eles já tinham estado no inferno com esse acidente.

Escutei de forma atenta ele se locomovendo para fora do quarto. Eu sabia que não estava sendo legal e que eles não mereciam aquele comportamento, mas eu só precisava...

[...]

—Querida você quer, por favor, atender ao telefone.

Soltei o lápis em cima do caderno de qualquer jeito e encarei minha mãe. Não sabia quem era o mais chato se era ela por ficar dando recados que eu não pedi ou o Edward ligando a cada cinco minutos. Eu tinha desligado o meu celular por um motivo.

—Só não atenda.

—Deixe de ser infantil e fale com ele. —Ela gritou me assustando, minha mãe não agia assim comigo. —Ele merece algum tipo de consideração, então atenda o telefone quando ele ligar ou fique você ouvindo isso tocar. —Ela tacou o aparelho em cima da cama.

As lágrimas escorreram sem que eu conseguisse pensar sobre elas e impedi-las. Minha mãe virou as costas e saiu do quarto me deixando sozinha, já tinha dois dias que eu não saia do quarto, só levantava da cama para ir ao banheiro. Hora ou outra ela trazia algo para eu comer.

Como que sincronizado assim que ela fechou a porta o telefone voltou a tocar, eu não precisava olhar o identificador para saber quem estava ligando. Mas eu não me sentia pronta para falar com ele, eu não tinha certeza de nada, quanto mais eu pensava mais dúvida eu tinha. Por um lado eu tinha certeza de eu terminar seria a melhor coisa pra ele, eu conseguia ver tudo que ele ganharia com isso e não só isso, mesmo sendo bem egoísta e sabendo que podíamos refazer os planos e ser feliz de outra forma mesmo com ele perdendo algumas coisas, mas eu não conseguia lidar com as dúvidas, eu precisava ter certeza de eu ele só ficaria comigo por me amar e não por se sentir culpado pelo acidente. Apertei o botão rejeitando a ligação, eu só precisava de mais algum tempo e depois tendo certeza eu lidaria com ele.

Voltei a pegar meu lápis concluindo minha lista de prós e contras de ficar com ele, naquele momento os contras estavam dando de lavada nos prós (ou sendo mais especifica no pró) eu só conseguia ver um. Eu o amava e seria horrível perdê-lo, mas se eu o deixasse ir ele ganharia tanto.

[...]

—Oi. —Meu coração disparou com o susto. Eu não estava preparada para a presença dele ali. Eu estava contando com o castigo dele o deixaria longe e me daria tempo para pensar em qual era a melhor forma de agir, ficar três dias sem falar com ele e sem ir para escola iria deixar mais do que evidente que tinha algo de errado e quando o final de semana acontecesse eu iria saber o que fazer pelo menos era isso que eu vinha tentando me convencer. —Eu estava preocupado. —Ele permaneceu na entrada do quarto me encarando como se não soubesse como se aproximar, enfiou as mãos no bolso em um claro sinal de vergonha. Era estranho ver como alguns dias pesavam como se fossem meses. —Posso? —Afirmei. Era estranho que ele tivesse pedindo permissão para se aproximar de mim. Ele caminhou e se sentou ao meu lado na cama.

Eu me senti mal em receber ele assim, estava um verdadeiro trapo, mas pelo menos eu tinha tomado um banho e não estava fedendo. Tinha que agradecer minha mãe por me obrigar aquilo mais cedo.

—Posso pelo menos perguntar por que você não atendeu ao telefone? —Ele estava chateado e não estava fazendo muito esforço para esconder isso de mim e de certa forma eu merecia aquele comportamento dele. —Você podia ter ao menos atendido ao telefone e dito pra mim que não queria falar comigo.

—Você teria apenas escutado isso e me dado o tempo que eu precisava para pensar? —Perguntei sabendo qual seria a resposta dele, obvio que não. Se eu atendesse qualquer uma daquelas inúmeras ligações que ele fez eu estaria tendo que explicar a ele algo que nem eu tinha entendido ainda.

—Eu só quero que você converse comigo, pode ser? Fale comigo sobre o que está acontecendo. Eu estou com você nessa. —Ele se inclinou para pegar minha mão, mas eu puxei de volta mantendo ela pra mim. Naquele momento mesmo que eu quisesse chorar eu não conseguia, tinha passado todos aqueles dias chorando eu me sentia seca. —Baby fala comigo, por favor? —Pediu. —Nos vamos dá um jeito.

Dei um riso seco, morrendo por ter que fazer aquilo.

—Nós não vamos dá um jeito em nada Edward. —Meu tom de voz era frio, sem vida. —Eu estou sozinha nessa e não importa o quanto você seja legal e fique ao meu lado a realidade é que eu estou completamente sozinha aqui. —O ruim de ser ter muito tempo pra pensar é que na maioria das vezes só vem pensamentos infelizes e cheios de coisas ruins.

—Bella não faz assim. —Era como se eu fosse um livro escrito em letras garrafais e que independente de quão longe ele estivesse ele iria conseguir me ler perfeitamente.

—Você teria coragem de terminar comigo? —Eu precisava dá resposta dele.

—O que? Claro que não? Por que eu faria isso? —Ele pela primeira vez pareceu confuso.

—Não agora, estou falando mais pra frente e se um dia você encontrar outra pessoa você vai ter coragem de terminar comigo?

Ele riu, um riso tão seco quanto o meu e eu podia perceber o esforço que ele estava fazendo para não chorar.

—Isso nunca vai acontecer e eu não estou entendendo aonde você quer chegar com isso. —Ele ficou irritado e eu ainda mais confusa. Estava interpretando o silencio dele como uma negativa. Ele realmente nunca teria a coragem de terminar comigo.

—Tudo bem. —Interrompi o assunto, ao mesmo tempo em que eu tinha certeza do que eu precisava fazer eu não queria aquilo de forma nenhuma, mas o quão egoísta eu seria?

Meu peito doía de uma forma confusa, eu sentia como se tivesse uma pedra sobre ele. Dificultando minha respiração e doendo de uma forma primitiva.

Estiquei minha mão e peguei a dele, precisando de um pouco de contato. Tudo ia desmoronar e eu não teria mais aquilo, talvez nunca mais. Ele aceitou meu toque apertando minha mão delicadamente, eu sentia ele tremer sobre meu toque e eu solucei em silêncio. Eu estava desmanchando bem ali na frente dele de uma forma tão contida e talvez assim ainda mais apavorante.

—Eu preciso de um tempo. —Fui sincera, de forma nenhuma queria colocar um ponto final no que tínhamos. Mas eu também não podia continuar sem a certeza de que estávamos juntos pelo motivo certo.

—Por quê? —Ele apertou os lábios contendo o choro e eu quase não consegui me conter em ver ele daquela forma tão abalado. Acompanhei o contorno de uma única lagrima que fazia o seu caminho pelo rosto dele.

Dei de ombros. O que mais eu podia fazer? O que eu responderia a ele? Só não dava. Não era justo manter ele no escuro sobre quão cretina era a irmã dele, mas eu não podia dizer o que ela tinha me dito, não se eu quisesse realmente aquele espaço. Sabendo o que ela tinha me dito ele não me deixaria ir. Estava mais do que na hora de me reencontrar e dele se reencontrar. E mais cedo ou mais tarde a verdadeira face daquela vaca iria aparecer com ou sem a minha ajuda.

—Fale comigo Isabella que droga. —Ele se levantou gritando.

Fiz o meu maior esforço para fingir neutralidade eu não podia perder o controle.

—Não tem o que ser dito eu só quero ficar sozinha. Preciso de um tempo. —Não precisei de muito para identificar que minha resposta tinha deixado ele ainda mais irritado e com razão. Se eu tivesse no lugar dele eu estaria muito puta com aquela resposta.

—Foi pelo que aconteceu não foi? O acidente?

Como eu podia negar se sim, o acidente era uma grande parte daquilo tudo. O acidente me colocou naquela cadeira de rodas, a droga do acidente me fez eu sentia aquela sensação de não ser o suficiente para ele e a droga daquele acidente estava me fazendo ter que fazer aquilo. Então sim essa era a porra de um bom motivo.

—Também. —Era mais do que aquilo. Eu sabia como minha resposta chegaria a ele, como ele tinha feito à pergunta e como ele entenderia a resposta. —Eu não te culpo só não consigo fingir que nada aconteceu e eu fiz isso nos primeiros dias, eu fingi que estava tudo certo, mas não está. Eu estou presa em uma cadeira de rodas e isso nunca vai mudar então antes deu ficar fazendo planos eu preciso me encontrar e pra isso eu preciso ficar sozinha. —O ruim das minhas palavras era a veracidade do que eu dizia. Até aquelas palavras da Rosalie eu vivia em um estado de negação no qual eu apenas fingia que estava tudo normal, eu fazia graça e dava o meu melhor pra que tudo ficasse bem pra todo mundo. Só que as palavras dela por mais cruéis que fossem eram verdadeiras e serviu como uma chave destrancando todas as minhas inseguranças e me fazendo ter que lidar com cada uma delas e com cada merda que eu tinha que lidar antes de seguir em frente. —Eu sinto muito. —As lágrimas dele partiram o último pedacinho do meu coração me trazendo a terrível sensação de nada, um vazio completo e aquilo era pior do que a dor que antes eu sentia.

—Não sinta, eu que te devo desculpas. —Ele se afastou e passou a mão pelo rosto enxugando o máximo possível as lágrimas. Se ele já estava se culpando antes eu nem queria imaginar o que aconteceria dali pra frente. Minha consciência zombou de mim garantindo que ele iria ficar bem e só deus sabe como eu queria ter essa certeza, se eu a tivesse fazer aquilo ser tão mais fácil. —Eu realmente sinto muito por ter condenado você a isso.

—Você não precisa me pedir desculpas. —Garanti.

—Preciso sim. Espero que um dia você posso me desculpar. —Eu queria muito que dizer ele para parar com aquilo para me desculpar por está sendo uma cretina, mas... —Adeus Isabella eu espero que você fique bem. —Ele virou as costas e eu só quis implorar para que ele permanecesse ali, para que de alguma forma ele lesse nas entrelinhas e visse meu motivo nobre e me impedisse de continuar com aquela loucura, mas ele era tão perfeito que ele apenas faria o que eu estava pedindo sem considerar nada. Levei minha mão à boca mordendo com força contendo o grito de dor, ele não podia ver o quanto eu era fraca e já estava dando para trás louca de vontade de gritar ele de volta e implorar para que ele me perdoasse por toda aquela merda que eu tinha dito e que eu não passava de uma estúpida egoísta que precisava dele e não estava nem ai se isso significasse que ele jogaria fora toda a vida por mim.

Antes que eu pudesse ter qualquer tipo de reação a minha mãe entrou no quarto, algo no Edward disparou o alarme dela e ela veio correndo.

—Querida o que aconteceu? —Eu sentia as mãos dela me tocando em todos os lugares possíveis enquanto conferia meu estado.

—Me abraça mamãe o mais forte que você conseguir. —Eu só precisava daquilo, ela me cercou com seus braços e seu cheiro refrescante de laranja foi o respiro que eu precisava para me manter sã.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 19

Isabella Swan

—Eu vou até a Esme falar com ela sobre o que a filha dela fez. —Encarei minha mãe tirando os olhos da tela da televisão, eu só queria ficar em paz com os meus pensamentos e era tão difícil assim respeitar.

—Você só vai estragar a harmonia da família deles, o que ela disse ou o que vocês convencerem ela a me falar não vai fazer com que eu mude minha decisão. —Ela me olhava esperando por mais e eu dei de ombros. —Mas se você quiser ir fique a vontade. —Não precisava ser um grande gênio para saber que ela e a Esme convenceriam a Rosalie a retirar o que tinha dito e se desculpar.

—Isabella. —Eu estava começando a odiar meu nome de tanto que ele era pronunciado ultimamente, eles agiam como se chamar pelo meu nome mudasse algo.

—Eu estou falando sério mãe você só vai o fazer sofrer mais, vai encher ele com uma esperança de algo que não é mais possível. —Minha voz estava fria. Eu tinha passado tanto tempo chorando e minha voz era só um resquício do que um dia já foi.

—Você o ama. —Ela jogou na minha cara.

—Não é mais o suficiente. —Voltei a encarar a televisão querendo que o episódio da série me distraísse, mas eu estava tão acostumada a assistir aquilo com o Edward que sozinha não fazia o menor sentido, cada momento assistindo aquilo só me levava a memórias de quando vaziamos juntos. Eu queria acreditar que realmente só o amor não bastava, mas...

—Ele ligou ontem a noite para saber se você estava bem e pediu para que eu não falasse nada com você. —Bem a cara dele, tão altruísta a ponto de alguém partir o coração dele e ele ainda continuar se preocupando.

Mordi meus lábios contendo a vontade de chorar.

—O que você disse a ele? —Não resistir.

—A verdade que você chorou até dormir, mas uma vez. —Revirei os olhos eu sabia que podia esperar aquilo dela, traíra demais. Já fazia quatro dias desde que eu tinha rompido com ele e era a mesma rotina, durante o dia eu conseguia me distrair e fingir que estava tudo bem, mas a noite chegava e o cansaço do dia me fazia não suportar e eu desmoronava. Minha mãe ficava do meu lado me abraçando e dizendo que tudo ia ficar bem, mas palavras vazias não eram o suficiente. A exaustão me levava ao mundo dos sonhos com facilidade.

—Você não devia fazer isso. —Garanti.

—Ele está mal você devia se importar. —Peguei o controle e aumentei o volume da televisão deixando claro que aquele assunto estava encerado. —Faça como quiser então. Mas amanhã você tem fisioterapia e assim que essa semana acabar você volta a escola, não quero mais desculpas. —Ela gritou se fazendo ouvir sobre o barulho da TV.

Deixei minha cabeça tombar no encosto do sofá, eu sabia que uma hora ou outra aquele momento iria acontecer e eu não tinha como fugir para sempre. Não queria ficar mais um ano presa naquela cidade porque eu fiquei reprovada, faltava tão pouco tempo e segundo meu pai minhas faltas não estavam mais sendo abonadas. A fisioterapia seria fácil enfrentar, mas a escola... Como seria está no mesmo ambiente que ele? Eu não tinha muitas opções de fuga, queria que ele voltasse aos amigos antigos dele eu não aquentaria ver ele sozinho pela escola. Pensar fazia tudo pior.

[...]

Encarei minha ex sogra com medo do que ela estava fazendo ali, as possibilidades eram imensas sabia que minha mãe não ficaria com a boca fechada muito tempo, eu ainda tinha me surpreendido que ela tivesse ficado até aquele momento. Então quando ela apenas deixou que apenas meu pai me acompanhasse na fisioterapia eu sabia que podia esperar algo daquele tipo.

—Olá Isabella.

—Oi. —De certa forma era bom ter ela ali eu tinha um assunto mesmo para falar com ela.

—Querida eu queria me desculpar por sabe-se lá o que a Rosalie falou com você eu sei que ela não deve ter sido nada legal e eu apenas peço para que você esqueça e reconsidere eu sei que você gosta muito do meu filho não deixe que as loucuras da Rosalie afaste você. —Bufei, eu já tinha ouvido tanto aquilo que era mais fácil ignorar. Dei de ombros.

—Nada do que você me diga vai me fazer mudar de ideia. Mas eu queria te pedir para você cuidar dele. —Não consegui conter minhas lágrimas e o aperto no meu coração. —Ele não está bem. —Mordi meus lábios, antes de continuar. —Ele tem medo de entrar no carro e anda tendo sonhos que não o deixam dormir direito acho que séria bom ele se consultar com alguém. —Eu só não fecharia os olhos, eu estava esperando tentando coletar o máximo possível de informações antes de recorrer aos pais dele, mas eu não estaria mais por perto e precisava ter certeza de que alguém estaria de olho.

—Eu já percebi isso querida, mas você sabe como ele é. —Ela me deu um sorriso triste. —Talvez se você pedir ele não vai dificultar as coisas.

—Eu sinto muito por tudo, mas eu realmente preciso de um tempo. —A boca dela se manteve em silêncio enquanto eu via os olhos saltando em suplicas. Ver aquilo me deixou com o coração ainda mais apertado.

—Não consigo expressar o quanto eu estou sentindo pelo que minha filha fez só posso pedir desculpas por ela eu nem ao menos posso justificar o que ela fez. —Eu vi quando ela respirou fundo como se estivesse escolhendo com muito cuidado as palavras. —E me dói ainda mais em ver que você vai deixar que palavras vazias destrua algo tão bonito como o que você e meu filho tem. —Fechei os olhos contendo as lágrimas. Não era justo já estava doendo tanto eu não precisava que ela viesse ali e despejasse tudo aquilo em cima de mim. Ela estava tão sincera e gentil, eu tinha partido o coração dela ela devia no mínimo está irritada comigo. A quem eu queria imaginar, ela nunca perdia seu jeito bonzinho nem mesmo com uma cadela egoísta que nem eu. —Mas eu não vou ficar aqui te perturbando. —Ela se levantou e se inclinou sobre mim deixando um beijo na minha testa. —Se cuide okay? —Soou como uma ordem.

Balancei a cabeça sem saber como minha voz sairia se eu me obrigasse a falar naquele momento. Tinha medo de que a menor alteração pudesse ser o suficiente para que todo aquele choro jorasse. Observei enquanto ela saia do meu quarto me deixando sozinha, agradeci mentalmente que ela tivesse fechado a porta ao sair me dando a privacidade de poder chorar sozinha. Eu sentia ainda mais confusão diante de tudo aquilo, eu devia ter perguntado a ela como ele estava eu vinha me remoendo sobre isso, mas ela receberia a pergunta como um grau de esperanças que naquele momento não era bem vindo.

Eu sentia tudo desmoronando sobre mim sem que eu pudesse fazer nada para amortecer.

[...]

Encarei o fisioterapeuta sentindo meu corpo protestar, até onde eu não sentia nada eu tinha certeza que se eu sentisse estaria doendo. Não sei se o meu estado de espírito ou se ele realmente tinha tirado o dia para me torturar, mas eu mal conseguia me mover depois da última etapa de exercício.

—Não me olhe assim. —Ele riu, sabia que eu estava o xingando na minha cabeça e ele merecia isso. Fazemos tantas sessões que ele já até conseguia ler claramente minhas fisionomia. —Você faltou sua última sessão tínhamos que recompensar.

Eu tinha faltado, mas não era como se eu tivesse ficado sem fazer os exercícios, minha mãe era uma boa observadora e já tinha aprendido como fazer a maioria, então ela mesmo tinha me obrigado a fazer alguns exercícios já que depois da presença da Esme e de mais uma crise de choro eu não tinha energia para sair de casa para enfrentar uma maratona de exercícios chatos. E mesmo assim isso tinha sido a dois dias e ela tinha enchido o saco para conseguir remarcar para essa semana ainda.

—Eu odeio você. —Sabia que isso o faria pegar ainda mais pesado na próxima sessão, mas eu realmente não importava. Aquela dor física era um bom alivio para meu coração, era difícil pensar em qualquer coisa com o meu corpo latejando.

—Sei que sim. —Era uma mentira deslavada. Não conseguia explicar como os meus sentimentos por aquele total desconhecido era impactantes e firmes. Ele tinha sido a primeira pessoa que entendia exatamente como eu me sentia sobre a minha nova condição. Conversar com ele na nossa primeira consulta foi mais esclarecedor do que qualquer coisa que aquele medico pudesse me dizer. Ele me deu apoio quando nem eu mesmo sabia que precisava.

Foi impossível não voltar alguns meses atrás na primeira vez que eu entrei naquele espaço. O ambiente fechado que em muito se assemelhava a uma academia me deixava assustada. O homem de quase dois metros parado me dando um sorriso que devia funcionar para me acalmar e só estava me deixando ainda mais nervosa.

—Boa tarde meu nome é Benjamim e eu vou ser seu fisioterapeuta. —Apenas respondi com um aceno e deixei que minha mãe tomasse conta da situação, nos apresentando e contando minha história trágica de como derrepente por causa de uma boa irresponsabilidade eu tinha perdido tudo. Naquele momento eu fiz o meu melhor para conter meu choro, eu ainda tinha que fingir para que a minha mãe não visse o quão baixo eu estava.

Ele ganhou muitos pontos comigo por pedir que minha mãe saísse. Durante todo aquele tempo eu mal tinha ficado sozinha por mais de dois minutos e eu teria quase uma hora de tempo livre de qualquer pessoa me dizendo que ia ficar tudo bem ou que hesigisse que eu parecesse bem. Que droga eu estava demonizando meus pais como se eles me obrigasse a ficar bem. Só que não era assim, eu não queria que eles sofresse comigo, eu não ia aguentar se eu os arrastasse para aquele buraco junto comigo então se eu precisava fingir está bem para eles eu faria sem problema nenhum.

Minha mãe ainda tendo argumentar, mas eu garanti a ela que eu ficaria bem e mesmo contrariada ela saiu nos dando privacidade.

—Então esse é o momento que se você quiser chorar está liberado. —Ele riu de uma forma que mostrava que ele entendia aquela sensação melhor do que eu podia imaginar. Era como se com apenas dois minutinhos naquela sala ele conseguisse mais de mim do que qualquer outro. Ergui meu rosto contrariando-o, eu não daria esse gostinho a ele. —Porque depois que começarmos eu não sou muito de dá descanso. —Convencido de merda. Era isso que eu queria dizer, mas guardei para mim encarando ele. Nem ligava que ele era o melhor fisioterapeuta da região ou se ele já tinha cuidado de jogadores famosos ou qualquer merda daqueles. Ali ele não era suficiente porque nem mesmo ele com toda a sua fama seria capaz de trazer meus movimentos de volta e aquilo ali era apenas a droga de uma perca de tempo e um acréscimo considerável de dor e cansaço. Para que eu precisava de fisioterapia se minhas pernas não serviam mais para nada? Eu já tinha perguntado, não iria resistir a curiosidade e a resposta dele foi que ele estava ali para me ajudar a retomar algumas coisas e tornar minha adaptação mais fácil. Eu não queria retomar a alguma coisa eu queria tudo e se ele não podia me dar tudo era melhor me deixar sem nada, mas que droga. Senti meu coração bater ainda mais rápido diante dos meus pensamentos sem controles. Eu tinha que parar já com aquela negatividade, foi minha decisão entrar naquele carro e se como punição (além do acidente) eu precisasse ficar sofrer durante aquelas sessões eu tinha que aguentar. Não era dificil imaginar como minha mãe reagiria com aqueles pensamentos vindo a tona sem controle, se eu a deixasse saber sobre qualquer merda daquela eu podia prever como eu iria partir o coração dela.

—Vou passar uma recomendação para uma conversa agora com sua psicóloga. —Revirei os olhos, minhas emoções a soltas não foi nada difícil para ele capturá-las, principalmente sendo ele um excelente observador. No fundo eu estava feliz, eu gostava de falar sobre o que eu estava sentindo e com aquela mulher eu podia apenas despejar toda a merda tendo confiança de que ela não iria contar pra ninguém, que falar sobre o que eu estava sentindo não a deixaria magoada ou culpada ela estava ali exatamente para me ouvir e me aconselhar, sem nunca me dizer o que eu devia fazer.

Ele me ajudou a voltar para a cadeira meu corpo estava tão dolorido que eu nem protestei, apenas deixei que ele me conduzisse do seu modo.

—Obrigada por hoje.

—Disponha. —Eu podia odiar aqueles momentos e nem por isso eu seria uma cuzona com ele. Ele fazia seu trabalho com muita delicadeza e cuidado, mesmo quando pegava pesado, e sempre me tratou bem (até no começo quando eu era uma completa resmungona). De alguma forma ele sentia que aquilo traria alguma coisa para mim.

—Nos vemos em breve, não perca sua hora. —Bati continência debochando, talvez o fato dele não ser tão mais velho que eu me desse liberdade para isso.

[...]

—Por que ele achou que você precisa de uma consulta com a piscologa agora? —Essa pergunta não devia está sendo feita, minha mãe tinha acompanhado de perto a bagunça que eu tinha ficado com o termino e tudo mais era evidente o porquê o meu fisioterapeuta achou que uma conversa com alguém especializado fosse necessária.

—Não sei mamãe, mas não me custa nada ir. —Menti, eu sabia o porque (ela também devia saber e uma hora ou outra perceberia) e também tinha o mais importante eu realmente queria falar sentia que se eu mantivesse para mim eu acabaria explodindo.

Te amo porra! - Capítulo 20

Isabella Swan

Voltar à escola parecia mais difícil agora do que foi depois do acidente, naquele momento eu apenas me permiti focar a maior parte da minha atenção no que o Edward vinha sofrendo ali e esquecer meus próprios problemas e a forma que todos lidariam comigo e a melhor parte eu sabia que o mundo inteiro podia me virar às costas e ele estaria ali comigo e por mim e eu tinha jogado tudo fora pelos melhores motivos.

—Pronta? —Encarei minha mãe e fechei a cara.

—Não. Eu quero muito está em casa e não aqui. — O que ela achava que de uma hora para outra por ser obrigada a está ali tudo ficaria no seu devido lugar. Não eu não estava bem e precisava de muita coisa para ficar bem. Então não, eu não estava bem.

—Daqui a pouco aquele sofá está com o formato da sua bunda. —Foi o máximo que eu recebi. Eu vi pelo canto dos olhos o Anum, nosso motorista, controlando o riso. Ele era um homem de uns quarenta anos que tinha sido contratado para me ajudar a me locomover, principalmente na tarefa de entrar e sair do carro que infelizmente eu não via como fazer sozinha. Foi muito constrangedor ser pega no colo por um completo estranho, mas com o costume apenas era mais uma coisa que eu aguentava. Meu pai estava vendo qual era o carro mais adaptado para minha situação só que aquilo estava demorando demais. Eu estava já há duas semanas longe da escola e durou bem mais do que eu imaginei que eu conseguiria evitar a escola.

Peguei meu celular encarando nossa foto, focando por completo no rosto dele querendo afastar de mim aquele monte de sensação para o momento que ele estivesse na minha frente ficasse mais fácil. Naquelas duas semanas ele tinha chegado até mim apenas uma vez e encarar ele, não fraquejar e implorar para ele me perdoar custou de mim tudo, eu mal consegui esperar que ele estivesse completamente longe para cair em um choro compulsivo. Por mais que eu tivesse certeza dos motivos que eu teria para ter ele longe ainda sim eu queria muito ele perto, queria que nada daquilo tivesse acontecido e que eu pudesse apenas voltar a ser aquela menina normal que eu era. Queria que ficar comigo não significasse ele ter que abandonar tudo. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto caindo sobre o telefone.

—Querida. —A voz da minha mãe me alcançou e o tom era sofrido. O que me fazia ficar ainda pior, eu não queria magoar ela de forma nenhuma e saber que eu o fazia me deixava no limite. Nos últimos dias eu vinha tendo pensamentos que me envergonhavam e me fazia me fechar ainda mais, eu nunca cheguei a cogitar de que um dia eu desejaria não está viva, de que eu odiaria ainda mais aquele acidente por não ter feito direito e acabado com tudo aquilo. Viver daquele jeito não era um bom modo, não mesmo. Eu não conseguia ver perspectiva em nada do que eu fazia ou viria a fazer, não conseguia nem me imaginar como seria depois da escola. O que eu iria fazer na faculdade, eu sempre quis ser advogada, mas imaginar seguir essa profissão no meu novo estado não era nem um pouco animador, quem contrataria uma advogada em uma cadeira de rodas? —Por favor, não faz isso ser mais difícil. —Ela se soltou do cinto de segurança e se virou para mim tocando meu rosto com as pontas dos dedos, enxugando as lágrimas da minha bochecha. —Você sabe que isso é tão difícil para mim quanto é para você, certo?

Balancei a cabeça, ela não estava fazendo nada de errado ela apenas estava agindo como uma mãe que não aguentava mais ver a filha assistindo o mesmo episódio da mesma série e sentada na mesma posição no sofá. Eu mal assistia televisão antes. E por mais que a maioria das vezes eu fosse uma cretina com minha mãe era não merecia nada daquilo e quando eu conseguia eu apenas fazia meu melhor para poupá-la.

O motorista estacionou no estacionamento da escola e eu me odiei ainda mais por não ficar mais atenta e ter pedido ele para me deixar na outra entrada.

—Não, por favor, não me obrigue a descer aqui. —Implorei sem nem me importar em está fazendo uma cena, na outra entrada somente as crianças menores desembarcava. Ali eu teria toda as pessoas da minha idade olhando eu sendo pega no colo para sair da droga de um carro.

—Querida por aqui é mais fácil chegar a sua aula.

—Eu não me importo. —Gritei. —Eu não vou descer aqui. —Meu peito subia e descia seguindo o compasso da minha respiração irregular e apressada.

—Anum siga para a entrada secundaria, por favor. —Apenas suspirei aliviada, passei a mão delicadamente pelos olhos enxugando por completo. Tudo que eu não precisava era entrar na escola com os olhos cheios de lágrimas me fragilizando ainda mais.

—Obrigada. —Agradeci quando nossos olhos se encontraram.

—Eu posso te levar até sua sala. —Movi a cabeça negando, pior do que ser tirada do carro no colo seria se a mamãe me deixasse na porta da minha aula.

—Quer ficar comigo para ficar empurrando essa cadeira ridícula por todo o período que eu ficar na escola? —Fui sarcástica, não duvidava nem um pouco que se eu não me opusesse ela ficaria mesmo. —Eu infelizmente não morri naquele acidente então me deixe fazer as coisas sozinhas. —Só quando as palavras estavam fora que eu percebi o que eu tinha dito.

—Isabella... —Ela nem sabia como digerir o que eu tinha soltado e eu nem queria que ela tentasse deixar nada melhor, em algum lugar seria justo eu apenas sentir raiva em paz podendo falar o que eu quisesse sem sentir sempre a pressão de está sendo julgada e precisar pensar em tudo que eu diria não querendo machucar alguém. —Filha não fale uma coisa dessas. —Dei de ombros não importava nem um pouco o que ela dissesse para querer me deixar melhor, ultimamente nada vinha funcionando. Era uma batalha solitária.

—Já que eu tenho que fazer isso posso sair logo ou vou ter que chegar atrasada e fazer uma cena? —Perguntei fugindo claramente daquela situação, mas quem poderia me culpar?

[...]

Meus braços doíam de uma forma absurda, atravessar a escola não foi uma tarefa fácil e eu me arrependi amargamente de não ter aceitado a ajuda da minha mãe e deixado que ela me empurrasse até a entrada, subir aquela rampa foi a pior coisa que eu fiz ultimamente e por muito pouco eu apenas não desisti e fiquei ali do lado de fora mesmo. Vontade de ir à escola eu não tinha ainda ter que passar por tudo aquilo não era nada inspirador.

Entrei na minha sala de aula seguindo para o lugar demarcado para mim. Evitando a todo custo erguer meus olhos e encarar as pessoas a minha volta ou prestar atenção no que elas diziam, puxei o capuz colocando-o sobre meu cabelo úmido, pelo tempo chuvoso, queria apenas ficar invisível e esquecer todo o resto.

Quando a professora entrou na sala eu soltei a respiração que eu nem sabia que estava prendendo. Queria demais está em casa, fora de todos aqueles olhares curiosos.

—Olá Isabella fico feliz que tenha voltado às aulas. —Encarei a professora e fiz o meu melhor para dá um sorriso a ela. —Está se sentindo melhor? —Ela precisava mesmo atrair ainda mais atenção para mim? Que droga.

—Sim. —Menti. O que mais eu poderia fazer? Meu tom de voz era morto e quase não funcionava.

—Então seja bem vinda. —Eu conseguia ver todo o sentimento de pena através dos olhos dela e tive que fazer meu melhor para não começar a chorar ali mesmo no meio da sala de aula.

—Vamos fazer hoje um trabalho em dupla, então se organize que vocês terão muita coisa para fazer. —Ela gritou para a turma e eu me obriguei a olhar em volta, a pessoa mais perto de mim estava a três cadeiras atrás e quando nossos olhos se encontraram ela rapidamente virou o rosto e se jogou a pessoa ao lado dela. Voltei minha atenção à sala e meus olhos foram atraídos como ima para uma cabeleira ruiva que estava no final da sala. Victoria me encarava de forma impassível, nenhuma emoção transparecia nos olhos claros, e eu desejei que ela sentisse pena de mim, que viesse ali fazer a droga da lição comigo. Como eu pude me enganar tanto com alguém, como eu pude achar que ela gostava de mim de alguma forma sem ser baseado no interesse de conseguir algo a mais. Quando eu percebi que eu não conseguiria o que eu queria voltei minha atenção à frente ignorando tudo aquilo, a quantidade da sala era impar o que deixaria um de fora de qualquer jeito e naquele momento era até melhor ficar sozinha do que ter que fazer algo com alguém que claramente não queria fazer comigo.

Peguei meu caderno e abri em uma página qualquer e comecei a rabiscar linhas sem sentido apenas querendo afastar os pensamentos da minha cabeça.

[...]

—Isabella? —A mão da professora segurou a minha e o tom de voz dela demonstrava que ela devia está falando comigo há algum tempo.

—Desculpa. —A encarei.

—Entre em alguma dupla. —Balancei a cabeça e mordi os lábios escolhendo bem as palavras que eu ia usar já que o que eu queria dizer não seria nem um pouco adequado.

—Prefiro fazer sozinha. —Não, de forma nenhuma eu preferia. Mas precisava me preservar ao máximo para não deixar isso transparecer.

—È uma tarefa trabalhosa. —Justificou.

—Dou conta. —Esperava.

—Você tem alguns outros trabalhos pendentes com os outros professores e não quero que você fique sobrecarregada. —Isso mostrava que eu estava sendo assunto entre os professores e que meus pais deviam ter apelado para que eu conseguisse fazer tudo que tivesse atrasado.

—Eu não vou ficar sobrecarregada.

—Aluna perfeita. —Alguém debochou fingindo uma tosse.

—Não quero esse tipo de coisa dentro da sala de aula. —A professora gritou assim como ela eu não conseguia identificar o autor da brincadeira, era muita covardia não ter nem coragem de assumir o que falava.

Não podia deixar por isso ou tudo ficaria ainda pior então respondi em alto e bom som.

—Pelo menos é isso que minhas notas indicam. —Antes daquele acidente eu era uma das melhores alunas daquela droga.

A turma respondeu com animo diante da minha resposta antes que a professora tomasse de volta o controle e mandasse todos ficarem quietos e atentos ao que ela começou a esboçar no quadro.

Ela tinha razão era a porra de um trabalhão de conclusão, era nosso último bimestre ali e tínhamos que mostrar que aprendemos tudo. O que significava uma volta às matérias antigas e muita criatividade para falar de forma ampla sobre o que tínhamos vivido naquele tempo de forma pessoal e pelo conteúdo que tínhamos aprendido naquela disciplina de uma forma que tínhamos que ligar os dois segmentos. O prazo de entrega era bem curto e eu realmente não tinha certeza se eu entregaria o trabalho.

[...]

As próximas aulas passaram enchendo-me de tarefas, lições atrasadas e a certeza de que se eu verdadeiramente não me concentrasse eu acabaria ficando realmente reprovada. Um dos professores que eu mais me dava bem pediu para que eu esperasse todos os alunos saísse e conversou comigo sozinha sobre as faltas e minhas notas, segundo ele se eu não tirasse notas excelentes eu reprovaria. Podia ter notas excelentes do começo do semestre, mas eu precisava de um número bom de presença ou que minhas notas demonstrassem que as minhas faltas não abalaram meu aprendizado. E nada seria pior do que ter ficar mais um ano naquele colégio sendo tratada daquela forma.

[...]

O intervalo chegou e com ele minha maior dúvida, eu não sabia se eu devia ou não me arriscar no refeitório. Até então eu não tinha visto o Edward e não queria de forma nenhuma ver, mas não encarar significava ficar sem almoço e com fome por todo o período final. E eu ficaria mais tempo na escola por causa de uma lição avaliativa que um professor me daria à segunda chamada depois do horário de saída então eu precisava colocar alguma coisa para dentro.

Então comecei a empurrar a cadeira lentamente até o refeitório sem nenhuma convicção de que eu realmente queria está lá. Aquela escola era grande demais e eu tive que dá um descanso ao meu braço por dois momentos, eu não era tão boa naquilo e só estava percebendo isso agora. O corredor atrás de mim estava quase vazio quando eu cheguei ao refeitório o que indicava que todo mundo devia está lá dentro. Respirei fundo buscando coragem e entrei empurrando minha cadeira tendo o cuidado de observar bem aonde ela ia para não bater em nada ou pior em alguém. Mantive toda minha atenção nessa tarefa.

Tomei um susto quando senti minha cadeira ser puxada e torci com todas as minhas forças para não ser o Edward, eu não iria aguentar ter que lidar com ele naquele momento muito menos na frente da escola inteira.

Antes que eu conseguisse entender o que estava acontecendo braços me rodearam me apertando, o cheiro característico da Mackenzie me atingiu.

—Oi eu não sabia que você tinha voltado à escola. —Ela apertou ainda mais meu pescoço em um abraço que mais parecia querer me sufocar. —Eu ia à sua casa te visitar, mas eu mandei mensagem e você não respondeu então eu imaginei que você quisesse ficar sozinha. —Eu tinha ignorado completamente meu telefone, o Edward vivia ligando, mandando mensagem e era difícil me manter firme com ele me sufocando de declarações fofas.

—Desculpa. —Pedi pelas mensagens. —Eu realmente precisava de um tempo para colocar minha cabeça no lugar. —Fui sincera.

—Okay. Temos muito que conversar então cuidado com as mãos que eu vou te ajudar. —Ela se posicionou atrás da minha cadeira e empurrou delicadamente. —É verdade que você e o Edward terminaram? —Ela foi direta, estava bem mais falante do que o normal. A fofoca já tinha se espalhado e não tinha muito que ser feito.

—Sim.

—Uau eu sinto muito, tem algo que eu possa fazer? Sei lá tenho certeza de que ele vai perceber a merda que está fazendo e vai vim rastejando atrás de você. —Ri, era normal que as pessoas chegassem à conclusão de que ele tinha terminado comigo e não ao contrario.

—Eu terminei com ele. —Esperei enquanto ela reagia à informação.

—Por quê?

—Podemos apenas não falar sobre isso? —Pedi, o que eu não queria era falar sobre o Edward, eu acabaria me debulhando em lágrimas.

—Desculpa. —Ela estava mais animada que o normal.

—Que me contar o que aconteceu para você está tão animada? —Ela ficou um minuto inteiro em silêncio enquanto esperávamos a fila da cantina andar, éramos as últimas e na nossa frente só tinha mais cinco pessoas.

—Nada. —Pelo tom dela eu podia afirmar que tinha acontecido muito.

Virei meu tronco encarando ela tentando decifrar o que aquilo significava. Os olhos dela brilhavam de um jeito fofo e as bochechas estavam bem vermelhas.

—Você está apaixonada! —Eu não tinha dúvida.

—Para de falar isso. —Ela pediu olhando para os lados querendo garantir que ninguém tinha ouvido.

—Então me conte se não eu vou espalhar pra todo mundo.

—O Sebastian me beijou ontem. —Mordi os lábios animada com a fofoca. Era bom pelo menos por um segundo me sentir uma adolescente excitada com uma coisa boba de adolescente. —E foi bom, muito bom. Eu nunca tinha olhado para ele assim e ele é bonitinho então quando ele me beijou eu apenas...

—Bonitinho? —Ri dela. —Ele é um gato. Não sei como você não percebeu isso antes.

Ela ficou ainda mais vermelha.

—Deixa de ser boba. —Ela empurrou minha cadeira de brincadeira. Era bom me aprofundar nos problemas dos outros e esquecer um pouco os meus. —Quero mais detalhes. Ande.

—Estávamos fazendo um trabalho lá em casa e ele me beijou e depois foi embora correndo porque meu pai flagrou a gente. —Eu gargalhei imaginando a cena, o pai dela parecia ser durão, mas era um amor de pessoa. Pelo menos pelo que eu me lembrava.

—E? —Incitei.

—Nada, eu disse ao meu pai que éramos apenas amigo. —Ela deu de ombro. —Ele não se aprofundou muito.

—Não quero saber do seu pai, você e o Sebastian já se falaram depois disso? —Ela acenou positivamente.

—Conta logo à história toda. —Puxei a manga da camisa dela.

—Ta bom, mas você precisa me prometer que não vai contar para mais ninguém. —Pediu.

—Eu não tenho muita gente falando comigo no momento. —Ela revirou os olhos e me encarou esperando outra resposta. —Okay eu prometo que não vou falar para ninguém. Agora fala logo.

—Nos matamos o primeiro tempo todo se pegando lá trás, no estacionamento dos professores. —Abri a boca não conseguindo disfarçar a surpresa. —E se meu pai descobrir que eu faltei aula ele vai me matar. —Ri mais ainda. —Ainda mais se descobrir o porquê eu faltei aula.

—Se ele descobrir você pode mentir dizendo que ficou comigo porque eu estava chorando ou qualquer merda dessas. Ele nunca vai descobrir a verdade. —Ela estava sendo legal comigo eu podia apenas ser legal com ela e uma mentirinha não fazia mal a ninguém.

—Eu te amo.

—Meu Deus que fofo eu realmente shippo muito vocês dois. — Eles formaria um excelente casal.

—E eu shippo você é o Edward. —Abaixei os olhos querendo fugir daquele assunto. —Sei que você não deve querer falar sobre isso e eu sou sua amiga e se precisar conversar eu estou à inteira disposição.

Abaixei os olhos, constrangida. Eu queria que tudo fosse mais fácil possível e apenas que de uma forma mágica esquecer o que eu vivi antes, as possibilidades, o meu amor por ele, mas nada era tão fácil assim e eu sabia que teria muito que enfrentar ainda se quisesse seguir por aquele caminho.

—Ele está muito mal. —Não consegui resisti e olhei em volta procurando por ele entre as centenas de alunos no refeitório, meus olhos foram atraídos como imã para a “mesa dos populares” e lá estava ele ao lado da Victoria e cercado por todos os nossos antigos amigos. Ele estava, se possível, ainda mais bonito do que eu me lembrava. Vestia o uniforme do time, o azul destacava seu cabelo que aparentava está úmido. Mas tinha algo mais, não era como se ele tivesse de volta no seu lugar completamente feliz e satisfeito. Os olhos dele estavam tristes e ele mantinha os ombros baixos e os olhos no prato evitando algo ao redor, ou melhor, alguém. O tempo que eu passei longe da escola foi o suficiente para a suspensão dele acabar. —Mesmo que você não queira conversar eu só preciso ter certeza de que você está bem. —Tirei meus olhos dele quando a Victoria flagrou meu olhar e encarei a Mackenzie.

—Eu estou fazendo o meu melhor.

—Lembre-se que você pode conversar comigo quando quiser.

[...]

Te amo porra! - Capítulo 21

Isabella Swan

A escola tinha se tornado mais fácil com o passar dos dias. E assim como eu esperava longe de mim o Edward tinha conseguido se reposicionar na escola, voltou ao time como capitão – pelo que a Mackenzie tinha me contado ele tinha conseguido voltar antes do tempo da sua suspensão pelo péssimo desempenho do time nos dois jogos que sucederam, então o treinador ficou sem alternativas com a pressão dos outros atletas que não estavam lidando bem com o novo capitão e acabou cedendo. O mesmo valeu para o castigo, pelo que parecia eu era o problema também para os pais dele, já que ele tinha sido liberado para ir a uma festa no final de semana passado – isso eu tinha descoberto graças ao instagram.

—Bela imagem. —Encarei o Caio sem saber o que dizer, eu tinha sido pega no flagrar enquanto olhava a distância o treino.

—Engraçadinho. Cadê sua namorada? —Sim eles tinham oficializado há alguns dias, ele até tinha ido falar com o pai dela. Eram fofos juntos, às vezes até demais. Devo acrescentar que o pai dela tinha amado mais o genro do que a filha.

—Biblioteca. Quer que eu te leve lá? —Ele se ofereceu. Balancei a cabeça negando, já estava muito melhor naquilo de empurrar minha própria cadeira.

—Não vou perder a vista. —Ele riu e se apoiou na grade observando o jogo. Encarei ele vendo a forma com que os olhos dele brilhavam assistindo a partida. Meninos e seus joguinhos sem graças. —Por que você não joga? —E antes eu acompanhava o time de perto saberia se ele tivesse ao menos se inscrito em alguma das seleções e ele mesmo com a aparência política ele tinha um bom físico, devia conseguir correr com a bola na mão e aquentar ser jogado ao chão dependendo da posição.

—Não tenho tempo. —Foi firme, parecia mais um discurso de outra pessoa do que dele.

—Você tem o que dezessete anos, dezoito? Tenho certeza de que você pode conseguir tempo. —Debochei.

—Se eu quero ser um bom político preciso ser inteligente ao utilizar meu tempo. —Quase ri, mas ele estava realmente falando sério.

—Tenho certeza de que jogar futebol por algumas horas não vai atrapalhar tanto assim. Me obtenha como exemplo olha o que aconteceu comigo, por muito pouco eu não morri e se eu tivesse morrido eu pelo menos teria morrido com a sensação de que eu fiz tudo que eu queria, fosse as coisas certas ou erradas e não apenas que eu fiquei planejando meu futuro. Nós temos as mesmas idades e sem querer agourar, você pode acordar amanhã e perceber que não tem mais tempo. —As palavras baterão de volta em mim com impacto, quem eu achava que era para ficar dando um conselho como aquele quando eu mesma não estava mais vivendo daquele jeito. Estava deixando de viver o que eu queria por medo das consequências futuras, era por isso que eu não estava com o Edward porque eu estava morrendo de medo do futuro.

Ele revirou os olhos percebendo a hipocrisia das minhas palavras.

—Okay um pouco de hipocrisia não nego, mas é só futebol e toma menos tempo do que você realmente acha é o último ano e final de campeonato se permita viver a gloria. Eu posso falar com o treinador para quem sabe você consiga um teste. —Ele me encarou e mesmo que ele tivesse disfarçando o interesse eu conseguia ver algo brilhando sobre a superfície. —Você joga certo? —Ganhei uma risada como resposta. —Porque só vou me expor a usar minha carta com o treinador para ver você arrasando no time se não nem conte com a minha ajuda.

—Ou você me quer no time para conseguir acompanhar o treino mais de perto sem parecer que está espionando ele. —Eu estava no jardim bem longe do estádio, mas conseguia ter uma boa visão do treino. Não podia me permitir chegar mais perto sem parecer que eu estava assistindo ao treino por ele – o que era o que eu estava fazendo, mas por baixo tinha também aquela sensação de melancolia. Se nada daquilo tivesse acontecido eu provavelmente estaria lá, treinando a coreografia do próximo jogo enquanto observava meu namorado de perto. Eu tinha perdido tudo e mesmo tento a chance de lutar eu não lutei me acovardando e aceitando. Ali do jardim eu apenas podia dizer que estava lendo um livro e vendo a paisagem ou qualquer merda e não que estava desejando de alguma forma voltar ao tempo.

Foi a minha vez de rir.

—Eu nem tinha pensado sobre isso, mas outro bom motivo para você tentar uma vaga.

—Vou pensar. —Não tinha sido um não definitivo, mas não tinha muitas esperanças. Ele realmente parecia muito compelido à ideia da política para desviar nem que fosse um pouquinho do foco, tinha admiração por isso. Queria eu ter essa certeza do que eu faria para o resto da vida como ele parecia ter, o menino nem considerava outra hipótese enquanto eu nem mesmo fazia ideia do que fazer. Okay que eu não precisava tomar uma decisão tão imediata assim, eu podia ter um tempinho para pensar, mas ainda sim parecia que quanto mais tempo eu tivesse mais bobagens eu pensaria. —Tenho que ir para a sala quer que eu te leve para a sua primeiro?

—Obrigada, mas não. —Não me ofendia mais com a proposta de ajuda e vez ou outra eu até aceitava, mas estava muito cedo para minha aula e eu queria terminar de ver o treino.

—Nos vemos no refeitório. —Ele saiu correndo. Provavelmente no manual que ele seguia devia ter algo sobre chegar com cinquenta minutos de antecedência. No começo quando eu o definia como político eu realmente não fazia ideia de que ele realmente queria seguir aquela carreira, eu tinha um bom olhar para o negocio.

[...]

—Oi. —Senti meu coração disparar não esperando mesmo por aquele momento. Meus olhos se encheram com lágrimas e eu quis só te a possibilidade de sair dali correndo. Nos primeiros dias que eu voltei à escola eu esperei que ele viesse falar comigo, mas não aconteceu. Já tinha se passado semanas e nada então eu só abaixei a guarda aceitando que ele tinha acatado meu pedido e se manteria longe e mesmo doendo ainda mais no começo me fez reconhecer que era melhor assim. —Posso? —Ele apontou para o banco ao lado da minha cadeira, eu estava na parte aberta do refeitório, que estava praticamente vazio, fazendo um dos trabalhos enormes, a maioria dos alunos já tinham ido embora e eu permaneci apenas por querer terminar aquele trabalho, em casa era difícil me concentrar no que quer que fosse. Por mais que aquela tarefa estivesse mais fácil do que eu julguei possível.

Ele tomou meu silêncio como um sim e se sentou assumindo o banco mais distante de mim, ficando na minha frente. Sacudi a cabeça querendo aliviar a pressão e clarear os pensamentos.

—Oi. —Respondi bem depois e me senti uma idiota por isso.

Um silêncio assustador se instalou, eu tinha a sensação de que o mundo inteiro tinha parado aguardando o nosso próximo passo.

—Minha mãe me contou o que a Rosalie fez. —Tinha demorado até muito tempo para isso acontecer. Tempo o suficiente para me fazer duvidar ainda mais e começar a acreditar que ele de certa forma (assim como eu) tinha conseguido ultrapassar a maldade das palavras dela e visto a verdadeira situação. —E não vou dizer que foi fácil para mim acreditar que você deixou meia dúzias de palavras estragar o que tínhamos. —Ele parecia irritado, me deixando ainda mais confusa. —E palavras de alguém que nem gosta de você e que já deixou claro que está disposta a tudo para nos ver afastado um do outro.

—Não foram as palavras. —E não tinha sido mesmo, foram as possibilidades, foi a certeza de que uma hora ou outra aquilo que ela tinha me dito podia realmente acontecer. Que podia passar uns anos e realmente nos veríamos em uma situação que ele me odiaria pelo que eu tinha tirado dele.

—Você devia ter ao menos conversado comigo para esclarecermos isso juntos como um casal, como pessoas que se amavam. Era sua obrigação me contar o que ela te disse. —O ver usando o passado para definir o que eu ainda sentia foi doloroso se para ele já era passado mais certa ainda eu me sentia. Uma lágrima escorreu pelos meus olhos e eu fui rápida em limpar não querendo ficar chorando.

—Não vamos fazer isso. —Pedi não sabendo como lidar com nada daquilo, muito menos queria fazer isso na escola onde qualquer um podia testemunhar. —Por favor.

—Vamos sim. —Ele tinha muita convicção para que eu tivesse certeza de que nada do que eu fizesse o faria mudar.

—Não aqui. —Estava muito difícil controlar as lágrimas, queria sentar e chorar por horas.

—Você não atende minhas ligações e não me deixa ir a sua casa então não temos muita escolha. —Baixei a cabeça. Meu estomago doía pelo esforço que eu fazia tentando controlar a crise que eu sabia que viria.

—Pode ir a minha casa mais tarde eu prometo que vou falar com você. —Só queria que ele me deixasse sozinha. Mas ele parecia tão à vontade me encarando delicadamente como se me estudasse ou aguardasse minha reação apreciando e forçando-a. Mas lágrimas escaparam pelo meu rosto junto com um soluço. Ele se levantou e se ajoelhou na minha frente enxugando meu rosto, senti-o em mim depois de tanto tempo fez minha pele queimar, era como se a mão dele causasse choques na minha pele. E ao mesmo tempo que eu queria afastar e deixar de sentir aquilo tinha um lado meu que comemorava em pulos ter aquilo de volta, mesmo que por alguns segundos.

Sem que eu conseguisse antecipar e impedir, ele se aproximou e me beijou, não foi nada fundo. Apenas um leve roçar de lábios, mas o suficiente para me deixar ainda mais nervosa.

Ele se levantou enquanto eu ainda reagia aos lábios dele nos meus.

—Desculpa. —Não sabia se era pelo beijo roubado ou pela conversa que eu não queria ter e ele estava me forçando. Minha cabeça girava em uma perversa confusão. —Nos vemos mais tarde.

Ele se afastou, mas ainda parecia está ali. Meu corpo ainda estava intenso apreciando o contato. Nunca tinha sentido nada do tipo, não fazia ideia do que fazer de como me comportar, não queria perder aquilo, aquela sensação. Mas minha mente não deixou ser do jeito que eu queria e me levou de volta a conversa que teríamos, eu não fazia ideia do que sairia dali.

Abri minha mochila pegando meu celular mandando uma mensagem de texto para minha mãe pedindo-a para vir me buscar. A mensagem saiu com a urgência que eu sentia e sabia que em muito pouco tempo ela estaria ali. Não me senti nem um pouco mal com a possibilidade dela se assustar.

Guardei minhas coisas de qualquer jeito dentro da mochila e comecei a me locomover, meus braços já estava reclamando de todo o esforço do dia, mas não queria ter que fazer minha mãe vir até aqui. Se eu queria demonstrar independência eu devia ao menos conseguir atravessar a escola sozinha.

[...]

O tempo que eu tinha demorado para chegar na entrada foi vergonhoso, se eu tivesse em uma corrida o publico já teria ido embora sem esperar pela minha chegada, mas pelo menos eu tinha conseguido ser mais rápida que a minha mãe.

—Oi. —Tomei um susto com a voz da Victoria. Hoje era o dia de todos os fantasmas saírem para me atormentarem. Ela não devia está ali naquela hora, ela prezava demais sua vida social para ser confundida com uma nerd que ficava estudando até depois do horário.

—Oi. —Respondi desconfiada. Ainda não tinha me recuperado do Edward para lidar com ela numa boa.

—Que uma carona para casa? —Estranhei ainda mais a proposta. O que estava acontecendo ali. Manobrei a cadeira ficando de frente dela, querendo entender o que significava aquela merda de conversa estranha.

—Passo. —Será que ela não percebia que era muito difícil para mim entrar no carro dela com apenas ela me ajudando? Ela não devia ter força suficiente para m ajudar. —Minha mãe já deve está chegando.

—Hum. —Ela mordeu os lábios como se estudasse as palavras. Eu podia facilitar para ela e pedir para ela ir direto ao ponto ou pergunta o que aquilo significava, mas não. Ela tinha sido uma vaca comigo aquilo não era nada.

—Sinto sua falta. —As palavras saíram emocionadas e os olhos dela brilharam de uma forma estranha. Ela parecia está sendo sincera, mas eu não podia afirmar com certeza eu achava que ela era minha amiga e olha o que tinha acontecido.

—Eu não morri, estou aqui há esse tempo todo. Lembre-se foi sua escolha se afastar. Agora é meio tarde. —Não peguei leve. Não daria o que ela queria. Não diria que também sentia a dela, não diria que os meus novos amigos eram ótimos, mas que ela funcionava comigo de uma forma que nenhum outro chegaria perto. Éramos muito iguais nas nossas diferenças.

—Não é justo cobrar só a minha amizade você sabe muito bem o quanto a popularidade é importante para mim para que eu abrisse mão para andar com o grupo do grêmio - é o grupo do grêmio. —Ela destacou essa última parte como se fosse algo terrível e eu conseguia me ver antigamente pensando a mesma coisa, eu só tinha me permitido conhecer aquelas pessoas por que eu fiquei sem opção, por que se eu tivesse não teria nem ao menos tentado. Eu andei com eles antes apenas porque eu gostava do que eu fazia no jornal, mas meu grupo sempre foram os jogadores e as lideres de torcida o grupo que estava no topo da cadeia de popularidade de qualquer escola.

—Não quero ter essa discussão. —Mais uma vez eu estava fugindo de uma conversa, só que eu não tinha cabeça para aquele tipo de discussão agora.

—Sério eu realmente sinto sua falta, sinto falta das nossas conversas e de todo o resto. —Revirei os olhos. O que eu podia dizer diante daquilo, que eu também sentia a falta dela, óbvio que não. Não seria burra naquele nível. —Eu podia ir à sua casa e a gente podia colocar o papo em dia. —Estava ficando muito estranho aquela conversa.

—O que você realmente quer? —Era mais do que justo eu está desconfiada. —Verdadeiramente o que fez você vir até aqui falar comigo?

—Já disse sinto sua falta. Você era a única pessoa que eu podia realmente considerar a amizade e eu perdi tudo isso porque fui estúpida e imatura e medrosa. —Algo tinha acontecido e a Victoria tinha sido substituída.

—Então você está disposta a andar com o pessoal do grêmio agora? —Debochei.

Ela fez uma cara de surpresa.

—Não, claro que não. Eu acho que nos podemos ser amiga longe da escola e ninguém é prejudicado. Você fica com seu grupinho e eu fico com o meu, porém podemos nos ver fora da escola na sua casa ou na minha e conversar ou fazer qualquer outra coisa. —Uma coisa daquele tipo só podia vir dela.

—E eu tenho que achar legal também quando você ficar com o meu namorado? —Era ex na verdade, contudo era o suficiente para ela entender.

—Jamais ficaria com o Edward. —Ela parecia ofendida. —Não sei o que aconteceu entre vocês, mas sei o quanto ele é importante e o quanto você gosta dele e jamais, nunca faria isso. —Não era bem isso que corria pelos corredores, a Milly tinha me contado depois de muito esconder que pelos corredores corria o boato de que a Victoria e o Edward eram um casal e que ela era realmente boa já que tinha roubado meu lugar e meu namorado, mas eu conhecia bem o Edward para saber que isso era mentira. Ele não ficaria com ela de forma tão recente, tínhamos acabado de terminar e ele ainda me mandava mensagens. Não era o que eu esperava dele já dela eu não tinha muito o que dizer. —O Matheus começou esse boato para tirar o Edward do sério só que isso é tão irreal que nem funcionou. —Mordi os lábios, que bom que ela sabia que aquilo deles dois juntos não era real e nunca aconteceria, se acontecesse eu realmente iria odiar ela.

—Não sei Victoria se você não gosta de mim não seria melhor você conseguir uma amiga nova.

—Eu gosto de você já disse, só não quero ter que escolher entre você e a minha popularidade. —Que droga, aquilo era muito louco. O pior de tudo era que eu entendia ela, sabia como ela se portava, sabia que a “popularidade” era a única coisa na vida dela que “fazia sentido”, a única coisa que ela parecia ter e pedir para ela deixar isso de lado por mim era egoísta. Mesmo que eu soubesse que a popularidade era um terreno frágil na qual ela se apoiava e que um dia desmoronaria era tudo que ela achava ter. Ela sempre fugiu de sua realidade nas festas, álcool, no sexo e em ser popular, ser a garota má. Seus pais não tinham tempo para ela e ela estava sozinha, um dia ela perceberia que as pessoas eram mais importantes que as coisas, mas exigir que ela fizesse isso de uma hora para outra...

—Não sei. —Esperava que ela entendesse que eu estava me referindo a pergunta inicial dela sobre sermos amigas daquela forma “escondida”. —Vou pensar e depois te falo ainda tenho seu número, mas quero ficar sozinha agora. —Ela assentiu e saiu sem dizer mais nada, balançando seu cabelo que estava maior – provavelmente um implante e cacheado, ela tinha ficado bem naquele novo visual.

O dia hoje tinha sido estranho cheio de surpresas que eu não tinha pedido. Primeiro o Edward e agora a Victoria, estava cada vez mais parecendo um sonho dos bem doidos. Pensando de forma sentimental eu gostava da Victoria, gostava da nossa amizade e de mesmo sendo diferentes a forma como nos nós conectamos era bom, naquele momento de tantas perdas ter ela de volta podia colocar alguma coisa no lugar.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 22

Edward Cullen

—Você não tinha o direito de falar nada daquilo para ela. —Avancei na minha irmã sem me importar nenhum pouco em está causando uma cena, depois de toda a bagunça que ela tinha criado aquilo não seria nada.

—Eu só quis o seu melhor.

—Meu melhor você se quer deve saber a dimensão disso porque se soubesse não teria feito essa merda. —Talvez tarde demais eu percebi que eu estava chorando. —Eu a amo e agora ela acha que eu estou com ela por culpa ou pena ou qualquer merda dessas que você a tenha feito acreditar.

—Você é um adolescente não sabe o que é melhor para você. —Bufei com raiva e antes que eu avançasse meu pai segurou meu braço me mantendo no lugar, era bom eu estava perdendo a cabeça diante de tanta babaquice.

—Claro que não, quem sabe é você né que mal consegue conduzir sua própria vida.

—Edward. —A voz do meu pai possuía todo o alerta.

—Não me repreenda, fale com ela. Ou você acha certo o que ela fez? —Me virei para o meu pai aguardando a resposta dele. —Vocês concordam de algum jeito com a atitude dela?

—Claro que não, ela não tinha o direito de se meter na sua vida, mas você precisa se acalmar.

—Ela foi covarde a Isabella já estava sofrendo ela não precisava encher a cabeça dela com mais coisa e muito menos coisas mentirosas.

—Novamente eu concordo com você, mas não adianta de nada esse tipo de briga agora. —Novamente eu os sentia passando a mão na cabeça dela. Se eu tivesse feito um terço da merda que ela tinha feito provavelmente ouviria até minha próxima geração e com ela não parecia nem ter nenhum tipo de conversa, aquilo era muito injusto. Deixei-os de lado e sai da sala correndo para o meu quarto minha vontade era de sair e ir até a Isabella implorando para que ela me ouvisse, para que ela acreditasse apenas no que sentia por mim em vez de deixar que meia dúzia de palavras estragassem tudo que tínhamos. Mas ainda estava de castigo e eu não queria ter que encarar meus pais, não naquele momento em que eu estava com alguma boa dose de raiva daquela situação toda.

Eles sabiam o que tinha acontecido, me viram sofrendo e escolheram por não me contar nada protegendo a Rosalie e me deixando completamente exposto, como se me liberar para o que eu gostava de fazer antes e me dá um carro fosse suficiente para esquecer da Isabella. Não acreditava ainda que nenhum deles tinha percebido que eu estava com medo de dirigir, era algo fora do normal, fora do esperado, mas que me deixava completamente paralisado.

Ontem eu fui andando a maior parte do caminho para a escola e depois peguei um ônibus. Com o carro que me tinha sido emprestado e achando que estava tudo bem minha mãe apenas não estava mais a minha completa disposição para me levar e trazer de onde eu quisesse, ela tinha saído e eu não consegui nem ao menos abrir a porta do carro para ir para escola. Foi constrangedor como minhas pernas tremiam e meu coração batia disparado como se pudesse parar a qualquer momento, minha camisa tinha ficado completamente ensopada de um suor inexplicável diante da temperatura mais do que confortável. Era algo que eu sabia o que era, mas tinha certeza de que não precisava de tratamento como uma vez a Isabella tinha sugerido. Tinha sofrido um grave acidente era normal que eu ficasse receoso de assumir a direção novamente. Mesmo que receoso não fosse bem a melhor palavra para definir o que eu senti.

O Melhor a fazer em relação à Isabella seria conversar com ela na escola, ir a casa dela ela podia apenas fazer como já vinha fazendo há algum tempo e me ignorar, não me receber ou desligar o telefone quando eu ligava.

Não podia ignorar que eu estava muito chateado com ela e em como ela tinha deixado as palavras vazias da Rosalie estragar o que tínhamos, droga tínhamos tantos planos e parecia que tudo estava indo tão bem.

Joguei-me na cama sem saber o que fazer, minha cabeça não parecia que tinha a capacidade de desligar, de encontrar uma forma de apenas deixar isso para ser resolvido amanhã quando eu encontrasse ela cara a cara, quando a gente finalmente conversasse.

Não me movi quando uma batida na porta chegou aos meus ouvidos, as opções diante daquele horário e do que tinha acontecido eram poucas. Sem obter respostas a pessoa abriu a porta e não me surpreendi nenhum pouco em ser minha mãe. Ela colocou somente a cabeça dentro do meu quarto.

—Posso falar um minuto com você?

Balancei a cabeça negando. Minha mãe era do tipo conciliadora e naquele momento eu não queria conciliar nada, apenas me permitir sentir a raiva que eu sentia em paz.

—Olha eu sei que você está chateado por não termos falado nada com você antes, mas estávamos dando a sua irmã a chance dela mesmo falar e se desculpar. —Balancei a cabeça nem me dando ao trabalho de responder aquilo. —Querido. —Ela caminhou se aproximando da minha cama e sentando ao meu lado.

—Eu sei que a Rosalie é cheia de problemas e paranoias e que por algum motivo todo o surto dela sempre cai sobre mim, mas eu não estou nem ai dessa vez. Eu só queria que uma única vez vocês entendessem que o que ela fez pode ter destruído minha vida para sempre e que se importassem só um pouquinho comigo e como eu me sinto. —Sabia que podia está sendo injusto e que a doença dela era séria e que no passado ela já tinha até tentado suicídio uma vez e que todos ficavam muito preocupados com ela e fazendo melhor para garantir o bem estar dela e eu realmente amava demais minha irmã, mesmo que às vezes eu tivesse ciúmes pela forma em que ela era tratada e por toda a atenção que ela recebia, até mesmo quando ela se mostrava super protetora ou quando brigávamos, eu a amava e isso não estava em discussão, mas as vezes ela se aproveitava e daquela vez ela tinha ultrapassado todos os limites.

—Sua vida apenas começou querido e eu tenho certeza de que ela se arrepende muito do que fez apenas não sabe se expressar. Nos sabemos que o que ela fez é errado e eu te juro que não estamos passando a mão na cabeça dela, só não sabemos o que fazer diante do que aconteceu. Ela não tem mais dezessete anos, não mora mais na nossa casa e nem depende de nós financeiramente. Não podemos colocar ela de castigo, apenas temos que contar que a educação que demos a elas sirva para algo e que ela reconheça e de um jeito de se desculpar pelos seus erros. —Bufei. Não sabia o que responder para ela, realmente eu entendia o ponto de vista dela. —Eu juro que já falei no ouvido dela mais do que alguém pode suportar e isso é o máximo que eu posso fazer.

—Eu só queria que ela não tivesse se metido nisso.

—Eu também querido. —Ela passou a mão pelo meu cabelo de forma carinhosa. —Realmente sinto muito pelo que aconteceu eu já disse para ela que não quero que ela se meta mais na sua vida.

Ela deixou um beijo na minha testa antes de se levantar e me deixar sozinho no meu quarto.

[...]

Logo hoje que eu tinha planos para a escola pareceu que tudo estava destinado a dar errado. Acordei atrasado já que só consegui dormir bem tarde, perdi a carona com a minha mãe e tive que ir andando até o ponto de ônibus, mas meu atraso me fez também perder o ônibus e o outro demorou muito me fazendo chegar atrasado à escola, tive que ter uma conversinha com o diretor até finalmente consegui entrar na minha aula. O dia estava corrido e eu mal consegui pensar fora do que as tarefas dadas em sala de aula permitiam. O intervalo foi esgotado com uma reunião do time e eu tive que voltar a sala de aula sem ter nem chance de procurar por ela, eu poderia ter matado aula para ir atrás dela, mas ela já devia está em sala e eu sabia que ela tinha muita coisa para recuperar e não queria atrapalhar.

Quando o alarme da ultima aula soou apenas me levantei saindo da sala o mais rápido que eu consegui, sabia que isso tinha chamado à atenção de toda classe, mas naquele momento eu não conseguia me importar o suficiente. Tive dois ou três segundos de corredor vazio antes das portas começarem se abrir deixando-o cheio de adolescentes, alguns apressados para deixar o ambiente escolar e outros com uma lerdeza irritante que me atrapalhava na tarefa de chegar até a sala dela antes que ela saísse o que tornaria impossível encontrar ela.

—Ei vai com calma. —A Victoria se posicionou na minha frente me impedindo de continuar meus passos rápidos. Ainda não tinha perdoado ela por tudo que tinha feito com a Isabella, ela ficava do meu lado e com o grupo dos “populares”, mas apenas porque eu não podia fazer nada para expulsá-la dali.

—Me dê licença Victoria.

—Ei eu queria falar com você. —Ela segurou meu braço me impedindo de continuar, poderia ter sido grosso e apenas ter puxado meu braço e saído dali, mas eu estava fazendo o máximo para não me meter em confusão.

—Me deixe em paz, estou com presa falo com você mais tarde.

Ela bateu os saltos no chão de forma infantil.

—Que droga, desacelere por alguns minutos que é algo do seu interesse. —Meu Deus como uma pessoa podia ser tão chata assim. —Ela disse para você ir a casa dela depois do jantar que vocês vão conversar lá.

Estranhei como ela podia saber daquilo, ela e a Bella não eram mais próximas e aquilo era uma coisa nossa não seria algo que a Bella sairia por ai contando.

—Só estou te passando o recado não adianta correr porque ela estava passando mal e foi embora mais cedo então não adianta correr.

—Ela está bem?

—Sim, ela só estava com dor de cabeça à mãe dela veio buscar ela mais cedo.

Provavelmente ela só tinha ido mais cedo para fugir de mim, mas ela não me escaparia eu estaria na casa dela e assim que possível nos teríamos essa conversa. Eu precisava garantir que ela soubesse que eu amava ela independente daquela merda de acidente.

[...]

Minha mão estava molhada e a temperatura do ambiente nada tinha a ver com isso, afinal eu suava de forma completamente fora do normal. Já estava alguns segundos parado ali, eu tinha passado o dia todo acreditando e ansiando por aquele momento, mas agora ali parado em frente ao portão dela de baixo de uma chuva muito forte e com as pernas latejando pelo esforço que eu tinha feito ao tomar a decisão de vir andando da minha casa até a casa dela. Tinha sido uma péssima ideia, o caminho era bem mais longo do que eu achei quando pensei sobre isso, teria sido bem mais inteligente ter pedido um carro no aplicativo principalmente pela chuva que tinha me alcançado quando eu estava em um trecho deserto onde meu telefone não estava com sinal, me impossibilitando de fugir dá chuva. Agora aqui estava eu completamente molhado parado há uns cinco minutos sem coragem nenhuma de fazer isso.

Meu maior medo era exclusivamente da reação dela, e se ela me dissesse que ainda sim, mesmo sabendo que o que eu sentia nada tinha a ver com o acidente se ela me dissesse que não me queria do jeito que eu queria ela eu realmente não fazia ideia de como reagir.

Meu telefone tocou no bolso da calça e eu me apressei em atender, podia ser meus pais e eu de forma nenhuma deixá-los preocupados, depois do acidente eles tinham ficado bem mais obcecados com minha localização e com o que eu estava fazendo.

[...]

Ela me encarou, seus olhos transbordavam algo próximo ao medo e uma pontinha de raiva.

"Porque raios você não entrou? Enlouqueceu? Ficar debaixo dessa chuva toda. Não morreu no acidente e quer morrer com um premunia?” Ela sabia como tocar em um assunto de um jeito gentil.

Se eu fosse sincero com ela eu admitiria que nem mesmo tinha reparado na chuva e que eu só notei quando minha roupa começou a pingar. Ela possivelmente não poderia me culpar, nesses últimos dias minha cabeça estava cheia e naquele momento eu apenas estava estudando o que aconteceria com a gente. O medo dominava, eu não queria perde-la de novo e em algum lugar em mim eu parecia saber que era exatamente isso que aconteceria. Então optei por uma versão editada da verdade:

"Eu já estava entrando apenas estava falando com a minha mãe." Nenhuma mentira. No fim das contas, uma hora ou outra eu teria me aproximado da porta e tocada à campainha.

Ela bateu a mão na perna de um jeito engraçado que deixava claro que não tinha sido o suficiente.

"Parece que você deu um mergulho no oceano de tão molhado que está, óbvio que enfrentou muito mais do que apenas uma ligação." Perceptiva.

Baixei meus olhos estudando uma mentira que seria o suficiente para ela me deixar em paz em relação a isso. Antes que eu ou ela chegássemos a algum outro lugar a mãe dela voltou à sala trazendo uma toalha e o que parecia um conjunto de moletom. Ela me entregou a toalha e eu me enrolei tentando aliviar um pouco o frio.

"Vai ficar um pouco grande, mas é melhor do que ficar encharcado assim." Ela disse me estendendo o conjunto cinza claro.

"Obrigada." Minha voz falhou diante dos meus dentes batendo de frio.

"Vá tomar um banho quente. Use o banheiro da Isabella." Ordenou.

Não resisti a mais um olhar para a Isabella antes de sair pelo corredor, tinha medo daquilo ser um sonho. De no final das contas eu ainda está em casa - morrendo de medo de sair.

Entrei no quarto dela sentindo-me como se estivesse em casa, os meses que eu tinha passado ali deixou sua marca de um jeito intenso e que eu manteria por um bom tempo. Era quase que um alívio está ali depois de todas aquelas semanas.

[...]

Encarei-a sentada na cama, não esperava ela ali. Ok que era o quarto dela, mas eu estava no banho e imaginei que ela iria querer manter algum tipo de distância.

"Ficou péssimo em você." Falou depois de alguns longos minutos em que nos dois refletimos em silêncio. Muita coisa para digerir. Olhei a mim mesmo a calça tinha ficado muito grande e eu usei o cadarço para manter ela no lugar a blusa não tinha jeito, ela era grande demais na largura e o comprimento deixava a desejar. Pelo menos a calça funcionava com a minha altura e não estava pescando isso já era um avanço levando em conta que o Charlie era bem mais baixo que eu.

"Obrigada." Eu me sentia tentado a fazer algum comentário mais irônico, mas tinha medo de como ela poderia reagir a isso. Eu só queria deixar de sentir medo. Antes daquela acidente eu não era assim, era do tipo que me arriscava, me jogava sem nem ao menos pensar nas consequências. Era assim no futebol, era assim quando eu entrava em um carro e era assim para tudo. Agora até mesmo falar com ela era assustador.

—Eu sei que você acha que eu fiz o que fiz por causa do que sua irmã disse, mas não foi. Realmente precisava de um tempo e ela não me disse nada de diferente do que eu já devia saber. Queria dizer que você saber muda alguma coisa, mas não muda. Eu ainda preciso de um tempo. —Não estava pronto para aquilo, talvez eu tenha me apoiado o tempo todo na certeza de que aquilo iria significar algo, mas não ia. Eu tinha feito papel de bobo ali.

—Acho melhor eu ir embora. —Não tinha o que dizer quando ela parecia tão convencida.

—Ei. Desculpa. —Ela moveu a cadeira para perto de mim. Tinha algo nos olhos dela que me levava a ter aquela droga que era tão feroz e ao mesmo tempo tão paralisante, ela não tinha o direito de me mandar embora e ficar me olhando daquele jeito.

Não deixei que a noção tomasse conta e me inclinei beijando-a, precisava daquilo, precisava do gosto dela. Precisava que de algum jeito aquilo fosse o suficiente para convencer ela a ficar, a me deixar ficar.

Ela não negou o beijo e retribuiu me puxando com força para ela, os dedos se prenderam no meu pescoço me mantendo nela. Minha língua saboreava os lábios dela sem o menor cuidado, tocar ela daquele jeito era libertador. Meus dedos desceram pelos braços dela sentindo a pele quente e macia sobre meu toque.

Uma coçada de garganta atrapalhou nosso momento e eu me afastei dela tomado pelo susto. Me ergui ficando completamente irritado com quer que tivesse interrompido nosso momento, era pedir demais um pouco de privacidade.

—Boa noite querida. —Encarei meu sogro, eu até gostava dele, porém não naquele momento. —Sua mãe pediu ao Edward para ele levar a roupa que ela vai pedir para colocarem para secar.

—Já vamos. —Encarei ela esperando qualquer resposta menos aquela. Ainda tínhamos alguns assuntos para colocar em ordem. —Pode fechar a porta quando sair papai. —O pai dela encarou com a típica cara de que não aprovava nada a ideia, mas depois de alguns segundos encarando a filha bufou dando de ombros e fechando a porta.

Fiz um movimento pronto para voltar a ela, mas ela se afastou virando a cadeira.

—Não dá Edward. —Queria entender o que se passava na cabeça dela. Não era justo jogar fora o que sentíamos fora. —Eu realmente preciso de um tempo para mim.

—Por quê?

—Eu vou para Londres para a faculdade e você vai seguir seus sonhos. Não posso te prender a mim, não posso pedir que você abra mão dos seus sonhos por mim.

Deixei meu corpo cair, me jogando na cama.

—Nada vai ter sentindo sem você. —Podia ser o que fosse, mas eu sentia falta da Isabella mais egoísta.

—Vai sim. Você ao menos pode tentar e depois vemos o que vai dá.

—Não vai dá em nada apenas sofrimento para ambas as partes. Eu vou ficar infeliz de um lado enquanto você fica infeliz do outro.

—Eu realmente preciso me reencontrar. Não é justo levar você por esse caminho sendo que nem eu mesma sei se vou conseguir dá conta. —Como um ser humano podia ser tão teimoso. Que raiva eu sentia dela. Os olhos dela se encheram de lágrimas e eu só queria poder alcançar ela e consolá-la. —Sei que parece que eu estou bem com essa situação, que eu lidei com tudo isso de uma boa forma, mas não é assim. Eu perdi muito e a ficha parece está caindo aos poucos e eu não sei o que fazer. —Ela parecia desesperada.

—Nos podemos fazer isso juntos eu vou poder de ajudar.

Ela deu de ombros como se nem fizesse o esforço de considerar a ideia.

—Não dá eu preciso fazer isso sozinha. —Sobre a Isabella egoísta naquele momento eu queria que ela sumisse da minha frente.

—Se você fizer isso pode considerar nosso fim de verdade eu não vou esperar por você. —Queria que aquela frase não tivesse soado tão sincera quanto pareceu, mas eu estava desesperado e iria apelar para qualquer alternativa.

O silencio no quarto era pesado como a conversa que estávamos tendo. Não era fácil que ela realmente estivesse pensando sobre isso.

Ela virou a cadeira ficando ao meu lado, mas de frente para mim. Me encarando, erguendo a cabeça para manter nossos olhos conectados.

—Realmente sinto muito e não quero que você me espere. —A voz dela vibrava identificando a mentira. Queria poder afirmar que era pela última parte onde ela dizia que não queria que eu esperasse, mas eu não podia. A voz dela era instável por toda a frase.

Não queria mais permanecer ali me humilhando se ela não queria eu não tinha nada o que fazer além de sofrer. Seria o fim me humilhar ali para ela.

[Cont...]

Te amo porra! - Capítulo 23

Isabella Swan

—Edward. —Não resisti chamando-o. Podia ser que naquele momento eu tivesse sendo mais egoísta do que eu já imaginei ser com ele na vida, mas eu não conseguia resistir. Eu precisava, sentia aquilo vibrando na minha veia de maneira cortante e absoluta. —Posso pedir uma coisa antes que você vá?

Ele parecia está considerando quando se virou para mim não tinha convicção nenhuma, seus olhos estavam bem vermelhos claramente segurando o choro. Diferente de mim que não tinha a menor vergonha de está com o rosto encharcado.

—Posso te pedir uma coisa bem egoísta? —Senti necessidade de perguntar novamente destacando a parte do egoísta. Porque aquilo que eu faria jamais poderia ser classificado como nada diferente do que egoísmo puro.

Ele balançou a cabeça aceitando.

—Passa essa noite aqui como uma despedida. —Não consegui manter meus olhos nele, não queria ver o quanto essa atitude poderia magoá-lo e nem mesmo ver os olhos dele quando ele negasse ou aceitasse.

—Por que você está fazendo isso? O que você ganha? Pensei que me quisesse longe para se encontrar ou qualquer merda dessa que você tenha dito. —Seu tom de voz era grave e afiada como uma navalha.

—E quero, nada do que eu te disse antes vai mudar eu ainda vou para Londres sozinha me redescobrir com essa nova vida que me foi imposta, mas eu quero muito me despedir da Isabella de antes e a Isabella de antes podia ter você sem culpa e é isso que eu quero. Pelo menos mais uma vez poder ficar com você sem sentir que eu estou roubando sua vida ou te impedindo das coisas. —Sentia um grande nó na garganta, mas do que nunca eu me sentia me expondo de um jeito que eu nunca imaginei ser possível. Não resisti encarando ele precisava ver o que eu estava fazendo.

—Como você acha que vai ser amanhã?

—Péssimo? —Perguntei de volta. Não era justo que ele achasse que aquilo seria de alguma forma fácil para mim.

—Eu preciso avisar aos meus pais. —Precisei de um segundo para entender que ele tinha concordado. Não resisti deixando um sorriso surgiu no meu rosto mesmo com todas aquelas lágrimas.

—Vai querer jantar ou já podemos dormir? —Não fazia ideia do que ele queria, mas me sentia verdadeiramente empolgada.

—Podemos dormir. —Sua voz não tinha muita confiança.

—Ok. —Eu me sentia perdida. Movi minha cadeira percorrendo o caminho até o banheiro, precisava de um banho e me arrumar já que ia dormir com ele. Levei a mão ao rosto enxugando um pouco as lágrimas tentando melhorar ao menos um pouco minha aparência.

—Pode chamar minha mãe para mim? —Pedi e no mesmo instante senti medo de que ficando sozinho ele fosse cair na real de como eu era uma vaca e me deixaria ali sozinha, seria crueldade, porém nada do que eu não merecesse.

Ele assentiu e saiu do quarto apertando o celular entre os dedos com força o suficiente para deixar as juntas ainda mais brancas do que já eram.

[...]

Ele não tinha reaparecido ainda. Eu não tinha certeza do motivo não sabia se ele ainda estava falando com os pais dele, se era meu pai segurando ele ou se apenas ele não queria vir, o arrependimento necessitava de apenas alguns segundos para se fazer presente. Eu podia dizer isso por mim mesma que levou apenas o tempo dele sair do quarto para que eu conseguisse me arrepender do pedido que eu tinha feito. Não era justo com ele. Só que ao mesmo tempo em que de forma empática eu estava bem arrependia por ele eu não conseguia me arrepender da decisão que tinha me levado até ali por mim. De algum jeito estranho eu precisava daquilo.

Minha mãe já tinha se retirado há alguns minutos prometendo que chamaria ele. Ela tinha me ajudado no banho e agora eu vestia uma roupa de dormir, uma calça e uma blusa que valorizava demais meu busto, mesmo que eu soubesse que não faríamos nada além de dormir eu queria me sentir bonita. Era mais fácil encaram as coisas quando eu já estava deitada e escondida nas cobertas. Ver minhas pernas era estranho, aquele membro ali que não tinha mais nenhuma utilidade a não ser provocar dor e me lembrar o tempo todo do passado quando eu usava-as para tudo. Muito surpreendente que um membro que você não podia mais sentir pudesse provocar tanta dor. De uns dias para cá eu vinha sofrendo cada dia mais com doses absurdas de dor, tentava evitar deixar meus pais saberem, mas estava ali quase o tempo todo e as vezes com uma intensidade absurda.

Peguei meu telefone que piscava mostrando notificações. Era o Wathsapp. Encarei a foto de bloqueio por alguns segundos, era uma foto minha com o Edward durante um passeio da escola – um acampamento, quem tinha tirado a foto foi a Victoria enquanto fingíamos está distraídos encarando o por do sol. Não resisti sorrindo feliz com a lembrança daquela viagem, eu tinha ido apenas porque era obrigatório e valia ponto – eu odiava ficar no meio do mato, mas no fim tinha sido divertido. Aquele ponto que proporcionava aquela vista incrível retratado na foto era um trecho muito distante do acampamento o professor tinha sugerido e a maioria da turma tinha concordado em ir e eu acabei sendo voto vencido, andamos mais de duas horas em uma subida íngreme apenas para ver aquela vista. Hoje eu me arrependia de ter reclamado tanto o trajeto todo, eu devia ter aproveitado a sensação de liberdade até mesmo as picadas de mosquito e principalmente aquela exaustão o latejar das minhas pernas. Fechei os olhos balançando a cabeça querendo afastar a tristeza que vinha junto com aqueles pensamentos. Não tinha o porquê ficar pensando naquilo com aquela melancolia, não podia contaminar meu passado com as merdas do meu presente. Não seria justo perder mais ainda.

Abri o whatsapp ignorando o grupo da escola, alguém tinha passado meu número novo e eu tinha sido colocada novamente. Não que eu fizesse questão, antes eu era a administradora daquele grupo, agora eu era só um fantasma que nem fazia questão de abrir as mensagens. O medo de ler algo ali que me colocasse ainda mais pior era paralisante e principalmente porque eu sabia que eu não estava inclusa em nada do que eles falavam ali, eu não tinha mais nada a ver com o futebol, nem como as lideres de torcida, a Mackenzie era a representante do jornal – e eu não tiraria isso dela e sinceramente nem tinha certeza de que se eu quisesse eu conseguiria, para as festas claramente eu não estava convidada então não via motivo nem de está ali. Se eu fosse corajosa eu já teria saído, mas tinha certeza que fazer isso apenas daria mais assunto ainda para as pessoas falarem e eu não queria voltar a ser assunto, isso é se eu ainda não era.

Fui para as mensagens individuais e tinha uma da Molly me passando a matéria que eu tinha perdido por sair no meio da aula. Agradeci e salvei no meu bloco de notas para depois passar a limpo. Voltei ao aplicativo de mensagens e abri a da Victoria, nem eu mesma entendia o que significava aquilo, ela aproveitava os minutos em que ninguém estava prestando atenção nela e falava comigo normalmente assuntos bobos, como se ainda fossemos amigas. E vivia me mandando mensagens, às vezes com confissões (não tão confissões assim) sobre os garotos que ela estava ficando – alguns comprometidos com as amiguinhas dela de time, mas eu não iria me meter nisso, algumas outras vezes memes ou fofocas das escola. Na maioria das vezes ela ficava sem resposta, eu não sabia o que dizer a ela ou o que ela queria ouvir de mim então o silêncio era o melhor caminho.

A mensagem era composta de um emojicon com olhos de coração e uma texto resumido perguntando se eu estava me sentindo melhor. Logo abaixo tinha outra mensagem enviada há apenas alguns segundos perguntando se ela podia passar a tarde aqui em casa amanhã. Encarei a mensagem realmente confusa sabia que negar estava fora de questão, nossos pais eram muito amigos e minha mãe não ficaria nada contente com isso. Respondi a primeira mensagem dizendo que eu estava bem e agradecendo a preocupação a segunda eu levei mais tempo pensando não sabia o que dizer. Digitei um sim, porém me senti estranha e mudei a palavra para um claro. Envie antes que eu tivesse tempo de me arrepender.

Estava pronta para ir para a próxima conversa quando ouvi uma movimentação na porta. Ergui a cabeça encarando o Edward. Prendi meu lábio inferior entre os dentes sem saber o que dizer, o mais certo seria eu assumir o controle, eu tinha nos colocado naquela situação, mas as palavras sumiam e eu sentia minha garganta um bolo na minha garganta impedindo que eu falasse qualquer coisa.

—Eu pedi sua mãe para fazer pipoca pensei em assistirmos a um filme já que está cedo para dormir. —Ele me mostrou o balde, era do meu filme preferido e ele tinha mandado personalizar e me dado sabendo que eu gostava de colecionar. Meninas malvadas estavam estampadas no balde cor de rosa choque junto com o livro do arraso e algumas frases mais conhecidas do filme.

Não resisti dando um sorriso a ele. Bloqueie a tela do meu celular e afastei as cobertas da parte vazia da cama em um convite que ele rapidamente aceitou. Apoiando as costas no travesseiro e na cabeceira exatamente como eu estava fazendo, mas mantendo uma distância indesejada.

—Chega mais perto. —Quando vi as palavras já estavam fora. Ele me encarou por alguns segundos antes de arrastar a bunda pelo colchão ficando o mais próximo de mim possível, nossos braços se tocavam provocando uma tensão gostosa. Peguei o balde de pipoca da mão dele levando um punhado a boca. —Tem alguma sugestão de filme? —Perguntei.

—Não. Cadê o controle?

Virei-me alcançando o controle na mesa de cabeceira e entregando a ele.

—Eu vou poder escolher sem que você opine? —Riu e eu senti automaticamente meu corpo relaxar. Era isso que eu queria um dia normal como se todo o resto não existisse apenas nos dois ali comendo pipoca, levando mais tempo discutindo sobre o filme do que verdadeiramente assistindo e rindo sem problemas nenhum exatamente como era antes. A Isabella de antes tinha morrido e merecia um enterro animado exatamente como ela era, essa nova ainda estava muito perdida e precisaria de muito tempo ainda para se reencontrar.

—Nem pensar. —Ri e me inclinei encostando a cabeça no peito dele. —Quem escolhe o filme sou eu. —Ele gargalhou me abraçando.

Te amo porra! - Capítulo 24

Isabella Swan

Encarei a escola de um jeito diferente. Tinha sido estúpido a noite de ontem, mas necessária para mim. Um filme e uma noite tranquila não mudaria nada realmente, mas dava uma sensação diferente. Uma sensação que naquele momento era muito bem vinda. Uma sensação que eu precisava se eu quisesse seguir em frente. Deixa o Edward pelo caminho não era fácil, mas preciso, eu me prendia ao fato de que se fosse para ser seria, porém não agora. Agora nada seria firme o suficiente e eu acabaria correndo mais risco de perder ele a longo prazo do que qualquer outra coisa.

—O que você fez? —Encarei o Sebastian vindo à minha direção com sua expressão um pouco revoltada, sabia que fazer o que eu fiz sem que ele dissesse primeiro que sim era ousado, impensado e irresponsável. Contudo em minha defesa ontem eu ainda tinha resquícios da antiga Isabella e aquele comportamento para ela era completamente aceitável.

—Falei com o treinador sobre seu teste. Ele foi um pouco relutante sobre. Sua sorte é que eu sei perfeitamente como convencer alguém. Quando você virar um presidente se eu fosse você me contrataria porque eu sou incrível.

—Eu disse que não tinha tempo.

—Na verdade você disse que ia pensar, mas demorou demais então eu preferi agir. Pare de pensar tanto e não desperdice sua vida. —Conduzi minha cadeira contornando ele e seguindo meu caminho pelo corredor. —Tenha um bom dia Sebastian e não surte eu vou está assistindo e espero que você não me decepcione. —Dei um sorriso sabendo que eu estava fazendo algo de bom, mesmo que do jeito errado. —Não adianta me perturbar já está feito você pode ir ou não.

Ele não me seguiu e eu sabia pelo que eu conhecia dele que ele ficaria o dia todo pensando sobre e no final apareceria.

Entrei na sala feliz por ter feito algo bom por alguém, eu ainda podia está uma completa bagunça, mas pelo menos eu estava conseguindo ajudar as pessoas que eu gostava mesmo que elas não conseguissem enxergar isso ainda. Afastei os pensamentos quando senti os olhos pesando com lágrimas que queria se formar.

[...]

—Serio que o treinador vai abrir vaga no final do ano ainda mais para aquele nerd certinho. —Empurrei minha cadeira na direção do Erick e do Tyler, eles eram jogadores do time e estavam bem no meu caminho, única entrada acessível o que tornava a única que eu podia usar. Acertei a ponta do meu sapato na perna do Tyler que me encarou com os olhos maiores do que eu julguei possível.

—Se vocês começaram a perturbar ele eu juro que vou fazer igual ao filme meninas malvadas e vou criar um livro do arraso contando todos os podres que eu sei de cada um de vocês e não é pouco. —Ameacei. Verdadeiramente eu não sabia de nada, mas eles eram adolescentes e com toda certeza devem ter feito muitas merdas e então eu podia apenas apelar.

—Não vamos fazer nada com o cara. —O Tyler se defendeu e eu dei um sorriso tranquilo. Coitado tinha se entregado.

—Muito bem então me de licença e não fique fechando a única entrada acessível.

—Claro. —Disse o Erick dando um tapinha no ombro do Tyler. —Quer que eu empurre sua cadeira? —Uma ameaça tornava todo mundo mais gentil.

—Não obrigada só me de licença mesmo. —Eles ainda não tinham saído do meu caminho.

—É. —Ele disse tomando um susto e se afastando.

[...]

Encarei-o no refeitório rindo de algo que eu não fazia ideia do que era. Mas sinceramente eu estava feliz ele tinha o direito de ser feliz e se eu o estava liberando era para isso.

—Ei. —Olhei para a Mackenzie.

—Oi.

—Quer parar de ficar encarando ele com essa cara de saudade e prestar atenção no que eu estou falando. Precisamos nos organizar para as eleições do grêmio e você pode está mal-humorada, mas é muito boa nisso de organização.

—Não tem muito com o que se preocupar não existe uma chapa de oposição.

A Milly abaixou o olhar e eu sabia que vinha alguma coisa por ai.

—Na verdade uma aluna do sexto ano montou uma chapa e pelo que eu andei escutando ela vai ganhar se não reagirmos.

—Nos vamos está longe da escola ano que vem porque devemos nos importar com isso? —Que deixasse para lá.

—A Mackenzie é mais mimada do que aparenta e quer decidir quem vai ser substituta dela.

—Não é isso apenas não concordo com as proposta dela e quero fazer oposição. Vivemos em uma democracia e sinto que isso é necessário. —A coloração que o rosto ganhou me fez ter certeza de que o namorado dela estava certo e aquilo não devia passar de ciúmes.

—Se eu tivesse pernas eu não precisaria me preocupar com isso. —Todo mundo me olhou com um olhar característico de pena. —Não me olhem assim é a mais pura verdade.

—Você tem pernas. —Disse a Milly de um jeito critico.

—Que não servem de nada.

—Podia ser pior. Você podia realmente não ter pernas. —Quase gritou. Olhei em volta para garantir que ninguém tinha ouvido o escândalo dela. —Você estragou meu almoço. —Ela se levantou e saiu. Eu era a maior prejudicada e estava tentando lidar com aquilo do jeito mais real e tranquilo e ela que ficava pistola?

Olhei para a Mackenzie tentando entender o que significava aquilo tudo e porque aquele show.

—Ninguém gosta de ver você agindo assim, nos nós consideramos seus amigos e isso não é saudável.

—Isso é o que eu tenho. —Imitei a postura dela. —E se não é o suficiente com licença.

Manobrei a cadeira me afastando deles agora eles tinham conseguido estragar meu almoço.

Não tinha nenhum lugar para mim ir, aquela escola era enorme, tão grande e ao mesmo tempo tão pequena. A plaquinha de banheiro feminino, o único ali por perto que tinha capacidade para atender uma cadeirante, brilhou aos meus olhos. Nunca tinha imaginado que eu passaria qualquer almoço na vida presa em um banheiro.

Movi minha cadeira até lá fazendo o maior esforço para não atropelar ninguém enquanto seguia meu caminho. A rampa não era nada acessível, era inclinada demais e eu não tinha forças para subir, quem tinha sido o idiota que tinha planejado aquela merda. Será que eles não achavam mesmo que uma escola como aquela poderia ter uma pessoa naquela situação. Tentei mais uma vez apenas para a cadeira voltar no meio do caminho. Nunca me senti tão envergonhada na vida, meus olhos se encheram de lágrimas e eu quis mais do que nunca ter o poder de desaparecer. Só queria está em casa.

—Ei posso te ajudar? —Não precisava me virar e olhar para saber que era.

—Sim, por favor. —O que me adiantaria dizer que não. Só aumentaria ainda mais meu constrangimento. Adiantaria-me o que ficar ali no meio do corredor igual um pacote esquecido.

Ele se posicionou atrás da minha cadeira e de um jeito ridículo conseguiu me colocar dentro do banheiro. Uma coisa tão estupidamente fácil que ele não tinha tido nenhum esforço enquanto eu ficaria ali por toda a minha vida e jamais conseguiria subir aquela droga daquela rampa mal projetada.

—Você sabe quem é o engenheiro responsável por essa obra? —Perguntei a ele enquanto encarava meu reflexo no espelho. Nem meu rosto continuava intacto. Por baixo de toda aquela maquiagem tinha ainda aquela merda de cicatriz.

—Não, não faço a menor ideia. Por quê?

—Queria fazer uma critica formal por causa dessa droga de rampa. Já imaginou o que aconteceria se eu estivesse querendo algo a mais do que me olhar no espelho eu pagaria ainda mais mico do que está nessa cadeira de rodas me proporciona.

—Ei não fique assim. —Ele tocou meu ombro e eu me retrai do toque dele. Não conseguia entender o porque daquilo, mas eu me sentia confusa como eu nunca senti antes. Pelo reflexo do espelho eu pude identificar claramente o que aquilo significava para ele, mas disfarçou e eu me senti ainda pior. —O que aconteceu lá no refeitório para você sair daquele jeito.

—Nada importante eu apenas discutir com a Molly e como sempre eu fui a cadela da história então preferi sair.

—Você não é uma cadela? —Afirmou com veemência. Ele na verdade era que estava sendo estúpido em mesmo com tudo que eu fiz ficar me defendendo.

—O que você está fazendo aqui? —Virei os olhos enquanto encarava com um aspecto repugnante o estado daquele banheiro. Só porque aquele espaço era pouco utilizado? Ninguém ali considerava mesmo aquela hipótese de que uma pessoa cadeirante pudesse frequentar aquele lugar o que custaria apenas dá o mesmo embelezamento aquele ambiente também.

—Eu vi você saindo apressada eu fiquei preocupado.

—Não devia. Não quero que você sinta pena de mim. Eu estou bem e sei me virar sozinha. —Claro que a situação minutos antes era controversa ao que eu tinha acabado de dizer, mas o que eu poderia fazer? Se eu quisesse mesmo deixar ele partir eu precisava mais do que nunca colocar muitos pontos finais entre a gente e ficar me consolando sempre que eu precisasse nunca iria afastá-lo de verdade, apenas pioraria nossa situação.

—Amor... —Percebi o momento exato em que ele entender o que tinha dito e tentou voltar atrás e percebendo que era difícil ele se calou.

—Edward sai daqui, por favor. Pensei que já estivéssemos colocado um ponto final nisso não vamos voltar a esse assunto e se não for pedir demais, por favor, respeite minha decisão e me deixe em paz.

—Bells.

Não me contive enquanto chorava e nem me preocupei em esconder isso dele.

—Você está me magoando Edward. Quando você fica por perto me tentando a ter algo que eu não quero e que não pertence mais a minha realidade. Por favor, me deixe em paz. Estou implorando. E eu sou Isabella Swan eu nunca imploro nada a ninguém. Fingi e me trate como se eu fosse a droga de uma desconhecida, pare de se importar comigo, pare de querer algo de mim que eu não posso mais oferecer. E por favor, não me decepcione, viva tão intensamente como eu viveria se tivesse essa possibilidade. —Falar sobre tudo que eu tinha perdido e sobre tudo que eu ainda perderia abria o buraco que eu fazia o possível para manter fechado dentro do meu peito.

—Eu não consigo fazer isso. —Ele também estava chorando e eu sabia que tinha sido uma péssima estratégia ter aquela conversa, de novo, ali no meio da escola.

—Você me deve isso. —A frase saiu com muito mais agressividade que eu esperava.

Minhas palavras o atingiram que não disse mais nada apenas virou as costas e saiu do banheiro me deixando sozinha. Doeu profundamente, porém eu tive certeza de que nada seria mais eficaz do que nosso fim ser daquele jeito. Ele precisava me superar e ser feliz ele merecia. Já eu não sabia bem como viveria com aquele buraco no meu peito eu nunca mais seria completa e não era só sobre aquele sentimento de termino, meu eu tinha partido naquele acidente.

Não queria que ninguém sentisse pena de mim, eu não merecia, eu estava sendo a cadela daquela história. Mas mesmo o que quer que viesse depois do mal. Me abracei tentando ao menos me recompor um pouco para fingir, eu não podia sair pela escola chorando daquele jeito, não podia demonstrar mais fragilidade do que eu já tinha.

[...]

Te amo porra! - Capítulo 25

Não conseguir olhar minha mãe nos olhos, ela iria perceber de qualquer jeito que eu tinha chorado, mas eu sabia que com a dose certa de grosseria ela me deixaria em paz com minha dor.

—Bebê o que aconteceu?

—Me deixa em paz. —Não fiz nenhum esforço para ser educada, eu estava sendo uma verdadeira vadia, mas quem ligava? Estava tudo destruído mesmo. —Posso ficar quieta, por favor.

Assim como eu sabia que ia acontecer minha mãe olhou para frente me dando privacidade no meu momento de dor. Era sinceramente tudo que eu precisava.

Minha cabeça girava com todos aqueles acontecimentos. Era tanta coisa que eu mal tinha tempo de processar tudo e no fim das contas não era nada já que eu tinha tomado todas aquelas decisões que tinham me colocado naquele lugar.

[...]

—Eu sei o quanto estou pedindo, mas por todos os nossos anos de amizade me ajuda, por favor. —Ela já tinha tocado naquele assunto antes e eu realmente não conseguia me lembrar da resposta que eu tinha dado a ela, só que nesse momento eu tinha certeza da minha resposta e era não, jamais, never. Eu não podia fazer isso, não podia ter nem um pouco da antiga Isabella de volta.

—Não posso Victoria. —Não era difícil chegar a conclusão que nos colocava ali, ela tinha roubado meu lugar sem entender o que aquela posição significava e (sendo sincera) sem talento agora corria para mim para eu ajudá-la com aquela merda. Não dava.

—Por favor, Bella. —Implorou. —Implorou.

E o que mais me magoava era saber que ela queria minha amizade desde que fosse daquele jeito escondido e comigo servindo a ela. Desde que chegou ali não tínhamos falado por nenhum minuto sobre mim, sobre como eu me sentia, sobre como eu estava. Que droga! Eu tinha terminado um relacionamento de anos e ela estava mais preocupada com a droga de coreografia de fim de ano? Sem contar que meus pais estava com uma ideia louca (da qual eu não estava conseguindo convencê-los do contrário) de ir comigo para Londres. E ela estava mais preocupada com a porcaria de coreografia de fim de ano? Não aguentei:

—Cala boca Victoria. —No momento em que eu gritei com ela minha mãe surgiu na porta e me olhou de boca aberta, talvez ela já estivesse acostumada com minha grosseria, mas nunca tinha visto eu agir assim com ninguém.

—Isabella. —Me repreendeu.

—Nem vem com Isabella mamãe. Ela está aqui a quarenta minutos e não para de falar da vida dela.

—Isabella. —O tom de voz da minha ex melhor amiga era magoado, porém naquele instante eu não consegui me importar.

—Não vem com Isabella. Só por um segundo entenda que você não é o centro do universo.

—Olha quem está falando de ser o centro do universo. —Perdeu o controle e gritou comigo. —Está experimentando seu próprio veneno? Não é bom é? Eu vivi minha vida inteira praticamente seguindo você e ficando com as sobras, agora é a sua vez, ou melhor, nem as minhas sobras te resta. —Não foi magoa que eu senti, foi algo que chegou tão fundo que não tinha mais volta. O buraco no meu peito pareceu consumir tudo e eu tinha certeza de que não tinha mais nada.

—Sai daqui sua vadia. —Gritei com o resto de voz que me sobrava. Eu só queria que ela saísse do meu quarto para que eu desmoronasse sem dá esse gostinho a ela. A “vadia” saiu do jeito que era para sair, com a quantidade de grosseria necessária e para ela saber que aquilo era uma critica e não a forma fofa que eu tratava ela.

Ela pegou a bolsa com agressividade.

—Sua ridícula. —Ela engoliu em seco e me encarou séria antes de soltar. —Quer saber você com certeza mereceu isso que te aconteceu, talvez até foi pouco.

O queixo da minha mãe caiu e eu não soube como reagir. Sabia que ela não devia ser a única a pensar assim, mas me dizer daquele jeito.

Não consegui protestar quando minha mãe saiu atrás dela, provavelmente a Victoria ouviria bastante isso se minha mãe não fosse até os pais dela e eu queria ter força para dizer que não, para dizer para deixar pra lá, mas eu estava esgotada.

[...]

—Isabella. —Eu conseguia ouvir minha mãe longe, porém eu não tinha forças para responder. Era como está presa no meu próprio corpo sem saber como reagir, era horrível e ao mesmo tempo era bom trazia uma sensação de paz imensa. —Filha. —Senti o toque dela no meu rosto e uma lágrima deslizar pelos meus olhos. —Eu não sei o que fazer mais, por favor.

Fechei os olhos e virei a cabeça para o travesseiro.

—Se fosse não reagir vamos ter que te internar.

[...]

Encarei a escola com mais medo do que na primeira vez que eu estive ali depois do acidente, eu queria está em casa, mas se eu não reagisse meus pais iriam me internar. Só reagi quando uma equipe de socorro apareceu no meu quarto para me levar para o hospital. Eu não conseguia me imaginar novamente um hospital, não podia se quer considerar algo assim. Então reagi, deixei que minha mãe me desse um banho e penteasse meus cabelos, comi a sopa que não tinha gosto de nada (por mais que a cada garfada eu fizesse ânsia de vomito) e hoje eu estava aqui na escola sem nenhuma vontade daquilo, apenas queria está deitada na cama, mas minha mãe foi enfática e bateu o pé se eu não voltasse as aulas eles iriam me internar querendo ou não e ali estava eu sem nenhuma coragem.

Entrei na escola e fui direto para sala onde eu teria minha primeira aula, felizmente a porta estava aberta e a sala vazia, entrei e ocupei meu lugar normal coloquei minha mochila estrategicamente na mesa do “meu parceiro” querendo que deixasse claro que eu não queria companhia. Fechei os olhos desejando que as horas passassem rápido. Estava em outro mundo quando meu nome foi chamado ignorei, apenas fazendo um esforço incrédulo para não chorar.

—Posso sentar aqui? —Levei mais tempo do que o necessário para conseguir identificar o tom de voz da Mackenzie. —Você está bem? Eu tentei ligar, mas você não atendeu eu... —Parei de ouvir o que ela falava, estava tão fácil deixar de me concentrar e era bom.

O tempo voou e quando eu voltei a me concentrar eu estava sozinha na carteira, a mochila ainda fechada e o quadro cheio de coisas que depois de muito olhar eu cheguei a conclusão de que fazia parte da explicação. Um slide passava e eu não sabia nem do que se tratava, tentei entender o que a professora passava, só que eu não conseguia e não levou muito tempo até que eu voltasse a ficar desconectada.

As aulas passaram em um piscar de olhos e eu não sabia sobre nada do que foi ensinado ali. Era hora do recreio e eu não sabia o que fazer, a sala estava vazia e eu agradeci por poder chorar em paz. Aquilo era mais cansativo do que eu achei que seria, porém eu não queria de jeito nenhum voltar a um hospital e tinha certeza de que meus pais não estava brincando sobre isso.

—Isabella? —Meu nome foi chamado e eu estava tão consciente de tudo que reagi automaticamente encarando a Molly. Levei as mãos aos meus olhos tentando limpar as lágrimas. O rosto dela estava coberto de pena e isso me fez me sentir ainda pior. —Me desculpa pelo que eu falei no outro dia eu só acho que você ainda tem tanta vida pela frente, devia ser grata por estar viva. —Ela deu de ombros como se não soubesse o que estava fazendo. —Se você quiser você teria o mundo aos seus pés. —Afirmou.

—Eu não queria estar viva, não assim. —A verdade naquela frase me pegou tão de surpresa que eu nem me importei com as lágrimas que voltaram a deslizar pelo meu rosto.

—Não diga isso, por favor. —Senti os braços dela ao meu redor e fiz o maior esforço do mundo para me desconectar não queria sentir nada daquilo, principalmente a pena dela.

—Posso ficar sozinha? —Pedi em prantos.

—Não acho que seja a melhor coisa.

—Não estou nem ai para o que você acha. —A grosseria era sempre o melhor caminho. —Sai. —Gritei. Assustando-a. Ela logo correu para longe de mim. Eu estava bem daquele jeito sozinha.

[...]

Os dias passaram sem que eu conseguisse identificar direito, eu tinha a mesma rotina. Acordar: tomar banho (ou melhor deixar que minha mãe me desse banho): Tomar café da manhã forçada e fazendo um esforço incrédulo para não vomitar: Ir para a escola onde eu passava a maior parte do tempo fora do ar, o recreio era o momento em que eu mais sentia e já tinha entrado para minha rotina passar aquele momento chorando – uma vez ou outra eu tinha flagrado o Edward me olhando e assim que notava que eu tinha o visto ele se afastava e mesmo sabendo que aquilo era apenas ele obedecendo a um pedido meu ainda sim eu me sentia acabada: Logo depois da escola voltava para casa onde eu ficava deitada até a hora do jantar onde mais uma vez eu passava pela mesma tortura do café da manhã – comer sem colocar tudo para fora e depois ficava na minha cama deitada sem conseguir dormir vendo o dia passar. Minhas sessões com a psicóloga aumentaram para duas vezes na semana, mas eu não conseguia falar nada com ela – simplesmente me sentia travada sem saber por onde começar e acabava não falando nada. O mesmo se aplicava a minha psiquiatra. Os medicamentos aumentaram e as dores nas pernas também. Estava sendo relapsa na fisioterapia e meu corpo estava sentindo isso, mal ajudava e tudo que acontecia era apenas o fisioterapeuta trabalhando enquanto eu permanecia chorando com uma dor infernal (não conseguia dizer se era dor física ou mental, mas estava em toda parte).

—Isabella você não respondeu nada precisa de mais um tempo. —Encarei a prova, nem tinha visto o tempo passar e nem mesmo tinha conseguido fazer nada além de assinar meu nome e até isso eu tinha feito de um jeito bem merda, no momento que uma lágrima manchou a prova eu balancei a cabeça negando. Não era justo com o resto da turma ela me dá mais tempo a aula já tinha acabado e sinceramente eu só estaria gastando o tempo dela não conseguiria me concentrar o suficiente para realizar qualquer daquelas lições.

—Fique um pouco mais preciso conversar com você. Se eu conseguisse não ficaria de jeito nenhum, ela viria com aquele papo querendo me ajudar e eu não precisava disso. Só precisava ir embora.

[...]

Eu só tinha que fazer o caminho até a saída e minha mãe estaria lá para me levar embora e ficaria bem e segura na minha casa. Só que olhando aquele corredor o caminho parecia tão longe e tinha tanta gente que eu quase me sentia tentada a voltar para a segurança da sala de aula vazia. Mas eu tinha uma consulta com a psicóloga hoje e minha mãe não ficaria feliz se eu me atrasasse e ela viria atrás de mim e colocaria um holofote sobre minha cabeça que eu não queria de jeito nenhum.

Assim que eu sai da sala dois meninos que eu não conseguia me lembrar o nome me encararam com o olhar cheio de pena mesmo de longe eu percebi que eu tinha me tornado o assunto entre eles. “coitadinha, ela era tão bonita e agora está tão acabada.” Abaixei a cabeça apenas querendo que aquela cadeira pudesse ser mais rápida e que eu conseguisse sumir daquele lugar. Essa nova cadeira de rodas era moderna e automática, meus braços agradeciam. Acelerei mais do que o necessário e quando vi tinha batido acidentalmente em alguém que surgiu no meu caminho.

—Desculpa. —Pedi chorando. Sentia todos os olhos em mim. Minha respiração estava acelerada e eu mal conseguia respirar, meu peito subia e descia em um ritmo acelerado.

—Tudo bem. —A pessoa falou e eu nem mesmo consegui levantar o rosto e ver que tinha sido o pobre coitado que eu tinha atropelado. Assim que saiu do meu caminho continuei meu caminho tendo o cuidado de não bater em mais ninguém. Eu estava sufocando e só queria sair daquela escola.

Não fazia ideia de como eu apenas estava fora da escola. Minha respiração ainda batia forte em ondas dolorosas, meu rosto estava encharcado de lágrimas e eu me sentia a ponto de desmaiar. Fechei os olhos tentando fazer os exercícios que a psicóloga tinha ensinado, respirar devagar, mas nada parecia funcionar. Senti braços ao meu redor e a voz doce da minha mãe me tocando.

—Calma querida, fica calma, por favor. A mamãe está aqui.

—Eu....eu e...eu —Não conseguia formular uma frase simples pedindo para minha mãe me tirar dali, tudo começou a girar e estava cada vez mais dificil respirar.

—Se concentra na minha voz querida, se acalma, respira, inspira, respira, inspira. —Tentei fazer como ela pedia e me concentrar apenas nela aos poucos foi funcionando e eu fui me sentindo melhor e ao mesmo tempo esgotada. —Pronto está passando fica calma. —Ela me abraçou deixando que eu descansasse minha cabeça no ombro dela. Minha atenção foi automaticamente atraída para a minha volta onde toda a escola parecia está me olhando.

—Eu quero morrer mamãe. —Sussurrei querendo me certificar que apenas ela escutasse. Pela primeira vez eu não me importei de dizer aquilo a ela, era crueldade e eu estava sendo egoísta, mas eu precisava que ela soubesse antes que eu fizesse uma besteira que não teria mais volta.

—Não, você não quer, não fale uma besteira dessas. —Ela puxou meu rosto para fazendo com que eu a encarasse. —Você nunca mais fale uma bobeira dessas ouviu? —Pediu apertando meu rosto.

Balancei a cabeça negando. Não tinha como prometer algo daquele tipo a ela. Eu queria que de algum jeito eu conseguisse afastar meus pais como eu tinha afastado todo mundo, mas não importava o quanto eu pedisse, o quão grossa eu fosse eles sempre estavam ali por mim e isso era um saco eu conseguiria fazer o que eu queria de um jeito tão mais simples se eles não tivessem por perto o tempo todo, que não fossem sofrer se eu fizesse aquilo, que não teriam que encontrar meu corpo.

—Eu não consigo mais mãe. —Solucei.

—Claro que consegue. —Deixou um beijo na minha testa. —Vamos fazer isso juntas bebê.

[Cont...]

Te amo porra!

14 comentários:

  1. Meu Deus como eu amo essa história. Continua por favor.

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  2. CAPITULO 1

    MEU DEUS QUE CAPÍTULO SENSACIONAL! <3

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  3. O que mais gostou no capítulo?
    eu simplismente me apaixonei pela sua sin

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  4. 23/09/2014 às 09:47 • Prólogo
    Eita o qué o Edward aprontou?

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  5. Rosa | Nyah!Fanfiction12 de março de 2022 às 20:21

    23/09/2014 às 09:59 • Prólogo

    Gostei

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  6. 17/10/2014 às 13:23 • Prólogo

    amei, to acompanhando.

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  7. 08/12/2015 às 22:18 • Prólogo

    Estou com medo de ler

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