Robert Brandon
—Filho eu já disse que está tudo bem com ela foi só um desmaio por causa de todo aquele estresse no julgamento, ela já foi medicada e vai dormir a noite inteira e eu quero que os pais dela possa também ter uma boa noite de sono e vão pra casa, mas eles não vão fazer isso com você aqui. —As palavras dela não pareciam verdadeiras e eu precisava ficar e conferir. A Chloe tinha ultrapassado todos os limites com as coisas que ela disse, eu já tinha estourado com ela. Compreendia que ela tinha acabado de perder o filho, mas isso não dava direito dela agir assim com a Lousie.
—É tudo minha culpa. Eu preciso ver ela, preciso me desculpas. —Respirei fundo tentando clarear meus pensamentos que desde a hora que aquele julgamento começou não estava em seu perfeito estado. —Eu vou ficar escondido na sua sala enquanto você convence eles a irem embora e depois eu venho ver ela.
—Você sabe que o Charlie não vai sossegar até que veja você indo embora, então colabore e vá pra casa.
—Eu preciso vê ela. —Repeti, não seria Charlie Thompson a me impedir de ficar com a minha garota.
Minha mãe suspirou fundo antes de voltar a dizer.
—Vamos fazer assim você vai pra casa. —Balancei a cabeça negando. —Me escuta. —Ela segurou meu rosto me fazendo encará-la. —Você vai pra casa descansa um pouco e se eu conseguir convencer a eles a deixarem sozinha e irem pra casa eu ligo pra você e você voltar.
Eu sabia que as chances dela está mentindo só pra me tirar de perto eram muitas, mas que alternativas eu tinha naquele momento com o Charlie e a Susan ali eu não conseguiria chegar nem próximo a porta do quarto onde ela estava internada sem causar um grande alvoroço.
—Você jura que vai me ligar?
—Sim.
Assenti e me levantei dando as costas pra todos os outros que ainda aguardavam um momento pra ver a Lousie. Naquela circunstância provavelmente o Charlie não iria se opor em deixar a minha elétrica irmã ver a amiga, talvez meu irmão também conseguisse e com certeza ele não conseguiria impedir meus pais só que eu jamais entraria ali com meus sogros presentes.
—Pegue um taxi não vá dirigindo.
[...]
—Robert. —Olhei pro meu irmão que entrava sem ser convidado no meu escritório, pensei que ali eu conseguiria ficar em paz sem ninguém viesse atrás de mim.
—Quem mandou você vir aqui? —Perguntei entre lágrimas não dava pra esconder mesmo e eu não tinha nenhuma energia pra tentar.
—A mamãe ficou preocupada com você ela mandou eu ir pra sua casa, mas eu sabia que você não estaria lá. —Ele se sentou na minha frente e ficou me encarando. Virei o copo de uísque bebendo o resto do liquido ali dentro. Fechei meus olhos voltando a algum tempo atrás.
[...]
—Lousie. —Chamei entrando no quarto que tinha sido preparado pra receber nosso filho. Minha mulher estava deitada no chão, em prantos. Aproximei-me mais uma vez não tendo certeza se eu seria aceito, já fazia alguns meses que ela se recusava a me ver e eu não a culpava. Eu tinha traído-a e merecia todo o desprezo que ela depositava em mim. Mas nosso filho tinha morrido e ela estava naquele estado. —Amor. —Chamei. —Me aproximei mais dela e abaixei. —Por favor, levanta do chão, vamos pro quarto. —Segundo os pais dela ela já estava ali desde que tinha chegado do cemitério o que conforme minhas contas já fazia mais de um dia. Eu queria ter vindo pra casa com ela, mas o pai dela me impediu depois que ela teve um ataque de raiva e me atacou com palavras no cemitério diante de tudo aquilo eu mal conseguia me lembrar do que ela me falou.
—Por que dói tanto? —Me alegrei em poder ouvir a voz dela calma depois de muito tempo. Sentei-me no chão e inclinei a mão tocando no rosto dela enxugando as lágrimas.
—Porque você o ama. —Respondi acariciando o cabelo dela.
Ela se arrastou e apoiou a cabeça na minha perna chorando ainda mais, me abaixei abraçando-a de uma forma desajeitada. Respirei fundo controlando as minhas lágrimas, eu não podia chorar, eu não iria chorar.
—Vamos pro nosso quarto. —Ficar ali não faria nada bem a ela.
—Eu não posso nosso filho precisa de mim.
—Amor nosso filho morreu. —Lembrei-a.
—Ele está aqui. —Insistiu ela entre lágrimas. —Ele precisa está aqui. —Ela me olhou com os olhos em desespero. —Entenda eu não posso deixar ele sozinho. —Abracei mais ela forte sabendo que eu não conseguiria conversar com ela naquele momento.
—Eu entendo.
—Eu não posso deixar ele sozinho Robert. —Ela repetiu claramente se culpando pelo que eu fiz.
—Eu sei. Está tudo bem. —Eu nunca deveria ter deixado-a continuar com aquilo, devia ter passado por cima da vontade dela e desligado os aparelhos, teria evitado que ela se envolvesse ainda mais.
—Eu não posso deixar ele sozinho. —Repetiu.
—Tudo bem não vamos deixá-lo. —Eu tremia enquanto tentava sem sucesso controlar minhas lágrimas.
[...]
Já fazia uma semana que eu estava naquela rotina massacrante, o problema não era dormi não chão, praticamente ter que implorar pra ela comer ou todas as camisas que ela já tinha manchado com suas lágrimas. O grande problema era ver ela naquele estado, uma semana com ela apenas existindo e ter que ver tudo aquilo sem poder fazer nada além de ficar ali do lado dela dando o máximo de apoio que eu podia.
Antes de entrar no quarto recebi um olhar da mãe dela de agradecimento só que ela não tinha o que agradecer dentro daquele quarto, naquele estado se encontrava minha esposa e se eu precisasse ficar todos os dias restantes da minha vida ali cuidando dela eu faria sem nem me importa por que eu a amava.
Entrei e deixei a bandeja repleta de comida sobre a poltrona que tinha ali.
—Lousie amor. —Chamei alisando o cabelo dela. Sabia que provavelmente ela tinha tomado o remédio pra dormir e eu levaria alguns minutos pra conseguir que ela retomasse a consciência, eu era contra ela usar aqueles remédios, mas era a única coisa que estava aliviando um pouco ela. —Baby acorda eu trouxe comida pra você.
Ela se remexeu, mas manteve os olhos fechados.
—Vamos acorde. —Me sentei ao lado dela e substitui o travesseiro que eu tinha colocado pelas minhas pernas, trazendo-a pro meu colo.
Os grandes círculos escuros em voltas dos olhos mostravam que mesmo dormindo por causa daqueles remédios ainda sim ela não estava descansando de verdade. Acariciei delicadamente as pesadas olheiras sentindo meu coração partido em mil pedaços em vê ela naquele estado, eu preferia mil vezes que toda dor dela fosse transferida pra mim ao vê ela naquele jeito.
—Você voltou.
—Sim, eu disse que seria só alguns minutos pra que eu tomasse um banho e buscasse algo pra você comer. —Tinha sido bem rápido só tomei um banho por que eu realmente precisava e eu usava aquele momento pra chorar tudo o que eu evitava chorar perto dela e de qualquer outro.
—Eu não estou com fome. —Afirmou. A voz dela estava rouca demais e a voz quase não saia, essa rouquidão tinha surgido depois do pesadelo na noite passada no qual ela ficou gritando até que finalmente eu conseguisse acordar ela.
—Nos já conversamos sobre isso e você concordou que ia fazer um esforço. —A lembrei da promessa que ela tinha me feito, ela só tinha prometido pra que eu não levasse-a ao hospital depois que ela quase desmaiou de fraqueza. —Se você não comer ao menos um pouco daqui a pouco você desmaia e eu vou ter que levar você ao hospital e você vai acabar ficando internada.
—Eu não posso voltar aquele hospital. —Só de falar lágrimas escorriam pelos olhos dela.
—Então coma pelo menos um pouco. —Estiquei meus braços e alcancei a bandeja trazendo-a pra perto de nos dois.
Ela engoliu em seco demonstrando com aquilo era difícil pra ela. Com a minha ajuda ela se levantou e sentou me encarando, as lágrimas deslizavam pelo rosto dela sem controle. Levei minha mão ao rosto dela com delicadeza levando um pouco das lágrimas. Peguei a colher e enchi levando até a boca dela, ela abriu colaborando o que não era muito comum. O esforço que ela fez pra engolir a pequena porção que tinha na boca me fez sentir dor era tão ruim vê ela naquele estado.
—Eu não quero. —Falou quando finalmente engoliu.
—Mas precisa. —Peguei mais um pouco e levei novamente a ela. Pra engolir agora foi mais difícil e ela fez ânsia de vomito cuspindo no chão.
—Não consigo. —Disse soluçando. Ela olhou pra sujeira que tinha feito no chão e começou a chorar mais. —Olha o que eu fiz. —Ela tentou limpar com a mão, mas fui mais rápido e segurei a mão dela.
—Deixe isso que eu limpo depois. Agora coma só mais um pouco. —Estendi outra colher cheia a ela, ela apertou a boca não aceitando. —Por favor, se você não comer nos vamos ter que te internar. —Deixei claro que não era só eu, mesmo que ela não permitisse que ninguém mais entrasse no quarto eles ainda iriam me ajudar a decidir se precisássemos chegar aquele ponto.
—Não dá.
—Dá sim. —Odiava esses momentos que eu precisava ser mais duro com ela. —Abre a boca. —Ela respirou fundo e abriu aceitando mais uma colherada.
Depois de umas dozes colheres ela simplesmente implorou dizendo que era suficiente. Aceitei sabendo que ela tinha comido mais do que normalmente, mesmo que tenha cuspido mais duas ou três vezes.
—Eu posso tomar mais um comprimido? —Ela pediu. Eu guardava os comprimidos comigo pra conseguir ter controle da quantidade que ela andava tomando.
—Não, você precisa de um tempo tomou essa porcaria não tem nem duas horas.
Ela soluçou e eu sabia que ela tentaria me convencer com aquele choro, mas eu precisava ser forte.
—Dói muito.
—Eu sei só que você precisa ser forte e tentar seguir em frente.
—E abandonar ele? —Estranhei ela está mantendo uma conversa já que eu já estava acostumado com só o básico.
—Seguir em frente não significa abandonar ele.
—Eu não acredito nisso. —Ela voltou a chorar copiosamente, eu sabia que isso significava que ela não iria mais responder nada.
[...]
—Robert. —Olhei pra minha mãe, eu tinha descido pra buscar algo pra tentar fazer a Lousie comer. —A Chloe pediu a uma das secretárias do hospital pra me ligar e informa que o Thomas vai receber alta hoje.
—Que bom. —Sim eu conseguia ficar feliz pelo meu filho finalmente poder ir pra casa.
—Ela queria saber se você vai está junto?
—Pra que? —Vi o rosto da minha mãe se contorce em uma careta. —Eu sei que ele é meu filho e eu o amo muito, mas ele está completamente bem e não precisa de mim pra nada já a Lousie se eu não estiver aqui nem se alimentar ela se alimentar então, por favor, não me cobre nada. —Era estressante toda essa cobrança.
—Você que sabe.
—Só faça um favor pra mim. —Pedi. —Contrate uma babá e mande pra casa da Chloe pra ajudá-la com o que ela precisar. —Eu sabia que a Chloe não tinha tato nenhum pra cuidar de uma criança, eu tinha percebido isso nos poucos dias que eu passei no hospital então era bom que tivesse alguém que entendesse bem do assunto. —E ligue pra minha secretária e peça pra ela fazer um cartão conectado a minha conta com um saldo bom e entregue a Chloe. —Eu não podia está presente nesses primeiros dias de vida do meu filho, porque eu jamais deixaria a Lousie ali sozinha quando ela mais precisava de mim, porém eu não deixaria meu filho desamparado pelo menos não financeiramente.
—Tudo bem.
Subi os primeiros degraus e minha mãe voltou a falar.
—È tente abrir aquela janela um pouco de luz natural vai fazer bem a ela. —Assenti com a cabeça. A Lousie tinha piorado de forma drástica e nossa família praticamente tinha se mudado pra nossa casa pra me dá apoio já que ela ainda só permitia a minha presença no quarto que um dia foi planejado pra ser do nosso menino. —E se você precisar de colo eu estou aqui não precisa ser forte o tempo todo.
Ignorei sabendo que eu não podia fraquejar, se eu permitisse desabar eu não conseguiria voltar aquele estado e não conseguiria ficar firme pra apoiar ela.
[...]
—Robert. —Olhei pra Chloe não acreditando no que eu estava vendo, ela não tinha o direito de está ali eu já tinha avisado que eu apareceria quando desse. —Eu pensei que você iria querer ver ele já faz tanto tempo. —Ele me mostrou o embrulho nos seus braços, meu filho, ele estava aninhado nos braços dela de forma meio desajeitada ela claramente não tinha jeito nenhum com bebês.
—Eu estou ocupado quando desse eu iria ver ele. —Não resisti e deixei o copo de água da Lousie em cima da mesa de centro e peguei meu filho dos braços dela.
—Oi carinha. —No momento em que saiu dos braços da mãe ele abriu os olhos e me encarou com seus belos olhos. —Estava com saudades.
Me sentei com ele no sofá e foi impossível não pensar que eu nunca fiz e nem faria algo do tipo com o Antony. Pensar no meu filho me trouxe uma sensação estranha que eu fiz o possível pra afastar, mas foi impossível não levar meus pensamentos de volta a Lousie. Percebi que todos olhavam com certo desconforto, minha esposa estava no andar de cima e se ela se quer desconfiasse que a Chloe estava aqui podia piorar ainda mais a situação dela e era essa preocupação que eu via nos olhos de cada um deles.
—Chloe você pode ir embora eu levo o Thomas pra você mais tarde. —Prometi. Eu não fazia idéia de que estava sentindo tanta falta dele até o momento em que eu tive com ele nos braços.
—Eu posso esperar você matar a saudades dele e depois eu mesma o levo.
—Não, na verdade você pode ir que antes que escureça ele vai está em casa.
Ela se manteve insistindo.
—Ele tem uma rotina e eu preciso amamentá-lo como ele vai ficar aqui sem mim e se ele ficar com fome? —Sim ele era apenas um bebezinho e nessa fase precisava dá mãe pra tudo.
Inclinei meu rosto sentindo o cheirinho dele e guardando aquilo na memória, eu precisaria arrumar um jeito e criar uma rotina, talvez aproveitar um momento em que a Lousie estivesse dormindo e ficar um pouco com ele.
—Tudo bem pode levá-lo. —Estendi o bebê pra ela.
—Mas você mal ficou com ele?
—Eu sei só que esse não é o lugar e muito menos o momento pra isso, respeite a minha esposa e vá embora assim que eu tiver um tempo eu vou ver ele. —Prometi.
—Tudo bem. —Ninguém precisava me dizer que ela esperava mais de mim do que eu podia dar, mas eu nunca tinha feito nenhum tipo de promessa a ela desse tipo ela sabia bem o que eu queria quando nos envolvemos. —Tchau. —Ela pegou meu filho e saiu claramente magoada.
Quando ela já estava longe das minhas vistas eu me virei para os meus sogros e fiz aquilo que mais me pareceu lógico.
—Desculpa. —Pedi realmente arrependido, sabia que eles não tinham me perdoado pela traição e obrigá-los a presenciar esse tipo de coisa era horrível e me deixava ainda pior. —Eu vou vê ela. —Peguei o copo que eu tinha deixado na mesa de centro e sai em direção ao segundo andar com vergonha demais pra permanecer ali.
Entrei no quarto e ela estava na mesma posição que estava quando eu deixei o quarto. Respirei fundo buscando clarear minha mente antes de tentar um dialogo com ela, a única coisa que eu me focava era que eu não podia me abater, se eu me deixasse levar seriamos nos dois no fundo do poço. Me ajoelhei próximo a ela e me sentei ao chão bem próximo a ela, sem esperar por mim ela se ergueu um pouco o corpo e apoiou a cabeça na minha perna.
—Eu trouxe água pra você. —Comuniquei, sabia que se eu não lembrasse dessas coisas simples ela jamais pediria e isso era um problema.
—Que cheiro de bebê é esse?
Não tinha como mentir pra ela.
—O Thomas estava aqui. —Ela paralisou e começou a chora, antes que eu a impedisse ela levantou e sai correndo pro banheiro que tinha ali dentro do quarto. Eu não esperava que ela reagisse daquela forma, mas nem tinha como culpá-la e eu nem faria isso se tivesse como.
Me levantei e fui até o o banheiro batendo na porta antes de entrar, assim que passei pela porta me apressei a ir até o Box onde ela estava sentada chorando de forma agressiva.
—Amor me perdoa. —Pedi abaixando-me e ficando na altura dela. O espaço dentro do Box era pequeno e mal cabia nos dois ali dentro, aquele banheiro tinha sido planejado pra um bebê. —Eu me odeio por machucar você. —E eu me odiava mesmo, queria que ela tivesse bem e me desse um pé na bunda porque era isso que eu merecia eu tinha sido tão mesquinho.
Ela tremia e eu não precisava de um termômetro pra saber que ela estava com febre e alta.
—Dói tanto, faz parar, por favor. —Ela implorou se apertando mais a mim.
—Eu vou chamar a minha mãe pra ela examinar você. —Naquele momento vendo ela naquele estado eu não consegui me controlar e algumas desobediente lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Tentei me levantar, mas ela apertou ainda mais os braços ao meu redor.
—Não me deixa. —Implorou. —Por favor, só fica.—Ela mal conseguia falar por causa da tremedeira. —Eu preciso de você.
—Quantas vezes eu vou precisar repetir que eu jamais vou deixar você. Pelo menos eu vou ficar até que você não me queira mais. —Eu ainda esperava que um dia ela acordasse e enxergasse como eu era babaca e me deixasse, ela merecia muito mais do que eu.
—Tudo bem. —Abracei ela e ficamos nos dois ali chorando.
[...]
—Cara se a presença do Thomas fez ela reagir a melhor opção seria manter ele aqui. —Encarei meu irmão não entendendo o que ele queria com aquela conversa, como assim manter o Thomas ali em baixo do mesmo teto que ela. Ele só podia está ficando maluco se ele realmente considerava que aquilo era uma boa opção. —Olha eu sei que parece ruim, mas ela precisa voltar a sentir alguma coisa nem que seja raiva. —Sim depois daquela visita do Thomas ela tinha tido uma crise e eu tinha me permitido chorar pelo menos um pouco, naquele momento eu consegui convencer ela a voltar pro nosso quarto e deixar aquele lugar, ela passou quase um mês deitada no chão do quarto do nosso filho e eu fiz tudo que podia pra tentar tira ela dali (até mesmo aproveitei o efeito do sonífero e carreguei ela pro nosso quarto, só que quando ela acordou não reagiu bem a mudança) e só o cheiro do meu filho vez ela acordar um pouco pra realidade e permitiu que depois de um tempo ela me escutasse e aceitasse a mudança. Não foi algo grande ela apenas pareceu entender que permanecer deitada naquele chão não levaria ela a lugar nenhum e se mudou pro nosso quarto e agora não saia da cama, o que pelo menos era mais confortável pra ela.
—Você quer que eu traga meu filho pra cá pra ele ser odiado pela minha esposa? —Ele só podia está com problemas.
—Ela não vai odiar ele, ela é a Lousie lembra, ela vai odiar a situação. Eu coloco minha mão no fogo que ela jamais vai conseguir odiar ele.
—Isso vai ser como substituir o filho dela.
—Se fizer ela melhorar qual é o problema? —Nenhum, na verdade seria bem mais do que eu merecia se em um futuro ela amasse meu filho e pudéssemos viver como uma familia. —Cara só tenta você não tem mais nada a perder.
[...]
Naquela época as palavras do meu irmão não fizeram sentido nenhum até eu subir as escadas e encontrar minha esposa desacordada deitada no próprio vomito porque ela tinha ingerido uma quantidade enorme de comprimidos pra dormir. Ali no hospital diante de toda a dor que é um medico falar pra você que sua esposa tentou suicídio estava bem claro que eu não poderia perder mais nada e que sem ela eu não tinha muito que perder. Então eu só aceitei sabendo que eu podia cercar o Thomas com amor pra evitar seja lá qual recusa ela tivesse, só que nessa equação eu jamais considerei que um dia meu filho aparecesse morto e ela fosse a principal suspeita.
—Você nem escutou o que eu falei né? —Olhei para o meu irmão e ignorei a ultima vez que eu tinha escutado ele me levou pra maior confusão da minha vida.
—Nem quero.
—Preciso perguntar uma coisa? Você realmente acredita que ela matou o Tom? —Eu odiava aquele apelido que ele tinha dado ao meu filho.
—Não. —Essa era o que eu tentava me convencer, mas no fundo de mim existia aquela duvida, existia dentro dela uma dor tão grande e com todos aqueles remédios eu não conseguia afirmar nada. —Eu não sei.
—Cara posso ser sincero? —Ele não esperou minha resposta. —Você diz tanto amar ela e como pode pensar que ela faria uma atrocidade dessas? A Lousie é boba, apaixonada e eu no lugar dela já teria te dado um pé na sua bunda quando você a traiu, mas ela não é uma assassina ela não teria coragem de fazer uma coisa dessas. —Meu irmão chorava também, ele sabia lidar com as emoções muito melhor do que eu. —E sabe o que é mais foda é que eu sei disso e você que é marido dela não sabe.
—É o meu filho... O meu filho morreu e ela era a responsável...
—Não jogue a culpa disso nela, ela estava doente e mesmo que ela tenha feito isso se você amasse ela ficaria do lado dela porque ela não está bem, a muito tempo ela não está bem. —Eu ri sem humor.
—E eu Steve? Como eu estou nisso tudo? Porque todo mundo olha pra como ela está? Alguém por um segundo para e pensa como eu estou? Qual foi a ultima vez que você viu alguém perguntar como eu estava? Meu filho morreu e eu não pude enterrá-lo porque ela queria continuar insistindo em algo que não tinha chance e eu não pude nem sofrer em paz porque eu precisava ser forte pra arrumar um jeito de contar pra ela já que o que os médicos falavam ela se recusava a acreditar e quando eu finalmente tomei coragem e contei ela me odiou por querer fazer o certo, ele já estava morto Steve e mesmo assim ela me odiou por querer dá a ele um pouco de paz e a partir dali eu virei o monstro da história porque eu fiz o que ninguém mais teve coragem pra fazer, porque os pais dela não contaram? Porque você não contou?— Não deixei ele responder, pela primeira vez em algum tempo eu estava desabafando. —E me desculpa se eu fui a pior pessoa do mundo por querer um segundo de paz no inferno que minha vida se tornou, se eu me permiti uma única vez sair, beber e achei que uma noite com uma mulher bonita pudesse me dá um pouquinho de prazer, foi uma escolha infeliz é claro que foi, mas eu precisava porque se não eu iria enlouquecer. Ninguém precisa me culpar e nem dizer que as coisas que eu fiz foram erradas por que eu sei. Mas será que é pedir demais que pelo menos uma vez alguém pode ao menos tentar entender o meu lado. Dessa vez eu não posso ser o cara que vai ficar do lado dela e abraçá-la como eu fiz a vida toda porque dessa vez eu que preciso de um pouco de colo eu não posso chegar pra ela e dizer que tudo bem, que vai ficar tudo bem, porque eu não faço idéia se vai realmente algo vai ficar bem depois desse julgamento, eu não sei de mais nada. Só dessa vez eu não quero ter que me fingir de forte e salvar o mundo, eu sou humano e eu acabei de perder meu filho, eu perdi outro filho. —As lágrimas vieram com força. —Só me desculpa se eu não posso ser forte, mas eu não consigo. Não dá. Pode ficar a vontade pra duvidar do meu amor, por que é claro eu posso ter acertado a vida inteira só o que as pessoas vão ver são os meus erros.
—Robert. —Ele tentou se aproximar de mim, mas eu me afastei e me coloquei no caminho que me levaria pra fora da minha sala.
—Eu preciso ir Steve, pelo menos hoje eu vou ficar com a minha garota. Por que amanhã eu já não sei o que eu vou fazer.
[...]
Notas Finais/Avisos
É isso, espero que gostem e me deixem saber o que acharam do capitulo.
Não esqueçam de comentar e compartilhar com os amigos.
Obrigada pela leitura!!!
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13/09
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