Livro: Príncipe Cativo (Trilogia)
Autor(a): C. S. Pacat
Editora: :V&R Editoras
Páginas: ---
Classificação:
Eu não sou muito de falar das histórias em conjunto (nem mesmo sendo trilogias, sagas, etc...) porque gosto da experiência de destrinchar parte em parte dos livros separadamente. Porém com O príncipe cativo não pode ser assim. Em um recorde eu li os três livros da trilogia em um curto prazo de dois dias então a história está fresca na minha mente como um todo e separar para falar de cada livro separadamente será confuso e trabalhoso.
Não estou muito acostumada com esse tipo de leitura, era medieval e tudo isso não faz muita parte do que eu leio e se já tive contato com algo do gênero foi muito superficial em fanfics. Então para uma primeira experiência foi à escolha perfeita. O livro todo é perfeito e eu estou até agora com aquela sensação de que poderia ter mais uns cinco livros que eu leria com a mesma energia e adoração.
Em o príncipe cativo – O escravo, que é o primeiro volume da saga, somos apresentados a história de Damen que foi traído pelo irmão e é dado de presente como escravo sexual ao príncipe do reino inimigo. Já de cara essa premissa me deixou sem saber o que esperar. Além de serem inimigos por questões de reinos (política), ainda tem o adendo de que Damen é conhecido por seu maior feito entre os seus que foi matar o príncipe de Veres, irmão do homem em que ele agora é escravo sexual.
Foi um choque ver que o livro tratava a homossexualidade de forma bem liberal, aberta e natural, diferente do que eu achei poder esperar em qualquer tipo de leitura por mais fantasia que fosse. Em veres principalmente há uma regra em que as pessoas só podem se envolver com pessoas do mesmo sexo (dentro do casamento é uma exceção) para evitar bastardos. Em nenhum dos reinos a qualquer tipo de preconceito (em relação a homossexualidade), porque não há estranheza e algo comum na sociedade – o que se as pessoas não fossem tão quadradas deveria acontecer no mundo real.
Em ambas as sociedades o termo (bi – bissexual) pode ser aplicado sem nenhum problema, o que quer dizer que temos homem mantendo relação (sexual e romântica) com homens, mulheres com mulheres, mulheres e homens. E isso funciona de uma forma diferente em cada país, mas funciona. Foi interessante como durante todo o período da leitura não aconteceu nenhum tipo de preconceito em relação à sexualidade do outro.
Não dá pra dizer que a história é fácil e durante a leitura desse livro esbarramos em vários pontos de gatilho como a escravidão, estupro, entre outros N pontos. Foi muito bom que a autora em momento nenhum romantizou essa situação, escravos são escravos e teve cenas para deixar isso bem claro. Quando se é escravo de alguém você apenas está ali para servir a essa pessoa da forma que ela quiser, sem opção, sem escolha. O bom é que em alguns momentos é possível ver que mesmo sendo comum entre eles (esse negocio de escravidão) é algo que alguns conseguem ver como é errado.
As diferentes formas de estupro nessa história foi talvez o que mais me deixou desconfortável.
Por mais eu a premissa da história já nos apresente logo de cara escravidão sexual, bissexualidade não é uma história erótica (pelo menos não completamente), temos durante os três livros alguns poucos momentos onde a propriamente dito sexo e mesmo assim isso não move a história. Em cada página decorrida podemos esperar por diversos auges e o sexo é o de menos.
Já adianto que se você for do tipo quer logo que o casal fique junto e o seu tipo de leitura é aquela que já nas primeiras páginas o casal já casou aqui a decepção vai reinar, o livro conta a história de dois homens que precisam resolver muita coisa então a leitura vai transcorrendo de forma muito calma. O desenvolvimento ganhou muitos pontos comigo pela forma que foi conectando os personagens, como foi de uma junção forçada, a uma trégua e depois a uma amizade até que finalmente tudo se desenrolasse.
O segundo livro eu vejo como o mais decisivo, o que acontece acontece apenas porque esse livro existe, ainda a muito do primeiro livro que funciona na história como uma abertura de portas. Na experiência com o volume dois temos mais contato com novos pontos e as coisas começam a fluir com mais dinâmica do que no primeiro, mas ainda não é o livro de resposta. Aqui Laurent que já tem seus vinte anos completados está a cada vez mais perto de conseguir o trono que é seu por direito enquanto Damen ainda busca uma fuga para retomar ao seu lugar de direito e também se assumir rei do seu próprio povo. Nesse ponto os vilões estão mais claros e podemos odiar eles mais abertamente.
Chegamos ao terceiro livro apenas com a sensação de urgência pela forma que o segundo acontece e eu não vou falar muito para não dá spoiler, sem sombra de dúvida meu livro favorito da trilogia que encerra de uma forma nada surpreendente e deixando com um gostinho de quero mais, faltou ali um epilogo descente para compensar a espera de três livros - estou começando a ficar com muito ódio de autoras que simplesmente terminam a história dessa forma. Mas que mesmo assim não diminui o quanto eu consegui me conectar com a mesma e de quanto eu adorei e devorei o livro.
Não conhecia a autora e nem a escrita dela, mas já estou atrás de mais dela para ler.
Além do final do livro que não decepciona, mas falta, eu diria que a capa do livro não agrada. Eu li no kindle e mesmo amando a história não é algo que eu quero físico pela capa que não chama a atenção – ela não é feia ela só não consegue se conectar com a história, não é o tipo de capa que eu quero na estante e se eu não tivesse recebido uma super indicação (e um empréstimo fofo) eu nem daria confiança a esse livro. Porque vamos ser bem sinceros quem diz para não julgar um livro pela capa pode está até certo, mas a realidade é que a maioria das pessoas só vai conseguir chegar ao livro pela capa, se é algo estranho a maior parte passa longe. Você está em uma biblioteca imensa cheia de títulos, o que vai fazer você dá atenção ao livro é a capa, depois pode ser que você pare para ler a sinopse, mas os livros com capas feinhas serão ignorados em sua maior parte.
O que eu preciso dizer é como os personagens são doentiamente encantadores, no começo da história eu tinha certeza de que não tinha salvação para o Laurent e seus atos violentos e quando mais eu lia, mas eu me apaixonava por ele. É um personagem que vai crescendo e se revelando no decorrer das páginas que é uma descoberta surreal e magnífica (ele é sua mente extremamente inteligente e maquiavélica acaba de entrar no meu top 2 de machos favoritos). Damen não fica atrás, ele funciona muito bem flertando com o complexo de herói e nem isso o faz ser menos perfeito.
Uma história que mistura, superação, mistério e romance combinados com uma narrativa cativante e pulsante essa é até agora a melhor leitura do ano. Eu super recomendo essa trilogia.
Autor(a): C. S. Pacat
Editora: :V&R Editoras
Páginas: ---
Classificação:
Sinopse:
Damianos é um herói para o seu povo e o legítimo herdeiro do trono de Akielos. Mas, depois da morte do pai, seu meio-irmão toma o poder e o captura, vendendo-o como escravo. O guerreiro é obrigado então a servir a Laurent, o príncipe de Vere, a poderosa nação inimiga. Para manter em segredo sua verdadeira identidade e as marcas que escondem seu passado, Damen – como também é conhecido – aceita a condição submissa. Mas Laurent é o que há de pior na corte de Vere. E, como nos meios políticos nada é o que parece ser, Damen é obrigado a estar ao lado do tirano manipulador, ainda que ele o odeie mais do que a qualquer pessoa. Laurent e Damen têm consciência de que não são sentimentos nobres que os aproximam, mas o desejo de supremacia que está na origem da discórdia entre as duas nações. Com um ritmo de tirar o fôlego, Príncipe Cativo: O escravo é uma narrativa que coloca em questão temas políticos e culturais. Uma saga épica, ao estilo de "Game of Thrones", que entrelaça de maneira brilhante jogos de poder e sedução.
Eu não sou muito de falar das histórias em conjunto (nem mesmo sendo trilogias, sagas, etc...) porque gosto da experiência de destrinchar parte em parte dos livros separadamente. Porém com O príncipe cativo não pode ser assim. Em um recorde eu li os três livros da trilogia em um curto prazo de dois dias então a história está fresca na minha mente como um todo e separar para falar de cada livro separadamente será confuso e trabalhoso.
Não estou muito acostumada com esse tipo de leitura, era medieval e tudo isso não faz muita parte do que eu leio e se já tive contato com algo do gênero foi muito superficial em fanfics. Então para uma primeira experiência foi à escolha perfeita. O livro todo é perfeito e eu estou até agora com aquela sensação de que poderia ter mais uns cinco livros que eu leria com a mesma energia e adoração.
Em o príncipe cativo – O escravo, que é o primeiro volume da saga, somos apresentados a história de Damen que foi traído pelo irmão e é dado de presente como escravo sexual ao príncipe do reino inimigo. Já de cara essa premissa me deixou sem saber o que esperar. Além de serem inimigos por questões de reinos (política), ainda tem o adendo de que Damen é conhecido por seu maior feito entre os seus que foi matar o príncipe de Veres, irmão do homem em que ele agora é escravo sexual.
Foi um choque ver que o livro tratava a homossexualidade de forma bem liberal, aberta e natural, diferente do que eu achei poder esperar em qualquer tipo de leitura por mais fantasia que fosse. Em veres principalmente há uma regra em que as pessoas só podem se envolver com pessoas do mesmo sexo (dentro do casamento é uma exceção) para evitar bastardos. Em nenhum dos reinos a qualquer tipo de preconceito (em relação a homossexualidade), porque não há estranheza e algo comum na sociedade – o que se as pessoas não fossem tão quadradas deveria acontecer no mundo real.
Em ambas as sociedades o termo (bi – bissexual) pode ser aplicado sem nenhum problema, o que quer dizer que temos homem mantendo relação (sexual e romântica) com homens, mulheres com mulheres, mulheres e homens. E isso funciona de uma forma diferente em cada país, mas funciona. Foi interessante como durante todo o período da leitura não aconteceu nenhum tipo de preconceito em relação à sexualidade do outro.
Não dá pra dizer que a história é fácil e durante a leitura desse livro esbarramos em vários pontos de gatilho como a escravidão, estupro, entre outros N pontos. Foi muito bom que a autora em momento nenhum romantizou essa situação, escravos são escravos e teve cenas para deixar isso bem claro. Quando se é escravo de alguém você apenas está ali para servir a essa pessoa da forma que ela quiser, sem opção, sem escolha. O bom é que em alguns momentos é possível ver que mesmo sendo comum entre eles (esse negocio de escravidão) é algo que alguns conseguem ver como é errado.
As diferentes formas de estupro nessa história foi talvez o que mais me deixou desconfortável.
Por mais eu a premissa da história já nos apresente logo de cara escravidão sexual, bissexualidade não é uma história erótica (pelo menos não completamente), temos durante os três livros alguns poucos momentos onde a propriamente dito sexo e mesmo assim isso não move a história. Em cada página decorrida podemos esperar por diversos auges e o sexo é o de menos.
Já adianto que se você for do tipo quer logo que o casal fique junto e o seu tipo de leitura é aquela que já nas primeiras páginas o casal já casou aqui a decepção vai reinar, o livro conta a história de dois homens que precisam resolver muita coisa então a leitura vai transcorrendo de forma muito calma. O desenvolvimento ganhou muitos pontos comigo pela forma que foi conectando os personagens, como foi de uma junção forçada, a uma trégua e depois a uma amizade até que finalmente tudo se desenrolasse.
O segundo livro eu vejo como o mais decisivo, o que acontece acontece apenas porque esse livro existe, ainda a muito do primeiro livro que funciona na história como uma abertura de portas. Na experiência com o volume dois temos mais contato com novos pontos e as coisas começam a fluir com mais dinâmica do que no primeiro, mas ainda não é o livro de resposta. Aqui Laurent que já tem seus vinte anos completados está a cada vez mais perto de conseguir o trono que é seu por direito enquanto Damen ainda busca uma fuga para retomar ao seu lugar de direito e também se assumir rei do seu próprio povo. Nesse ponto os vilões estão mais claros e podemos odiar eles mais abertamente.
Chegamos ao terceiro livro apenas com a sensação de urgência pela forma que o segundo acontece e eu não vou falar muito para não dá spoiler, sem sombra de dúvida meu livro favorito da trilogia que encerra de uma forma nada surpreendente e deixando com um gostinho de quero mais, faltou ali um epilogo descente para compensar a espera de três livros - estou começando a ficar com muito ódio de autoras que simplesmente terminam a história dessa forma. Mas que mesmo assim não diminui o quanto eu consegui me conectar com a mesma e de quanto eu adorei e devorei o livro.
Não conhecia a autora e nem a escrita dela, mas já estou atrás de mais dela para ler.
Além do final do livro que não decepciona, mas falta, eu diria que a capa do livro não agrada. Eu li no kindle e mesmo amando a história não é algo que eu quero físico pela capa que não chama a atenção – ela não é feia ela só não consegue se conectar com a história, não é o tipo de capa que eu quero na estante e se eu não tivesse recebido uma super indicação (e um empréstimo fofo) eu nem daria confiança a esse livro. Porque vamos ser bem sinceros quem diz para não julgar um livro pela capa pode está até certo, mas a realidade é que a maioria das pessoas só vai conseguir chegar ao livro pela capa, se é algo estranho a maior parte passa longe. Você está em uma biblioteca imensa cheia de títulos, o que vai fazer você dá atenção ao livro é a capa, depois pode ser que você pare para ler a sinopse, mas os livros com capas feinhas serão ignorados em sua maior parte.
O que eu preciso dizer é como os personagens são doentiamente encantadores, no começo da história eu tinha certeza de que não tinha salvação para o Laurent e seus atos violentos e quando mais eu lia, mas eu me apaixonava por ele. É um personagem que vai crescendo e se revelando no decorrer das páginas que é uma descoberta surreal e magnífica (ele é sua mente extremamente inteligente e maquiavélica acaba de entrar no meu top 2 de machos favoritos). Damen não fica atrás, ele funciona muito bem flertando com o complexo de herói e nem isso o faz ser menos perfeito.
Uma história que mistura, superação, mistério e romance combinados com uma narrativa cativante e pulsante essa é até agora a melhor leitura do ano. Eu super recomendo essa trilogia.
30/05
O que eu preciso dizer é como os personagens são doentiamente encantadores, no começo da história eu tinha certeza de que não tinha salvação para o Laurent e seus atos violentos e quando mais eu lia, mas eu me apaixonava por ele...
Ola, gostaria muito de comprar, mas tenho uma duvida. Pessoas que leram disseram ser um romance gay slowburn e isso foi o que me chamou a atenção. Estou com receio de comprar e não ter o que eu esperava. Realmente há envolvimento amoroso entre os protagonistas?
ResponderExcluirPerdão pela demora em responder. Mas sim há um envolvimento amoroso entre os personagens principais. #Spoiler
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