Eu era a próxima testemunha eu sabia que tanto a acusação quanto a defesa iriam me fazer perguntas como pré estabelecido começaria com a acusação, fiz o juramento tendo absoluta certeza de que eu poderia cumpri-lo sem problema nenhum.
—Como que a senhora reagiu ao saber que seu marido teve uma relação extraconjugal? —Eu tinha vontade de responder ela com deboche que aquela pergunta merecia. Como ela achava que eu me senti? Super feliz e animada com a noticia? Claro que não. Aquilo tinha partido meu coração em vários pedacinhos alem de ferrar ainda mais com a minha cabeça.
—O eu isso tem haver com o caso? —Tentei fugir da pergunta, mas eu era advogada e sabia bem o que aquilo tinha haver com o caso, meu ódio pela traição era o motivo pro crime.
—Apenas responda. —O juiz falou pra mim.
—Eu fiquei magoada, estava em um momento difícil e eu apenas queria um pouco de paz e apoio. Saber que meu marido estava se divertindo por ai não foi algo legal. —Fui sincera evitei olhar pro Edward não queria ver o olhar culpado dele.´
—Você ficou com ódio da senhora Irina?
Respirei fundo pensando em como responder sem piorar minha situação.
—Inicialmente não, eu não quis saber quem era a mulher e não tinha motivo de odia-la já que eu não tinha nenhum tipo de relacionamento com ela. A única pessoa que me desapontou foi o meu marido. Mas no momento em que ela vai atrás de mim no hospital querendo esfregar sua gravidez na minha cara ai sim eu fiquei com raiva dela, porém passou na época meu filho teve uma melhora e eu não perderia meu tempo me incomodando com ela. —Mais uma vez optei pela sinceridade, lembrar de como eu tinha me enganado imaginando que meu filho tinha melhorado fazia voltar a vontade de chorar, a tal melhora dele que me fez lidar tão bem com a gravidez, mas hoje eu via que a melhora dele foi como um dia bonito antes de uma forte tempestade.
—Então você odiava ela?
—Não, eu não odeio ninguém, eu senti raiva, mas passou no momento em que ela sumiu das minhas vista.
—Você pode dizer o mesmo sobre o Thomas? —Não acreditei que ela realmente estava me fazendo aquela pergunta, aquilo era crueldade sem tamanho.
Eu senti novamente uma ânsia de vomito, mas consegui controlar. Eu só não queria estender mais aquilo.
—Eu nunca odiei o Thomas ele era apenas uma criança.
—Mas você evitava está perto dele. —Olhei pra ele querendo saber de onde ela tinha tirado aquilo. —Seu marido mesmo disse que a senhora sempre evitava está no mesmo ambiente que o menino.
Fechei os olhos tentando me controlar ao lembra o que me fez muitas vezes me afastar.
—Ele era muito parecido com meu filho e isso me machucava muito. —E não era coisa da minha cabeça até mesmo minha mãe tinha comentado a semelhança. —Os mesmos olhos, o formato do rosto, a cor da pele, o formato horrível das unhas. —Senti as lágrimas escorrendo sem controle pelo meu rosto, meu filho, meu amado filho. —Não sei se você é mãe, mas se você for imagina perder seu filho e ao mesmo tempo ter que lidar com a copia viva dele e ainda saber que é fruto de uma traição. Então me julguem por não querer ficar perto do bebê, porque toda vez que eu sentia ele nos meus braços eu via meu filho ali sentia como se ele estivesse vivo. —Peguei o lenço que meu pai tinha me dado e enxuguei meus olhos, estava doendo muito falar de tudo aquilo. Senti um alivio por não pelo menos pra testemunhar ter sido libertada das algemas. —Como a Victoria contou, eu tinha meus vacilos, eu passava a tarde com ele porque simplesmente sentia a necessidade de ter aquele pouquinho do meu filho nem que fosse no fruto da traição do meu marido de ter aquilo que eu não pude ter com o meu bebê, mas conforme o tempo foi passando eu apenas aprendi que não era justo com aquele bebê e nem justo comigo. Aquele não era meu filho e com o passar do tempo eu consegui entender isso.
—Você fica repetindo o tempo inteiro que ele era fruto de uma traição, ele era apenas um bebê inocente acho que isso já é um alarmante grave.
Respirei fundo tentando me acalmar sabia que nada daquilo me ajudaria só me atrapalharia, eu tinha perdido o controle e precisava da um jeito de conserta.
—Eu sei que o Thomas não era culpado e só uma forma de dizer. —Sim eu realmente nunca culpei a criança, mas eu não podia controlar meus pensamentos. —Eu realmente gostava dele.
—Você o amava quando ele servia pra está no lugar do seu filho?
—Não... —Ela estava distorcendo tudo que eu tinha dito e sabia que a culpa era minha de ter deixado ela fazer aquilo. —Não foi isso que eu disse. Eu passei a amar ele por ele mesmo e não por ser parecido como o ... —Não dava eu simplesmente não conseguia falar o nome dele doía tanto.
—Com o Antony? —Ela sabia perfeitamente que estava tocando no meu ponto fraco.
Balancei a cabeça afirmando.
—Antony? Antony? Antony? Qual é a dificuldade de falar Antony? —Ela estava me torturando e me desestabilizando, mas eu não conseguia retomar o controle eu só conseguia chorar.
Vi meu pai falar algo com o juiz, provavelmente parando aquela mulher já que ela estava passando dos limites.
—Vamos pro dia da morte do Thomas. —Era muitas sensações e eu não estava conseguindo me concentrar como deveria. —Como foi aquele dia, você era a única lá pode me dizer o que aconteceu naquele dia depois que seu marido a deixou sozinha com o menino.
Pelo menos não tinha acusações.
Iniciei a história que eu já tinha repassado tantas vezes entre muita lágrimas.
(...)
Fiz todo o processo de higiene matinal em tempo recorde não querendo deixar o Antony sozinho, sabia que ela não lidava bem com abandono. Voltei ao quarto e ele permanecia deitado do jeito que eu coloquei, eu falaria com o Edward pra falar com a pediatra aquilo não era normal e se ele ainda não tinha percebido aquilo eu não agüentava mais ignorar, aquele bebê já devia está querendo andar e nem ao menos virava na cama ainda.
—Oi príncipe o que vamos fazer hoje? —Me inclinei na cama pra ficar mais perto dele, ao ver que eu falava com ele o bebê deu um gritinho animado. —Quem sabe um sol a beira da piscina? —Propus mesmo sabendo que eu não teria resposta. Ele estendeu as gorduchas mãos me chamando.
O peguei no colo e saímos do quarto.
—Antes de irmos lá pra fora eu preciso comer alguma coisa. —Continuei minha conversa com ele. —E você seu pai já te deu seu café da manhã?
Antes de sair do quarto peguei meu celular e digitei uma mensagem ao Edward. Primeiro eu o xinguei por me deixar de babá e depois perguntei se o bebê já tinha comido? A resposta foi quase imediata dizendo que ele me amava e que ele já tinha dado banho e mamadeira ao menino e que os horários de comida e banho estava em uma agenda no quarto do bebê. Aproveitei que eu estava no corredor e fui até o quarto do bebê abrindo agenda na data certa e conferindo como era a rotina. Adicionei alguns lembretes de remédios ao meu telefone e sai do quarto sabendo quase todos os horários dele, mesmo que eu cuidasse dele junto com a Victoria ela que era responsável pelos horários, ela que avisava que estava na hora de dar o almoço ao menino, banho e todo o resto.
Cheguei na cozinha e coloquei ele na cadeirinha enquanto preparava algo pra mim comer, entre uma tarefa e outra eu me dedicava a ele brincando e falando sempre com ele para que ele não começasse uma crise de choro.
[...]
Assim que eu terminei de tomar meu café eu tive que subir para pegar uma outra roupa pra ele já que ele tinha conseguido uma boa sujeira com a bolacha que eu tinha dado para ele comer. Escolhi uma roupa que deixasse ele mais confortável, uma blusinha e um short que estava um pouquinho grande nele, contudo era melhor do que aqueles macacões quentes.
Fomos á área externa e eu passei protetor solar nele antes de nos trancarmos no cercadinho que tinha sido construído ali especialmente pra ele, eu fiz brincadeiras com ele tentando estimular que ele ficasse ao menos sentado. Mas depois de poucos minutos ele cansou das brincadeiras e ficou entretido com alguns brinquedos dele que estavam ali.
Olhei pra enorme piscina que estava a pouquíssimos passos a minha frente. Tinha sido uma exigência minha aquele espaço e um dia como aquele no passado com certeza eu estaria na ali ou com algumas das minhas amigas e até conseguiria convencer o Edward a deixar o trabalho e vir me fazer companhia, mas aquele tempo parecia tão distante. Voltei minha atenção ao bebê percebendo que ele estava quase dormindo agarrado do bichinho de borracha.
[...]
O tempo voou eu estava concentrada na leitura de um livro que eu tinha deixado ali a algum tempo atrás e nem me lembrava mais dele. Pelo silencio quase absoluto eu consegui ouvir perfeitamente o toque do telefone dentro da casa, era o fixo, só uma pessoa que eu conhecia ainda ligava para o telefone fixo e era a minha mãe. Eu não queria deixar o menino sozinho ali, mas se eu não atendesse ela iria surta, ela sempre surtava quando não conseguia falar comigo. Infelizmente meu celular estava na cozinha e não tinha como eu retorna a ligação pra ela.
Sai do cercadinho bem delicadamente não querendo acordá-lo, tranquei a porta do cercadinho mesmo que ele não conseguisse fugir ainda, mas eu não podia bobear eu sabia que ele iria ficar bem agitado se acordasse ali sozinho.
Fui correndo até a sala de estar onde tinha a conexão ao aparelho e atendi, mas não conseguia ouvir nada direito do outro lado, por ser uma conexão não tinha identificador de chamada, olhei pra fora dali através das paredes de vidro eu conseguia ver o cercadinho e estava tudo do jeito que eu tinha deixado e o Thomas ainda dormia.
Desliguei o telefone e fiquei alguns minutos ali esperando pra ver se ligavam novamente, mas não aconteceu. Ele estava dormindo e torcendo para ele não acordar eu subi rapidamente os degraus eu precisava ir ao banheiro.
(...)
—Foi muito rápido eu estava apertada e ele estava dormindo foi questão de minutos, quando eu voltei ele estava dentro da piscina eu não sei explicar como, eu tranquei a porta do cercadinho eu tenho certeza. —Sim eu tinha absoluta certeza de que eu tinha trancado e aquela tranca era a prova de crianças e muito complicada só um adulto poderia abri-la.
—Não foi um acidente ele não caiu na piscina, alguém o afogou. Alguém não a senhora o fez.
—Não, eu não fiz isso. —Gritei, ela não tinha o direito de aparecer ali e me acusar.
—Claro que fez e sabe como eu sei disso porque só havia as digitais da senhora tanto no menino quanto em todo o resto da área externa. —Não aquilo era um pesadelo dos muito ruins. E em breve eu iria acordar e veria que aquilo tudo era só um sonho muito ruim. —Não há nenhum sinal de invasão então só tinha a senhora e aquele bebê não a outra explicação você fez isso é seria bem mais fácil para todos aqui se a senhora confessasse logo.
Eu não conseguia nem ao menos responder e me defender das acusações todo o resto passou como um flash, não respondi mais nada e nem mesmo quando meu pai ficou na minha frente me fazendo perguntas eu não tinha controle necessário pra entender e muito menos responde-lo. Apenas queria logo que aquilo terminasse e eu pudesse ficar em paz cogitei muito apenas confessar, falar que eu tinha feito aquilo e pronto. Mas como eu podia quando aquilo machucaria as pessoas que mais me amavam no mundo.
Notas Finais/Avisos
Sei que sumi, mas vou compensar com capítulos todos os dias até terça.Beijos ♥
Siga (Clique aqui) o site.
13/09
Nenhum comentário:
Postar um comentário