Depois da TEMPESTADE vem a CALMARIA...
Mas como saber se depois disso não virá outra TEMPESTADE?
(Autor desconhecido)
Edward CullenO quanto um banho pode interferir na sua vida? Na minha muita coisa, ela tinha ficado bem, malditamente bem, bem o suficiente para achar e insistir que eu merecia um banho em casa e algumas roupas limpas. Mas quando eu voltei ao hospital, menos de meia hora depois ela já não estava mais ali, deitada naquela maca que minha garota ocupava assim que eu sai do hospital estava um corpo em prantos com a morte do filho, eu entendia o quanto doía, eu sentia aquela dor todos os das da minha vida e agora em dose dupla, só que eu não conseguia compreender como ela podia se entregar tão fácil. Não era uma coisa justa e muito menos compreensível, eu sabia que não era algo que ela tinha escolhido e muito menos algo que gostava, mas de forma alguma alterava o quão puto eu ficava.
—Nos já escolhemos a clinica. —Encarei o Charlie não entendendo como ele podia está decidindo as coisas tão rápido. Eu tinha concordado com a clinica, mas só de imaginar ela lá sozinha eu não conseguia.
—Eu não sei se essa é a melhor opção.
—E qual é a melhor opção? Ela ficar mais um ano nesse estado pra finalmente entendermos que não podemos cuidar dela de verdade? —O ódio ainda estava ali e de forma nenhuma eu o culpava e até desfrutava do mesmo sentimento que ele, me odiar depois de tudo o que eu fiz era fácil. —Você vai desistir. —Não estava muito no controle das minhas ações quando eu concordei em internar ela, mas eu também não voltaria atrás, eles eram os pais dela e se estavam decididos que a internação era o melhor pra ela eu não faria nada para me opor a isso.
—Claro que não, eu só tenho medo de que isso acabe fazendo mais mal a ela. —Eu não esquecia nem por um segundo que ela tinha terminado comigo e saído de casa e mesmo que no papel ainda fossemos casados era obvio que se fosse em outro momento eu já não teria mais nenhuma representatividade em responder por ela.
—È uma boa clinica ela vai ficar bem. —Foi a primeira vez desde o meu retorno aquele quarto que ela, minha ex-sogra, falou diretamente comigo.
—Eu só peço que vocês não me impeçam de ver ela. —Pedi, sabendo que aquilo era muito mais do que eu merecia.
—Não será nos que decidiremos isso sim os médicos. —O Charlie respondeu. —Se a sua presença de alguma forma fizer mal a ela... —Ele deixou a frase morrer no ar e eu senti muita vontade de dá uma resposta a altura, mas ignorei eles por completo e me aproximei dela pegando sua mão. Ela ainda mantinha a aliança e por mais que eu tentasse me convencer de que aquilo pouco significava provavelmente só tinha esquecido ainda eu me vi emocionado com aquilo.
“Espero que pra onde você vá seja muito bem cuidada.” Pensei, eu não diria aquilo alto com os pais dela ali presente.
—Edward. —Olhei pra ela encarando-a com medo não fazia ideia de como ela podia reagir. —Eu estou com tanto medo e dói tanto, me abraça. —Ela tinha os olhos cheios de lágrimas e eu nem pensei muito antes de circular ela com os meus braços e apertar ela, meio sem jeito ainda sim mantive ela firme.
—Desculpe eu não devia ter ido em casa. —Ela soluçou ainda mais alto e se apertou ainda mais em mim.
—Eu quero ir pra casa.
—Os médicos ainda não te deram alta. —Observei por reflexo a mãe dela se aproximar de nos e acariciar o cabelo dela delicadamente.
—Se responsabilize por mim e me leve para nossa casa. —Implorou. —Eu vou ficar bem lá.
—Temos que espera a autorização do médico. —Me doía muito ter que negar qualquer coisa a ela.
—Por favor...
—Não. —Senti grossas lágrimas escorrerem pelo meu rosto ao ter que negar a ela aquilo, por mim eu fazia tudo que a deixasse bem e dizer não a algo tão simples como levar ela para o conforto da nossa casa me destruía, mas eu não podia fazer mais nada...
Ela se debateu nos meus braços, mas eu mantive-me segurando ela aguardando que a crise passasse, de certa forma torcendo para que realmente passasse.
[...]
Já tinha anoitecido, ela não tinha parado de chorar e depois de algumas horas a médica dela apenas receitou um calmante bem forte que apagou ela por completo. Me sentia um lixo por não poder oferecer nada mais do que um abraço. Eu não tinha conseguido um único segundo de privacidade com ela, os pais dela não saíram de perto nem por um segundo me dando um gosto de como seria quando ela fosse internada.
Sentei em um dos bancos do lado de fora do quarto dela, eu iria entrar, nunca fui de fugir. Apenas queria um segundo para tomar o meu café, preto e forte enquanto eu tinha certeza de que ela estava dormindo. Gostava de me maltratar pensando em como as coisas podiam ter funcionado pra nos dois, nosso filho devia ter nascido, nosso casamento devia está bem e hoje seria um dia especial para nos dois: provavelmente sairíamos para jantar no nosso restaurante preferido e depois voltaríamos para casa e faríamos amor, cheio de declarações, até nosso corpo cansar, depois eu entregaria o presente que eu teria passado o mês pensando antes de compra e ela adoraria.
Tomei um susto quando uma mão tocou meu ombro.
—Desculpa eu estava te chamando mais você estava longe. —Encarei meu irmão voltando a realidade da situação, aqueles momentos pertenciam ao passado e que dificilmente voltariam a acontecer.
—O que você está fazendo aqui? —Perguntei, pela hora ele ainda deveria está trabalhando.
—Sai mais cedo do trabalho pra vim aqui ver como você está. —Ele se sentou no banco ao lado do meu. —A ursinha me lembrou que hoje é o aniversário de casamento de vocês e eu imaginei que você poderia precisar de um ombro amigo. A mamãe ligou pra Renée e ela disse que a Isabella estava bem na medida do possível.
—É ela foi medicada e agora está dormindo. —Fui sincero. Usar a palavra bem pra definir a situação da Isabella era brincadeira, mas eu entendia, quantas vezes eu mesmo tinha dito isso pra acalmar os outros. —É só uma data comum nada demais. —Mentir, tinha muita coisa e ela se quer se lembra me deixava muito mal. No último ano ela pelo menos disse algo, foi dó nada e eu não esperava por aquilo, mas ela lembrou. “Hoje faz sete anos né?” Ela pegou minha mão depois disso e se inclinou me dando um selinho antes de voltar à atenção ao nosso menino. No ano anterior eu tinha feito uma surpresa já que ela estava no hospital grávida do nosso filho, na época ela estava linda com um barrigão eu passei o dia inteiro mandando flores pra ela e quando eu finalmente consegui sair do trabalho eu fui até ela levando um imenso buquê de flores, chocolate e outras guloseimas que ela adorava e um presente especial, que foi mais uma brincadeira do que qualquer outra coisa eu pretendia comprar uma outra coisa pra ela quando ela voltasse pra casa.
[...]
—Edward isso é coisa que se dê como presente de seis anos de casamento? —Ela perguntou rindo. Mas eu via nos olhos dela que ela estava se divertindo com aquilo.
—Você não me deu nada. —Fingir está magoado. —Eu pensei em comprar um presente que pudesse servir pra nos dois. —Me aproximei dela e dei um beijo rápido.
—Seu pensamento foi muito bom. —Ela sussurrou com os lábios contra o meu.
[...]
Tínhamos rido horrores com bobeiras e nos empanturrado de chocolate e todos os doces que eu tinha comprado, depois eu ouvi muito da médica dela, mas tinha valido muito a pena ver um sorriso doce e verdadeiro no rosto dela. Tirar um pouquinho da preocupação e dá um pouquinho de paz a ela.
—Edward? —Meu irmão voltou a me chamar e eu percebi que eu tinha viajado de novo.
—Desculpa. —Me virei pra ele.
—Já que ela está dormindo porque você não vai pra casa e descansa um pouco. —Todo mundo tinha essa obsessão de me mandar pra casa, como se eu conseguisse descansar deixando ela ali sozinha. —Eu posso ficar aqui com ela.
—Você tem uma esposa grávida em casa e eu tenho que aproveitar a minha enquanto os pais dela não a interna. —Ele tinha contado a novidade apenas algumas horas antes deu receber a ligação do meu sogro, ou ex, e eu não tinha tido nem tempo de desfrutar a noticia. Ele já tinha surtado, mas pela cara que fez quando eu disse aquilo ele parecia está se acostumando. —Finalmente deu uma dentro. —Brinquei com ele como ele tinha brincado comigo tantas e tantas vezes. Era engraçado que eu pensei que eu iria me sentir mal ou com inveja com aquela noticia, mas eu só conseguia me sentir feliz por ele.
—Eles vão internar ela? —Ele ignorou minha brincadeira.
—Sim, eles dois chegaram a conclusão de que é a melhor opção pra ela.
—E o que você acha? —Ele me encarou esperando a resposta. Eu sinceramente não sabia o que responder a ele, eu não ficava nem um pouco contente com a perspectiva de ter que ficar longe dela, mas ao mesmo tempo eu ficava muito feliz em considerar que aquela podia ser a chance dela voltar a ser ela mesma, mesmo que isso significasse o nosso fim absoluto. Era uma batalha difícil entre razão e emoção, mas eu acho que desde o momento em que eu não me opus ao que os pais dela anunciaram só provava que naquele jogo a razão ganharia e eu a deixaria ir torcendo pra que ela conseguisse e isso não anulava de forma nenhuma meus medos, sendo o principal deles a possibilidade de que ela voltasse a tentar o suicídio.
—Eu vou ficar bem se ela tiver bem. —Era clichê ao extremo, mas não deixava de ser verdade, pelo menos era pra isso que eu torcia.
—Agora eu preciso fazer uma coisa. —Comuniquei. A ideia ainda estava fresca na minha mente e eu queria muito que funcionasse, se funcionasse seria uma coisa boa antes dela parti. —Obrigada pela visita. —Agradeci e me levantei fazendo o percurso até o final do corredor, em direção aos elevadores. Não me importei em deixá-lo sozinho o que eu tinha pra fazer era bem mais importante.
[...]
Percebi o olhar surpreso dos meus sogros quando eu entrei no quarto com um buquê de flores, estávamos divorciados e aquela data não devia ser comemorada, mas eu não resisti. Sabia que provavelmente eu que teria que comunicar a ela que ela iria para um clinica, eu sempre ficava com a pior parte, mas eu não consegui não considerar se ela não poderia ficar feliz com minha “surpresa”.
—Eu posso ficar um pouco sozinho com ela? —Pedi a eles. Meus olhos correram pelo quarto decorado com diversos tipos de flores, cada um deles com um bilhetinho explicando o significado. Da outra vez eu tinha feito o mesmo e mandado de hora em hora até que eu finalmente tinha chegado com o buquê com as flores preferidas dela, mas hoje o tempo foi mais curto e eu mandei entregar a cada dez minutos. Eu tinha pegado essa ideia, no passado, em um filme estúpido que ela tinha me obrigado a assistir certa vez e achei a ideia fofa, assim ficou guardada no fundo da minha mente até que eu usei.
—Claro querido. —Quem respondeu foi minha sogra e possivelmente depois de lembrar o que significava, pra todo mundo era uma data tão qualquer, mas pra nos tinha tanto significado, pelo menos tinha.
Esperei eles saírem antes de me aproximar dela. Os olhos aberto me encaravam sem muita curiosidade, apenas me olhando por olhar. Ele não proferia nenhum som, mas lágrimas ainda escorriam dos seus olhos. Deixei o grande buquê sobre o primeiro lugar na minha frente e caminhei apresado até ela, toquei o rosto dela delicadamente buscando tentar passar algum conforto. Pelo estado dela ela ainda devia está dopada com o tranquilizante que tinha sido receitado a ela.
—Baby fique calma. Inspire e respire.
—Eu esqueci. —Ela apontou para as flores e levou a mão ao rosto escondendo-o de mim. —Eu nem fazia ideia de que dia era hoje até as flores chegarem. —Me senti ainda pior a minha intenção era deixar ela feliz e não triste, fazê-la sentir culpa não era minha intenção.
—Se você pensar friamente nem tínhamos muito o que comemorar, você pediu o divorcio lembra.
Peguei as mãos dela e afastando-as do rosto.
—Gente divorciada não comemora aniversário de casamento.
Ela fez um biquinho e eu quis muito me inclinar e beijar ela, mas me contive.
—Não nos divorciamos. —Me lembrou. —Ainda. —Ela pareceu se obrigar a completar. —E eu nunca vou me perdoar por ter esquecido.
—Como você se sente? —Mudei de assunto.
—Meio nervosa e dolorida, como se eu tivesse passado dias deitada.
Ri e segurei a mão dela melhor.
—Não parece você está deitada a muito tempo, vamos dá uma caminhada. —Chamei. Quando compreendi que ela não iria me oferecer resistência, peguei o braço dela removendo o acesso do soro e removendo os medidores, eu era filho de uma médica eu sabia o básico.
Ajudei ela a ficar de pé.
—Acho que nossa volta deve ser só no quarto. —Ri quando olhei a parte de trás da camisola hospitalar que deixava o bumbum dela quase todo de fora.
—Isso é ridículo não sei por que não pode ser uma coisa mais decente. —Inclinei e apoiei o corpo dela, ela tinha ficado muito tempo deitada e sabia que devia está fraca e dolorida. Começamos a caminhar devagar.
—Eu ouvi meus pais dizerem algo sobre uma clinica. —Ela foi direta. O quarto era pequeno então mesmo caminhando a passos curtos e devagar conseguimos alcançar a parede oposto e voltamos a caminhar para outro lado.
Não sabia o que dizer a ela então optei por mais uma vez dizer a verdade.
—Eles acham que é melhor internar você. —Não me senti nenhum pouco mal em me excluir daquela decisão, eu na tinha escolhido nada a decisão tinha sido toda deles.
—Não vou. —Foi firme. —Ainda sou responsável pelos meus atos e não vou ficar presa em uma clinica. —Já nessa parte eu não senti tanta firmeza, talvez pela mentira em dizer que era responsável pelos atos a muito tempo ela não respondia por si mesmo. Obvio que não chegaríamos ao ponto de pedir um atestado, mas...
—Seja razoável eles só querem o melhor pra você. —Eu reconhecia o motivo por trás da escolha, já tínhamos tentado de tudo e foram dois anos sem nenhum bom resultado, apenas algumas melhoras temporárias e banais.
—Você concorda com eles? —Ela parou de andar e se virou me encarando aguardando minha resposta.
—Se for para o seu bem não vejo problemas. —Garanti, era estranho está mais uma vez conversando com ela de forma tão aberta. Aquilo nunca tinha acontecido antes, muito menos duas vezes consecutivas e eu nunca tive tanto medo de me apegar a uma possível melhora, não estava nem um pouco pronto para me decepcionar de novo.
—Eu não quero ir para uma clinica. —As lágrimas voltaram a escorrer. —Eu não vou suportar ficar sozinha. —Ela parecia ainda mais frágil ali em pé parada no meio do quarto. —Quando eu pensei que ir ser presa eu realmente pensei que isso podia ser uma boa ideia, mas Edward eu não tenho mais certeza.
Peguei as mãos dela nas minhas quando vi as juntas dos dedos dela ficarem brancas com o aperto feroz que as mãos dela fechadas estavam provocando.
—Se acalme. —Pedi e usei um pouco de força para abrir a mão dela. —De uma chance, eu te prometo que você não vai ficar sozinha eu sempre que possível vou ir até você e posso garantir que seus pais também jamais a deixaram só.
—Como você pode permanecer perto de mim? —Ela me encarou piscando fazendo as lágrimas escorrerem ainda mais
—Eu faço a mesma pergunta como você pode ficar perto de mim mesmo com tudo que eu fiz? —Puxei ela pros meus braços e apertei. —E outra não vejo o que você fez de tão errado que me faria se afastar de você. —Fui verdadeiro. —Você só amou demais.
[Cont...]
Notas Finais/Avisos
Esse é um dos momentos em que eu acho que mais fica claro o quanto o relacionamento deles se tornou toxico. Sei que alguns vão achar romântico, mas não é saudável. Já disse que amo esse casal, mas eles vão ter um caminho muito extenso ainda, mas podem esperar uma melhora.
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♥ É ai? Muita coisa pra pensar né... Espero que dê pra preencher algumas lacunas, mas ainda tem muito pra vir.
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13/02
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