3/16/2019

Resenha: After - Depois da esperança escrito por Anna Todd #4

Livro:  After - Depois da esperança Autor(a): Anna Todd
Editora: : Paralela
Páginas: 352
Classificação:
Sinopse:

Depois de tantos obstáculos, Tessa e Hardin estão, enfim, mais maduros como casal. As dificuldades causadas pelo gênio forte dele e pela impulsividade dela ainda existem, mas eles já não conseguem negar o amor que sentem um pelo outro. Mesmo morando em cidades diferentes, estão mais apaixonados do que nunca. Se a química entre os dois já era explosiva antes, agora que eles se entregaram de vez a essa paixão, cada encontro será mais ardente do que o anterior. Mas uma cruel reviravolta do destino trará à tona todos os fantasmas do passado de Hardin. Depois da esperança, haverá forças para enfrentar mais dificuldades?

Alerta essa resenha pode acabar tendo alguns spoilers.

Conclui o quarto livro da série, sim foi um livro por dia e eu nem sei o que dizer de como eu estou sem vida por causa dessa série, o bom é que eu já estou chegando ao quinto livro e está acabando.
Se eu tinha achado o terceiro livro bom esse se superou de muitas formas. Oficialmente eu posso dizer que gosto da Tessa e do Hardin (julguem o quanto quiser julgar). Nos primeiros livros eu não conseguia sentir isso por eles dois, era muito imaturo (por parte dela) e muito manipulador (por parte dele). Já nesse livro eu sinto um equilíbrio maior, tanto por parte dele e por todas as decisões que ele está tomando em nome do relacionamento e dela por está se valorizando bem mais e fazendo sua voz ser ouvida, ela quer algo e vai até o fim por isso, mesmo que pra isso tem que “passar por cima” do Hardin.

Mesmo com tudo que ele faz para evitar que ela vá para Seatle no terceiro livro, ela ignora todas as coisas ruins, arruma sua mala e vai ele se recusa a ir junto e essa distancia, de estarem morando algumas/muitas horas um do outro, faz muito bem ao relacionamento e a eles individualmente.
Um sinal de como essa distancia faz bem a eles e que o Hardin começa a fazer luta para descontar a raiva, para de beber e tem atitude bem legal em relação ao pai da Thereza, entre outras pequenas coisas – o comportamento possessivo dele não some e ainda fica muita coisa ruim, mas à uma melhora evidente.

Como se eles dois não tivessem problemas suficiente ainda me aparece o pai dela para trazer sua cota de contribuição e mais problemas. A forma que o Hardin lida com isso me impressionou e me fez ver outro lado dele, ela claramente podia ter usado o pai dela para manipular ela a continuar/voltar a morar com ele e abandonar Seatle, porém ele não o faz e confesso que ganhou muitos pontos comigo com essa atitude.

[...] Eu costumava tentar imaginar como seria ser uma criança feliz com uma família unida e amorosa [...]

Ainda acho que a história seja um turbilhão de problemas, principalmente de identificação. Esse tipo de conteúdo pode ser ruim para muitas pessoas que vivem em relacionamentos tóxicos como o deles. E sim mesmo gostando dos personagens, da história e da escrita da Anna Todd ainda sim eu sei que o relacionamento deles não faz bem a nenhum dos dois, por mais que em alguns momentos a Tessa pareça ser a única chance do Hardin (isso é errado de muitas formas).

[...]Depois de tudo isso, será que ainda vai sobrar alguma coisa de mim para ela amar?[...]

Quando ele começa a melhorar por ela me deixa muito chateada em considerar que essa seja a forma que a autora busque para a melhora e para o amadurecimento dele (ainda não li tudo estou me referindo ao quarto livro e sobre o que eu li nele) porque se ele fizer as coisas só por ela, ela vai acabar se tornando refém dele e do relacionamento (mais do que já dá alguns sinais de ser). Claro acreditamos que uma história de amor seja pra sempre, mas e se não for? E se com o passa dos anos ela se apaixonar de novo? Como vai ficar essa “cura” dele, quando ela já não tiver por perto? Quando ela abandonar ele? Obviamente ele vai voltar a ser o mesmo merda que era antes e como vai se comportar em relação a ela sempre trás muita preocupação (principalmente se trazemos essa história para vida real).

[...] Será que serei o mesmo cara por quem ela se apaixonou ou esse é seu jeito de me transformar em alguém que ela gostaria que eu pudesse ser - alguém de quem ela vai se cansar? [...]

Quando me refiro ao perigo desse tipo de livro, estou especificamente falando sobre as mulheres que leem ou leram esse livro e dá meio que legitimidade a continuarem seus relacionamentos tóxicos crendo na salvação do cara. Não é errado você ter fé em alguém, mas quando você deixa de se valorizar e priorizar (como em alguns momentos a Tessa faz durante esse livro) e como mulheres que vivem relacionamento abusivos fazem isso se torna um problema. E lendo um livro como esse vendo todas as nuances do personagem claro que vamos torcer por ele em alguns momentos (poder que as autoras tem de romantizar), nesse livro mesmo eu senti tanta pena do Hardin que foi FODA – principalmente ali no final do livro. Mas precisamos ver que esse tipo de situação já é bem comum na PORRA da nossa sociedade e não precisamos ficar dando (passando pano) para isso mais ainda e muito menos dando esperança de salvação. Mulher não tem que consertar homem nenhum (e ponto).
Mesmo sendo errado gosto dessa história, gosto ainda mais desse livro e nem vou falar de como eu gosto da escrita da Anna Todd, sei parece que eu não estou sincronizando os parágrafos, ali em cima eu falo uma coisa e aqui em baixo outra, vou resumir bem o que eu quis dizer, eu gosto da forma que a autora nos faz ver, de como ela nos coloca dentro da história e de como isso toca de uma forma bizarra, isso torna a história boa – boa até demais, só que mesmo reconhecendo que o livro é bom e que ele funcione pra mim de um jeito (como um alerta sobre relacionamento abusivo, como é possível reconhecer alguns sinais e de ver como esse tipo de relacionamento funciona) ainda me deixa meio mal saber que no final eles vão ficar juntos (e não vou entrar em mérito de merecimento – se ele merece ou não ser feliz), mas eu tenho muito medo de como isso vai tocar outras mulheres, as mulheres que vivem seus relacionamentos bosta ou as que ainda vão viver, esse lance da mina ter que salvar o cara dos seus demônios do passado não funciona bem na vida real. É lindo nos livros, mas quando é na vida real, quando o cara tem a personalidade e jeito explosivo e violento do Hardin o que acontece na maioria das vezes é a menina aparecer morta. Então dá pra entender como isso é uma confusão de sentimentos?

[...] Eu tinha um objetivo: Deixar todas as pessoas do meu convívio tão tristes quanto eu me sentia; assim, eu finalmente me encaixaria. [...]

Devemos parar de passar pano para homens babacas, se começássemos a nos valorizar e não aceitar esse tipo de personalidade destrutiva muita coisa ia mudar, os homens iam buscar cura por si mesmo. Ninguém quer viver sozinho e quando só houvesse duas opções (vive sozinho ou vira gente)... Não dá pra garantir, porém não consigo fugir de pensar como seria em um mundo onde as mulheres sejam respeitadas e valorizadas e não como cura de babaca.

Falei, falei e é capaz de não ter dito nada, contudo é isso... Leiam por sua conta em risco e me digam o que acham desse tipo de história.


16/03

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