Livro: After - Depois da promessa
Autor(a): Anna Todd
Editora: : Paralela
Páginas: 448
Classificação:
Sinopse:
Bem quando Hardin acreditava já ter enfrentado todos os fantasmas de seu passado, um terrível segredo sobre seus pais é revelado, despertando os seus piores demônios internos. Tessa sabe que só ela tem o poder de aliviar todos os sentimentos de raiva, traição e confusão que afligem seu amado badboy. Só ela sabe como salvá-lo de seu ciclo de autodestruição. Mas, dessa vez, ela não pode. Porque, quando menos espera, sua vida é para sempre alterada por uma tragédia. Hardin e Tessa prometem lutar com todas as suas forças para que o destino não os separe para sempre. Mas o que acontecerá quando suas forças chegarem ao fim? Depois da promessa... qual será o desfecho dessa história?
Alerta essa resenha pode acabar tendo alguns spoilers.
Finalmente concluir a série after e se os primeiros quatro
livros me surpreenderam de forma tão positiva esse último eu posso dizer que me
decepcionou. Quem leu as outras resenhas dessa série sabe que eu tinha dito que
eu continuaria amando a história e os outros livros desde que a Anna Todd
conseguisse manter o nível. E quando eu digo nível é o nível da escrita dela
que eu me refiro, a história não é tão surpreendente, mas o modo que ela
escreve e conta torna tudo sensacional.
“[...] Mas eu o amo mais do que a mim mesma, [...] principalmente porque estou nadando contra a corrente para salvar o Hardin, não a mim. [...]”
Não que nesse último livro o nível não tenha se mantido, a
história toda se manteve muito envolvente e bem escrita. O grande problema era
que a autora não parecia mais preocupada em contar, e por ser o último livro,
concluir a história. Ela parecia está querendo se defender e defender o
relacionamento de Hardin e Tessa. Só que caralho você já escreveu quatro livros
romantizando esse relacionamento toxico deles, vá se justificar e defende-los
em entrevistas, no seu blog ou no raio que a parta, no livro não era lugar de
fazer isso, muito menos colocando as palavras na boca dos personagens – o que
acabou tornando eles ainda mais feios e burros em relação ao tema.
“[...] Só acho que, se você e talvez algumas outras pessoas neste mundo crítico e louco prestassem mais atenção à merda que acontece por trás dos panos, veriam as coisas de outro jeito... [...]”
Foi por muito pouco que eu não abandonei a leitura e criei
eu mesma um final quando a autora meio que diz que só estamos vendo o que
queremos só porque não estamos passando pano para esse tipo de relacionamento.
Não foi o Hardin que disse isso, foi a autora e isso da autora botar tanta
defesa na boca do personagem foi muito broxante e bem desestimulante. Minha
vontade naquele momento era pegar os dados de violência contra mulher
(feminicídio – principalmente) e mostrar a ela, várias histórias que começam
exatamente com homens tendo comportamentos iguais ao do Hardin, as coisas em um
relacionamento abusivo não começam ruim, elas vão se tornando. Ninguém se
apaixona por alguém que te bate ou que faz você se tornar um lixo, isso vai
acontecendo com o tempo. Trás a história pro mundo real. E se o Hardin não
tivesse procurado ajudar e decidido melhorar. Como você acha que esse
relacionamento terminaria? Eu posso facilmente responder a essa pergunta. Possivelmente
a “Tessa” entraria para estatística.
“[...]Odeio isso, odeio o fato de que, por mais que ele me faça mal, ainda encontro um jeito de me culpar por sua dor. [...]”
E mais desestimulante porque ela mesmo – com a construção da
sua história e dos seus personagens se contradiz em vários momentos. Não era um
relacionamento abusivo, para logo em seguida o Hardin confessar que foi
manipulador, de como ele foi um filha da puta com a tessa e toda a merda que
nos faz ver que sim era a porra de um relacionamento abusivo.
“[...] Eu a manipulei para que me amasse de um jeito tão incondicional. [...]”
Podia ser um abuso menor, em menos intensidade, mas era
abuso, era toxico o perfeito tipo de relacionamento que não devemos aceitar de
maneira nenhuma. Olha onde ela teve que ir por causa dele. Olha o que ela se
tornou e o quão baixo foi até conseguir se reergue e ela não se reergueu por
causa dele e muito menos com a ajuda dele, ela estava sozinha com as pessoas
que no começo ele faz ela perder.
“[...]Sou boa em criar desculpas para explicar o comportamento dele. [...]”
Ele a manipula, a afasta da família, dos amigos e de
qualquer pessoa que a ame, ele a controla, ele a assusta é violento e bêbado. E
mesmo assim a autora insiste em dizer que não era abusivo, não era toxico. Sabe
ela poderia defender os personagens dela (eu mesmo vivo passando pano para os
meus) onde ela quisesse já citei diversos meios em que ela podia usar pra
defender eles, só que colocar a defesa no meio da história (mesmo como
pensamentos e fala dos personagens) estragou muito o livro.
“[...]Concordo que nosso relacionamento não era um dos mais fáceis. Errei e errei muito, e poderia ter feito muita coisa diferente -, mas jamais seria abusivo. [...]”
Outro ponto que me incomodou bastante foi a pressa para
concluir o livro, eu li quase setecentas páginas no primeiro livro da série, então
no último livro ela poderia chegar até as oitocentas páginas o que daria a ela muitas
páginas ainda para desenvolver o fim e concluir sem pressa. O fim foi bom – na
medida do esperado. Mas foi corrido, ela contou todas as idas e vindas com
tanta calma e fechou toda a história em três capítulos. Eu esperei tanto esse
final – por que mesmo que fosse previsível seria bom, porque a forma de
escrever da Anna Todd era boa então por mais previsível que fosse isso ia
compensar, mas não compensou ela correu com a história, eu senti falta de
muitos momentos.
“[...]Mesmo quando não estava fazendo nada de errado, eu estava errado. [...]”
Principalmente dos momentos do Hardin com seus pais e sua
mãe resolvendo realmente aquele assunto, eu tive a sensação de que ele apenas
deixou pra lá senti muita falta disso. Também senti falta de ler como foi o
casamento deles – em detalhes e não só saber como foi. Depois de tanta chatice
de vai e volta nos leitores merecíamos ler o casamento dele da forma mais
detalhada possível. Eu podia ficar aqui escrevendo por horas ainda sobre tudo
que eu acho que faltou por que faltou muito e falta é a palavra que eu escolho
para definir esse livro.
“[...]mas essa coisa todo [...] vai ser o prego no caixão ou a nossa salvação. [...]”
Mas temos outras trezentas páginas para comentar e tirando o
fim (como a história realmente foi concluída) o caminho deles até aquele
momento foi intenso e me arrancou algumas lágrimas (confesso). O começo do
livro a autora consegue manter o nível, enquanto ela vai afastando eles dois,
em como ela vai conduzindo eles para o fim e bom e me agrada demais e foi muito
emocionante e doce.
“[...] Se ele soubesse lidar com a raiva e admitir que pode sentir dor, admitir que outra pessoa além dele próprio [...] é importante no mundo, ia conseguir superar toda essa situação.[...]”
Finalmente nesse livro temos a Tessa olhando para seu
relacionamento com olhos mais críticos, enxergando as merdas que o Hardin faz e
colocando um ponto final. Não se deixando mais ser tratada daquele jeito,
amadurecendo, se tornando mais confiante, mas forte e essa evolução e
sensacional e foi muito esperada por mim.
“[...] Minha ideia a respeito do amor e de não desistir de quem amamos não poderia estar mais distante da verdade. Eu me enganei durante todo esse tempo. Quando amamos alguém, não deixamos essa pessoa nos destruir, não permitimos que nos arrastem na lama. Tentamos ajudar, tentamos salvá-la, mas quando o amor se torna uma via de mão única, se continuarmos tentando, estamos fazendo papel de bobos. Se eu o amasse, não permitiria que ele acabasse comigo também. Insisti muito com Hardin.[...]”
Falando nele ele também melhorou e merece o crédito, por
mais que eu não goste de como esse tipo de livro funcione (meio que dizendo
para as mulheres que se elas se esforçarem a ponto de se perderem completamente
elas conseguem salvar o cara. – inserir carinha revirando os olhos.).
“[...] isso serve para me mostrar que só as próprias pessoas podem mudar a sim mesmas, por mais que tentemos. [...]”
Eu acho a melhora dele linda, o homem que ele se torna no último
livro é tão especial. O melhor de tudo é que eles estão tão fodidos que ele se
cura pro ele, não por ela – ele não quer se tornar o cara que ela espera, ele
quer se tornar um cara melhor por ele, por que de certa forma ele começa a
cansar daquele jeito dele. Então a mudança ser por ele foi o ponto mais alto e
uma coisa muito boa (meio que explicando que só uma pessoa pode curar seus
traumas do passado e essa pessoa é você mesmo, ninguém pode curar outra
pessoa).
“ [...] Eu teria tudo o que quisesse dela – seu amor e sua afeição constante por anos e anos –, mas ela ficaria insatisfeita, mais e mais [...]”
O ponto final sobre essa série e que eu gostei dela, mas do
que eu considerei possível e estou louca para ver a história nas telinhas
(mesmo morrendo de medo de como essa história vai para o cinema). Esse é o
livro que sem sombra de dúvida mais me decepcionou e o que vai ganhar a menor
nota, quatro (só pelo começo do livro), mas que de forma nenhuma vai conseguir
apagar o que eu senti pela história.
“Não faz sentido para mim, depois de todos esses meses, depois de toda essa confusão, que eu ainda prefira estar no meio de tudo isso. [...]”
Eu concluo essa série dizendo o que eu já disse antes, você
só vai poder formar uma opinião sobre o livro se ler, eu gostei muito (mesmo
com toda a merda). Então se não leu, leia e venha aqui me dizer o que achou e
se já leu me conta ai qual é seu ponto sobre a história.
“[...]Não quero ver ninguém falando sobre minha vida e me julgando [...] Principalmente quem nem se der ao trabalho de ler. [...]”.
Ainda tem mais três livros que já entraram para minha lista de leitura, Before e os da história do Landon, então posso dizer que eu volto a falar dessa série em breve.
19/03
“[...]Não quero ver ninguém falando sobre minha vida e me julgando [...] Principalmente quem nem se der ao trabalho de ler. [...]”
Nenhum comentário:
Postar um comentário