Isabella Swan
Meus pés tocavam a grama bem cuidada delicadamente, eu
simplesmente precisava daquele momento. Tinha certeza de que o Edward
entenderia meus motivos e perdoaria meu atraso. Eu não precisaria realmente
está ali, tinha vindo no começo da semana com o Edward e ontem com a minha
filha mais velha, mas eu não queria fazer aquilo sem eles e de alguma forma
estando ali naquele momento eu sentia que eles estariam comigo naquele dia.
Aproximei-me da tumba e toquei as fotinhas já fazia tanto
tempo e meu peito ainda parecia sangrar da mesma forma a única diferença e que
agora eu parecia forte o bastante para suportar e seguir em frente, muita coisa
boa tinha acontecido na minha vida e isso compensava todo o esforço que eu tive
que fazer eu jamais me perdoaria se eu tivesse deixado de viver aquilo e
desistido.
—Oi filhos. —Dobrei meus joelhos na grama, bem entre os
túmulos dos dois. Eu tinha desenvolvido a mania de ir ali e simplesmente contar
toda minha vida para eles, falar mesmo que “sozinha” me ajudava a entender.
—Hoje é o dia em que eu e seu pai vamos refazer nossos votos. —Não era um
casamento já que nunca tínhamos verdadeiramente assinado os papeis do divórcio.
—Estamos... não na verdade eu estou muito nervosa e tive que fugir e vir aqui porque
de certa forma conversar com vocês me acalma de um jeito que eu nunca vou
conseguir explicar. —Toquei o rostinho do Thomas na fotinha do tumulo. Deixando
que os bons sentimentos e as boas memórias que eu tinha dele enchessem meu
coração de coisas boas. Era quase instantânea a paz que apenas está ali me
proporcionava. —Não vou poder ficar muito. As noivas só podem se atrasar um
pouco e eu tenho certeza de que até fazer o caminho de volta eu já vou ter excedido
minha cota, mas eu volto em breve. —Deslizei meus dedos pela fotinha do Antony
e organizei as flores que o vento tinha movido.
Eu não consegui achar ruim o fato deu ficar indo ali de vez
enquanto ver meus filhos, eu não me incomodava nem um pouco de chamar o Thomaz
de meu, eu cuidei dele tanto quanto eu cuidei do Antony, eu tive uma ligação
com ele muito poderosa e não dava apenas para esquecer o que vivemos. Eu tive
muito tempo e muitas sessões com minhas psicólogas para aprender a aceitar que
eu amava aquele menino como se fosse meu filho e por isso que eu fiz tanta
questão de esconder ele, de esconder o que eu sentia por ele –por medo, eu
apenas fui medrosa. Hoje eu reconhecia que eu o amava como meu e nenhum sangue
seria capaz de mudar aquilo. Ele foi o maior afetado pela minha loucura. Okay
se nada daquilo com o Antony tivesse acontecido provavelmente ele não teria
existido, mas ainda sim eu não anulava minha culpa. Eu estava em um estado que fazia
com que todos tivessem que focar em mim e está com toda atenção em mim e aquele
menininho perdeu tudo que uma família como a nossa poderia proporcionar, éramos
carinhosos ao extremo e eu dizia isso baseado em como minha família recebeu
minha filha e todos nossos demais filhos.
—Eu infelizmente tenho que ir, mas prometo que volto o mais
breve possível. — Toquei mais uma vez as fotinhas deles e me levantei. A
necessidade de está ali era justificada, hoje era um dia importante para mim e
mesmo tendo total certeza do que eu queria ainda sim eu estava tendo que lidar
com todo o nervosismo da situação em que eu estava, era uma emoção de ansiedade
boa e eu não conseguia afastar a vontade de ter meus filhos ali comigo, de ter
todos eles. Dizer adeus não era fácil, aceitar que eles tinham partido não era
nada fácil, mas eu tinha conseguido, tinha conseguido bem mais do que eu já
achei possível.
[...]
Cheguei em casa e a movimentação da equipe de decoração
estava a todo vapor, pessoas com arranjos de flores, moveis e tecidos. Por
aquele estado eu não devia está tão atrasada o quanto parecia.
—Isabella onde você estava? —Tomei um susto com a minha mãe
surgindo do corredor da cozinha, ela estava responsável pela comida. Assim como
minha filha estava cuidando da minha roupa e eu deixei a Alice responsável por
toda a decoração.
—Eu precisei sair por alguns minutos.
—Desistiu? —Ela me encarou temerosa, as mãos foram ao cabelo
em um claro sinal de impaciência. Nos últimos anos o Edward não tinha
reconquistado só a mim. Ele teve muito mais trabalho com ela do que teve
comigo, mas ele conseguiu e voltou a ser o genro preferido dela (é único).
—O que? —Só tinha saído por alguns minutos, não era como se
eu tivesse perdido a hora do meu casamento. —Claro que não. Foi só uma saída já
estou de volta e vou me arrumar antes que realmente eu me atrase.
—Você já está atrasada. —Ela me repreendeu. —A Giovanna está
ficando doida com a sua ausência.
Revirei os olhos. Era um completo exagero da minha menina
mais velha, o trabalho que ela tinha feito criando o meu vestido (desenhando e
o costurando) tinha sido impecável e a última prova, que tinha acontecido
ontem, provava isso. Ficou um trabalho lindo, o vestido estava cumprindo todos
os meus requisitos e tinha um tom de modernidade e excessos de detalhes que o
tornava deslumbrante. Ela teria uma carreira solida com o universo da moda da
forma que ela desejava.
—Vou até ela então.
—O cabeleireiro e a maquiadora chegaram há alguns minutos e
já estão com as princesinhas.
—Elas se comportaram?
Minha mão balançou a cabeça negando. Já esperava por aquela
resposta, elas duas era as crianças mais agitadas do mundo. Não eram muito aptas
às ordens e entender o não era muito complicado o que deixava-nos sempre a um
ponto de surtar. Mas já eram parte da nossa família e estavam melhorando aos
poucos.
—O Edward teve que intervir e coloca-las no banho, mas
tirando isso...
—Ele está aqui? —Perguntei temerosa. Não podia permitir que
ele me visse antes do casamento, mesmo que já tivéssemos atingido nossa cota de
azar para uma vida não queria correr o risco.
—Não ele foi embora depois de coloca-las sobre algum
controle. —Sim com toda a certeza se existia alguém que conseguia o melhor
delas era o Edward, nem mesmo eu tinha conseguido me aprofundar nelas como ele
tinha o dom de fazer e mesmo sendo contra no começo pela quantidade hoje elas
eram a vida dele.
Ele estava se arrumando na casa dos pais, ou melhor, do pai.
A mãe dele tinha falecido há um pouco mais de seis anos atrás, o câncer dela
tinha voltado mais agressivo e depois de uma metástase ela não aguentou muito e
faleceu. Foi tempos muito difíceis e eu tive que ser forte ao extremo para dá
todo o suporte ao Edward, aceitar que a mãe tinha assinado uma ordem de não ressuscite
foi impossível. Eu de certa forma conseguia entender o porquê ela tinha feito
aquilo, ela sabia que seu estado ficaria cada vez pior e que ela apenas ficaria
vegetando em uma cama de hospital e não queria isso para si. Ouso a imaginar
que ela tinha medo de ser o que o Antony foi para mim para a família dela, ela
tinha visto tudo que eu fiz para manter o Antony vivo, mesmo quando já não
tinha nenhuma esperança e ela não queria que a família dela passasse por isso.
O Edward acabou cedendo ao álcool, mais de dez anos de sobriedade jogado fora
por um único gole. Eu consegui chegar a tempo antes que ele bebesse mais do que
aquilo, mas...
[...]
—Edward. —Meus olhos foram para a garrafa em cima da mesa de
centro e eu não consegui esconder a decepção, desde que eu tinha voltado à vida
dele eu nunca o tinha visto beber. Eu soube de algumas histórias, através da
Alice, de como foi para ele a fase do alcoolismo e eu não conseguia conter
minha culpa, o alcoolismo não foi algo que surgiu de uma hora para outra ele
tinha sido construído desde a morte do Thomas e eu nem tinha percebido, quando
eu fui embora que as coisas se tornaram mais grave e óbvias. —Não faz isso.
—Pedi. Me aproximei dele e o abracei e mesmo quando ele tentou me afastar eu me
mantive ali apertando os braços no pescoço dele com a maior força que eu tinha.
—Por favor, eu sei o quanto dói e sei que você é forte para enfrentar isso.
—Ele me apertou firme por um segundo e me soltou.
—Não sou não e eu pensei que tinha acabado que já tínhamos
perdido tudo que aquentaríamos perder.
Balancei a cabeça entendendo exatamente o que ele queria
dizer, eu tinha aqueles mesmo medos, mas eu tinha lidado com eles e ainda
lidava.
—Ninguém é imortal, todos nós um dia vamos partir. —Lembrei.
Eu precisava lidar com a dor antes dela se tornar real, eu já vinha me
preparando em como seria perder mais gente. Eu sabia que um dia meus pais
podiam não está mais ali e que se seguissem a ordem natural das coisas eles
partiriam antes de mim, ninguém era eterno – por mais que quiséssemos. Devíamos
aprender a lidar com a perca e não deixar que elas nos consumisse ou não
restaria nada, e isso era de alguém que chegou a perder tudo antes de
finalmente conseguir entender isso.
—Ela não devia ter morrido temos tanta coisa ainda... — Ele
respirou fundo buscando alguma coisa. —Nos acabamos de adotar a Antonela e ela
mal vai se lembrar dela.
—Nos vamos enchê-la de lembranças dela da mulher especial
que ela foi. —Prometi. —Mas você precisa ser forte e você não pode seguir por
esse caminho. —Apontei para a garrafa de vodka em cima da mesa de centro.
—Assim não vai dá certo.
—Não sei se eu sou forte o suficiente.
—Claro que é. Olha tudo que já sobrevivemos eu sei que você
pode aguentar mais essa. —Ele me apertou novamente dentro dos braços dele e
chorou.
[...]
Ele tinha sido forte, naquela mesma noite ele decidiu parar
e voltou às reuniões do AA e parou de beber. Era assustador como um gole podia
jogar todo um tratamento fora ele teve que recomeçar do zero, não foi fácil e
alguns momentos eu podia ver como ele ficava inquieto e envergonhado – como
quando eu tirei todas as garrafas de álcool de dentro de casa ou quando nossa
filha que na época tinha seus treze anos ouviu a conversa dele com a madrinha
dele do AA e como foi difícil para ele explicar para ela o que aquilo
significava e os motivos dele. Ela um anjo do jeito que era já entendia algumas
coisas e apenas foi o mais amorosa possível abraçando ele e dizendo que o
amava.
Como as coisas tinham funcionado com eles ainda me
surpreendia, eu nem nos meus maiores sonhos imaginei que eles pudessem chegar
naquele nível de relacionamento. Ele se tornou pai dela sem nem perceber, eu
queria que eles ficassem próximos para que pudéssemos conviver só que eles se
tornaram bem mais que isso e de forma nenhuma eu reclamava.
Entrei no primeiro quarto do corredor, que pertencia às
gêmeas, Haila e Laila eram minhas caçulinhas. Tínhamos concluído o processo de
adoção delas há apenas três anos e elas tinham aparecido na minha vida a
quatro. Eu fazia um trabalho social em um orfanato e minha primeira experiência
com elas foi um tanto engraçada e que já demonstrava todo o potencial que elas
tinham para aprontar.
Eu estava responsável pelo tempo da leitura e eu tinha que
garanti que quem entrava também saia e elas conseguiram me confundir e fazer
parecer que as duas estavam ali quando na verdade uma delas perambulava pelo
jardim brincando. Em minha defesa se eu soubesse que ela era gêmea eu podia
apenas não ter passado por aquela situação era meu primeiro dia naquela parte
do orfanato, com as crianças maiores e seria justo que eu tivesse sido avisada
que deveria manter ainda mais minha atenção nelas do que nas demais crianças.
Depois do susto que eu levei ao saber que eram duas e que
uma delas estava perdida eu fiquei desesperada e assim eu percebi que enquanto
ficasse ali eu não podia tirar os olhos delas e assim eu me apaixonei por elas
no final daquele ano eu estava fazendo de tudo para convencer o Edward a
conhecer elas.
[...]
—Edward apenas dê uma chance eu tenho certeza de que você
vai amar elas. —Ele revirou os olhos e continuou a atenção no que quer que ele
estivesse fazendo no texto em que lia, ele marcava coisas demais para está
realmente concentrado.
—Esse é o problema eu não quero dá uma chance. Já excedemos
o limite. —Revirei os olhos. Só nos achássemos que não podíamos ter outros
filhos. Ninguém tinha nada a ver com isso. —Não me olhe assim. Quatro é demais,
seis não é nem considerável. —Ele me deu um olhar firme que indicava que para
ele a conversa estava encerada. Mas eu ainda tinha muito a dizer. Ele tinha que
parar de ficar olhando os números e ver como nossa família se amava e o quanto
amávamos nossos filhos e o quanto eles nos amavam de volta.
—Por favor. Eu juro que nunca mais falo sobre adoção com
você se apenas você der uma chance e conhecer aqueles anjinhos. —Ele largou o
marca texto e me encarou me estudando. —Por favor.
—Eu vou lá conheço elas e até considero realmente a adoção.
—Eu abri meu maior sorriso, tinha sido mais fácil do que eu achei que seria. O Miguel
tinha sido uma grande coisa e eu tive muito trabalho para convencê-lo, já com
Daniel foi totalmente coisa dele ele apenas durante uma das visitas ao Miguel
deixou que o menininho franzino se aproximasse e saiu dali sem conseguir pensar
em outra coisa. Naquele ano em vez de entrarmos com o pedido de adoção de uma
criança entramos com dois. Nossos dois anjinhos (até no nome), eles eram os
meninos mais calmos do mundo e extremamente amorosos. Normalmente eu fugia disso, eu morria de medo
de acabar substituindo e quando aconteceu simplesmente aconteceu. Eu me
apaixonei e não existia mais nada além dos meus dois filhos, eu não os confundia
com os meus filhos mortos mesmo com algumas semelhanças como o Miguel ser
apenas um ano mais velho do que o Daniel e os dois terem a mesma idade que os
irmãos teriam se tivessem vivos. Eram crianças diferentes e eu nunca precisei
me lembrar disso.
—Eu faço isso desde que você abandone o trabalho no
orfanato. —Isso era um grande pedido e ele sabia o quanto estava pedindo da
mesma forma que eu sabia o quanto estava pedindo a ele também. Ele se levantou
e veio ficar na minha frente. Seus dedos pousaram levemente no meu queixo e
ergueram meu rosto, buscando meus olhos. —Se você continuar lá daqui a pouco
vamos ter umas cem crianças dentro de casa e não temos como coordenar isso. —Eu
sabia que ele era bem rígido com isso e quando dizia sim aos meus pedidos ele
levava a sério e era o melhor pai do mundo. —Eu gosto de cuidar dos nossos
filhos, de educá-los e não vamos conseguir dá total atenção que eles merecem
com uma criança nova a cada ano. —Ele tinha total razão. —Giovanna está
entrando na adolescência e daqui a pouco vai nos deixar maluco. —Ele apontou
para a hora no relógio, ela já era uma adolescente, mas ele gostava de pensar o
contrario por ciúmes paterno. Ela tinha
ido a uma festa e nos tínhamos dado a ela um limite que ela já tinha
extrapolado a única coisa que fazia o Edward permanecer ali e não ter ido até
ela era eu. Eu apenas tinha um sentimento tranquilo sobre ela, nunca fui muito
de sexto sentido, mas Alice tinha me alertado que eu apenas devia soltar um
pouco a mão em relação a ela. As vezes eu era muito intensa. E era isso que eu
vinha fazendo. —Temos os meninos que não são fáceis e temos a Antonela. —Ele
não precisava dizer mais nada, Antonela era um recém-nascida quando chegou a
nos, apenas dois meses e ela veio apenas como provisória –foi a primeira e
ultima vez que tentamos acolher “provisoriamente um bebe”. Ela chegou toda
pequenininha, com seus dois meses, e quando eu vi ela já era completamente
minha filha. Não teve nada de provisório quando entramos com o pedido de adoção
dela. Ela sem duvida foi o maior desafio, porque eu, o Edward e nossos filhos
já a viam como nossa então não tinha como ele se opor ao que o coração dele
queria e ao mesmo tempo ele estava morrendo de medo porque ela tinha um grave
problema no pulmão que minava as expectativas de vida dela. O que nos dava
muito trabalho na época. Hoje ela era uma bailarina saudável, passamos por
alguns momentos difíceis, mas conseguimos ela tinha conseguido. —E mais essas
duas meninas tudo vai ficar muito puxado para todo mundo.
—Okay. —Não tinha como negar um pedido daquele.
[...]
Ele tinha razão seis era um numero bem expressivo.
Principalmente porque a adaptação das minhas duas anjinhas não foi nada fácil e
foi em um dos momentos em que a Giovanna estava mais rebelde o que nos deixava
sempre no limite do cansaço. Eram as duas meninas aprontando a cada segundo sem
atenção e a Giovanna se comportando de uma má forma e os meninos cada vez mais
fechados.
Elas realmente me levaram ao limite e quando tínhamos apenas
a guarda provisória eu realmente considerei não seguir com a adoção e até hoje
eu agradeço ao Edward por ter circulado a situação e se mantido no controle não
deixando que eu nem considerasse isso. Eram nossas filhas e iríamos conseguir
elas só precisavam de um pouco de tempo. Se eu tivesse aberto mão delas eu
nunca iria me perdoar. Hoje eu entendia o comportamento delas, elas passaram
por coisas demais para menininhas e rebatiam isso com o mau comportamento,
chamando atenção. Aqueles anos conosco já tinham feito um bem danado a elas.
Assim que entrei no quarto cumprimentei a todos.
—Meus amores vocês aprontaram enquanto eu sai? —Perguntei
atraindo a atenção delas que estavam docemente comportadas sentadas cada uma na
sua penteadeira enquanto Pablo, nosso cabeleireiro, cuidava do cabelo da Haila e
Sabrine, a maquiadora, pintava os lábios da Laila com um batom rosa chiclete.
Obvio que o Edward tinha passado por ali e feito seu milagre. Mesmo sendo idênticas
eu conseguia diferencia-las sobre qualquer situação. Haila tinha uma postura
mais ereta e segura, que em nada condizia com sua idade. Laila era mais
sensível o jeito que ela se portava sobre tudo era delicado e gentil, até mesmo
quando estava aprontando.
—Meu Deus vocês estão tão lindas. —Os cabelos caracolados
brilhavam como nunca. O pablo tinha deixado-os soltos e apenas tinha os deixado
armados e colocados algumas presilhas de borboletas para finalizar o penteado.
A maquiagem era quase inexistente por se tratarem de crianças e eu já tinha
deixado isso claro. Mas algo tinha sido passado nos olhos e a pele negra
brilhava de uma forma ainda mais bonita e saudável para uma criança.
—Mãe cadê meu vestido? —Haila perguntou. Ansiosa. Eu nem
tinha começado a me arrumar e elas queriam entrar nos vestidos. Nunca. Elas
estariam completamente descompostas em pouquíssimo tempo.
—Sua irmã vai trazer daqui a pouco, quando vocês terminarem
esperem aqui podem jogar vídeo game se quiserem.
—Vamos poder jogar vídeo game agora? —Os olhinhos da Laila
brilharam em expectativa, elas adoravam jogar vídeo game e eu tinha que sempre
manter um certo limite para que elas não passassem o dia inteiro com aquele
controle na mão. —Quero festa todo dia.
—Sim, mas só hoje.
Me virei aos profissionais e deu um sorriso constrangido.
—Vou esperar vocês no meu quarto.
O Pablo riu:
—Pensei que tinha fugido e perdido um partido daquele.
Foi minha vez de ri.
—Nunca. —Ele tinha uma super queda pelo meu marido e mesmo
com o passar dos anos meu marido ainda continuava impressionante fisicamente
falando – nos outros quesitos também, mas fisicamente era apenas sem palavras.
—Eu só precisei fazer uma coisinha, mas já estou totalmente disponível.
—Vá tomar um banho que já estou terminando aqui. —ele pegou
um caixinho dela prendendo uma outra presilha. Não resisti e me aproximei
beijando a bochecha da Haila e em seguida beijando a da Laila também, as duas
eram ciumentas demais para que eu corresse o risco.
[...]
—Mãe, sério isso? —Ela me encarou enquanto mantinha a agulha
firme sobre um ponto no meu véu, ela estava muito empenhada em se certificar
que o perfeito realmente estivesse perfeito. —Nos fomos visitar eles ontem para
garantir que hoje você se dedicaria completamente a si mesma e você foge de
madrugada.
—Não fugi tenho filhos pequenos e eu precisava ser a responsável
já que seu pai não está aqui e avisei sua avó que eu estava saindo e pedi-a
para cuidar deles. —Ela largou o véu de lado e veio até mim parando na minha
frente. —E eu a pedi para avisá-la que iria demorar um pouco mais do que o
planejado.
Toquei o rosto dela vendo-a dá de ombros. Ela era
inteligente demais para saber que não valia a pena discutir pelo que já tinha
acontecido.
—Se você vai tomar banho eu aconselho fazer isso rápido que
eu ainda preciso de você dentro do vestido para os últimos ajustes.
—Últimos ajustes? Nos não fizemos isso ontem? —Ela tinha
passado o dia praticamente todo de ontem me espetando e marcando coisas no vestido
que segundo ela precisava ser ajustado, mesmo que para mim já estivesse tudo
perfeito.
—É só para ver se os ajustes ficaram bons.
—Você está começando a me fazer me arrepender de ter
escolhido você como estilista. —Ela me deu a língua, não era brincadeira ela
estava me deixando doida com todas aquelas provas, mudanças, tecido, cor e
qualquer outra coisa que ela ache que era necessário alterar.
—Além de ser o vestido de casamento da mulher mais incrível
do mundo esse vestido vai valer quase setenta por cento da nota final da
faculdade então não encha meu saco ele precisa estar perfeito.
—Okay senhora universitária vou para o banho. —Ela estava
mais nervosa do que eu, não era que a situação não fosse especial eu apenas
tinha tanta certeza daquilo que até o nervosismo me deixava animada e feliz. Na
primeira vez que eu me casei eu mal aproveite a experiência por está tão
preocupada com a planejamento e execução que eu acabei mal desfrutando da
ocasião quando eu me lembrava daquele dia tinha aquela nota de felicidade, mas
o que ficou foi com tudo foi tão cansativo e como eu mal tinha me divertido
para garantir que tudo estivesse perfeito para os outros esquecendo que aquele
era o meu dia e que quem tinha que aproveitar era eu e o meu marido. Dessa vez
eu apenas queria aproveitar, não era um casamento porque nunca tínhamos
realmente nos divorciado então era algo como uma renovação dos votos. Ainda
seguindo um modelo diferente da primeira vez a cerimônia seria bem intima
deixando espaço apenas para família e amigos mais próximos.
Eu já estava dentro do meu banheiro quando ela falou comigo
ainda do quarto.
—Você falou com o papai sobre o Caio?
—Sim, ele não está muito feliz por você não ter falado
diretamente com ele, mas ele prometeu se comportar.
Ela estava namorando e tinha escolhido o nosso casamento
para nos apresentar o menino. Eu já tinha ouvido muito falar sobre ele, mas
ainda não tinha sido apresentada a ele. Ela não tinha falado com o Edward por
medo de como ele iria reagir com a novidade, ele não escondia o quanto ele era
ciumento com os filhos dele e tinha reagido muito mal quando descobriu que ela
já beijava na boca e a conversa sobre sexo foi terrível ele mais reclamou do
que agiu de forma esclarecedora o que me obrigou a ter meu momento sozinha com
ela.
—Simples assim? —Ela apareceu na porta do banheiro.
Não me importei e tirei a roupa precisava tomar logo meu
banho para ficar apresentável daqui a pouco meu quarto estaria cheio e eu
realmente não teria privacidade.
—Sabe muito bem que ele vai falar com você sobre isso, mas
ele te ama e só deve te encher um pouquinho.
—Você o conhece melhor do que ninguém e se está dizendo eu
acredito. Obrigada. —Ele me jogou um beijo e voltou ao quarto, provavelmente de
volta ao meu vestido.
[...]
Eu mal conseguia ouvir as palavras do padre, eu chorava de
forma vergonhosa e só tinha a agradecer por toda a minha maquiagem ser a prova
d’agua. Meus sentimentos hoje pareciam uma montanha russa, acordei muito
nervosa e depois da ida ao cemitério eu tinha conseguido me acalmar, mas tudo
voltou a acontecer de forma muito confusa e ali eu chorava de verdade, as
lágrimas escorriam pelo meu rosto sem que eu pudesse me controlar. Todo o
discurso que eu tinha feito sairia de forma muito estranha se eu não retomasse
o controle.
O Edward tocou meu rosto enxugando meu rosto de maneira doce
e cuidadosa para não estragar a maquiagem e apertou ainda mais a minha mão. Eu
sabia que ele devia está surtando pelo meu estado e eu queria que de alguma
forma ele entendesse que aquele era um choro de alegria. Eu realmente imaginei
que minha vida tinha chegado ao fim e eu consegui ganhar tanta coisa. Eu tinha
conseguido uma família maravilhosa, não iria romantizar o meu sofrimento e
dizer que eu precisei passar por tudo aquilo para conseguir ser feliz não foi
assim, eu devia ter aceitado quando foi me dito que eu não podia engravidar e
não ter tentado todas aquelas alternativas, eu devia ter aceito quando foi me
dito que meu filho não sobreviveria e não ter seguido todas as outras
alternativas. Minhas decisões me levaram aonde eu cheguei, não as do Edward,
dos médicos ou de Deus. Eu tomei uma decisão e não aguentei as consequências
dela. Eu tinha me perdido e conseguido me reencontrar e finalmente estava
feliz.
Olhei em volta vendo meus seis anjinhos sentados no primeiro
banco ao lado dos meus pais, na primeira fila do outro corredor estavam meu
sogro, meus cunhados com sua esposa e marido. Aquilo era o que importava, eu
estava amando e sendo amada. Eu tinha uma família por mim quando eu precisava e
sabia que sempre podia contar com eles para tudo.
Voltei à atenção ao meu noivo e deu um sorriso em meio as
lágrimas, ele merecia saber que eu estava feliz, muito feliz. Aquelas lágrimas
eram de felicidade. Ele retribui com o sorriso mais doce do mundo e que fazia
meu coração se aquecer, era o mesmo sorriso que ele dava todos os dias quando
acordava ao meu lado. O sorriso que indicava que ele estava ali e que ficaria
ali independente da situação e mesmo com o passado e o histórico já eram mais
de dez anos juntos e eu confiava nele. Eu tinha cometido erros e ele também, já
tínhamos lidado com eles há muito tempo atrás e se ficássemos sempre vivendo
diante do passado jamais conseguiríamos ser felizes e eu merecia a felicidade e
ele também.
—Te amo. —Sussurrei. Não me importei que o padre ainda estivesse
falando eu precisava que ele soubesse.
—Eu também te amo. —Era isso que importava no final.
Notas Finais/Avisos
Espero que tenham gostado dessa experiencia tanto quanto eu. Foi prazeroso ao extremo compartilhar isso aqui com vocês.Obrigada por todo o apoio e por tudo.
Não betado.
04/07/2019
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04/07
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