Isabella Swan
Assim que eu entrei pelas portas da emergência agradeci por logo ver o Edward caminhando em minha direção, ou melhor, em direção ao paciente. O que quase dava no mesmo.
Ouvi o socorrista contando em detalhes qual era o caso e ele examinando o paciente com seus internos, ou como eu gostava de chamar capacho. Porque pobres futuros médicos que tinham que lidar com a constate “bipolaridade” do meu melhor amigo.
—Senhorita você precisa ficar aqui. —Olhei para o interno que me impedia de seguir para área de atendimento do trauma. Eu conseguia distinguir funções por causa dos uniformes diferentes e aquele uniforme salmão era a coisa mais ridícula do mundo. Sorte que minha também amiga não visitava muito o hospital pra ver os residentes usando aquele horror.
—Assim que o Doutor Cullen tiver livre você pode pedir pra ele vir falar comigo. —Pedi. Era estranho se referir ao Edward como doutor, eu sempre tive apelidos tão criativos pra ele e ter que chamá-lo de doutor estragava tudo.
Eu e Edward Antony Masen Cullen éramos amigos desde que eu me lembro, ele era o ser mais especial do mundo e o melhor diante dos olhos ciumentos do meu pai que morria de ciúmes de qualquer garoto que chegasse perto de mim. Com o meu melhor amigo já tinha sido “aprovado” depois que meu pai percebeu que o que tínhamos não era nada além de uma boa amizade.
Minha estadia ali naquele hospital nada tinha a ver com o fato de que aquele seria o primeiro natal que não passaríamos juntos, mas sim por causa do acidente que eu provoquei. Eu tinha atropelado um homem quando saia da minha empresa e tudo ficou muito confuso quando eu vi aquela quantidade significativa de sangue. O máximo que eu consegui foi chamar por um socorro antes de também desmaiar.
—Senhora a policia quer falar com você. —O residente já tinha saído de perto de mim não querendo perde aquele trauma, eu já tinha passado por aquela experiência através do Edward que corria pra sempre conseguir está nos melhores casos.
Segui o atendente que eu não conhecia sabendo que eu teria que responder por aquilo. A emergência estava estranhamente cheia se tratando da véspera de natal.
[...]
—Então aqui está a causador de uma hemorragia interna. —Olhei pro Edward que tirava aquela touca da cabeça, ele estava vestindo aquela roupa de cirurgião e era obvio que tinha acabado de sair da cirurgia. Ele realmente ficava bonito de preto, a roupa de cirurgião devia ser aplicado pra todo o hospital. Okay ele era meu melhor amigo e de forma nenhuma eu via de outra forma que não fosse amizade, mas eu também não era cega pra não ver que ele era bonito pra cacete. Eu tinha sido informada a algum tempo que o cara que eu atropelei tinha que ser submetido a uma cirurgia e que só depois eu conseguiria mais informação. —Não sei como concederam a carta a você. —Ele sempre ficava me zoando que eu dirigia mal e aquilo só deixaria tudo pior. —Sua mãe é uma excelente motorista você devia ter pego isso dela. —Revirei os olhos, minha mãe era excelente em tudo. Mas eu era completamente meu pai, fosse na aparência física ou na forma de ser desajeitada e possuir dois pés esquerdos. Eu nem conseguia entender como ele conseguia operar sendo tão desastrado, mas eu acreditava muito em dom e que quando tem que ser é e isso meio que explicava todo o resto.
—Eu devia ter pego muita coisa dela, mas...
Ele gargalhou e se aproximou passando o braço pelo meu pescoço em um abraço desajeitado. O caro perfume dele misturado com seu próprio cheiro tomou conta de todo o resto me deixando impregnada.
—Você devia usar menos perfume no trabalho. —Provoquei. Eu estava fugindo com medo da resposta que eu teria eu sabia que hemorragia era serio pra caralho.
—Relaxa ele estava na mão do melhor cirurgião de Nova York eu fiz um excelente trabalho. —Ele percebeu minha preocupação. —E você deve se preocupar com a conta de hospital eu sou caro. —Ele brincou conseguindo um sorriso meu. Eu não pagaria conta alguma, essa era uma das vantagens de ser filha do dono do hospital.
—Boba.
—Ele realmente vai ficar bem?
—Sim não foi grave, temos que ficar de olho, mas nada preocupante. Te garanto que ele vai ficar bem. —Prometeu.
—Já conseguiram descobrir quem ele é?
—Pelo que eu saiba não, mas daqui a pouco ele deve acorda e vamos descobrir melhor que ele é. —Assenti. —Já conversou com a policia? —Afirmei com a cabeça, ele balançou a cabeça contrariado. —Devia ter esperado seus advogados ou os advogados do hospital.
—Edward eu não vou fugir da minha responsabilidade eu causei o acidente e vou assumir isso. —Fui sincera.
—Não estou dizendo pra você não assumir, mas assumir com responsabilidade. —Eu não precisava de muito pra saber que o que eu tinha feito foi errado, mas na hora eu não pensei muito sobre eu estava mais preocupada com o homem que eu tinha atropelado.
—E o braço dele? —Perguntei. O braço estava sangrando muito e esse foi o meu maior medo quando eu vi.
—Quebrou em dois pontos. Vai ter que ficar um tempo no gesso e muita fisioterapia. —Balancei a cabeça me sentindo ainda pior com o que eu tinha feito. Podia ter sido uma criança ou um idoso.
—Não fique assim podia ter acontecido com qualquer um. —Balancei a cabeça negando. Eu tinha feito aquilo porque fui irresponsável se eu não tivesse tirado os olhos da pista, mas foi um único minuto enquanto eu mexia na minha bolsa e tudo aconteceu.
—Mas não aconteceu. —Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa o toque do meu celular se fez presente. Sai dos braços dele e enfiei a mão na minha bolsa pegando o principal responsável por causar o acidente. Era a minha insistente mãe.
—Vou ali preencher alguns papeis e já volto. —Acenei com a cabeça e ele se apressou desfilando seu belo traseiro na minha frente. Desviei o olhar e atendi o telefone.
—Sim mamãe. —Afastei o telefone do ouvido com a enxurrada de palavras altas e confusas. Ela estava nervosa, eu não tinha atendido nenhuma das chamadas anterior dela. —Mamãe se acalme. —Pedi tentando trazer ela pra razão.
—Cadê você Isabella? —Não era mais a voz dela e sim a do meu pai. —Daqui a pouco é meia noite e você já devia está aqui.
—Aconteceu um acidente, mas eu estou bem. —Me antecipei em afirma que eu estava bem.
—Como assim acidente? O que aconteceu?
Respirei fundo buscando coragem de confessar ao meu amado pai o que eu tinha feito.
—Eu sem querer atropelei um homem. —Quis me bater pelo sem querer, era obvio que tinha sido sem querer. Eu por acaso era um assassina que saia por ai atropelando pessoas?
—Como assim Isabella? —Me chamou de Isabella eu sabia que a coisa estava complicada.
—Foi um acidente eu não sei explicar muito detalhes. —Jamais iria confessar que tinha sido por causa da droga do celular tocando, um minuto de distração casando ele na bolsa e tudo tinha acontecido. —Quando eu vi tudo já tinha acontecido. Agora eu estou no Swan’s medical Center.
—Okay eu estou indo pra ir. —Balancei a cabeça negando, tudo que eu não queria era estragar o natal dos meus pais.
—Por favor, não me faça me senti pior ainda por estragar o natal de vocês. —Implorei.
—Mas querida...
Interrompi antes que ele pudesse dizer mais algo.
—Eu prometo que assim que eu tiver certeza de que o Edward não matou o pobre coitado que eu atropelei eu vou para a casa. —Menti. O Edward já tinha terminado seu serviço, mas mesmo assim eu precisava de um pouco de tempo ali pra ter certeza de que ele estava realmente bem.
—Okay o plantão do Edward já deve está se acabando peça pra ele te trazer. —Revirei os olhos sabendo que com tudo o que eu tinha provocado seria difícil lidar com meu pai controlador e ciumento.
—Sim eu pego uma carona com ele. —Não valia a pena discutir isso com ele agora.
[...]
Tinha passado algumas, muitas, horas comigo ali esperando uma resposta do quadro final do homem que eu tinha machucado. Eu tinha sido informada a poucos minutos atrás, pelo meu melhor amigo, que eles iriam começar a anular o efeito da anestesia porque a equipe de neuro queria ter certeza de que a queda + cirurgia não tinha causado nenhum dano.
Eu estava tão nervosa que não existia mais unhas, eu tinha roído tudo.
—Quer ver ele depois que o Seth sair? —Olhei pro meu amigo que tinha surgido do nada me assustando. O Seth era o chefe da neuro, ele era o melhor do pais sabia que se ele dissesse que estava tudo bem eu deveria confiar. Sendo um dos melhores amigos do meu pai eu tinha crescido com ele por perto e conhecia todas suas nuances, principalmente que ele não tinha nenhuma pena em ser sincero quando se tratava dos pacientes. Pra ele não existia isso de aliviar.
—Sim, por favor. —Eu precisava me desculpar pelo menos antes de considerar ir embora.
—Relaxa amor da minha vida. —Ele jogou um beijo e entrou em um quarto, mesmo que eu quisesse a companhia dele pra me acalmar era impossível, ele estava trabalhando muito para o natal já tinha entrado naquele corredor que levava ao centro cirúrgico umas dez vezes, no mínimo, além de ficar sempre entrando e saindo dos quartos o tempo inteiro. Por que raios tinha tanta gente no hospital em uma data festiva?
[...]
—Olá. —Disse constrangida sem ter certeza se ele se lembrava de quem eu era, tinha sido poucos minutos com ele consciente então era difícil afirmar.
—Oi.
—Queria me desculpar. —Falei e ele riu de forma meio grogue. —Sinceramente eu nem sei como tudo aconteceu foi tão rápido.
—Esta tudo bem. —Ele afirmou.
—Eu faço tudo o que for necessário pra me desculpar.
Olhei ao redor observando o quanto aquele quarto parecia muito impessoal, além daquela cama parecer extremamente desconfortável para um hospital tão caro eu esperava mais.
—Quer que eu ligue e informe alguém? —Ele balançou a cabeça negando e fechou os olhos, sonolento.
—Tem certeza?
—Sim. Mas já que você ofereceu eu sei como você pode me compensar por me atropelar. —A voz dele era forte e grossa o que combinava perfeitamente com a boa aparência dele. Olhos escuros, cabelos pretos e a pele bem bronzeada o que contrariava completamente aquele frio da estação. —Que tal um encontro?
Senti meu queixo cair não esperando aquilo.
—Um encontro?
—Sim não é todo dia que uma mulher bonita como você me atropela. —Ri não acreditando realmente que ele estava me cantando.
—Quem sabe, se você sair dessa eu prometo que vou pensar com carinho. —Prometi mesmo sabendo que eu era péssima com aquilo de encontros, nunca saia daquele primeiro momento e normalmente o cara fodia com tudo com apenas uma frase ou ficar olhando descaradamente pros meus peitos.
—Vou cobrar.
Assenti com a cabeça.
—Tem certeza de que não quer que eu ligue pra alguém é natal e...
Ele me interrompeu segurando minha mão.
—Sério não precisa se preocupar e não tem ninguém que poderia aparecer aqui agora sua ligação só causaria pânico. —Okay não iria insistir se ele não queria. —Mas eu ainda não sei seu nome?
—Isabella. —Disse sentindo meu rosto esquentar por não ter pensado nisso e principalmente por de forma estratégica ter escondido meu sobrenome, tudo se tornava extremamente chato quando as pessoas descobriam que eu era a herdeira daquele império no ramo da medicina.
—Jacob. —Ele apertou delicadamente minha mão e eu me senti muito confusa com aquela proximidade e intimidade criada por pouquíssimos minutos.
—Hora de voltar ao sono senhor Black. —Observei meu amigo entrar no quarto ele nem me dirigiu um único olhar o que era estranho, ele normalmente faria alguma piada de gosto duvidoso.
—Vai mesmo ferrar com meu fleter doutor. —Olhei o Jacob com um misto de irritação e divertimento ele estava me entregando aos leões, mas tarde eu sofreria com o relatório que ele faria ao meu pai e teria que ficar ouvindo deles dois sermões que não seriam uteis pra nada.
—Infelizmente sim e outra a carona da senhora SWAN não vai ficar esperando ela a noite toda. —Olhei pro Edward com ódio. Ele sabia bem que eu odiava quando as pessoas sabiam meu sobrenome antes que eu realmente confiasse nelas. Eu tinha um fodido histórico que justificava completamente minha paranoia e daquela forma eu jamais conseguiria confiar que o coitado do homem que eu tinha atropelado estava flertando comigo por quem eu era ou apenas pelo que eu representava ou representaria.
—Com licença. —Não esperei por nenhuma resposta e sai do quarto realmente irritada.
[Cont...]
Notas Finais/Avisos
E ai? Já dá pra imaginar do que se trata a história? Pela primeira vez em muito tempo estou embarcando em uma comedia com uma pitadinha de New adult. Comentem e me deixem saber o que acharam?
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