Eu estava ouvindo aquela promotora defender tão bem o caso que eu apenas já estava convencida de que eu mesma tinha sido a culpada, realmente não existia outra pessoa. Eu não tinha inimigos que me odiassem a ponto de matar um bebê só pra me acusar, eu era a única com motivos para aquele crime, a única que tinhas suas digitais por todo o local inclusive nas roupas do bebê. Aquela propriedade era muito segura, só pessoas autorizadas podiam transitar pelo condomínio, minha casa era completamente fechada e a pericia tinha confirmado que todas as portas estavam devidamente trancadas e as únicas pessoas que tinham a chave eram eu e o Robert, mas ninguém nem mesmo nossos pais. Os muros eram altos para serem pulados, não existia nenhuma duvida de que eu era a culpada por aquilo, eu podia não me recorda, mas sim eu tinha comedido aquele crime e não tinha mais o que ser feito além de alegar insanidade como tinha sido feito minutos antes pelos médicos que meu pai chamou pra depor. Se o juiz seguisse por aquele caminho eu teria que se diagnosticada por médicos indicados pelo juiz, só que eu não tinha problema com aquilo eu só podia está doida por ter cometido aquela atrocidade e mesmo que não conseguisse provar insanidade eu aceitaria de bom grado a pena de morte, eu não via mais nenhum sentido na vida.
Observei o Anum chegando, já estava no final do julgamento e ele tinha ficado todo tempo fora, estranhamente ele tinha um sorriso no rosto e eu não estava bem o suficiente para entender o que ele falou pro meu pai.
Me obriguei a prestar atenção quando meu pai se levantou interrompendo algo que a promotora ainda estava dizendo e pedindo autorização para se aproximar do juiz, eu queria saber qual truque ele tentaria só pra poder impedi-lo eu não queria e nem merecia nada de bom, ali naquele momento eu entendi porque Deus ter me abandonado, ele conhecia meu coração e sabia que eu faria aquilo uma hora ou outra. Voltei a chorar ruidosamente sem me importar com mais nada, eu estava exausta física e emocionalmente eu só queria um descanso.
Mas aquilo fazia parte da punição e eu precisava agüentar tudo aquilo. Observei meu pai argumenta com a promotora, eu estava longe e não conseguia ouvir o que era dito, nem eu nem ninguém e isso acabou dando espaços a burburinhos.
A promotora voltou ao seu lugar e meu pai foi até um guarda entregando um pendrive na mão dele.
—Para os que não sabem eu sou pai da réu e quando eu soube do crime eu sabia que minha filha era inocente e que tudo não passava de um grande mal entendido... —Ele foi silenciado por diversas ofensas do publico que estava assistindo. O juiz pediu ordem e finalmente ele pode voltar ao que dizer. —E mesmo quando tudo provava o contrario ainda sim eu fiquei ao lado dela, pois sabia que ela jamais teria coragem de fazer tal coisa. Hoje eu vim pra cá sem esperança nenhuma de que pudesse ser provado que ela não tinha feito o que a acusam e com dor no coração eu estava pronto para ver uma inocente ser condenada. Mas antes que eu chegasse ao hospital pra buscá-la eu recebi uma ligação da única pessoa que eu não queria receber, a pessoa que naquele momento eu mais odiava por mais uma vez parti o coração da minha filha, esse imbecil...—Ele encarou o Robert com raiva. —Essa pessoa me avisou que tinha conseguido algo que poderia ajudar provar a inocência dela ou condená-la de vez então eu pedi ao também advogado, Amum, pra verificar se realmente era uma prova viável e sim, aqui temos a prova que minha filha é inocente e mostra o real assassino. —Um silêncio absoluto se fez presente, meu coração disparava de forma absurda.
Uma tela grande desceu do teto em um suporte e uma cena começou a ser mostrada, a imagem estava com um zoom muito alto e por causa desse zoom era possível ver minha casa, para ser mais especifica a área externa da minha casa onde o crime tinha acontecido. Eu não queria ver aquilo, eu não podia ver eu assassinando aquele bebê.
Meu pai pausou a imagem.
—Owen Dalton é um dos vizinhos da minha filha e ele grava vídeos pra internet e no dia do crime ele estava gravando um desses vídeos bem no horário do crime. Ele usa como cenário uma janela que ele tem no seu quarto e dessa janela é possível ver quase todas as casas do condomínio inclusive a da minha filha. Sim aquela era uma filmagem de cima, mas com aquele zoom era possível ver bem minha casa.
Ele voltou a reproduzir o vídeo e dessa vez parecia está adiantado, mostrava tudo que eu já tinha contado. Eu brincando com o bebê, depois ele dormindo e eu saindo do cercado deixando ele dormindo lá dentro. A câmera realmente era boa e mesmo com zoom ainda sim dava pra ver bem e com clareza.
—Eu não quero ver essa mulher matando o meu filho, respeitem meu luto. —Gritou a Chloe ficando de pé. O juiz fez sinal para que meu pai pausasse o vídeo, a cena parou no momento em que eu entrava na casa.
—A senhora pode sair. —Disse o juiz a ela, mas meu pai se voltou a ele dizendo algo mais que fez o juiz claramente ficar surpreso, ele deu ordem ao chefe dos policiais e através de um comando via rádio eu vi uma movimentação diferente. —Ou melhor acho que a senhora deve ficar.
Olhei pro Amun não aquentando mais aquele suspense todo.
—Quem fez isso?
—Não está claro? —Ele perguntou e deu um olhar sugestivo pra onde toda a família Brandon estava, não ele estava louco nenhum deles fariam uma coisa monstruosa como aquela.
—Você só pode está brincando seria mais fácil eu realmente ter feito isso do que qualquer um deles. —Eles me amavam, eram minha família, aquilo não tinha o menor sentido.
—Eu não estou falando dos Brandons Lousie é ela. —Fiquei incrédula e apenas olhei para aquele telão precisando ver com os meus próprios olhos pra acreditar. O juiz já tinha autorizado e meu pai deu prosseguimento a exibição da filmagem. Eu estava lá dentro e pelo reflexo do vidro era possível ver eu ao telefone, exatamente da forma que eu tinha dito e que eu me lembrava. Eu desliguei e seguir para o banheiro e então aconteceu, como se soubesse que eu não estaria ali o portão da área externa foi aberto e por ele entrou uma mulher de inicio eu não consegui reconhecê-la, ela vestia uma roupa toda preta e estava de luvas, mangas compridas e calças, os cabelos presos em uma toca e era bem difícil dizer quem era só que conforme ela andava até a área onde estava instalado o cercado foi se tornando mais amplo reconhecê-la, era a Chloe. Ela caminhou até o cercadinho e pegou o filho no colo, por isso eu não tinha ouvido-o chorar. Ele tinha reconhecido ela, a mãe dele. Ela continuou caminhando e abaixou indo até a piscina ficando de quatro na borda e colocando-o o bebê dentro da água. Eu senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem diante da cena, não podia ser. Como uma mãe tem coragem de matar o filho daquela forma. O bebê se debatia enquanto ela se mantinha firme segurando-o em baixo da água, era cruel demais aquela cena. Não tinha se passado nem um minuto quando ela o largou ali e saiu pelo mesmo lugar que tinha entrado como se nada tivesse acontecido deixando o bebê ali pra trás dentro da enorme piscina.
Todo o desespero que eu senti ao encontrar ele dentro da piscina voltou com tudo, era como se eu estivesse revivendo tudo.
(...)
Eu ouvi um barulho e mesmo tendo certeza de que não era o Thomaz, pois se fosse ele estaria berrando eu desci correndo as escadas e a cena que eu vi me desesperou em várias formas. Corri até a piscina e pulei nadando até ele, o corpo já estava imóvel e ele estava inconsciente. O tirei da piscina e comecei a tentar reanimá-lo usando o pouco que eu sabia sobre primeiros socorros, mas não estava funcionando.
(...)
Eu tinha ligado para a policia porque simplesmente o numero da ambulância tinha sumido da minha mente. Por isso eu tinha sido presa na hora, flagrante, não tinha o que fazer minha explicação era confusa e cheia de falhas, eu estava nervosa e nem me recordava direito do que eu tinha dito, mas sabia que eu não tinha conseguido explicar o que tinha ocorrido.
Olhei para aquela mulher e antes que alguém conseguisse me segurar eu cheguei até ela parando na frente dela, dei o primeiro tapa veio enquanto todos ainda estavam atônicos com o que tinha visto, ela tentou se defender, mas eu consegui ser mais rápida e em um ataque de repente estávamos nos duas no chão, eu tinha conseguido derrubar no pouco espaço que tinha entre os bancos. Eu bati dela sem que ninguém interferisse, não sei o que tinha me feito bater nela daquela forma, mas eu só fiz sem pensar nas conseqüências. Meus braços já doíam quando eu senti alguém me erguendo e me tirando de cima dela.
Era uma mistura poderosa de raiva, por tudo que ela tinha me feito passar e por ela ter matado aquele bebezinho, um sentimento mais duro que nublava minha mente, ela tinha um filho perfeito, um bebê completamente saudável e mesmo assim tinha matado dele.
—Lousie. —Era o Robert que me segurava pelos braços me contendo.
Ela tentou se aproveitar que eu estava presa nos braços do meu marido pra revidar e me atingir, mas meu sogro segurou ela antes que ela conseguisse se aproximar de mim.
—Como você pode? Você é um monstro.
—A culpa é toda sua de ter ficado no meu caminho e de ter pego tudo o que era meu. —Olhei pra ela não entendendo o que ela estava falando eu nunca tinha nem falado direito com aquela mulher.
—Porque você fez isso Chloe? —Perguntou o Robert a voz dele estava tão sofrida que eu só queria abraçar ele e dizer que iria ficar tudo bem, mesmo que eu não tivesse nenhuma certeza de que as coisas iriam ficar bem. Mas minha mente me parou, segundo meu pai a prova que me inocentou tinha surgido dele, então como ele não tinha visto que ela era a culpada, era tão mais fácil jogar a culpa em mim que ele nem o trabalho de conferir as imagens ele teve.
—Eu não pretendia matá-lo Robert eu apenas queria fazer você odiar ela, o plano era que ele se machucasse aos cuidados dela. Você não iria perdoá-la, mas ela demorou muito na droga do banheiro. —Olhei incrédula pra ela sem acreditar que ela realmente estava falando aquilo, pelo menos ela tinha a decência de parecer culpada.
—O que?
—Eu amo você meu amor e queria que nos dois pudéssemos ficar juntos, mas ela sempre estava no caminho desde a escola ela sempre dava um jeito de se meter entre nos dois. Quando eu finalmente consegui você e nossa união deu frutos eu pensei que você iria ficar comigo, mas aquela peste do filho dela tinha que morrer e ela usou o luto pra te fazer ficar ainda mais perto eu sabia que eu precisava fazer você odiar ela e só tinha um jeito pra isso. —Eu não consegui segurar a bile que me subiu e vomitei tudo que eu tinha sido obrigada a comer no hospital, não me incomodei nem um pouquinho de sujar ela. Era nojento, mas nada comparado a ela.
Notas Finais/Avisos
Sei que sumi, mas vou compensar com capítulos todos os dias até terça.Beijos ♥
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13/09
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