3/16/2020

Resenha. Garoto encontra Garoto escrito por David Levithan

Resenha. Garoto encontra Garoto escrito por David Levithan

Livro:  Garoto encontra Garoto
Autor(a): David Levithan
Editora: Galera 
Páginas: 240 páginas
Classificação:
Sinopse: 
Do coautor de Will & Will - Um nome, um destino e Todo dia Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola e, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah


O mundo que David criou é incrível e ao mesmo tempo tão distante da realidade e que ao mesmo tempo toca tão realmente no mundo ideal que chega a ser assustador. Algo na forma escrita em que naquela pequena cidade a sociedade é quase completamente despida dos preconceitos é reflexivo. Nos coloca a pensar a tentar realmente considerar essa hipótese inusitada onde esse mundo perfeito exista onde você gostar de alguém não se torne algo tão grande apenas por se alguém do mesmo sexo ou por desafiar a sociedade considerada “padrão”.

"Se quiser ser amado, seja amável. É um bom lugar para começar."

No começo da leitura eu apenas fiquei muito sem saber como reagir, não estava pronta para uma fantasia e é aquilo que aquele universo mostrava. Um mundo tão perfeito que eu só conseguia pensar em como estávamos distantes daquilo e isso me irritou tanto – saber que vivemos em uma sociedade tão mais propensa a retroceder do que evoluir me deixou irritaderrima e isso prejudicou os primeiros capítulos. Demorou quase o livro todo para que eu conseguisse ganhar um ritmo de leitura e depois de um tempo eu percebi que era mais do que apenas minha irritação com o universo desejado e distante era algo mais como o livro não estava funcionando pra mim. Por esse universo lindo eu esperei uma história mais – só mais.

"Preciso admitir que tenho a tendência de pensar nas outras pessoas como azaradas, e não na minha via como sortuda."

Porém o que acontece não é isso fora o universo que é perfeito e nos faz constantemente pensar e refletir sobre só talvez não fosse tão complicado assim esse universo desejado a história dos personagens é morna, tão calma e previsível que é quase parando. Falta uma ação para tornar a história mais intensa.

Os personagens são bem construídos e eu gosto de como a personalidade deles são bem construídas e mantidas durante toda a história. O Paul é o Paul do começo ao fim e ter o livro todo sobre o ponto de vista dele é algo bem forte que nos conecta completamente com a história. Ele é um adolescente que mesmo tão seguro de si tem seus momentos de inseguranças, fraquezas e tudo que ser adolescente apresenta e representa. Tudo no livro tinha muito para torna uma leitura única, mas a história peca e não consegue isso. Poxa nos temos uma amiga namorando um grande idiota, uma amiga que é Drag Queen que é capitã das lideres de torcida e também capitão do time, um ex namorado completamente estranho, e um melhor amigo que ainda está no armário com medo de contar aos pais sobre sua sexualidade por causa da religiosidade dos pais (vale ressaltar que esse menino não mora na mesma cidade dos outros).

"É uma pena precisarmos deixar outras pessoas entrarem nesse mundo que estamos criando."

Um ponto que com toda certeza foi bem mágico foi a forma generosa e compressível que o autor lida com a religião dos pais em momento nenhum é vista como algo detestável ou repugnante, mas sim como algo a ser lidado. Eles são pais e amam seu filho e querem o melhor pra ele (e na cabeça deles ser gay é algo terrível).

Foi uma boa construção, uma história okay, mas nada deslumbrante.
16/

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