3/08/2020

Resenha: O guia do cavalheiro para o vício e a virtude escrito por Mackenzi Lee

Livro:  O guia do cavalheiro para o vício e a virtude
Autor(a): Mackenzi Lee
Editora: Galera 
Páginas: 434 páginas
Classificação:
Sinopse: 
Uma aventura romântica do século XVIII para a era moderna. Simon versus a Agenda Homo Sapiens encontra os anos 1700 Henry "Monty" Montague nasceu e foi criado para ser um cavalheiro, mas nunca foi domado. Os melhores internatos da Inglaterra e a constante desaprovação do pai não conseguiram conter nenhuma das suas paixões – jogos de azar, álcool e dividir a cama com mulheres e homens. Mas agora sua busca constante por uma vida cheia de prazeres e vícios está em risco. O pai quer que ele tome conta dos negócios da família. Mas antes Monty vai partir em seu Grand Tour pela Europa, com a irmã mais nova, Felicity, e o melhor amigo, Percy – por quem ele mantém uma paixão inconsequente e impossível. Monty decide fazer desta última escapada uma festa hedonista e flertar com Percy de Paris a Roma. Mas quando uma de suas decisões imprudentes transforma a viagem em uma angustiante caçada através da Europa, isso faz com que ele questione tudo o que conhece, incluindo sua relação com o garoto que ele adora.


Eu estava desejando esse livro desde o momento em que eu vi a capa. O que mais me chamou atenção foi a capa e olha que eu sou muito contra capas com a cara gigantesca do personagem exibida, mas algo nessa capa apenas me chamou e eu não consegui resistir ao chamado.

Quando descobri que a história se tratava de um romance entre dois homens em outra época o interesse aumentou ainda mais. Minha primeira experiência com um romance gay de época (O príncipe cativo) foi bem positiva (melhor leitura do ano passado sem sombra de dúvidas). Então eu fiquei bem ansiosa pela leitura.

E a história não me decepcionou.

"Na manhã em que devemos partir para nosso Grand Tour do Continente, acordo na cama ao lado de Percy. Por um momento desorientador, não fica claro se dormimos juntos ou se apenas dormimos juntos."

Henry Montague é um Visconde que possui um péssimo comportamento mesmo que tenha sido criado para ser um cavaleiro nunca conseguiu verdadeiramente ser um. E assim ele vai fazer o tour (prática comum na época) antes de assumir suas responsabilidades. Ele vai na companhia de seu amigo Percy que assim que acabar o tour vai para uma escola de advogados e sua irmã Felicity que no meio do tour vai ser deixada em uma escola de boas maneiras para moças.

Porém no meio desse tour e com difícil do Henry manter as mãos para si mesmo ele acaba roubando (na brincadeira) um objeto que não devia é a parti daí e problema atrás de problema.

Uma típica comédia romântica. As trapalhadas que o Henry se mete é uma melhor que a outra. O tipo de coisa que você sabe que vai dá errado, mas mesmo assim o personagem se pega fazendo.

"Então me ocorre que talvez embebedar a minha irmãzinha e explicar a ela por que durmo com rapazes não é a coisa mais responsável da minha parte."

Um amor doce entre dois melhores amigos onde a época repudia o que eles sentem e que mesmo assim não deixa de ser especial. Uma história que eu simplesmente me diverti como nunca antes, principalmente levando em conta que eu quase nunca realmente me divirto com comédias românticas (normalmente o que prevalece é a vergonha alheia). Contudo tem alguns momentos que eu fico de boca aberta com a falta que o Henry tem de pensar um pouco antes de fazer as coisas e em alguns momentos eu realmente achei umas situações um pouco forçadas e isso tirou um pouco da graça da história, mas nada extravagante e que realmente atrapalhasse a leitura.

O livro mesmo seguindo nessa linha comedia e romântica toca constantemente em criticas sociais, como o racismo, machismo e outras temas muito importantes de serem debatidos e combatidos.

"Sei que você acha que está sendo solícito quando diz coisas assim e quando me defende, e eu aprecio, de verdade, mas por favor, não faça isso. Não preciso que você me defenda – posso fazer isso.”
Mas não faz!”
Tem razão, às vezes não faço, porque não sou o filho de pele clara de um conde então não posso me dar ao luxo de retrucar a alguém que fala mal de mim. Mas não preciso que você me salve.”

O Monty é um personagem único e muito bem criado, sua sexualidade, ou melhor, bissexualidade é tratada de um jeito tão especial e natural que torna a leitura mais fluida ainda, quando eu descobrir que ele seria bissexual eu imaginei que poderiam acabar estragando a leitura ou levando o final do livro para um caminho que eu não fosse gostar muito, só que nesse livro nada é como parece e até mesmo o final surpreender – o que não surpreende já que nada nesse livro é o que parece. Mesmo o Monty sendo o principal isso não apaga o destaque dos outros personagens. Percy e Felicity são personagens também muito bem construídos que torna impossível não se apaixonar por eles e torcer por suas causas.

O livro é muito bem escrito e apaixonante, mas uma descoberta e nunca tinha tido contato com a escrita desse autor, porém só posso dizer que amei muito a forma em que as coisas são narradas é tão fluida que simplesmente não tem como deixar de amar. Indico muito livro (não tem como não indicar).
09/03

Nenhum comentário:

Postar um comentário



VOLTAR AO TOPO